O tabu que Malta criou em torno do aborto

  • há 8 anos
Malta continua a encarar a questão do aborto como um crime. Em todas as suas vertentes, mesmo que tenha havido uma violação ou haja risco de vida. No exterior, muitos denunciam uma política arcaica. Mas, neste arquipélago, como constatámos, parece imperar a lei do silêncio.

“Fiquei grávida aos 17 anos. Decidi ir a Inglaterra para abortar. Mas as coisas correram mal durante a operação. Acordei a meio, só queria sair dali. Eles disseram-me ‘não, não, não’ e voltaram a deitar-me. Depois acho que fizeram tudo à pressa porque, quando saí no dia seguinte, tinha muitas dores. Comecei a sangrar imenso no avião, coágulos de sangue.”

“Foi pouco antes de fazer 44 anos. Falei com o meu marido e decidimos que o melhor para a família, para os nossos quatro filhos, era fazer um aborto. É muito duro, porque em Malta não podemos falar com ninguém sobre isto. Temos de guardar segredo como se tivéssemos cometido um crime.”

Dois depoimentos anónimos, uma realidade. Em Malta, a interrupção voluntária

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