O Peru tem um novo sabor

  • há 8 anos
Ceviches, guisados de borrego, rebentos colhidos a alta altitude… a cozinha peruana é uma viagem através de sabores que vêm do mar, da montanha e da selva, conjugados graças à curiosidade e criatividade de chefs que alcançaram projeção internacional.



Gastronomia peruana


- Ao longo dos últimos 15 anos, a gastronomia do Peru tem conhecido uma expansão assinalável
- A capital gastronómica do país é Lima, onde se concentram cada vez mais restaurantes de reputação internacional
- Este setor representa já cerca de 6 mil milhões de euros por ano


- 39% dos peruanos considera a gastronomia como o principal motivo de orgulho nacional (Ipsos Peru, 2014)





Imagine um lugar onde pode descobrir uma conjugação de aromas provenientes das altas montanhas, da selva e do mar. Imagine pratos que combinam a tradição do povo inca com influências espanholas, francesas, italianas e não só. Pois bem: apresentamos-lhe a gastronomia peruana.

A capital do Peru, Lima, tem-se tornado num centro privilegiado para os palatos mais exigentes. Exemplo disso é o Central Restaurante, do chef Virgilio Martínez Véliz, já considerado um dos 50 melhores do mundo. Um dos segredos? A diversidade dos ecossistemas.

“Organizamos uma degustação a que chamamos de ‘alturas’. Cada prato tem ingredientes de diferentes altitudes do Peru. Podemos começar com as profundezas do mar, depois subir até aos picos dos Andes e descer até à Amazónia. Tudo isto através dos nossos pratos”, diz-nos Virgilio Martínez Véliz.

Pacae fruit , ice cream bean with annato pic.twitter.com/svYjeYJFYm— Virgilio Martinez (@VirgilioCentral) 30 août 2016


Ou seja, o menu começa a 20 metros de profundidade e ergue-se até 4 mil metros acima do nível do mar. Há uma sobremesa, por exemplo, que é feita com argila e com uma cianobactéria proveniente de lagos montanhosos. Mas há muito mais.

Os mercados e o ceviche

Muitos dos ingredientes que tornam a cozinha peruana tão surpreendente podem ser encontrados num dos principais mercados de Lima, o Surquillo. Aqui há nada menos do que 3800 variedades de batatas e 300 só de pimenta ají, entre outras possibilidades. “O ‘tumbo de la sierra’ é um produto utilizado para fazer ceviche. Os incas, como não tinham limões, utilizavam isto”, conta-nos uma vendedora.

A indústria pesqueira do Peru é considerada uma das mais prolíficas do mundo. O mercado de Chorrillos acolhe constantemente o pescado mais variado.

Como já terá reparado, o ceviche é incontornável. Em Lima, a Picanteria do chef Hector Solis prepara um dos mais reputados do país. Há outras especialidades, como o arroz de pato ou guisado de borrego. Mas o peixe, claro, ocupa sempre um lugar particular.

Coro de Rinchínes, Moches ellos que cantarán hoy. HS pic.twitter.com/ud301K2cUV— Héctor Solís (@hectorsfiesta) 29 août 2016


“Só hoje, recebemos três tipos de peixe: o olho-de-boi, a garoupa e a brema. Nunca recebemos as mesmas variedades. Também não temos as quantidades que gostarí

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