A missão Rosetta prepara-se para um final apoteótico: dentro de alguns dias, a sonda da Agência Espacial Europeia (ESA) vai despenhar-se na superfície do cometa em torno do qual tem orbitado. Saiba como será o fim desta extraordinária aventura.
Tem sido uma missão cheia de emoções. Primeiro, logo no início de 2014, Rosetta envia o primeiro sinal de vida após 31 meses de hibernação. Em novembro do mesmo ano, o módulo Philae aterra no cometa, envia alguns dados e depois desaparece, deixando de conseguir alcançar a energia solar necessária para recarregar as suas baterias.
Enjoyed some beautiful views of #67P over the past few weeks #CometWatch #LivingWithAComet https://t.co/0czVwrnqcS pic.twitter.com/gTwmS6exSL— ESA Rosetta Mission (@ESA_Rosetta) 16 septembre 2016
Ao longo dos dois anos que se seguiram, a sonda Rosetta foi efetuando análises científicas do cometa. Até que, há apenas alguns dias, o Philae foi encontrado de novo: ficou preso numa pequena fenda. Qual é o próximo passo a dar? “Agora vamos fazer a nave-mãe aterrar no cometa”, diz-nos Paolo Ferri, responsável pelas operações desta missão.
“A Rosetta vai ficar no cometa para sempre”
30 de setembro – foi o dia escolhido para fazer a sonda Rosetta despenhar-se contra o famoso cometa em forma de pato de borracha. “Se pegarmos num modelo do cometa, vemos na cabeça do pato, digamos assim, uma região a que chamamos de Ma’at. Trata-se de uma área que nos interessa porque é muito ativa, sobretudo em duas partes onde há cavidades que produzem gases e poeiras. A ideia é conseguir aterrar a Rosetta perto destas cavidades”, afirma Armelle Hubault, cientista da ESA.
Desde que foi lançada até agora, a Rosetta resistiu 12 anos no espaço. Não foi construída para sobreviver a esta próxima etapa. Armelle Hubault explica que _“a estrutura de um satélite é muito, muito leve e frágil. A Rosetta não foi de todo concebida para aguentar gravidade. É um satélite que orbita em torno de um cometa, é um corpo muito delicado. Vai acabar por esmagar-se no impacto. A Rosetta vai ficar no cometa para sempre, não há forma de ir buscá-la.”
É a conclusão desta aventura. À medida que o cometa se afasta do Sol, deixa de ser possível alimentar os painéis solares da nave. Os cientistas por detrás deste imenso feito consideram que mesmo a morte da sonda pode ser uma oportunidade única para recolher mais informações.
“É fantástica, esta descida vertiginosa de cerca de 20 quilómetros de altura diretamente até à superfície do cometa. Isto vai dar-nos uma análise única desde a atmosfera externa até lá em baixo. É algo que nunca foi feito”, aponta Matt Taylor, talvez o mais conhecido e excêntrico dos cientistas deste projeto.
As últimas revelações podem ser as mais surpreendentes
A Rosetta deverá ainda ter tempo para enviar algumas imagens de alta resolução desta massa reminiscente dos primórdios do sistema solar. Segundo Matt Taylor, “há partes do cometa – tanto na retaguarda, como na dianteira – onde existe
Tem sido uma missão cheia de emoções. Primeiro, logo no início de 2014, Rosetta envia o primeiro sinal de vida após 31 meses de hibernação. Em novembro do mesmo ano, o módulo Philae aterra no cometa, envia alguns dados e depois desaparece, deixando de conseguir alcançar a energia solar necessária para recarregar as suas baterias.
Enjoyed some beautiful views of #67P over the past few weeks #CometWatch #LivingWithAComet https://t.co/0czVwrnqcS pic.twitter.com/gTwmS6exSL— ESA Rosetta Mission (@ESA_Rosetta) 16 septembre 2016
Ao longo dos dois anos que se seguiram, a sonda Rosetta foi efetuando análises científicas do cometa. Até que, há apenas alguns dias, o Philae foi encontrado de novo: ficou preso numa pequena fenda. Qual é o próximo passo a dar? “Agora vamos fazer a nave-mãe aterrar no cometa”, diz-nos Paolo Ferri, responsável pelas operações desta missão.
“A Rosetta vai ficar no cometa para sempre”
30 de setembro – foi o dia escolhido para fazer a sonda Rosetta despenhar-se contra o famoso cometa em forma de pato de borracha. “Se pegarmos num modelo do cometa, vemos na cabeça do pato, digamos assim, uma região a que chamamos de Ma’at. Trata-se de uma área que nos interessa porque é muito ativa, sobretudo em duas partes onde há cavidades que produzem gases e poeiras. A ideia é conseguir aterrar a Rosetta perto destas cavidades”, afirma Armelle Hubault, cientista da ESA.
Desde que foi lançada até agora, a Rosetta resistiu 12 anos no espaço. Não foi construída para sobreviver a esta próxima etapa. Armelle Hubault explica que _“a estrutura de um satélite é muito, muito leve e frágil. A Rosetta não foi de todo concebida para aguentar gravidade. É um satélite que orbita em torno de um cometa, é um corpo muito delicado. Vai acabar por esmagar-se no impacto. A Rosetta vai ficar no cometa para sempre, não há forma de ir buscá-la.”
É a conclusão desta aventura. À medida que o cometa se afasta do Sol, deixa de ser possível alimentar os painéis solares da nave. Os cientistas por detrás deste imenso feito consideram que mesmo a morte da sonda pode ser uma oportunidade única para recolher mais informações.
“É fantástica, esta descida vertiginosa de cerca de 20 quilómetros de altura diretamente até à superfície do cometa. Isto vai dar-nos uma análise única desde a atmosfera externa até lá em baixo. É algo que nunca foi feito”, aponta Matt Taylor, talvez o mais conhecido e excêntrico dos cientistas deste projeto.
As últimas revelações podem ser as mais surpreendentes
A Rosetta deverá ainda ter tempo para enviar algumas imagens de alta resolução desta massa reminiscente dos primórdios do sistema solar. Segundo Matt Taylor, “há partes do cometa – tanto na retaguarda, como na dianteira – onde existe
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