• há 8 anos
Em termos de política ambiental, o governo húngaro dá uma no cravo e outra na ferradura. Por um lado anuncia apoios à compra de veículos elétricos e, por outro, limita o desenvolvimento da energia eólica.

Budapeste vai financiar um quinto do preço dos carros elétricos adquiridos por empresas e particulares. O objetivo é ter 30 mil veículos não poluentes nas estradas dentro de quatro anos.

Só este ano, o governo prevê gastar o equivalente a 5,6 milhões de euros.

“Esperamos que este novo financiamento impulsione a mobilidade elétrica, para que haja cada vez mais carros elétricos, não poluentes, nas ruas de Budapeste e outras cidades”, defende Istvány Lepsényi, secretário de Estado para o Desenvolvimento Económico.

Beatrix Asboth, a nossa correspondente em Budapeste revela: “Em nome da proteção ambiental, o governo húngaro quer instalar 3 mil estações públicas de carregamento elétrico. Para impulsionar os carros elétricos, simplificaram a regulamentação e introduziram alguns benefícios fiscais. Mas, por outro lado, tem de se pagar um imposto ambiental pelo uso de painéis solares e a nova lei, praticamente, proíbe a instalação de novas turbinas eólicas.”

A nova lei, que entrou em vigor em setembro, impede a instalação de turbinas eólicas num perímetro de doze quilómetros das zonas habitadas. Como base na lei, a faculdade de Ciência da Universidade Eötvös Loránd elaborou um mapa que mostra que será impossível instalar eólicas em todo o país.

Apesar de tudo, o governo quer aumentar a quantidade de energia produzida por fontes renováveis, como recorda Orsolya Fülöp, diretora de Energyclub, uma ONG do setor energético: “A Hungria estabeleceu que, até 2020, 13% da energia consumida deve vir de fontes renováveis. Atualmente estamos nos 10%, o que é uma boa proporção. Mas devemos recordar que a maioria da energia é produzida pela combustão de lenha e isso não é uma técnica moderna de abastecimento energético”.

O ministro do Desenvolvimento Nacional estima que a energia eólica não é rentável.

Na Hungria, no ano passado, as turbinas eólicas produziram 2,2% da energia, enquanto as centrais nucleares produziram quase 53%.

Recomendado