• há 8 anos
Durante décadas, as mudanças climáticas e a falta de água tiveram um impacto negativo na vida dos agricultores marroquinos da região de Marraquexe. Para tentar travar o êxodo rural, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, em parceria com o governo de Marrocos, desenvolveu um projeto para melhorar a produtividade agrícola. Uma das tecnologias que mais tem ajudado os agricultores é o sistema de irrigação gota-a-gota.

“No passado, vivemos momentos difíceis. Antes, usávamos a água do rio Saqia, era um processo difícil que levava muito tempo e não se obtinha muita água. Além disso, era um sistema dispendioso. Com o novo sistema de irrigação, as coisas melhoraram. Graças às oliveiras, temos uma fonte de rendimentos e graças à venda de feijão conseguimos viver melhor Mas os anos anteriores a 2000, foram difíceis e as secas tiveram um impacto negativo na nossa atividade”, contou o agricultor Abdeslam Batrah.

Nos últimos anos, as chuvas torrenciais destruíram a vegetação e espalharam sedimentos, nos vales da província de Al Haouz. Para proteger os solos, os agricultores receberam ajudas para plantar milhares de árvores de fruto, em socalco.

“É importante proteger o solo porque há chuvas intensas e deslizamentos de terras e perde-se terra. Para estabilizar os terrenos usamos árvores de fruto. Este projeto junta o desenvolvimento agrícola e as atividades de conservação do solo através da construção de terrenos em socalco e pomares”, afirmou o engenheiro agrícola Abdeslem El Fouzi.

O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola incentiva os agricultores a criarem cooperativas para terem mais força no mercado. Uma das cooperativas reúne mulheres que produzem azeite, sabão, mel e carne. A presidente da cooperativa feminina, Najia El Ghouet, afirma que o projeto mudou a vida das mulheres.

“Quando este novo tipo de agricultura foi introduzido na região, tivemos acesso a novas tecnologias que facilitaram a produção de azeite. Melhorámos a técnica de extração do azeite e as vendas aumentaram. As mulheres das zonas rurais têm agora uma fonte de rendimentos e não têm de ficar à espera que o marido lhes dê dinheiro. Graças a estes produtos, azeite, mel, carne e sabão, as mulheres não dependem dos maridos para pagar os medicamentos e a escola dos filhos e têm dinheiro no bolso”, afirmou Najia El Ghouet.

Marrocos foi o país anfitrião da COP22 onde os representantes de cerca de duzentos países estiveram reunidos até dia 18 de novembro para definir concretamente a forma como será posto em prática o acordo sobre o clima. O grande desafio é integrar o combate às alterações climáticas na economia real.

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