• há 6 anos
Chapada Diamantina, Bahia. Um local conhecido por suas belezas naturais é agora palco de uma verdadeira aventura paleontológica. Fósseis submersos de vários animais estão sendo resgatados a mais de 15 m de profundidade na caverna do poço Azul, no município de Nova Redenção. Já foram identificadas 14 espécies diferentes. Entre os achados, chama a atenção o de um esqueleto quase completo de um mamífero herbívoro gigantesco que viveu em todas as Américas até cerca de 11 mil anos atrás: a preguiça terrícola, que chegava a medir 6 m de comprimento. Durante o trabalho, coordenado pelo paleontólogo Cástor Cartelle, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também foram coletados fósseis de outra preguiça terrícola, que permitirão ao pesquisador fazer uma nova descrição dessa espécie, hoje classificada de forma equivocada. A expedição fará parte de um documentário, filmado também no Canadá e no Peru, sobre a vida e a extinção desses grandes mamíferos.

A descoberta desse sítio paleontológico no poço Azul ocorreu em 1995, quando mergulhadores encontraram um crânio que mais tarde seria identificado como o de uma preguiça gigante. Dois anos depois, o mergulhador e cinegrafista Túlio Schargel, durante trabalho de mapeamento da caverna, achou, a 15,5 m de profundidade, uma costela desse mamífero medindo 1,20 m. Então, ele entrou em contato com Cartelle para iniciar um projeto de retirada dos fósseis e realização do documentário, que conta ainda com a participação de outros dois paleontólogos, o canadense Gerry de Iuliis e o francês François Pujos, dedicados ao estudo da história das preguiças gigantes nas Américas. Mais tarde, a equipe descobriu outros sítios submersos no poço. Os três paleontólogos e uma equipe de cerca de 30 pessoas (incluindo pesquisadores, mergulhadores e diretores e produtores do documentário) se reuniram em julho na Chapada Diamantina para o resgate dos fósseis. Foi retirado um esqueleto praticamente completo de uma preguiça terrícola da espécie Eremotherium laurillardi , a maior desse grupo de mamíferos que habitou as Américas até o final de um período conhecido como Pleistoceno, há cerca de 11 mil anos. Esse animal chegava a medir 6 m e ter o volume de um elefante, com cerca de cinco toneladas.

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