• há 6 anos
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O Rap é preto - Letra

O Rap é preto eu sei meu mero lugar
Já que eu sou branco me deixa no banco, espero pra jogar
Mas se me botar em campo eu não passo em branco altero o placar
O time dos bico desbanco e viro titular
Não quero me gabar, mas sou o branco mais faixa preta
Quer saber por que a rapa me acha treta, presta atenção em cada faixa e letra
Mesmo eu não vindo do gueto
Quando eu pego a caneta
Não tô pela grana preta, mas tô pelo povo preto
Em prol da igualdade
Também quero a evolução da sociedade, sem vaidade
Pretos no topo, mulheres na frente da tropa
Precisamos de representatividade, mais do que de outra Copa,
Hexa, Hepta, Octa
E 14 de milhões de analfabetos pra mostrar onde nosso enfoque tá
Sociedade hipócrita, opta
Por apoiar um ladrão no poder e não entender que isso é um golpe tá?
Hip-Hop tá de volta na mesma revolta no beat pesado e ligado nos ideais
Uns tão pelo novo, outros pelo povo, outros pelo em ovo,
falando merda pra se aparecer pelas redes sociais
essa galera que fala demais e não faz pelo outro
e enquanto uns brigam nas redes outros não tem nem rede de esgoto
mas pera um pouco, se é bola na rede ninguém mais reclama da rede de corrupção e aumenta a inflação e a população que se fode de novo
Salário é mixaria, se aposentar é utopia
Mas chegar na velhice já é lucro pra quem vive na periferia
Eu preferia tomar um 7 a 1 todo dia
Do que ver esses 171 roubando nossa aposentadoria
Amo futebol, mas futebol não paga conta
E o nosso time tá levando lavada e tomando gol contra
Muitos metem mala e flow Brazza e Rashid é só gol de letra
Pique Ronaldinho, especialista na caneta!

Meu papo é reto igual meu procedê
Pro cê vê, a mágica de conceber
Poesia que lembra a história preta ao suceder
E cê nem lembra a última vez que cê comprou CD
Novos tempos, novos templos
Somos exceções antes de exemplos
Capiche? Eu num mato MC’s, eu prefiro inspirá-los
Como o punho cerrado de Tommie Smith e John Carlos
Pobre, preto, pardo,
Brasil com P tipo G.O.G, filho bastardo
Vê? Num tardo em ser petardo, muita treta
Pra ser na rua o que os cara tenta ser nas letra
(aê) Referência num é cópia
E quem num respeita a história alheia acaba borrando a sua própria
Desentope a… mente
Antes que isso vire um jogo de serpente, tipo o do celular da Nokia
Daqui a Tokyo. Seu sonho? Toque-o
Dinheiro? Ópio. Mas quero, óbvio
Nesse ar impróprio, respiro sóbrio
Pensando: Não deixe que ego dope-o
Passando conhecimento tipo Adinkra
Usando a tinta
Podia só falar sobre EU em todo canto onde ponho a voz
Mas prefiro botar meu EU numa soma onde dê NÓS!

FABIO BRAZZA, neto do poeta concreto Ronaldo Azeredo, é também poeta, músico e improvisador e já conta com mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes socias. Começou a ganhar visibilidade pela parceria com o Desimpedidos, maior canal dedicado a futebol do YouTube, onde ficou conhecido como criador das batalhas de rap entre times de futebol. Sua paixão pelo futebol, somada a sua habilidade em criar rimas se transformaram em um convite para ser o repórter oficial da Florida Cup, onde teve oportunidade de fazer homenagens em forma de improviso para grandes nomes do esporte como Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Chicharito; vídeos que acabaram sendo compartilhandos pelos próprios jogadores e foram parar em canais como a Televisa (MEX), NBC (USA) e Bundesliga (GER).

Fabio Brazza faz hip-hop popular brasileiro. Música brasileira e hip-hop numa fusão perfeita com as melhores letras do rap nacional da atualidade, crítica social, alegria, ritmo e poesia enchendo os olhos e o coração. Mas seu talento, inteligência e dom de improvisar rimas já fizeram com que ele dividisse o microfone com grandes nomes do gênero, como Gabriel o Pensador, Edi Rock do Racionais MC’s e Chali 2na do Jurassic 5. Em abril de 2014 lançou seu primeiro álbum, Filho da Pátria, e já foi parar na lista dos 10 artistas que estão reinventando a música brasileira do site americano Wondering Sound.

Entre videoclipes, poesias e improvisos de rap, já conta com mais de 150 milhões de visualizações nos seus vídeos e vem transformando a cabeça de uma geração de jovens que, depois de conhecerem seu trabalho, mudaram a relação com o conhecimento. Após as boas críticas com o álbum, Tupi, or not Tupi que conta com as participações de Arnaldo Antunes. Caju e Castanha e Paula Lima, está lançando o álbum É Ritmo mas também é Poesia e vai lançar um livro que conta sua história mesclada com trechos de músicas e poesias próprias.

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