O uso político da Seleção Brasileira é centenário. Ao menos desde Epitácio Pessoa, presidente que "solicitou" a não convocação de negros em 1921, a equipe nacional é um dos símbolos dos quais governantes de diferentes posicionamentos tentam se apropriar. Na contramão da história, o técnico Tite escolhe o silêncio e tenta se afastar desse ambiente. Por isso, garantiu: não visitará Jair Bolsonaro em Brasília nem na ida, nem na volta da Copa do Mundo do Catar.
Leia mais: https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/selecao-brasileira/2022/08/25/noticia_selecao,3974984/tite-diz-que-nao-visitara-bolsonaro-apos-copa-nem-ganhando-nem-perdendo.shtml
"Eu, particularmente, (não vou a Brasília) nem na ida, nem na volta, nem ganhando e nem perdendo. A mesma resposta que dei há cinco anos. Algumas coisas a gente reformula, reformata, não temos a mesma opinião o tempo todo. Mas essa permanece inalterada", disse Tite, em entrevista exclusiva ao Superesportes.
O treinador havia adotado a mesma postura às vésperas do Mundial da Rússia, em 2018, quando Michel Temer era o presidente. Ao longo dos anos no comando da Seleção, Tite tem evitado se posicionar politicamente e costuma "escapar" de perguntas sobre o tema.
"Eu vejo a Seleção Brasileira como um patrimônio cultural e esportivo. Eu fui educado através do esporte. Eu coloco uma história, agora, falando para vocês, não para ser herói de alguma coisa, mas tampouco para me dramatizar. Apenas para fazer algumas conexões que a gente acha importante, que na vida das pessoas que estão nos ouvindo elas tenham essa condição de ter também esse processo: eduque através do esporte", disse, ao ser questionado sobre as questões políticas que envolvem a Seleção.
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