Água de Meninos – A Feira do Cinema Novo | movie | 2012 | Official Trailer
Documentário que relembra os filmes "Sol Sobre a Lama" e "A Grande Feira", que retratavam as condições de vida da soc | dG1fY2Y3ckU2RWpsVmc
Transcript
00:00 A água de menino não era somente Salvador, era a Bahia toda.
00:07 Começamos vendendo refrigerantes, refrescos de coco.
00:12 A feira de água de menino me preparou para a vida.
00:18 Uma relação de dignidade, de povo, de respeito.
00:26 Era o grande encontro, o grande "Kizomba".
00:30 Tem que fazer um filme que gosta do que a água de menino, porque isso aqui não pode acabar.
00:43 E resolvemos fazer "Solso e Balama".
00:51 Esse tipo de gritos sempre aconteceram na Bahia e não foi diferente com o cinema novo.
00:57 É um filme altamente político.
00:59 Alves, Fito, Garra, Culhão, Buceta, brasileira.
01:06 E antes mesmo de a gente lançar o filme já se trabalhava, festival de Veneza.
01:13 Mas, lamentavelmente, a briga que houve e o incêndio de água de menino,
01:19 juntou uma coisa com outra e aí desmoronou tudo.
01:22 5 de setembro de 1964, um sábado, mais ou menos, duas ou três horas da tarde.
01:34 A recordação que eu tenho é que como se fosse Roma incendiando.
01:40 Um negócio muito feio.
01:45 Eu acho que o primeiro ato da ditadura militar foi tocar fogo na feira de água de meninos.
01:51 Obviamente criminosos, os jornais todos cortataram por incêndio criminoso.
01:56 Foi uma tragédia muito terrível.
02:00 Era só pra tirar o povo dali?
02:02 É.
02:08 Você não pode fazer nenhuma intervenção num coletivo sem que você englobe esse coletivo na intervenção.
02:16 Senão a intervenção falha.
02:18 Claro, você não vai mexer com mais de 5 mil pessoas sem acontecer nenhum problema, nenhum fato negativo.
02:29 O que eu tenho hoje é daqui da feira.
02:37 Olha, a feira de São Joaquim, a gente costuma dizer que é o coração da África na Bahia.
02:42 Aqui é o grande universo dos Andeshais.
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