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  • 14/04/2025
As ações de Ford, GM e Stellantis subiram após Trump prometer apoio à indústria automotiva e sugerir retorno da produção aos EUA. Milad Kalume Neto, consultor do setor, analisou os impactos econômicos e os desafios logísticos dessa estratégia.

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Transcrição
00:00As ações de grandes montadoras como Ford, General Motors e Stellantis
00:04registraram alta nesta segunda-feira após uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
00:11Ele afirmou que pretende ajudar algumas das empresas automobilísticas
00:16e defendeu mais tempo para que essas companhias transfiram a sua produção para os Estados Unidos.
00:22O comentário veio após a adoção de tarifas de 25% sobre carros importados,
00:26o que acendeu o debate sobre o impacto dessa política no setor automotivo global.
00:32Sobre esse assunto eu falo agora com o Milad Calumi Neto, consultor independente do mercado automobilístico.
00:39Milad, boa noite. Obrigado pela gentileza da sua participação.
00:42Queria começar te fazendo a seguinte pergunta, Milad.
00:45Qual seria a melhor forma de ajudar a indústria automobilística neste momento?
00:52Turcio, um prazer estar com vocês aqui. Obrigado pela oportunidade.
00:55Turcio, a história é muito simples.
00:59Teve um comunista norte-americano que comentou e deixou isso bem claro,
01:05que as estratégias do Trump são muito tranquilas, nada de tranquilo,
01:10mas ele acaba informando algum tipo de medida e logo depois ele verifica o que está acontecendo
01:17para depois voltar atrás.
01:19Não me parece o caso agora com relação às empresas automobilísticas.
01:24Ele está concentrando toda a operação de produção, tal como a gente já via a indústria norte-americana no passado,
01:33com produções que beiravam 70% da capacidade de produção de um veículo dentro dos Estados Unidos.
01:40O mundo globalizou, redução de custos.
01:42Essa estratégia acabou indo para os outros mercados, principalmente Canadá e México, onde tinha uma grande produção.
01:51Então, agora a estratégia é voltar todo mundo para dentro de casa, dentro do mercado norte-americano,
01:59mas isso causou um impacto muito negativo para essas empresas que estão, às vezes, norte-americanas,
02:05outras não, como a Stellantis, de origem italiana, mas uma Ford, uma GM, que também tem operação nesses outros mercados.
02:12Só que você trazer uma empresa desses mercados e trazer a produção que estão nesses mercados para dentro dos Estados Unidos novamente,
02:23não é uma coisa que você consegue fazer em uma semana, em duas semanas.
02:27Demanda tempo, aliás, nem em meses.
02:29É algo que vai demandar no mínimo um, dois anos.
02:33E esse tiro no pé inicial que o próprio Trump acabou dando, você acaba tendo efeitos dentro do próprio mercado.
02:41Primeiro, o anúncio do alíquota de 25% para aço e para alumínio,
02:47que já automaticamente onera o próprio veículo automotor, que é fundamentalmente, a base dele é toda feita desses materiais.
02:54E aí, a parte de todos os importados vão ter algum tipo de taxação, inclusive os veículos automotivos, 25%.
03:03Então, tudo isso é muito prejudicial à própria indústria norte-americana.
03:06Eu não vejo nenhum analista informando algum benefício sobre essa estratégia.
03:12Muito pelo contrário, alguma coisa que pode causar, inclusive, alguma recessão.
03:17Agora, é viável para o futuro da indústria automotiva americana recolocar 100% da produção dentro do país?
03:24Olha, não é, eu não vejo, existem algumas questões muito sérias dentro do mercado norte-americano, não por falta de capacidade.
03:35Mas a energia elétrica lá é muito onerosa e a própria mão de obra.
03:39Então, você vai estar concentrando e vai estar trazendo a sua produção para dentro das fronteiras norte-americanas com produtos menos competitivos.
03:47Então, vamos imaginar a primeira situação, você, um nativo dos Estados Unidos, vai comprar o veículo e seu veículo vai estar mais caro.
03:57Agora, se você precisar exportar o teu veículo, e os Estados Unidos exporta os seus veículos,
04:03esse veículo vai estar menos competitivo com relação a qualquer outro tipo de indústria.
04:07E a gente está passando por um momento de transição muito forte com relação aos eletrificados.
04:12E é onde a gente tem a China como um grande competidor do mercado norte-americano,
04:17que tem uma estratégia muito distinta dessa que o mercado norte-americano está adotando,
04:23que ela consiste em uma grande produção, grande volume, com uma margem muito pequena.
04:28Então, realmente, assim, é complicado a gente conseguir entender exatamente onde os Estados Unidos vão querer chegar,
04:37tanto para o mercado interno, como eu já comentei, e também se ele quiser exportar.
04:40Agora, na sua leitura, quando os papéis de montadoras como Ford, GM e Stellantis sobem,
04:48como subiram hoje após a declaração de Trump, sobem com qual tipo de expectativa?
04:54O que é que os investidores estariam esperando que poderia vir de Trump?
04:58Lembrando que ele só sinalizou, não anunciou nada ainda, não detalhou nada, só sinalizou uma possível ajuda.
05:05Lúcia, acho que também tem o efeito de que elas subiram depois de terem caído, né?
05:12Então, a gente tem que analisar esse cenário também.
05:15Acontece o seguinte, você precisa de investimento e de tempo para construir uma fábrica, né?
05:20Não é algo simples e não é algo barato.
05:23Então, todo esse processo, se o Trump está sinalizando algum tipo de investimento,
05:27algum tipo de ajuda para a indústria automotiva, automobilística norte-americana,
05:32então, se sinaliza para os investidores uma oportunidade.
05:36E nesse conceito que as ações subiram.
05:37Então, assim, é simplesmente uma oportunidade de ajuda de um governo,
05:43e a indústria automobilística, normalmente, ela se desenvolve,
05:47isso aqui e em qualquer outro local, com o apoio governamental,
05:51com metas governamentais, né?
05:53E até com ajuda financeira, em alguns casos, a gente viu na crise de 2008
05:57algumas montadoras norte-americanas se salvando em função da ajuda direta
06:01do governo que lá existiu.
06:04Então, assim, não é o caso, claro, nesse momento,
06:07a gente não vislumbra qualquer tipo de situação dessa magnitude,
06:12mas, de qualquer forma, essa sinalização de uma ajuda de um governo norte-americano
06:18para investimentos, claro, que vai atrair os investidores,
06:21e, nisso, a demanda por ações acaba subindo
06:25e aí acaba sendo elevando, acaba elevando aí o valor de cada ação dessas montadoras.
06:30Esse recuo também do governo americano do fim de semana, né?
06:34Que aconteceu durante o fim de semana aí,
06:36de retirar componentes eletrônicos, semicondutores, chips, por exemplo,
06:41computadores, etc., desse tarifácio,
06:45isso, de alguma forma, também ajuda a indústria automobilística,
06:48dado o nível de informatização que os veículos têm hoje?
06:51Por isso, perfeito.
06:53A gente já havia sofrido um problema na época da pandemia,
06:58porque as grandes empresas eram localizadas na Ásia, né?
07:04E, com o advento da pandemia,
07:06teve uma especializada no Japão ainda por cima,
07:09que representava 10% da produção mundial de semicondutores
07:13para a indústria automotiva, pegou fogo.
07:15Então, o que estava ruim foi pior.
07:16Por que estava ruim?
07:18Porque a indústria simplesmente parou.
07:20Parou a produção quase a zero em nível global, né?
07:23Então, nesse contexto, a gente já sofreu com a indústria de semicondutores no passado
07:27e a gente viu que trouxe impacto negativo para toda a indústria,
07:31inclusive impactos negativos aqui para o Brasil,
07:33com os preços dos veículos subindo bastante.
07:36Bom, a indústria de semicondutores também é,
07:40eu acho que é até pior, acho não,
07:41eu afirmo que é pior do que uma indústria automotiva.
07:45Ela é muito cara para você produzir,
07:49ela exige altas tecnologias e vultuosos investimentos
07:52muito acima do que uma indústria automobilística necessita.
07:56Então, assim, não é também de um dia para o outro
07:59a questão de cinco anos, de três a cinco anos
08:01para você começar a ter os primeiros semicondutores ali
08:05produzidos para aquela nova indústria.
08:06Então, o tempo é grande.
08:07É claro que se você consegue, se você parar a tua produção de iPhone,
08:12vamos falar nesse sentido,
08:13que são produzidos na China para suprimento do mercado norte-americano
08:17ou trazer esses telefones com alíquota elevada,
08:21vai matar essa indústria.
08:22Então, vai matar, vai criar uma certa dificuldade aí
08:25com a indústria da Apple com relação aos iPhones.
08:28Então, para evitar esse tipo de situação,
08:30inclusive dentro de todos os eletrônicos provenientes da Asa,
08:34você tem grandes empresas hoje que fomentam a indústria automobilística
08:37produtoras dentro da região asiática.
08:42O Trump não teve outro cenário a não ser realmente voltar para trás,
08:48porque senão ele ia ter algum tipo de dificuldade,
08:51além de aumentar os custos e também de questão de oferta
08:54dentro do mercado norte-americano desses produtos.
08:57Milad Calumi Neto, consultor independente do mercado automobilístico.
09:01Milad, muito obrigado pela gentileza da entrevista.
09:03Boa semana para você.
09:04Obrigado, uma boa noite e eu que agradeço a oportunidade.
09:08Até a próxima.
09:08Obrigado, até.
09:08Obrigado, até.

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