No #MelhorDaTarde, o médico psiquiatra Rodrigo Borghi explica quais são as formas de tratar a depressão e a importância do diagnóstico precoce.
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NotíciasTranscrição
00:00Em tratamento para depressão, tem que ser um tratamento multidisciplinar e individual mesmo, né?
00:04Sim, sim. Você tem que pensar muito a característica do transtorno, né?
00:08Assim, o nível de intensidade, se o tratamento inicial, você vai combinar a psicoterapia,
00:14que tipo de estratégia, que tipo de medicamento, né?
00:18Então, assim, ele vai variar de pessoa a pessoa e o ideal é que seja assim, que a gente individualize.
00:25Acho que talvez o ponto mais importante, para não fazer uma longa discussão,
00:28porque as pessoas têm muitos mitos em relação aos psicotrópicos, né?
00:32Então, eu brinco com o paciente, você não vai ficar babando, você não vai ficar gordo,
00:36você não vai ficar lesado, né? Que são coisas que eles pensam.
00:39Na verdade, são remédios diferentes, eles agem depois de um tempo, eles não têm um efeito imediato,
00:45mas são remédios seguros, são remédios razoavelmente bem tolerados,
00:49então eles não têm muito aquilo que a gente importa de uma época antiga.
00:53E o importante do tratamento é ser o mais precoce possível, porque a depressão, ela tem um aspecto progressivo.
01:02Quanto mais você demora a melhorar um episódio depressivo, esse episódio depressivo não responde,
01:08ela vai se tratando de um tipo de depressão, que é o meu público mais comum no consultório,
01:14que a gente chama de depressão resistente, ou depressão difícil de tratar,
01:17que é aquela depressão que não responde aos medicamentos mais comuns,
01:21que depende de combinações mais complexas e é natural,
01:26que quando você também precisa de combinações mais complexas,
01:29você vai aumentar o risco de efeitos colaterais e tal.
01:32Então, quanto antes você identifica, faz um bom diagnóstico do transtorno,
01:36se o paciente não tem um outro transtorno junto.
01:39Se a depressão não vem, por exemplo, de um transtorno bipolar,
01:42isso é essencial para você intervir precocemente e evitar essa neuroprogressão que a gente chama,
01:49ou seja, um dano que em alguns pacientes pode ser irreversível.
01:52A gente hoje fala, por exemplo, de pacientes terminais ou pacientes paliativos na psiquiatria.
01:59Paciente paliativo, no câncer, vem daquele paciente que não tem mais o que fazer,
02:03mas só melhorar a qualidade de vida.
02:05E o que se faz também muitas vezes com esses casos extremos, né?
02:08É um paciente com depressão que hoje você só consegue melhorar um pouquinho a qualidade de vida
02:11e não fazer os sintomas sumirem.
02:13O que também, dependendo do estágio que está a pessoa, já é um grande alívio, né?
02:17Sim.
02:17Mas o quanto antes você buscar essa ajuda, melhor.
02:20Porque quanto antes a gente começa a tratar, quando você tem algo assim,
02:23é muito melhor quando você tem algo com 5 metros de altura.
02:26É simples assim.
02:27E medicação, gente, a gente tem que usar e agradecer a Deus que a gente tenha para usar.
02:31Porque antigamente não se tinham tantas oportunidades para a gente ter qualidade de vida e hoje temos.
02:36E mais do que isso, a medicina a todos os anos vem com novidade.
02:39Então converse com o seu médico abertamente, fale o que você acha, conte tudo de verdade para o médico,
02:45porque é ele que vai te ajudar a curar esses seus males, sejam eles psiquiátricos, emocionais, físicos ou esse combo todo junto.
02:54Vou passar para vocês os contatos do Dr. Rodrigo Borch, que é psiquiatra.
02:58Arroba Rodrigo Borch, psiquiatra.
02:59Vai lá no Instagram.
03:01Você tem muitas dicas com ele para você ter qualidade de vida independente do seu diagnóstico.
03:05Obrigada mais uma vez.
03:07É sempre bom conversar com você, viu?
03:08Eu estou muito feliz de estar aqui, eu já me sinto em casa.
03:11Ainda bem, porque assim você volta sempre, porque a gente já tem bolinho, já serve um cafezinho, a gente já aproveita.
03:17Vamos rapidinho.