O diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luíz Fernando Corrêa, e o ex-número 2 da instituição, Alessandro Moretti, prestam depoimento simultaneamente à Polícia Federal, em Brasília. As oitivas fazem parte das investigações sobre o suposto uso indevido de sistemas da agência para monitoramento ilegal contra o Paraguai. Os comentaristas do 3 em 1 analisaram o assunto.
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NotíciasTranscrição
00:00O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Luiz Fernando Correia,
00:03prestará depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira.
00:07Alessandro Moretti, que é ex-diretor adjunto da agência, também será ouvido.
00:11A Janaína Camilo está acompanhando essa história e vai trazer as informações para a gente agora.
00:16Por que a Polícia Federal investiga ambos e quer ouvi-los, hein, Janaína? Bem-vinda.
00:24Boa tarde, Evandro. Boa tarde a todos.
00:26Pois é, tanto Luiz Fernando Correia como Alessandro Moretti já chegaram aqui à sede da Polícia Federal aqui em Brasília.
00:33Chegaram por volta ali um pouquinho antes das três horas da tarde, porque esse depoimento estava marcado para as três da tarde, né?
00:39Então tem mais ou menos ali uma hora que os dois estão dentro ali da sede da Polícia Federal.
00:44A gente está acompanhando aqui para saber que momento que eles vão sair, quanto tempo que esse depoimento ali vai demorar.
00:50Mas só para explicar, né, por que que os dois estão prestando esclarecimentos hoje aqui à Polícia Federal.
00:55É um porquê, depois de denúncias aí de que a BIM teria espionado ilegalmente o Paraguai, né, autoridades e órgãos do Paraguai.
01:06Isso em meio àquelas negociações que o Brasil estava fazendo com o Paraguai com relação ao fornecimento de energia por parte da usina hidrelétrica de Itaipu.
01:14Esse caso veio à tona no final do mês passado, criou uma crise diplomática muito grande entre Brasil e Paraguai, tanto que no momento ali o Paraguai imediatamente suspendeu ali as negociações,
01:26convocou o embaixador do Paraguai aqui no Brasil para esclarecimentos.
01:31E agora com relação ao Alessandro Moretti, ele está sendo ouvido porque ele foi exonerado recentemente, né, só lembrando, ele era o diretor adjunto da BIM e ele foi exonerado diante de denúncias de que ele teria atrapalhado ali investigações da Polícia Federal com relação à BIM paralela.
01:50A BIM paralela, aquele esquema que a Polícia Federal investiga, que teria começado ali na gestão de Jair Bolsonaro, né, onde ali assessores de Bolsonaro teriam usado a estrutura da BIM para investigar também ilegalmente políticos, autoridades, desafetos do então ex-presidente.
02:09Então esse depoimento acontece agora, neste momento, os dois estão sendo ouvidos ao mesmo tempo, Evandro, mas em salas diferentes porque é uma estratégia ali para que um depoimento não acabe influenciando no outro.
02:22Então está acontecendo ao mesmo tempo.
02:25Agora, olha só, essa história do Paraguai veio à tona depois de um vazamento, né, porque essa informação primeiro chegou por meio do portal UOL,
02:34dizendo que um servidor da BIM teria feito essa denúncia à Polícia Federal e também teria dito que esse esquema de espionagem ilegal que começou no governo de Jair Bolsonaro teria continuado agora no governo de Lula e com o aval de Luiz Fernando Correia.
02:50E aí, Evandro, servidores da BIM acabaram se manifestando.
02:55Ontem, eles publicaram uma nota de repúdio dizendo o seguinte, dizendo que repudiando os vazamentos de informações sigilosas oriundas de inquéritos da Polícia Federal.
03:07Uma nota que foi publicada pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado da BIM.
03:12E a nota diz o seguinte, que os vazamentos, além de afrontarem a legislação sobre o tratamento de dados sensíveis,
03:19tem causado prejuízos concretos à relação internacional do Brasil, comprometendo também questões de Estado e diz que vai acionar o Ministério Público.
03:30Então, é isso, Evandro, a gente está aqui, inclusive, acabou de começar a chover, porque a gente costuma, a imprensa costuma ficar ali na frente da garagem, né,
03:38onde os carros ali entram, costumam passar, os carros daqueles que estão prestando depoimento,
03:44mas começou a chover, a gente precisou correr e se abrigar aqui um pouquinho, mas a gente está aqui a postos, qualquer novidade a gente volta aqui com mais informação.
03:53Muito obrigado, viu, Janaína Camelo, Brasília, né, que tem recebido uma chuvarada aí nos últimos dias e é claro que a nossa equipe precisa se proteger,
03:59mas se tiver novidade, estão preparadas lá. Obrigado, Janaína, bom trabalho para você.
04:03Nós temos duas questões interessantes para falar aí. Primeiro, esses depoimentos que são prestados, né,
04:08por pessoas que são ou eram importantes na ABIN durante a gestão de Jair Bolsonaro e agora também na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva
04:16e os chamados vazamentos de informações da Polícia Federal que acabam trazendo à tona, muitas vezes antes do momento que era previsto por essas autoridades,
04:25informações que são delicadas e referentes a pessoas que ainda estão sendo investigadas.
04:29Alangani, como é que você avalia a maneira como a ABIN estaria funcionando e o quanto ela teria sido usada,
04:37segundo as investigações da Polícia Federal, como uma ferramenta para investigações que ultrapassam as fronteiras, muitas vezes, da moralidade e até mesmo da legalidade?
04:48Exatamente, Evandro. Se comprovado os crimes aí, os supostos crimes, é algo muito grave,
04:55porque você está utilizando de um aparato estatal para vigiar ali cidadãos, jornalistas, políticos, o que quer que seja.
05:04E agora até a ABIN também poderia estar utilizando todo esse aparato estatal para ter vantagens em negociações com outro país,
05:15o que poderia abrir até, inclusive, uma crise diplomática.
05:19Então, é necessário que se investigue tudo isso, que venha à tona exatamente tudo o que aconteceu para a sociedade brasileira.
05:27Agora, em relação às críticas à Polícia Federal, a ABIN também tem a sua razão.
05:33A gente observa desde os tempos da Lava Jato, depois ali no julgamento, no julgamento não, melhor dizendo,
05:40na investigação de Bolsonaro e seu entorno também vazamentos para a imprensa,
05:46inclusive reclamações aí por parte de Jair Bolsonaro e seu entorno, né, que foram vazamentos seletivos,
05:53e agora em relação à ABIN.
05:54Então, também mostra uma certa crise institucional,
05:58e eu acredito que também a Polícia Federal deve repensar nessa política aí de vazamentos para a imprensa.
06:03José Maria Trindade, como é que esses vazamentos, eles repercutem aí em Brasília,
06:07e como eles influenciam também muitas das decisões ou a maneira como inquéritos seriam conduzidos?
06:14Pois é, assustam, viu?
06:15Os políticos morrem de medo desse tipo de investigação paralela.
06:20Tanto é assim que o Constituinte deu ao Congresso Nacional uma comissão,
06:24uma comissão mista formada de deputados e senadores,
06:27para acompanhar, controlar os institutos de inteligência.
06:34Não é só a ABIN.
06:35O Exército tem o seu, a Aeronáutica tem, a dela,
06:39e a Marinha também tem, Polícia Federal e Ministério da Justiça.
06:44Veja bem.
06:45E por que a gente não vê nunca escândalo ou vazamento de informações
06:49na Agência de Inteligência de Informações das Forças Armadas?
06:53O que funciona muito bem, é azeitada, e a tal cobra não come cobra, ou seja, ninguém vaza nada.
07:01Já esta, a ABIN, que é centralizada no Palácio do Planalto,
07:05chefiada pelo Gabinete de Segurança Institucional, que é o ministro, né?
07:10Ela é um vazamento de informações constantes e colocando em risco o próprio governo.
07:16Deveria funcionar normal, mas se estivesse funcionando, normalmente, dentro da lei,
07:20nós não estaríamos aqui fazendo esses comentários e acompanhando na Polícia Federal,
07:25veja bem, depoimento de diretor da ABIN na Polícia Federal.
07:30Quer dizer, e só esse depoimento já é um escândalo.
07:34A montagem do grupo de inteligência, ele é muito delicado.
07:38São concursos secretos, sim, com números.
07:41Os profissionais lá não têm nomes, números.
07:44E aí eles investigam em volta do presidente, para onde o presidente vai.
07:48E essa investigação é nos veículos de comunicação tradicionais,
07:53sobre essa concatenação de dados, sobre fotografias e tal,
07:58mas nada deveria ser ilegal.
08:01E qual é o grande perigo?
08:02Porque os políticos têm o maior temor disso.
08:05É porque, com base no número de informações privilegiadas assim,
08:10um grupo desses derruba um governo.
08:12E pega um presidente da República de refém.
08:15Veja bem, se eles investigam o presidente da República,
08:19se investigam o ministro do Supremo e descobrem, na vida particular deles,
08:24coisas que eles não querem revelar,
08:26ou coisas ilegais ou constrangedoras,
08:29ou até íntimas, familiares.
08:31Tem fotos, vídeos e tal.
08:33O que acontece?
08:34Essa pessoa vira refém de um grupo desse,
08:37que se transforma em um grupo criminoso.
08:39Então, assim, é uma informação que assusta políticos e eles não acompanham.
08:46Me disse o presidente da Agora, que assumiu Agora, Felipe Barros,
08:50é o presidente dessa comissão do Congresso.
08:53Diz que no ano passado foram duas reuniões,
08:55duas reuniões, do grupo do Congresso para controlar a BIN.
08:59Eu estou sendo enfático assim,
09:01porque é perigoso esse grupo,
09:03detém informações de todos nós.
09:06E eu não tenho absolutamente nada a esconder e a perder,
09:11mas um presidente da República,
09:13se ele for pego, se ele for encarcerado com informações pessoais,
09:19ele pode ficar refém desse grupo, para se ter uma ideia.
09:23Exatamente, Zé Maria Trindade.
09:24A gente está falando do grupo que tem acesso às informações mais delicadas
09:28de qualquer pessoa.
09:31E no seu caso, né, Zé,
09:32o máximo que eles encontrariam seria a sua ida à igreja,
09:35enfim, a sua rotina tranquila em Brasília.
09:39Mas, né, no caso de um presidente da República,
09:41de uma pessoa completamente influente na política,
09:44essa situação pode ser completamente diferente.
09:45Governadores, deputados.
09:46Exato.
09:47E muito perigosa.
09:49Ô, Gustavo Segre,
09:49como é que você avalia a atuação da BIN até aqui,
09:52e até mesmo a maneira como se controlaria ou não
09:56o que esses integrantes da Agência Brasileira de Inteligência fazem?
10:00Bom, primeiro, eu fui às responsabilidades constitucionais da BIN
10:06e achei as seguintes.
10:08Planejar e executar ações de inteligência,
10:11proteger informações sensíveis,
10:13o que Zé Maria falava agora,
10:15avaliar ameaças de ordem constitucional.
10:18Devemos lembrar, a BIN mandou 30 notificações,
10:21alertas ao governo do presidente Lula
10:24a respeito do que poderia passar no dia 8 de janeiro.
10:27nenhuma foi atendida.
10:29Desenvolver recursos humanos.
10:31A BIN promove o desenvolvimento de recursos humanos
10:33e da doutrina de inteligência.
10:36Assessorar o presidente da república.
10:39Coordenar o SISBIN,
10:40que é o Sistema Brasileiro de Inteligência,
10:43que o sistema reúne órgãos de inteligência em todo o país.
10:46Atuar no âmbito internacional.
10:49E aqui, olha que curioso,
10:50a última das obrigações.
10:53Utilizar a inteligência para diversos fins.
10:56E isso é muito amplo.
10:57Porém, menciona,
10:59a BIN utiliza a inteligência para compreender
11:02questões de fluxos migratórios,
11:05crimes financeiros
11:06e questões de defesa e segurança.
11:09Em lugar nenhum das atribuições da BIN,
11:11menciona que pode fazer,
11:13mesmo que em formas sigilosas,
11:15questões que ferem a lei.
11:17Então, qualquer coisa que a BIN faça,
11:19e concordo com o Zé Maria,
11:21tem um poder gigantesco.
11:23Porque para desenvolver o seu trabalho,
11:25precisa ir pelas sombras.
11:28Ninguém fala,
11:28olha, boa tarde,
11:30meu nome é Gustavo Segret,
11:31eu sou espião.
11:32Ninguém fala isso.
11:33Não existe isso.
11:35Então, a pessoa que está se mexendo
11:36e está em toda a sociedade,
11:39trabalhando para a inteligência,
11:41tem informações sensíveis, sim,
11:44que se ele divulgar,
11:45pode comprometer,
11:46inclusive, uma das suas prerrogativas,
11:48defender a ordem constitucional.
11:50Exatamente, Gustavo Segret.
11:51Muito boa tarde,
11:52eu sou o Evandro Cine,
11:53sou um espião aqui na Jovem Pan,
11:54controlo a atuação de vocês todos
11:56aqui do nosso 3 em 1,
11:57tenho informações privilegiadas.
11:59Não é assim que aconteceria, né?
12:00Seu Felipe Monteiro,
12:01como é que você avalia?
12:02Mas sabe um ponto engraçado?
12:04Estar ouvindo o Segret falando aqui agora
12:05sobre a questão dos espiões, né?
12:07Acredite se quiser,
12:08se você dá uma gulgada,
12:09você encontra todo mundo que trabalha na BIN, né?
12:12Ou seja, é fácil identificar
12:13quem são os espiões brasileiros.
12:16Sim, não é?
12:17Você pega os por custos da BIN,
12:18você consegue ver a lista dos desaprovados.
12:20Então, realmente,
12:21a BIN, na verdade,
12:22não tem nenhuma estrutura fechada, né?
12:25E propositiva, né?
12:28Para a fim de fazer a sua função principal,
12:31que é subsidiar o Presidente da República
12:33e autoridades para defender o Estado brasileiro.
12:37Aí vem uma questão, não é?
12:38A gente tem receio da BIN.
12:39Por que a gente tem receio da BIN?
12:40Porque, infelizmente,
12:42as nossas instituições não estão maduras.
12:44Infelizmente,
12:45a gente não sabe a diferença de
12:46é órgão de Estado, órgão de governo.
12:48Função de Estado e função de governo.
12:51Então, todo tipo de poder
12:52dado a um órgão como a BIN, né?
12:56Gera qualquer tipo de receio, né?
12:58Os adversários políticos
12:59têm medo de ser investigado
13:01pelo Presidente que está ocupando o cargo.
13:03A gente tem medo de ter
13:05algum tipo de arapongagem
13:06contra a nossa pessoa.
13:08Porque, infelizmente,
13:09essa separação
13:10entre Estado e governo
13:13não está clara, né?
13:14Órgão de inteligência
13:15é órgão de Estado,
13:16não é órgão de governo.
13:17Por isso que a acusação
13:18que está sendo feita
13:20à BIN paralela, né?
13:21No governo Bolsonaro,
13:21é o grave, né?
13:23É bom lembrar que
13:24à BIN paralela
13:25no governo Bolsonaro, né?
13:26Segundo o inquérito
13:27da Polícia Federal,
13:29diz que à BIN foi utilizada
13:31para proteger os filhos do Bolsonaro
13:32em relação
13:33a diversos processos.
13:35À BIN foi utilizada
13:36para fazer monitoramento
13:38de adversário político
13:39em diversos momentos, né?
13:41À BIN foi utilizada,
13:42à paralela,
13:43para perseguir jornalista
13:47e saber o que o jornalista
13:48está fazendo,
13:49o que ele está falando,
13:50com o que ele está falando,
13:51não é?
13:51Então, essas acusações
13:52são muito graves
13:54e a gente tem receio
13:56desse fato, né?
13:59Porque a gente sabe
13:59que se mistura
14:00a questão de Estado
14:02e a questão de governo.
14:03A gente sabe
14:03que, infelizmente,
14:04o Brasil ainda é
14:05um país patrimonialista.
14:07quem recebe,
14:08quem está no poder,
14:09quem está no poder,
14:11infelizmente,
14:12age não só
14:13pelo interesse público,
14:14mas pelo seu interesse
14:15privado também, né?
14:17O que é um erro,
14:18o que é um equívoco.
14:19E por isso que
14:19essa investigação, né,
14:21da BIN
14:21perpassa a gestão
14:23do Bolsonaro.
14:24Chegou na gestão
14:25do Lula também, né?
14:27Mostrando que,
14:27independente de quem
14:28está sentado lá
14:29na cadeira
14:29com a careta da mão,
14:31usa a BIN
14:32para fins de interesse
14:33pessoal.
14:33o segundo
14:35do escalão
14:37da BIN, né,
14:38que foi afastado
14:39do governo Lula,
14:40ele foi
14:40acusado
14:41de obstruir
14:42as investigações
14:43que estavam fazendo
14:43a presença federal.
14:44Por isso que o Corrêa
14:45está sendo investigado.
14:46A BIN foi utilizada
14:47para obter
14:49informações
14:50sigilosas
14:51por meio de hack
14:51do país vizinho
14:52aliado ao Brasil.
14:54Olha o nível
14:55do nosso
14:56instituto
14:56e nosso órgão
14:57de inteligência.
14:58Nós temos que
14:59amadurecer
15:00com a sociedade,
15:01nós temos que
15:01amadurecer
15:02com a nação
15:03e nós temos
15:04que cuidar
15:05para que a gente
15:05realmente separe
15:06o que é Estado
15:07e o que é governo.
15:09Para que a gente
15:09separe o que são
15:10funções institucionais
15:11e o que são
15:12funções políticas.
15:14Não dá para a gente
15:14aceitar a BIN
15:15nesse vácuo
15:16institucional
15:16e nesse vácuo
15:18sem estar clara
15:19a sua função
15:20e as suas prerrogativas.
15:21Muito interessante,
15:22Pepe,
15:22você fazer
15:23essa diferenciação,
15:24porque muitas vezes
15:25ou na maioria
15:26das vezes,
15:27como você mesmo
15:27colocou,
15:28os órgãos
15:29de Estado,
15:30as políticas
15:31de Estado
15:32são utilizadas
15:33e transformadas
15:34em órgãos
15:35de governo
15:35e políticas
15:36de governo.
15:37E aí,
15:38o resultado
15:39é esse que a gente
15:40está acompanhando agora
15:41em mais essa investigação
15:42da Polícia Federal.