FRIOS E CALCULISTAS - PACTO DO DIABO
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TVTranscrição
00:00Frios e Calculistas
00:02Uma chamada de emergência chegou de um estacionamento na cidade de Placentia, que fica bem ao lado de Yorba Linda.
00:30A pessoa na linha relatou rapidamente o que ele tinha ouvido e em seguida desligou.
00:48A polícia partiu para o endereço em Yorba Linda, dado pela pessoa que ligara.
01:00A polícia partiu para o endereço em Yorba Linda.
01:30A polícia encontrou um cenário horrível e cheio de sangue. Um homem e uma mulher mortos com múltiplas facadas.
01:39As vítimas eram Raquel Estrada, de 53 anos, e o filho dela, Juan Carlos Herrera, de 34 anos.
01:48Os investigadores buscaram qualquer coisa que pudesse levá-los ao assassino.
01:56Quando a polícia investigou a cena do crime, eles encontraram marcas muito claras de botas. Botas de combate.
02:03Tinha uma pequena marca de bota com sangue do lado de fora, apontando para longe da casa.
02:09E, obviamente, tinha marcas ensanguentadas de botas dentro da casa.
02:15Eram o que todo mundo chamava de botas de combate.
02:18Muito diferentes, com uma sola de padrão militar, usadas em muitos lugares.
02:24Nenhuma das duas vítimas estava usando as botas e as marcas se tornaram pistas importantes.
02:32Mas havia outras.
02:34Corpos arrastados.
02:35Parecia que os corpos tinham sido movidos de um lugar para outro, porque havia poças de sangue e, depois, faixas de sangue no chão, ao longo do piso.
02:51Adams, olha o que eu encontrei.
02:54Havia duas facas na casa.
02:57Uma faca de manteiga, que estava retorcida, e também uma faca, tipo faca de carne, com um pouco de sangue na ponta.
03:04Será que as facas ensanguentadas indicavam que o assassino conhecia a casa?
03:10Nada tinha sido roubado na casa, e nenhuma das duas vítimas sofreu ataque sexual.
03:16Como o número de facadas era alto, a polícia acabou concluindo que havia indícios de que o crime parecia ser de natureza pessoal.
03:26Essas pessoas alugavam sua casa?
03:27Sim, eles alugavam de mim.
03:29A locadora de Carlos e Raquel forneceu informações que aumentaram o mistério.
03:34Mais uma pessoa morava lá com as duas vítimas, Eder, o irmão mais novo de Raquel.
03:41Havia três pessoas na casa.
03:44Duas eram as vítimas, e a terceira, que era Eder Herrera, estava desaparecida.
03:51A pergunta era, Eder, de apenas 24 anos, era mais uma vítima ou o principal suspeito?
03:57É claro que a primeira coisa que fizemos foi tentar encontrar a pessoa desaparecida.
04:08Raquel Estrada se mudara do México para o condado de Orange, na Califórnia, em 1993.
04:13Raquel era uma mulher muito forte que crescera na região de Veracruz, no México.
04:25Ela tinha dois filhos, um marido que a abandonara e basicamente largara a família.
04:32Ela teve que deixar tudo e vir para os Estados Unidos.
04:39Depois de um tempo, os filhos dela, Juan Carlos e Eder, que é dez anos mais novo, conseguiram se juntar a ela na Califórnia.
04:46Ela trabalhou muito duro, como faxineira.
04:51Eu acho que Carlos já tinha idade para começar a trabalhar assim que chegou aqui, e ele passou a limpar estacionamentos.
04:58Depois de se formar no segundo grau, em 2006, Eder, o filho mais novo, juntou-se à empresa de limpeza da família,
05:07que naquela época já tinha contratos de manutenção com vários estacionamentos e outros negócios no condado de Orange.
05:13A família tinha construído um negócio, e eles pareciam ser uma família unida.
05:20Eu acho que não eram pessoas do tipo que atrairiam esse tipo de coisa.
05:28Olá. Estamos investigando o incidente que ocorreu na vizinhança.
05:39Investigamos toda a área em busca de alguém que tivesse visto alguma coisa.
05:44Está falando dos estrada?
05:45Sim.
05:47Um vizinho disse que ouviu alguém gritar por socorro da casa onde os assassinatos ocorreram.
05:54O vizinho disse que ele viu alguém na porta da frente tentando pegar o que ele achava ser um sofá.
06:00Eu achei que ele estivesse pedindo ajuda por conta do sofá.
06:04Tem certeza disso?
06:06Sim.
06:07Ele não sabia o nome do Eder, mas ele disse que era o mais novo de dois irmãos que moravam lá.
06:13A polícia achava que no escuro o vizinho não conseguiu enxergar direito e não se deu conta do que realmente estava acontecendo.
06:22Era meio óbvio que Carlos, o irmão mais velho, depois de ter sido esfaqueado, tinha saído pela porta da frente e caído no chão e que foi puxado de volta porque havia sangue e marcas de um corpo arrastado na entrada da casa.
06:35Carlos não estava pedindo uma ajudinha. Ele estava implorando pela vida dele.
06:42A história do vizinho tornou a busca por Eder Herrera ainda mais urgente.
06:48A polícia em todo o condado de Orange o procurava, mas não conseguia encontrá-lo.
06:53E ele não atendia ao telefone celular.
06:57Logo depois que os corpos foram levados ao necrotério, o legista realizou uma autópsia nos corpos do irmão e da mãe de Eder.
07:05Eu acho que o número de facadas que ela recebeu ficou em torno de 30.
07:11E Carlos levou cerca de 60 facadas.
07:16Os ferimentos eram muito grandes.
07:19Isso revelava muito mais do que apenas violência.
07:23Foi um ataque muito pessoal, praticado por alguém que tinha muita raiva.
07:28A autópsia também revelou que o assassino usou uma faca muito específica.
07:32Em estilo militar, um instrumento que os militares usam.
07:40A profundidade da faca, a profundidade dos ferimentos, das perfurações.
07:45Tudo indicava que era uma arma de periculosidade alta.
07:54A faca de estilo militar estava nas mãos de um assassino que ainda estava solto em algum lugar no condado de Orange.
08:00A polícia buscava desesperadamente por Eder Herrera.
08:04A descrição física dele, a marca, o modelo e a placa do carro dele foram passados para todos os policiais na ativa.
08:11E aí, usando a informação do celular dele, a polícia conseguiu localizá-lo na casa de um amigo.
08:27Ele dirigia para casa e à medida que ele foi descendo a ladeira, a polícia de Brea usou o que chamam de parada de veículo de alto risco.
08:37DRIVER!
08:38E aí, você está, Aulie Jager!
08:40Turn off the car!
08:43Put all the keys outside the window!
08:46Let me see both hands outside the window!
08:52With your left hand in your left hand, Aulie!
08:54Open the driver's door from the outside and push the door open!
08:59Let me see your hands!
09:00Let me see your f***ing hands!
09:02Enquanto ele estava sentado na calçada, um detetive chamado Alonso falou com ele e interrogou Eder à vontade.
09:25A polícia leva Eder para a delegacia, onde os peritos técnicos coletam a roupa dele para uma análise.
09:51Em seguida, Eder recebe a notícia da morte da mãe e do irmão.
09:57É uma coisa que ninguém merece passar.
10:04Eu não consigo expressar em palavras tudo o que senti quando ouvi aquilo.
10:14Os investigadores interrogaram Eder sobre onde ele estava quando a mãe e o irmão foram mortos.
10:23Eles me perguntaram sobre o que eu estava fazendo nas oito, dez ou doze horas antes.
10:31E eu, claro, expliquei.
10:32Ele tinha ido à casa do amigo, no caminho parou na lanchonete Jack in the Box e pegou o amigo e os dois passearam de carro durante um tempo, pararam na lanchonete Dennis e compraram sobremesa.
10:44Eder alegou que ele foi para casa, mas que parou quando viu os carros da polícia na sua rua.
11:08Os investigadores não acreditaram.
11:10É uma reação um pouco estranha por parte de alguém que vê vários carros de polícia em frente à casa onde mora e essa pessoa não vai lá checar o que aconteceu com os membros da família que moram lá.
11:37Vários fatores o levaram a ser o principal suspeito.
11:42O depoimento de um vizinho, por exemplo.
11:44Vamos encontrar um cão de sangue com seus dedos?
11:53Não.
11:54Você está certeza?
11:562 milhões de porcentos.
11:582 milhões de porcentos.
11:59Mas o comportamento estranho de Eder na noite dos assassinatos e o depoimento do vizinho que disse ter visto Eder arrastar algo na casa, bastaram para a polícia prendê-lo pelos assassinatos da mãe e do irmão.
12:11Nessa hora, o meu futuro estava na corda bamba, por causa de uma coisa que eu não fiz.
12:19Por isso, eu só pensava em quem podia ter feito aquilo.
12:231...
12:262 milhões de porcentos.
12:372 milhões de porcentos.
12:423 milhões de porcentes.
12:433 milhões de porcentos.
12:43Música
13:07Ai meu Deus
13:09Eu recebi uma chamada sobre uma pessoa na rua
13:11que teria sido esfaqueada na trilha do Rio Santana e que teria sido atingida várias vezes.
13:18Eu estava a caminho do trabalho e, por acaso, eu dei uma olhada para o lado e vi o carro do IML.
13:28E eu não tinha a menor ideia que o Jimmy estava lá.
13:31Eu cheguei ao trabalho e aí minha mãe me ligou e disse
13:34eu não consigo falar com seu irmão, alguma coisa aconteceu.
13:38Ela disse, mãe, acabei de passar pela estrada em cima do viaduto e tem um monte de policiais lá, muita polícia no Rio.
13:47E era lá que Jim dormia.
13:51O corpo embaixo da ponte era de fato de Jimmy Midal, de 42 anos.
13:57Ele tinha mais de 60 facadas, na parte superior do corpo até a cabeça.
14:04As facadas eram tão profundas que perfuraram muitos órgãos importantes.
14:14Lloyd Jimmy Midal cresceu no sul da Califórnia com a mãe e a irmã mais velha, Karen.
14:21Como muitos, ele era um irmão mais novo irritante.
14:24Quando ele e os amigos faziam alguma coisa errada, alguém vinha e pegava eles e todos fugiam.
14:29Menos ele que acabava se dando mal.
14:32Ele queria que as pessoas o aceitassem e, por causa disso, ele fazia qualquer coisa que mandasse ele fazer e isso acabou causando problemas para ele.
14:42Jimmy passou a maior parte da juventude entrando e saindo da prisão.
14:45Mais recentemente, ele tinha mudado.
14:48Ele estava cansado dessa vida e queria mudar muitas coisas.
14:53Jimmy Midal passou o último dia de vida na Terra com a pessoa que o amava mais que todos.
14:58Eu tive uma péssima sensação o dia todo.
15:02Ele estava chateado porque queria se mudar para um apartamento, mas tinham colocado outra pessoa.
15:09E ele ficou muito chateado.
15:12Eu conversei com ele e disse, Jim, aguenta firme hoje à noite, aguenta firme hoje à noite.
15:17E amanhã a gente conversa sobre isso e decide o que fazer.
15:20Os investigadores não sabem quem poderia querer matar um homem inofensivo como o Jimmy Midal de maneira tão selvagem.
15:30Ei, dá uma olhada aqui.
15:32Alguém estava postando muitas mensagens dizendo que tinha estado no leito do Rio de talvez ter visto pessoas suspeitas,
15:39sugerindo que a polícia investigasse alguns indivíduos e fornecendo a descrição e etc.
15:44Olha, vários postos.
15:45Não é raro que quando os suspeitos sabem que estão sendo investigados,
15:50eles tentam fornecer informações falsas para confundir a polícia.
15:54Será que ele era um suspeito que estava tentando confundir a investigação de propósito?
16:00A polícia encontrou o blogueiro Ted Nixon na casa dele.
16:04Tivemos que obter mandados de busca para descobrir o IP dele e encontrar a pessoa.
16:09Eu e outro detetive conversamos com ele.
16:13Ted Nixon?
16:14Sou eu.
16:16Podemos entrar por um minuto?
16:18É, claro.
16:20É, podem entrar.
16:23Pode explicar os posts que anda fazendo sobre o assassinato do Jimmy Dall?
16:28É, eu só estou tentando ajudar.
16:30Sabe o que ajudaria muito?
16:32Se o senhor desse uma amostra de seu DNA.
16:35É claro, tudo o que vocês quiserem.
16:37Quando dissemos a ele que ele era um suspeito em potencial, ele rapidamente se ofereceu para nos dar a amostra de DNA.
16:45Os investigadores mandaram uma amostra ao laboratório.
16:48E se desse positivo em relação ao material encontrado na cena do crime dos Midall, a polícia voltaria.
16:53Midall tinha sido esfaqueado mais de 50 vezes.
17:04Lord Midall era um homem muito grande, media cerca de 1 metro e 87 e pesava 131 quilos.
17:10Portanto, o assassino sabia o que estava fazendo.
17:14O legista conseguiu determinar que o instrumento usado para matar James provavelmente foi uma faca com uma lâmina bem pesada,
17:21porque conseguiu penetrar no crânio e quebrar várias costelas dele.
17:26Achamos que provavelmente tinha sido uma faca tipo o cabar.
17:33Vários ferimentos com uma grande faca estilo militar.
17:37O assassinato de Midall parecia semelhante às mortes de Raquel Estrada e do filho dela, Juan Carlos Herrera.
17:44O modus operandi era muito semelhante.
17:47Mas se um assassino matou todas as três vítimas, onde ficava Éder Herrera nessa história toda?
17:53Afinal, ele estava na cadeia. Seria impossível ele matar Midall.
17:58Será que a polícia prenderam o homem errado?
18:23Nas primeiras horas de quarta-feira, 21 de dezembro de 2011,
18:29o departamento de polícia de Placentia recebeu uma chamada informando que um corpo tinha sido encontrado ao norte de um centro comercial fechado.
18:36A vítima era James McGillivray, de 53 anos.
18:40James tinha tido problemas.
18:42A família dele morava a um quarteirão de onde o homicídio ocorrera.
18:45A família o convidou para ficar com eles, mas James tinha escolhido viver outro estilo de vida.
18:49A diferença de um quarteirão também foi a diferença entre a vida e a morte.
19:01Quando a notícia do assassinato começou a se espalhar, os moradores passaram a temer que um assassino em série talvez estivesse solto no condado de Orange.
19:08Ambas as vítimas tinham sido esfaqueadas com uma faca muito grande e tinham ferimentos abertos e grandes.
19:17Seria necessário muita força para atravessar o osso e até mesmo o crânio das vítimas.
19:23O significado de ferimentos desse tipo é que o assassino sabia o que ele ou ela estava fazendo,
19:28sabia onde os órgãos de vitais ficavam, conhecia a anatomia do corpo humano,
19:32sabia o que tinha que fazer para matar um ser humano.
19:34E ambos os homens tinham sido mortos quase na mesma hora da noite, em terças-feiras consecutivas.
19:41Será que ele seguia um padrão?
19:43As duas vítimas eram sem teto, ambas foram atacadas no meio da noite, no decorrer da noite,
19:50em áreas isoladas que esses dois indivíduos frequentavam.
19:54E ambos tinham mais ou menos a mesma idade.
19:57Ou seja, muitas coisas diferentes juntavam os dois.
20:01Enquanto isso, Éder Herrera, de 24 anos, estava na cadeia aguardando ser julgado pelos assassinatos da mãe e do irmão.
20:10Quando ele soube dos assassinatos de Middow e McGillivray, imediatamente ele fez uma conexão.
20:16Eu estava tentando ligar esses dois homicídios aos assassinatos da minha família.
20:20E, sabe, a quantidade grande de facadas.
20:27Éder imediatamente ligou o modus operandi, o uso da faca grande e a matança de pessoas, a esmo da vizinhança onde ele morava.
20:40Como a família de Éder tinha sido assassinada numa jurisdição diferente que a de Middow e McGillivray,
20:48naquele momento, só ele fez a conexão.
20:50E no caso de James McGillivray, eles conseguiram uma prova extraordinária.
21:02Na hora do ataque, James McGillivray dormia ao lado de uma parede que fazia parte de uma estrutura comercial.
21:11E a área era filmada por câmeras de vigilância.
21:15Por isso, todo o assassinato foi captado em vídeo.
21:20O que chamou mais atenção foi a brutalidade e todo o ódio com que o suspeito atacou a sua vítima.
21:27Desde o momento em que o suspeito entra em quadro até o momento em que sai, cerca de dois minutos depois,
21:33o tempo todo ele ataca a vítima de modo constante e violento.
21:37Não dá para ver muito dele.
21:40Só que ele usa uma roupa escura e não dá para ver o rosto dele ou qualquer outra coisa.
21:46Mas quando a polícia rebominou a fita, eles encontraram uma pista inacreditável.
21:52Cerca de uma hora e meia antes do assassinato ocorrer,
21:55um carro entrou no estacionamento e nós o identificamos como sendo um Toyota Corolla branco.
22:00E houve uma interação entre o motorista do veículo e James McGillivray.
22:06Nós tínhamos que descobrir a quem pertencia o carro
22:08e se ele estava ligado ou não a esse crime horrível.
22:16A polícia soltou um alerta para todos, avisando que buscavam Corolla branco
22:20e o detetive Wyatt reuniu-se com o legista que fizeram as autópsias de Middall e McGillivray.
22:26Encontrei algumas conexões.
22:28Os legistas determinaram que o assassino usava uma lâmina de mais de 17 centímetros.
22:33Uma grande faca, estilo cabar, como os militares usam.
22:39Então, começamos a pensar que talvez o assassino tenha feito algum tipo de treinamento militar.
22:46Isso também explicaria a força letal evidente em ambos os ataques.
22:51Eu sou promotora há 18 anos e essa é a primeira vez que vi um caso de uma faca chegar a perfurar o crânio.
22:59Mas por que alguém com treinamento militar ia querer matar gente inocente?
23:05À medida em que a polícia do condado de Orange trabalhava duro para fazer o perfil do assassino,
23:10apareceu uma nova pista.
23:13A polícia de Placentia recebeu uma chamada de rádio patrulha
23:16avisando que um indivíduo tinha sido visto dentro de uma loja de conveniência
23:20e que ele tinha uma faca grande, semelhante a uma faca estilo cabar.
23:25Senhor, um momento, aonde vai?
23:27Não é da sua conta.
23:30Tire as mãos dos bolsos, agora.
23:32Levante as mãos.
23:34Levanta!
23:35Com a mão esquerda, levante a camisa devagar.
23:42Não se mexa.
23:46E nós vimos que ele tinha uma faca estilo cabar escondida na cintura.
23:53Dê um passo à frente.
23:57Conte-me sobre a faca.
24:00Onde a conseguiu?
24:02Olha, eu não te devo satisfação.
24:05Eu pedi uma amostra de DNA e ele se recusou.
24:09A gente deu um refrigerante a ele em certo momento
24:12e eu tentei pegar a lata para jogar no lixo e depois recolhê-la.
24:18Quase pegou.
24:20Ele disse, eu sei por que vocês querem fazer isso.
24:24Era um garoto de 16 anos que nos deixou ainda mais desconfiados.
24:28Bem, você quem sabe.
24:30Vou obter um mandado de busca até o final do dia
24:32e vou conseguir tudo o que eu quiser.
24:36Senta e espera.
24:37E bebe o refrigerante.
24:44Depois de 25 anos de trabalho na polícia,
24:46eu nunca tinha passado por isso.
24:48Um garoto de 16 anos me dizer que não ia me dar o DNA.
24:51Foi muito estranho.
24:52E eu pensei, tem alguma coisa estranha aí.
24:54Ele tem uma faca, ele não quer me dar uma amostra de DNA.
24:58Talvez ele seja suspeito.
24:59O senhor não devia ficar aqui à noite, senhor Smith.
25:15Não precisa se preocupar comigo.
25:17Eu sei me cuidar.
25:19Tem certeza?
25:20Sim.
25:21A gente se vê amanhã.
25:23Tudo bem.
25:24Obrigado pelo jornal.
25:25De nada.
25:29Todos foram vítimas de ataques brutais,
25:44ferimentos propositais no torso superior, pescoço e na cabeça.
25:51A vítima era Paulus Smith, de 57 anos.
25:55Ele ficou sem teto recentemente e tinha sido despejado da prefeitura.
26:01Uma das filhas dele tinha convidado Paulus a morar com ela, mas ele se recusou.
26:07Tudo era muito parecido com a outra vítima.
26:09E eu, que andava por ali quase sempre, eu fiquei muito chocada.
26:14Ah, meu Deus, teve mais um.
26:16Mais uma pessoa foi atacada.
26:18E embora esse terceiro assassinato fosse muito semelhante aos dois primeiros, existe uma exceção assustadora.
26:27O terceiro homicídio aconteceu praticamente à luz do dia.
26:32Obviamente, o assassino agora não tinha medo de ser preso.
26:36Ele estava se arriscando mais.
26:39O desejo de sangue aumentou e ele busca mais oportunidades para matar.
26:51Éder Herrera ainda estava na cadeia, preso por homicídio.
26:55E lá ele começou a pensar que talvez o assassino em série do condado de Orange
26:58também tivesse matado a mãe e o irmão dele.
27:01O número de ferimentos nas vítimas.
27:04O uso de uma faca grande.
27:08Todos os relatos eram parecidos, tipo o corte e cola, entende?
27:11Os detalhes.
27:23Resolvemos criar uma força-tarefa para ir atrás desse possível assassino em série.
27:28A polícia investigou todos os casos de três departamentos de polícia diferentes do condado de Orange.
27:35Eles também mandaram patrulhas policiais para a comunidade, na esperança de encontrar testemunhas.
27:41Os caras voltaram com nenhum lugar para ir,
27:43enquanto os caras rapidamente perceberam que isso não era um par de tráfego de tráfego ordinário.
27:46Hoje, o assunto foi um espécie de mortos não solucionados.
27:50Saímos a pé durante horas e horas, todos os dias e todas as noites.
27:55A gente colava cartazes em todos os lugares.
27:58Eles também seguiam pistas do público.
28:01Acho que recebemos mais de 2.500, 3.000 pistas.
28:07Muitas pistas eram de pessoas que alegavam ter visto o Toyota Corolla branco,
28:11que aparecia no vídeo do assassinato de McGillivray.
28:15Nós encontramos muitos Toyotas Corolla, mas nenhum deles era o que buscávamos.
28:20Nenhum estava envolvido no crime.
28:22Enquanto a polícia seguia as milhares de pistas,
28:26os investigadores também checavam as torres de celular perto dos locais onde os assassinatos foram cometidos.
28:33Obtivemos mandados para fazer o rastreamento de chamadas de celular a partir das torres,
28:40o que quer dizer que conseguimos mandados para que as torres de telefonia celular,
28:45nas áreas, nos dessem todos os dados de todos os números telefônicos em uma determinada região.
28:52Todos os assassinatos ocorreram dentro de um raio de 8 quilômetros.
28:56Então a polícia quer ver se consegue juntar uma chamada telefônica às torres de celular
29:00perto das cenas dos crimes no momento dos assassinatos.
29:03Os primeiros três locais são duas horas antes e duas horas depois do assassinato.
29:09Este é o endereço.
29:12Deve ficar a uns dois quilômetros de onde Lloyd Middall foi assassinado.
29:16Nós encontramos um celular que reverberou de duas torres em dois assassinatos.
29:21O telefone estava em nome de Jenny Wilson.
29:25Estávamos tentando encontrar um assassino em série,
29:28por isso era importante que a gente fizesse tudo para encontrá-lo.
29:33O telefone está em nome de Jenny Wilson.
29:40Sim?
29:41Podemos entrar por um minuto?
29:43Obrigado.
29:49Do que se trata?
29:51Esse é o seu número de celular?
29:55Não.
29:57Tem certeza? Está registrado em seu nome.
30:01Espera aí.
30:03É da minha esposa.
30:07Sua esposa?
30:09Sim.
30:10E ela está em casa?
30:13Não, ela está no trabalho.
30:15Onde ela trabalha?
30:17Na tinturaria, ao lado da biblioteca.
30:20A biblioteca de Yorba Linda?
30:22É.
30:22Conseguimos verificar que ela estava no trabalho durante o tempo em que um assassinato ocorreu,
30:28quando o telefone dela reverberava na torre de celular,
30:30e que ela não estava no trabalho no momento do outro assassinato,
30:33mas a torre perto de onde ela morava captou o sinal,
30:36ou seja, ela estava em casa.
30:38A meia-noite, quando um assassinato ocorreu,
30:41e no trabalho por volta das cinco,
30:43quando o outro ocorreu.
30:44Mais uma pista acabou se destacando das outras,
30:49e provocou uma virada enorme na história.
30:54Um homem sem teto, chamado John Barry,
30:56tinha ligado para a delegacia e dito que achava que estava sendo seguido.
30:59John Barry foi entrevistado pelo jornal pouco depois do terceiro assassinato.
31:06A foto dele apareceu no jornal Los Angeles Times,
31:09que é um dos jornais que estavam cobrindo os casos.
31:11Durante a entrevista, ele desafiou o atacante
31:16ao dizer,
31:18você não me mete medo, esta é a minha casa.
31:21Ele estava usando roupa escura,
31:23não consegui ver o rosto dele.
31:25Ele não conseguia fornecer nada específico,
31:28era mais uma sensação ou uma intuição
31:30que nós não conseguimos provar.
31:34E essa não foi a única pista promissora
31:36que teve que ser eliminada.
31:38O garoto pego do lado de fora da loja de conveniência
31:41também teve que ser liberado por falta de provas.
31:44Nós descobrimos álibis,
31:45falamos com a mãe dele,
31:47tudo muito promissor no início,
31:49mas depois, no final,
31:51foi uma perda de tempo.
31:54Nos dias que se seguiram,
31:55a polícia e todos na comunidade
31:57parecem não conseguirem respirar direito.
32:05Eu não queria assistir o noticiário
32:07porque não queria saber sobre os crimes,
32:10porque eu me lembrava de tudo.
32:11Eu estava dirigindo até a delegacia
32:20quando o rádio disparou,
32:22falando sobre um assalto à mão armada
32:24no cruzamento das ruas La Palma e Imperial.
32:28O suspeito foi confrontado por alguém
32:30e fugiu,
32:31e uma testemunha estava perseguindo o suspeito.
32:33Ei!
32:35O que foi?
32:36Eu vi ele esfaquear um cara
32:39e depois sair correndo.
32:41Onde? Onde?
32:42Eu fui atrás dele,
32:43até dentro do complexo na Imperial.
32:50Ele conseguiu fazer uma descrição do suspeito,
32:52incluindo o local para onde ele correu,
32:55a roupa que ele vestia,
32:56uma descrição física.
32:57Parado!
33:01Coloque as mãos na cabeça!
33:09Vire-se e fique de costas!
33:12Ajoelhe-se!
33:15Mãos atrás da cabeça!
33:16Acabamos de prender o suspeito.
33:18Vamos levá-lo agora para a delegacia.
33:20Câmbio.
33:21Quando eu vi o campo pela primeira vez,
33:25eu pensei,
33:25esse cara é muito magro.
33:28Sem chance,
33:28ele não pode ter feito tudo aquilo.
33:31O suspeito era
33:32Itzquaro Ocampo,
33:33de 23 anos.
33:35Ele era um ex-fuzileiro naval
33:36que tinha sido dispensado
33:38depois de servir no Iraque
33:39um ano antes.
33:41O que me chamou a atenção
33:43quando o vi pela primeira vez
33:44foi como ele era jovem.
33:46Eu não esperava por isso.
33:47Ainda mais chocante para a polícia
33:56foi a identidade da vítima.
33:58Era John Barry,
33:59de 64 anos.
34:02O homem que tinha dito à mídia
34:03que estava sendo seguido,
34:05mas que não tinha medo do assassino.
34:07nas dez horas que se seguiram,
34:12Ocampo não apenas confessou
34:13ter assassinado os quatro sem teto,
34:15como também forneceu
34:16detalhes explícitos
34:18sobre cada caso.
34:19Where did you stab him
34:20on his body?
34:21First, I did him in the neck.
34:24Then I started doing him
34:25in the chest area.
34:27Then in the head.
34:30Have you done any research
34:32or looked at any literature,
34:34read any books
34:35about where the best place
34:37to stab a person is
34:39to inflict the best damage
34:41and make the kill?
34:43Terminator.
34:45Terminator 2,
34:46that's when I was going
34:46for the head.
34:49E ele sabia que
34:50o que estava fazendo
34:50era errado,
34:51mas na cabeça dele
34:52ele se sentia justificado
34:54porque a população de sem teto
34:55tinha se tornado
34:56uma mancha na comunidade
34:58e ele estava, tipo,
35:00fazendo um favor a ela.
35:01Do you think that what you've done
35:02is right or wrong?
35:05Wrong,
35:06but it had to be done.
35:08Why did it have to be done?
35:09Not only did I make the county
35:11look bad or the state,
35:13they were making the place
35:15look bad also.
35:16Okay,
35:17and that's why it needed to be done.
35:18Yes, sir.
35:19So, really what you were doing
35:20is you were helping
35:21clean up the county,
35:22clean up the area.
35:23In a way, sir, yes.
35:26O campo deu mais uma razão bizarra
35:29para a matança.
35:30What made you want to kill somebody?
35:34Is it the fact that you're a Marine?
35:40Probably, sir.
35:41Yes, sir.
35:42I didn't get to kill
35:43when I was in, so...
35:45So, yeah, you're gonna do it?
35:48I look at other Marines
35:49and, you know,
35:52want to be like them.
35:53The other thing
35:55was that he said
35:58that he had seen
35:59a photo of John Barry
36:00in the journal
36:01and it was for this
36:03that he chose
36:03the victim.
36:04The other thing
36:05was, you know,
36:06John Barry
36:06was the one
36:07who was the one
36:07because the photo
36:08of John Barry
36:09came out of the journal.
36:11The other thing
36:11John Barry
36:12gave a azar
36:13because
36:13the intention of the journalist
36:15to publish a photo
36:17of John Barry
36:17in the journal
36:18inicialmente
36:19foi para educar
36:20e ajudar as pessoas.
36:31Saber que o cara
36:32possivelmente
36:33tinha sido preso
36:35me deu uma sensação boa
36:36saber que ele não estava
36:37mais solto nas ruas.
36:40Eu disse
36:40Deus seja louvado.
36:42Eu fiquei feliz,
36:43aliviada
36:44porque ninguém mais
36:45ia ser assassinado.
36:48Mas para Eder Herrera
36:49a notícia
36:50teve o efeito contrário.
36:53Então,
36:53quando eu soube
36:54quem tinha
36:55sido preso
36:56eu não
36:57acreditei.
37:01Eu fiquei chocado.
37:03Ele
37:03era meu amigo.
37:05Um grande amigo.
37:11O campo estava preso
37:13por uma série
37:14de assassinatos
37:15no condado de Orange
37:16na Califórnia.
37:18E ninguém
37:21ficou mais chocado
37:22do que Eder Herrera,
37:23o homem acusado
37:24de matar a própria mãe
37:25e o próprio irmão.
37:27Itzco Ocampo.
37:30Eu conheci ele
37:30na escola.
37:34A gente era
37:35muito amigo.
37:37Muito.
37:40Eu morei com ele
37:41e a família dele
37:41em certo momento.
37:43E ele morou comigo
37:44e minha família
37:45em outro momento.
37:45isso eliminou
37:48completamente
37:49a possibilidade
37:50de ele ter matado
37:50a família dele
37:51quando descobriu
37:52que o seu amigo
37:53de escola
37:54tinha matado
37:54os caras
37:55sem teto.
37:56E finalmente
37:57a polícia
37:58chegou à mesma
37:59conclusão
38:00embora
38:00por motivos
38:01bem diferentes.
38:04Quando eles
38:04revistaram
38:05a casa dele
38:06o elemento
38:07chave
38:07que encontraram
38:08foram as botas
38:09Caterpillar
38:10que ele havia
38:11dito ao detetive
38:12Wyatt
38:12que usava
38:13na hora
38:13de matar
38:14as pessoas.
38:16As botas
38:17tinham sangue.
38:19Eles testaram
38:20o DNA
38:21e o DNA
38:22pertencia
38:23a
38:24Raquel
38:25e Carlos.
38:27O que confirmava
38:28sem sombra
38:29de dúvida
38:29que Ocampo
38:30era culpado
38:31pelos assassinatos.
38:32eu fiquei
38:37totalmente
38:38sem chão.
38:41Eu não consegui
38:41entender
38:42por que
38:43ele matou
38:44duas pessoas
38:45que não eram
38:47sem teto.
38:49Demorou
38:49para eu juntar
38:50as peças
38:50e descobrir
38:52obviamente
38:53com a ajuda
38:54da polícia
38:55que o elemento
38:56de ligação
38:57entre as vítimas
38:58era
38:59Éder Herrera.
39:01Quando
39:01confrontado
39:02com as novas
39:03provas
39:03Ocampo
39:04confessou
39:04que matou
39:05a família
39:05do amigo
39:05Éder
39:06e tentou
39:07despistar
39:07os investigadores
39:08ao mudar
39:09a cena
39:09do crime.
39:11Ele colocou
39:11uma faca
39:12de cozinha
39:13e colocou
39:14um pouco
39:15de sangue
39:16nela
39:17para criar
39:17uma cena
39:18e deixou
39:18a faca
39:19ao lado
39:19dos corpos
39:20como se
39:20aquilo fosse
39:21arma
39:21do crime.
39:24Ele também
39:25confessou
39:25que fez
39:26a chamada
39:26de emergência.
39:28Eles tinham
39:29a gravação
39:30da chamada
39:30de emergência.
39:31E se eles
39:33tivessem
39:33tocado
39:33a fita
39:34para Éder
39:34ouvir
39:35ele teria
39:35reconhecido
39:36a voz
39:36do amigo
39:37e teria
39:37dito
39:37É o campo.
39:41E o motivo
39:42para ele
39:42querer matar
39:43a família
39:43do amigo?
39:46Na verdade
39:47as razões
39:48eram bem
39:48triviais.
39:50Ele e Éder
39:51eram amigos
39:52há muito tempo.
39:53Mas
39:54alguma coisa
39:55tinha acontecido
39:56entre os dois
39:56que fez o acusado
39:58sentir que eles
39:58não eram mais
39:59amigos.
40:00Quando
40:00ele voltou
40:03do Iraque
40:04não era o mesmo
40:06cara que eu
40:07conhecia.
40:09Era um
40:10estranho.
40:11Ele tinha
40:11surtos.
40:14Dizia
40:15coisas que
40:16não faziam
40:17nenhum sentido.
40:19Ele estava
40:19paranoico,
40:20extremamente
40:21paranoico.
40:21as novas
40:28provas
40:29inocentaram
40:29Éder
40:30de ter
40:30feito
40:30qualquer
40:31coisa
40:31contra a
40:32família
40:32e ele
40:33foi solto
40:33da prisão.
40:36Outra coisa
40:37bizarra
40:37nesse caso
40:38foi que
40:38em 28
40:39de novembro
40:40de 2013
40:41enquanto
40:42aguardava
40:42o julgamento
40:43Itzquaro
40:44Ocampo
40:44tirou
40:45sua
40:45própria
40:45vida
40:46na
40:46cadeia.
40:48Eu acho
40:49que senti
40:49um pouco
40:49de decepção.
40:51e
40:52um pouco
40:55de alívio.
40:58Mas é
40:59claro que
40:59para as
41:00famílias
41:00das vítimas
41:01a dor
41:01nunca
41:02passa.
41:03Todas
41:03as
41:04vítimas
41:04deste
41:04caso
41:05deixaram
41:05um grupo
41:05de pessoas
41:06que as
41:07amavam,
41:08cuidavam
41:08delas,
41:09que fariam
41:10qualquer coisa
41:10para impedir
41:11o que
41:11aconteceu
41:11com elas
41:12nessas
41:12circunstâncias.
41:14A minha
41:15pergunta
41:15sempre foi
41:16por quê?
41:17Por quê?
41:18Qual
41:18o motivo?
41:20Por
41:21que
41:21Jim
41:22não
41:22fazia
41:22nada,
41:23só
41:23dormia.
41:24Ele
41:24não
41:24fazia
41:25mal
41:25a
41:25ninguém,
41:25não
41:25fazia
41:26nada.
41:27Por
41:27que
41:27o
41:27mataram?
41:32E para
41:33Éder
41:33Herrera,
41:34que terá
41:34que viver
41:35com a
41:35dor
41:36em dose
41:36dupla
41:36de ter
41:37perdido
41:37os seus
41:38entes
41:38queridos
41:38e de ter
41:39sido
41:39acusado
41:40das
41:40mortes
41:41deles.
41:42Todos
41:42os
41:43dias
41:43eu
41:43penso
41:44neles.
41:46Mas
41:46eu
41:48estou
41:48grato
41:49de
41:50finalmente
41:50poder
41:51fechar
41:51esse
41:53ciclo
41:53horrível
41:54da minha
41:54vida
41:54e
41:54seguir
41:54em frente.
41:55Tchau.