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NotíciasTranscrição
00:00:00Linha de Frente
00:00:04Olá, sejam todos muito bem-vindos. Está começando mais um Linha de Frente aqui na programação da Jovem Pan.
00:00:11Eu sou o Nelson Kobayashi e hoje comigo na bancada estão a advogada especialista em compliance e governança,
00:00:19a doutora Luciana Schwab, o economista Alex André, o cientista político Rubens Figueiredo
00:00:26e o advogado comentarista aqui da Jovem Pan, Diego Tavares.
00:00:30Muito obrigado, meus amigos, pela companhia de vocês nesta mesa de altíssimo nível
00:00:33para a gente debater os assuntos que foram mais debatidos, mais repercutidos durante a semana.
00:00:38Os tradicionais ovos de Páscoa ficaram mais caros esse ano.
00:00:42De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a FIP,
00:00:48o aumento foi de 9,5% em 2025.
00:00:52No acumulado dos últimos três anos, o aumento no preço dos ovos de Páscoa chegou a 43%.
00:00:59Neste fim de semana em que estamos, em que as pessoas estão comemorando com as suas famílias,
00:01:04a Páscoa, há menos ovos de Páscoa.
00:01:07Isso parece ser um consenso diante da alta do preço.
00:01:11As pessoas buscam ali a criatividade, substituem o ovo de Páscoa por uma caixa de bombons
00:01:15ou uma barra de chocolate para fazer, em casa já tem até uma experiência com as crianças.
00:01:19Mas esta questão do aumento do preço dos ovos de Páscoa, ela entra em um contexto um pouco maior,
00:01:25Alex, com quem eu quero começar, entra em um contexto um pouco maior,
00:01:29que é o aumento das coisas, o aumento do preço de tudo, principalmente dos alimentos.
00:01:33Explica para a gente essa coisa do aumento do preço dos alimentos,
00:01:37inclusive do ovo de Páscoa, que tanto assola a nossa população.
00:01:41Bem-vindo.
00:01:41Obrigado, Nelson. Obrigado a todos os colegas aqui presentes, a audiência da Jovem Pan.
00:01:47Bom, essa questão do ovo de Páscoa é o que retrata claramente a lei da oferta e demanda.
00:01:51Muita gente tem criticado o governo por alimentos especificamente, mas não pode criticar o ovo de Páscoa.
00:01:57O ovo de Páscoa está caro especificamente pelos insumos que estão relacionados a ele.
00:02:02O cacau é o principal fator.
00:02:04Quando a gente pega aqui o cacau, teve um aumento de preço muito considerável.
00:02:06E pelos produtores, nós tivemos aí uma questão de seca, uma questão de uma falta de oferta
00:02:12por uma demanda mais alta nesse período.
00:02:14E não só faltou cacau, também, como teve uma disponibilidade menor, foi repassado em preço,
00:02:18mas também os ovos.
00:02:19Quando a gente pega aqui o volume total de ovos, pela associação que a gente pega aqui,
00:02:23que é a associação de chocolates, amendoins, da indústria como um todo,
00:02:27calcula-se uma disponibilidade de menos, próximo de 20% a 25% a menos de ovos nessa Páscoa,
00:02:32comparada à Páscoa do ano passado.
00:02:34Então, não só o aumento, que foi repassado, mas também o número de volume de ovos de Páscoa menor.
00:02:40E o que é engraçado, apesar disso, quando a gente pega a questão de sensibilidade de preço,
00:02:44inclusive, foi até uma pesquisa feita pelo Buscapé que me impressionou.
00:02:47Todo ano acontece essa mudança de preço, mas essa mudança de preço é muito abrupta.
00:02:51Entre alguns lugares que foram pesquisados, alguns supermercados, algum marketplace,
00:02:56teve uma diferença do mesmo produto, de 80% a 95%.
00:03:00Oh, louco, quase dobrando.
00:03:01Do mesmo produto, quase dobrando.
00:03:03Então, acho que é interessante não só fazer uma boa pesquisa,
00:03:06mas entender também que essa mudança de preço nas gôndolas
00:03:08passe por um mero conceito econômico da lei da oferta e demanda.
00:03:12Como é que você vê, Luciana, esse aumento do preço dos ovos de Páscoa?
00:03:18Porque quando o cidadão entra no mercado, ele vê algo caro, ele já atribui ao governo.
00:03:22A culpa, né?
00:03:23Se as coisas estão caras no mercado, culpa do governo.
00:03:25Para cada item desses que está subindo, alguém pode ter alguma explicação mais pontual.
00:03:31Não, é porque a safra de não sei o quê, é porque tal país passou a comprar ou parou de comprar.
00:03:37Enfim, vai dando umas explicações.
00:03:39A gripe aviária nos Estados Unidos, que aumentou o preço do ovo no Brasil.
00:03:43Enfim, o cidadão, ele não entende muito essas tecnicidades e esses motivos um pouco mais amplos
00:03:49que os economistas sabem explicar.
00:03:50Como é que você vê o aumento do preço das coisas e do ovo de Páscoa em específico
00:03:55na relação do governo com o cidadão?
00:03:58Bem-vinda.
00:03:59Muito obrigada.
00:04:00O que nós temos de pontual é que nós temos questões climáticas
00:04:04que acabam influenciando no preço do final do produto.
00:04:08Nós temos guerra lá na Ucrânia e Rússia que afetaram a questão dos fertilizantes.
00:04:14Nós temos também a questão do cenário político como um todo,
00:04:20onde sempre vai ser atribuído para o governo eventuais aumentos de preço,
00:04:26independentemente se o governo tem uma relação direta ou não com esse resultado.
00:04:31A população, ela não consegue entender.
00:04:33O cidadão comum, para ele, está caro.
00:04:36E o estar caro acaba impactando o quê?
00:04:38Em menos ovos de Páscoa na mesa.
00:04:39Como é que você vê, Diego, essa relação aí que comentou a doutora Luciana?
00:04:45Olha, Coba, saudações a você, aos meus colegas aqui.
00:04:47Saudações São Paulinas a você.
00:04:48Pois é, e a todos que nos acompanham também, São Paulinos ou não, aqui na Jovem Pan News.
00:04:53Coba, é aquela coisa, tal como foi com o ovo, o ovo não ovo de Páscoa,
00:04:58o ovo comum do dia a dia do brasileiro, tal como foi com o café,
00:05:01tal como foi com a carne bovina, não necessariamente é culpa do governo isso que acontece.
00:05:07O nosso economista aqui, o Alex, ele lembrou, ele lembrou muito bem.
00:05:13Isso acontece todos os anos, todos os anos vira notícia,
00:05:15sempre tem aquelas matérias comparando o preço da barra de chocolate com o preço do ovo.
00:05:19Claro que tem um elemento aí de livre mercado.
00:05:21Mas, diante do cenário macroeconômico que nós estamos vivendo no Brasil,
00:05:25com a alta dos alimentos, é claro que o governo acaba recebendo parte dessa culpa,
00:05:31como de fato tem parte dessa culpa.
00:05:32Todo esse aumento não é meramente oferta e demanda.
00:05:35Tem aí toda a questão do derretimento do poder de compra do brasileiro,
00:05:39que quem sabe na Páscoa do ano anterior poderia ter comprado um pouco mais
00:05:43e nessa está com o seu dinheiro um pouco menos poderoso do que estava.
00:05:46Tem o aumento geral no preço dos alimentos, enfim.
00:05:49Tudo se torna um fato político a ser abordado a quem convém.
00:05:54No caso aí, não tenho dúvida que a oposição ao atual governo federal
00:05:58vai surfar também no tema da Páscoa para atribuir ao atual governo
00:06:02a culpa por esse aumento, enfim, pela falta de acesso do brasileiro aos ovos de Páscoa.
00:06:08Claro, como você disse muito bem, isso sempre tem algum fator econômico específico,
00:06:13algo que não necessariamente pode ser atribuído a um governo ou outro.
00:06:16Mas o fato é que você acerta muito bem quando diz que a alta dos preços de qualquer coisa,
00:06:23a fragilização da economia, em geral, é atribuída ao governo que se encontra sentado no poder.
00:06:28Você concorda, Rubens Sigueiredo? Bem-vindo também, meu amigo.
00:06:32Obrigado.
00:06:34O Brasil, o nível de renda do brasileiro é muito baixo.
00:06:37E o brasileiro é muito sensível a esses aumentos de preço.
00:06:42Você falou dos nove e tanto aí do ovo de Páscoa, mas o café subiu 80%.
00:06:49Então, metade do Brasil ganha menos de R$ 1.400 por mês,
00:06:53e subiu 80% o insumo que está na mesa.
00:06:56Então, é claro que as pessoas sentem.
00:06:59O eleitor quer o quê? Melhorar de vida.
00:07:01Melhorar de vida é o quê? Renda, é crédito e é inflação baixa.
00:07:05Isso vai um pouco na conta do presidente Lula,
00:07:09mas como ele tem uma espécie de habeas corpus preventivo da opinião pública,
00:07:13um montão de gente...
00:07:14Tem mesmo?
00:07:15Tem.
00:07:15Você acha que tem?
00:07:16Ah, tem.
00:07:17Não tenho dúvida.
00:07:18Mas essa impopularidade aí não é a prova de que ele não está isento
00:07:22às medidas, aos reflexos das medidas do governo, ou das omissões do governo?
00:07:27Oba, ele seria eleito preso.
00:07:30Isso é um caso da história mundial que tem...
00:07:33Eu não conheço nenhum preso ele ser eleito.
00:07:36As pessoas mostram que ele ganharia a eleição.
00:07:38É claro que se a vida piora, a avaliação dele piora.
00:07:41Mas, segundo o último data folha, ele já parou de cair e vai fazer o que for preciso
00:07:46para distribuir dinheiro para o povo viver melhor.
00:07:49Eu quero saber, Alex, em relação a isso que fala o Rubens,
00:07:52parece que o governo entendeu mesmo que economia é o que move a popularidade ou a impopularidade
00:07:58e, por consequência, uma viabilidade de reeleição do presidente Lula
00:08:02ou até mesmo da eleição de um sucessor do mesmo grupo, né?
00:08:05Tanto que as últimas medidas anunciadas são todas mais voltadas para a área da economia mesmo.
00:08:09A gente está falando do pé de meia, da ampliação da faixa de renda do Minha Casa Minha Vida,
00:08:16o acesso um pouco facilitado do FGTS, enfim.
00:08:19Dinheiro, dinheiro.
00:08:21É o que o governo está tentando fazer, mirar para melhorar essa situação.
00:08:25Se não de melhorar a popularidade, pelo menos frear a onda de impopularidade.
00:08:30Você acha que isso dá tempo de gerar frutos, já que as eleições já estão aí no ano que vem?
00:08:36Baia, acho uma ótima pergunta.
00:08:37Eu vejo que essas medidas que o governo federal quer fazer são medidas que eu digo que podem ser até populares
00:08:44por parte de vista para quem lê o headline da informação,
00:08:48mas no final do dia são medidas que o próprio governo está cavando a própria cova.
00:08:52Quando a gente pega a questão de orçamento, que a gente vai debater também sobre esse tema,
00:08:55o orçamento só vai fechar o que eu chamo de fechamento artificial esse ano,
00:08:59porque deixou o precatório de fora.
00:09:01O governo passado também teve essa questão com a PEC, agora teve a questão do STF.
00:09:05Mas ao mesmo tempo que a gente sabe que o orçamento, não só restrito, mas também ele é uma bomba relógio.
00:09:12Então é uma bomba relógio que vai estourar e tem a massa para estourar.
00:09:14Quer dizer, vai empurrando o problema.
00:09:15Vai empurrando o problema.
00:09:16E as iniciativas de curto prazo, iniciativas voltadas ao consumo.
00:09:19E o que acontece com o consumo?
00:09:20Pressiona a inflação.
00:09:21Para pressionar a inflação, o Banco Central tem que subir ainda mais juros.
00:09:24Se não subir mais juros, tem que manter em patamar restritivo,
00:09:26como a linguagem do Banco Central diz, ou seja, manter nos juros mais altos.
00:09:29E aí sobe o juros, sobe a dívida também, né?
00:09:31Sobe a dívida.
00:09:32Então é uma bola de neve.
00:09:33Para resolver isso, o que precisa?
00:09:35Equalizar o gasto.
00:09:36E quando eu digo equalizar, não é cortar o gasto.
00:09:38É direcionar os gastos para trazer investimento privado, para trazer produtividade.
00:09:42Algo que o Brasil não tem feito.
00:09:44Você, Diego, como é que você vê?
00:09:45Eu já ia emendar essa pergunta para o Alex.
00:09:48Alex, diante de tudo isso, o que o Brasil está fazendo para controlar a dívida pública?
00:09:53Nesse sentido.
00:09:53Eu também, sinceramente, não vejo nada.
00:09:55Está muito claro que o Brasil precisava de um ajuste fiscal que tivesse início dentro
00:10:00da própria máquina pública, da porta para dentro.
00:10:02Um enxugamento severo de gastos do que o nosso país custa para a iniciativa privada.
00:10:07Mas o que nós ouvimos diariamente, aqui na Jovem Pan, em todos os noticiários, é o quê?
00:10:11É o Bolsa isso, é o Bolsa aquilo, é o auxílio A, o auxílio B.
00:10:15Agora, a mais nova, a bola da vez, que é a isenção do imposto de renda para quem
00:10:19ganha até R$ 5 mil, curiosamente, em ano eleitoral.
00:10:23Enfim, nós sabemos que também, essa história de que vai ter uma contrapartida, que os ricos
00:10:27passarão a pagar esse imposto que o pobre não vai pagar, por abalela.
00:10:30O rico investe em planejamento tributário, investe na holding, investe na offshore, enfim.
00:10:36Ele tem meios para tirar o dinheiro dele da reta dessa tributação e, com isso, nós
00:10:40vamos ocasionar o quê?
00:10:40Mais rombo no orçamento.
00:10:42E isso vai acabar pressionando os impostos sobre o consumo, que são a maioria dos impostos
00:10:47que nós temos no país.
00:10:48Então, falta muito do governo fazer essa lição de casa, dar o exemplo, principalmente,
00:10:53para que nós possamos vislumbrar, ao menos, um ajuste das nossas contas públicas e melhorar
00:10:58a situação econômica, de modo geral, no país.
00:11:00Luciana, e como é que você vê também esse desafio do governo de fazer todas essas medidas
00:11:06que a gente comentava, o Diego comentou?
00:11:08Mas, por outro lado, manter o equilíbrio das contas.
00:11:12A promessa do ministro para esses anos anteriores era de melhorar a questão do déficit, prometeu
00:11:19até déficit zero, que não foi integralmente cumprido, porque o déficit zero, depois que
00:11:24a gente teve um déficit de 70 bilhões, mais ou menos, não foi isso?
00:11:27Falou, é zero vírgula tanto.
00:11:30Não é que é zero, zero.
00:11:31Ficou dentro da promessa.
00:11:33Entenderam mal.
00:11:34Ou seja, não tem como.
00:11:36O dinheiro não dá na árvore.
00:11:37Tem que, de outro lado, equalizar.
00:11:40Por exemplo, a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, precisa
00:11:44de uma compensação, segundo dados do próprio Ministério da Fazenda, de 27 bilhões.
00:11:48De onde sai esse equilíbrio?
00:11:50Vai economizar 27 bilhões ou vai taxar em algum outro lugar para arrecadar de outra fonte
00:11:55esse valor?
00:11:56E aí, Luciana?
00:11:57Eu acho que o governo, ele vem com uma série de promessas desde o início do governo.
00:12:03Nós tivemos aí, recentemente, a promessa de que o FGTS iria impulsionar a economia.
00:12:10Não impulsionou, porque as pessoas já haviam sacado.
00:12:13Agora, temos uma série de situações relacionadas a quê?
00:12:16A questão da tabela do imposto de renda, isenção para quem ganha até 5 mil reais.
00:12:20O déficit está lá.
00:12:21Quem que vai pagar isso?
00:12:23Essa é uma pergunta que ninguém consegue responder, porque, assim,
00:12:25se você, as pessoas estão sem dinheiro, o índice de produção está diminuindo,
00:12:31o comércio não está funcionando, então tem arrecadação, não tem de onde repor.
00:12:35Então, são promessas e mais promessas e cada vez mais a conta aumentando.
00:12:40E o que me chama a atenção foi que ontem, se é uma notícia, que em 2029,
00:12:44nós não vamos ter dinheiro para nada.
00:12:47Então, os reflexos da...
00:12:48Pô, eu já estou indo em 2029 e faz tempo, hein?
00:12:50Então, é.
00:12:51O que nós vamos ter lá na frente é da má gestão que começou agora.
00:13:00Se alguém falar que está tudo em ordem, não está, as pessoas não têm dinheiro.
00:13:04O comércio está parado, a indústria não consegue inovar.
00:13:08E não tem de onde tirar.
00:13:10E aí?
00:13:10Fala para a gente, Rubens.
00:13:12Eu gosto muito daquela frase, o Brasil tem um enorme passado pela frente.
00:13:17A nossa previdência está literalmente falida.
00:13:22Porque quem contribui hoje, contribui para quem está recebendo para trás.
00:13:27Então, nós temos que arrumar outro jeito com o imposto de renda,
00:13:30então vai ter que subir, o imposto vai ter que subir.
00:13:33De cada um real que sobe do salário mínimo, você sabe melhor que eu,
00:13:38são 300 ou 400 milhões que aumentam a dívida pública.
00:13:45Nós temos 95%, milhões de brasileiros, 95 milhões, ou no BPC,
00:13:51ou dependendo da Previdência Social.
00:13:54E o Estado é o grande produtor de desigualdade.
00:13:58Não tem sentido você ter um ovo de páscoa,
00:14:01que o pobre paga 60% de imposto e o rico paga 60% de imposto.
00:14:07Você tem que mudar, tem que começar a mudar na estrutura, senão não...
00:14:11Já que você falou de salário mínimo, enfim, de cada real que sobe do salário mínimo,
00:14:16já temos notícias sobre o salário mínimo do ano que vem,
00:14:19que inclusive impacta também no INSS, que você também já citou, Rubens.
00:14:24O governo federal enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei
00:14:27de diretrizes orçamentárias, a LDO, de 2026.
00:14:31O texto antecipa as bases do orçamento do próximo ano,
00:14:34que será marcado por eleições gerais.
00:14:37Traz projeções econômicas, como o possível aumento do salário mínimo.
00:14:42Na estimativa do governo, já em janeiro de 2026,
00:14:46o salário mínimo será de R$ 1.630.
00:14:49Hoje, o valor mínimo está em R$ 1.518.
00:14:53Se confirmada a projeção econômica,
00:14:56o reajuste será de 7,4%,
00:14:58ou seja, R$ 112 de aumento no salário mínimo.
00:15:04Alex, eu quero entender de você como é que você vê essa projeção do valor aí de R$ 1.630,
00:15:09que acaba sendo um cumprimento de promessa do presidente.
00:15:13Ele fez a campanha dele muito pautada em aumentar o valor do salário mínimo
00:15:16acima da inflação.
00:15:18Ou seja, R$ 7,4 dá mais do que a inflação,
00:15:20porque a gente espera não ter uma inflação de R$ 7,4.
00:15:23E, por outro lado, ouvi de alguns especialistas
00:15:26que quando você faz isso artificialmente,
00:15:29sem uma base econômica de segurança,
00:15:32enfim, de tantas outras questões,
00:15:34que te dê margem para fazer esse tipo de medida,
00:15:38você acaba subindo acima da inflação o salário mínimo
00:15:41e com isso gerando mais inflação.
00:15:43Porque você vai fazer, no final das contas,
00:15:46a moeda perder valor.
00:15:47Explica pra gente, você concorda com essa tese
00:15:49de que é uma medida contra a inflação,
00:15:54que gera mais inflação?
00:15:55Exatamente.
00:15:57Concordo com você, Kobayashi.
00:15:58O governo está desesperadamente tentando se reeleger nesse sentido
00:16:03e não é de hoje,
00:16:04desde quando foi implementada essa medida do ganho real.
00:16:07Eu acredito que para ter essa iniciativa do ganho real
00:16:09de uma forma consistente,
00:16:10o governo claramente, Kobayashi,
00:16:12precisa ter uma trajetória da dívida pública saudável.
00:16:15E que eu digo saudável, ou seja,
00:16:16as receitas atuais e não implementar receitas extraordinárias
00:16:19ou tirar a receita do arcabouço fiscal,
00:16:22enfim, tentar artificialmente mudar a conta,
00:16:24é isso que está acontecendo hoje.
00:16:26Então, a iniciativa do governo
00:16:27em aumentar o salário mínimo acima da inflação
00:16:30não só pressiona também o consumo,
00:16:32mas também pressiona o endividamento do próprio Estado.
00:16:35Por quê?
00:16:36Vai exigir taxas de juros mais altas
00:16:37por essa questão de inflação,
00:16:39o Tesouro vai ter uma dificuldade de rolar as suas dívidas,
00:16:41a gente sabe que o Tesouro passa por uma dificuldade.
00:16:44Quando a gente começa a entrar um pouco de tecniquês
00:16:46aqui na parte de economia,
00:16:48que para quem investe em títulos públicos sabe,
00:16:50os títulos da inflação chegaram a bater até acima de 8%.
00:16:54E o que significa isso?
00:16:55Cada vez que esse valor fica maior,
00:16:57o Tesouro Nacional tem uma certa dificuldade
00:16:59de rolar a sua dívida,
00:17:00ou seja, de conseguir estender a sua dívida atual
00:17:03para um prazo ainda maior,
00:17:04porque o investidor desacredita,
00:17:06ele tem um descrédito que o governo brasileiro
00:17:09vai cumprir com as suas obrigações e a sua dívida à frente.
00:17:11Então o governo traz essa leitura
00:17:13e os investidores acabam precificando isso.
00:17:16Então o Brasil, por isso que eu digo
00:17:17que o Brasil tem uma bomba relógio,
00:17:19a população pode até comemorar isso
00:17:21em relação ao ganho real,
00:17:22mas ela vai sentir na pele pela inflação mais alta
00:17:25ao longo do período.
00:17:26E já está sentindo, Cobaiacho, já está sentindo.
00:17:28A gente sabe que essa inflação alta nesse ano
00:17:31não só foi por parte dos alimentos,
00:17:33a gente sabe que o fiscal também atrapalhou muito.
00:17:36Se o governo conseguir interpretar isso de uma forma melhor,
00:17:39que eu não acredito que seja,
00:17:41pelo menos até 2026,
00:17:42são várias medidas que a gente pode discutir,
00:17:44a gente não vai ter nenhuma mudança estrutural,
00:17:46só vai piorar.
00:17:48Lamento de dizer isso, Cobaiacho.
00:17:49Ô Rubens, mas daí você que é cientista político,
00:17:51explica para a gente.
00:17:52Você acha que a população, de modo geral,
00:17:54tem esse discernimento de falar,
00:17:58olha só, aumentou sem o devido amparo,
00:18:02o salário mínimo,
00:18:02então isso vai fazer com que esse meu salário
00:18:05não compre as mesmas coisas que comprava antes?
00:18:08Ou não?
00:18:08O cara olha simplesmente no olerite dele e fala,
00:18:10opa, cento e tantos reais a mais,
00:18:13olha que governo bonzinho, vou votar nele.
00:18:15É no eleitoral, esse salário aí é para 2026.
00:18:18E aí?
00:18:19É de resultado imediato, politicamente falando?
00:18:22Cobaiacho, esse povo vive da mão para a boca,
00:18:24como a gente fala, né?
00:18:27Esse pessoal é muito pobre,
00:18:29eles não têm a mínima ideia do que representa a dívida pública
00:18:32no dia a dia, eles estão...
00:18:35Essa pesquisa do Datafora fala que eles estão economizando água
00:18:39para comprar ovo.
00:18:40Então é um mundo, 65 milhões de pessoas não têm saneamento básico.
00:18:47Então é isso, é muito difícil.
00:18:48E quando o PT fala assim, bate no peito e fala,
00:18:50ah, eu aumentei acima da produtividade,
00:18:54isso é horrível.
00:18:55Em qualquer lugar do mundo, a economia é ajeitada,
00:18:58você tem aumento de salário,
00:19:00se você tiver uma contrapartida do aumento da produtividade.
00:19:03Hoje mesmo sai uma pesquisa da CNI, Alex,
00:19:05com certeza, viu?
00:19:08A Luciana e o Diego também, o Cobo, com certeza.
00:19:12A indústria brasileira é que tem menos competitividade
00:19:14em 20 e tantos países aí, que é a CNI.
00:19:18É insuspeita.
00:19:19É a Confederação Nacional da Indústria,
00:19:21fez a indústria botando a indústria,
00:19:23uma pesquisa colocando a indústria brasileira.
00:19:26Então tudo que é artificial demais não funciona
00:19:30e é óbvio que a população está longe de entender,
00:19:33metade do Brasil que ganha tão pouco,
00:19:35está longe de entender o que acontece com as contas do governo.
00:19:38Você concorda, Luciana?
00:19:40Concordo.
00:19:41E digo mais, como que o governo vai explicar
00:19:45que no início do governo, vou usar exemplo,
00:19:47eu comprava um determinado pó de café a 18 reais.
00:19:50Ontem eu fui comprar 46 reais e 39.
00:19:54É isso.
00:19:54Eu não comprei.
00:19:56Eu tenho condições para comprar, mas eu não comprei.
00:19:59Então aquela pessoa...
00:20:01O presidente deu essa dica, você lembra?
00:20:02Aquela pessoa que vive em condições de vulnerabilidade precárias,
00:20:08tem famílias que são 10 pessoas vivendo com bolsa família,
00:20:11um trabalha na casa e tem um salário de 1.512 reais.
00:20:15Essa pessoa vai sentir cada vez mais esse aumento da inflação,
00:20:19cada vez mais a necessidade de colocar alimento na mesa e não ter.
00:20:23Sem contar o custo dos medicamentos.
00:20:26A gente não tem saúde, a gente não tem alimento adequado,
00:20:30não tem moradia adequada, não tem saneamento básico adequado.
00:20:33Nas grandes cidades, cada vez mais,
00:20:35a gente vê um aumento crescente da criminalidade,
00:20:38em virtude do quê?
00:20:39As pessoas estão passando fome e acabam se perdendo.
00:20:41Então, como que vai explicar que esse governo funciona,
00:20:46que as coisas vão melhorar ou não vão melhorar?
00:20:49E aí, Diego?
00:20:50Bom, Ruba, primeiro eu preciso falar que eu estou anotando aqui
00:20:52todas as frases do Rubens, né?
00:20:53Essa aqui das pessoas da mão para a boca eu achei sensacional.
00:20:56Ele já soltou outras aqui.
00:20:58Estou achando que está sendo um aprendizado hoje.
00:21:00Mas eu acho, Ruba, que a simples existência de uma política de salário mínimo
00:21:04que serve, de fato, para que esses governos façam propaganda,
00:21:08façam palanque eleitoral em cima desse tipo de rendimento
00:21:11que não cobre as necessidades mais básicas.
00:21:13Isso atesta a falência, atesta que o Brasil é, de fato, um país muito pobre.
00:21:19Quando você vai para Dinamarca, Finlândia, Suécia, Itália,
00:21:21enfim, diversos outros países, não existe política de salário mínimo.
00:21:24Porque isso faz parte daquela narrativa de que o empresário,
00:21:28o empregador, a pessoa da iniciativa privada,
00:21:29é um malvadão que, se não tiver o governo ali de olho em cima dele,
00:21:33fixando qualquer remuneração mínima,
00:21:35esse cara vai se transformar num escravo.
00:21:37Quando, na verdade, o ambiente que nós temos no Brasil é justamente outro.
00:21:40O empresário brasileiro hoje, em geral,
00:21:43é um cara que trabalha 14 horas por dia,
00:21:45que não tem um rendimento ali muito maior,
00:21:47não tem uma qualidade de vida muito maior do que
00:21:49a dos seus próprios empregados, se tiverem empregados.
00:21:52É em cima desse cara que o Brasil descarrega o peso
00:21:55de uma máquina pública que é obsoleta, que é ineficiente,
00:21:58que é inchada e, sobretudo, muito cara.
00:22:00Mais uma vez, eu repito aqui e peço até desculpas
00:22:03por ser redundante com a nossa audiência.
00:22:06O grande segredo para o Brasil escapar desse lamaçal econômico
00:22:08é enxugar a máquina pública.
00:22:11Não com um Estado inexistente, mas um Estado naquilo que é necessário.
00:22:14E, de fato, prezando pelo interesse público
00:22:16e pela eficiência dos serviços públicos.
00:22:18Enquanto a gente tiver bolsa para isso, auxílio para aquilo,
00:22:21enquanto a gente tiver o judiciário mais caro do Brasil,
00:22:24enquanto nós tivermos uma classe política cheia de penduricalhos e vantagens,
00:22:27dificilmente o Brasil vai deixar de ser essa máquina
00:22:32de pegar dinheiro dos mais pobres e transferir para os mais ricos.
00:22:36Você sabe que uma das grandes críticas em relação ao governo do presidente Lula,
00:22:39não só esse Lula 3, mas em todos os outros,
00:22:41é a quantidade de ministérios, né?
00:22:42Que se justificam, no discurso do presidente,
00:22:46pela preocupação com temas sensíveis das necessidades do Brasil e dos brasileiros.
00:22:52Um dos ministérios criados nessa gestão é o Ministério do Microempreendedor,
00:22:57da empresa de pequeno porte, o Ministério do Empreendedorismo,
00:23:00que tem como ministro o ministro Márcio França,
00:23:03que assumiu esse posto depois de ter que deixar o Ministério de Portes e Aeroportos
00:23:07para acomodar ali alguns partidos.
00:23:09No caso, foi o Republicanos com o ministro Silvio Costa.
00:23:12Como é que vocês veem um governo que tem um ministério do empreendedorismo
00:23:16desde o começo do governo praticamente, né?
00:23:19Do final do primeiro ano e até agora não tem uma marca de empreendedorismo.
00:23:23Não tem.
00:23:23Vocês sabem dizer que algum projeto, algum plano, algum ato,
00:23:28alguma proposta, iniciativa de empreendedorismo que tenha colado nesse governo?
00:23:34Tem ministério, mas não gerou esse trabalho
00:23:38do ponto de vista da população enxergar o governo trabalhando para isso.
00:23:42E seria o caminho adequado, né, Alex?
00:23:44Você fortaleceu o microempreendedor, o pequeno empreendedor
00:23:48e ele ter condições de pagar um salário maior para os seus empregados.
00:23:55Mais do que isso, você dá condições de capacitação técnica
00:23:59para as pessoas se tornarem competitivas no mercado de trabalho
00:24:03e aí, com um valor a entregar para os empreendedores,
00:24:08cobrar um salário maior também, não é?
00:24:10Não deveria ser o sentido contrário?
00:24:12Não da caneta para o lerite, mas, poxa,
00:24:14do trabalho que vai gerar naturalmente um salário maior, e aí?
00:24:17É, a capacitação, né?
00:24:19Aí a gente fala de um gargalo ainda maior que entra na seara da educação,
00:24:23mas falando da parte de empreendedorismo por si só,
00:24:26a teoria até que existe, tá, Cobaia?
00:24:28Acho que só que eu não vejo nada materializado.
00:24:30O que é?
00:24:31Na minha opinião, uma das principais pautas na parte do Ministério do Empreendedorismo
00:24:35é o aumento do limite do faturamento do MEI.
00:24:38Isso é muito importante, porque a gente vê aí,
00:24:41grande parte das empresas que são abertas hoje no Brasil
00:24:43são microempreendedores.
00:24:44E aquele microempreendedor que consegue o sucesso, né?
00:24:49Ou seja, que quer expandir seu negócio, né?
00:24:50Que quer contratar mais de um funcionário,
00:24:52e aí que quer abrir outra loja, enfim, que cresce o faturamento,
00:24:55ele acaba tendo um regime de tributário mais complexo,
00:24:58logo pagando mais imposto, e a gente precisa equalizar isso.
00:25:02Ou seja, tem uma linha aqui que não acaba sendo justa
00:25:07para o microempreendedor, para as médias e grandes empresas.
00:25:10Então, ou seja, um microempreendedor que acaba de ter um sucesso no seu negócio,
00:25:16que acaba abrindo mais duas, três lojas,
00:25:18ele acaba até assumindo um regime tributário até praticamente igual.
00:25:22Claro que tem um simples também que ajuda bastante, né?
00:25:24Ele veio realmente para simplificar.
00:25:26Mas eu vejo que a ampliação do faturamento do MEI,
00:25:30ele abre, sim, uma chance do empreendedor conseguir manter,
00:25:34inclusive nesse momento agora.
00:25:36A gente tem um momento de grande dificuldade.
00:25:37E aí, sim, essa parte de equalizar a parte das despesas
00:25:41e trazer um certo benefício tributário para os empreendedores,
00:25:45eu vejo como válido. Por quê?
00:25:46Porque traz produtividade, traz emprego, né?
00:25:48Então, ou seja, a gente vê que isso realmente funciona no Brasil,
00:25:51e não, de fato, trazer um assistencialismo clássico
00:25:54que já tem acontecido há muito tempo.
00:25:56Em vez de você aumentar o assistencialismo, aumenta benefício tributário.
00:26:00É uma renúncia fiscal, né?
00:26:01É uma falta de arrecadamento, acaba arrecadando menos,
00:26:05mas o benefício é maior, melhora a produtividade.
00:26:08Eu nunca nem vi o Márcio França falar sobre isso,
00:26:10com todo respeito ao ministro Márcio França,
00:26:11e que seria uma pauta fundamental da pasta dele.
00:26:14Você fez uma pergunta para o Alex sobre o Ministério,
00:26:16é triste ter que dizer isso,
00:26:18mas o Ministério do Empreendedorismo foi criado simplesmente
00:26:21para abrigar o Márcio França,
00:26:22que por questões políticas não ficou mais no Ministério dos Portos e Aeroportos.
00:26:25Para quem não sabe, o Ministério do Empreendedorismo
00:26:27é uma salinha ali dentro da vice-presidência da República,
00:26:30onde o ministro fica lá falando simplesmente de política.
00:26:32Procura uma notícia do Márcio França aí no Google,
00:26:35depois do Linha de Frente, claro,
00:26:36por enquanto fica na nossa audiência aqui.
00:26:38Mas procura notícia sobre o Márcio França.
00:26:40Só ouve-se falar de questões políticas,
00:26:41que quer se lançar ao governo do Estado.
00:26:43Enfim, nem sei se dentro do escopo do governo federal
00:26:45ele tem liberdade para tratar de questões a respeito da pasta mesmo.
00:26:50O que parece é que foi só um cargo criado
00:26:51para dar a ele um certo prestígio
00:26:53diante de um arranjo político que o desfavoreceu no Brasil.
00:26:55Na verdade, foi um desprestígio com o Márcio França,
00:26:57que teria sido um dos principais articuladores
00:27:00da junção do Lula e do Alckmin.
00:27:02O principal.
00:27:02Dessa chapa, inclusive,
00:27:05que depois, na hora que precisou o governo tirar,
00:27:08alguém tirou bem esse,
00:27:09o que uniu o presidente com o vice para a chapa.
00:27:12Agora, já que o Alex falou da questão da educação,
00:27:14eu quero falar com vocês também,
00:27:15porque isso é importante em relação ao salário.
00:27:18Os primeiros governos do presidente Lula
00:27:19também se marcaram pelo acesso do jovem
00:27:22ao nível superior, ao ensino superior,
00:27:24às faculdades.
00:27:25Tivemos um boom de faculdades.
00:27:27Isso muito estimulado por conta do FIES,
00:27:31do ProUni,
00:27:32pela facilidade de abertura de novos cursos.
00:27:35Foi meio que contemporânea ao boom também do EAD,
00:27:39de muitas faculdades abrindo o ensino à distância.
00:27:42O que se chamou de democratização do ensino superior,
00:27:45que, na verdade, virou, de alguma maneira,
00:27:46para alguns cursos específicos,
00:27:47até uma banalização.
00:27:48E aí a gente tem hoje um monte de gente
00:27:52com nível superior sem emprego.
00:27:54Ou empregado ganhando mal.
00:27:57Por quê?
00:27:57Porque a gente tem mais até do que é da demanda.
00:27:59Procure aí o número de arquitetos,
00:28:01de dentistas, de advogados,
00:28:02de tantos outros cursos que estão aí
00:28:05saturados no mercado.
00:28:06Mas faltou a mão de obra técnica,
00:28:10a qualificação técnica,
00:28:11que é hoje a dificuldade de se achar.
00:28:14Não tem.
00:28:15Não tem.
00:28:15Vai ver quanto ganha um tratorista aí.
00:28:17Não lembrar desse debate.
00:28:18Não é verdade?
00:28:19É um debate climático a respeito.
00:28:20Isso não lhe é de frente.
00:28:21Vai ver quanto ganha um tratorista aí.
00:28:23Doze mil reais.
00:28:23Porque é difícil.
00:28:25O quê?
00:28:25Ter mão de obra técnica qualificada.
00:28:27Você acha que faltou, Luciana,
00:28:30o governo olhar mais para esse miolo
00:28:32e para essa necessidade,
00:28:34que geraria, inclusive, mais produtividade,
00:28:37que é o que tinha dito o Rubens?
00:28:38O grande diferencial do Brasil
00:28:41para os países europeus
00:28:43é o seguinte,
00:28:45lá nem todo mundo,
00:28:46você pega Portugal,
00:28:48nem todo mundo vai ter graduação superior.
00:28:51Porque não tem trabalho para todos.
00:28:54Eles investem muito o quê?
00:28:55No tecnólogo.
00:28:57Faltam estudos.
00:28:58Estudos para verificar a viabilidade,
00:29:00se realmente tinha trabalho para todo mundo.
00:29:02Não adianta nada.
00:29:03A gente forma 35 mil médicos por ano no Brasil,
00:29:06sendo que estão criando um exame agora
00:29:09para testar se esses profissionais
00:29:11estão preparados para ir para o mercado de trabalho.
00:29:14Porque o posto de trabalho tem.
00:29:17Porém, a mão de obra não está sendo absorvida
00:29:19pela falta de qualificação.
00:29:21Advogados,
00:29:22passamos de um milhão de advogados no Brasil.
00:29:24Eu tento constantemente contratar advogados
00:29:27e não consigo,
00:29:28porque eles não conseguem desenvolver uma peça prática.
00:29:32Não tem redação.
00:29:33Então, falta o quê?
00:29:35As metalúrgicas.
00:29:36As metalúrgicas hoje,
00:29:37as poucas que ainda existem,
00:29:38que trabalham com mão de obra,
00:29:40que não estão completamente robotizadas,
00:29:44elas não conseguem operador de máquina do passado.
00:29:47Porque não tem mais.
00:29:49Antigamente, a gente tinha as escolas do Senac
00:29:50que preparavam operador de máquina.
00:29:52Isso hoje você não tem.
00:29:53Então, você tem pessoas que já passaram de 50 anos,
00:29:57que eram muitas já se aposentando,
00:30:00retornando ao mercado de trabalho
00:30:01para suprir essas vagas
00:30:04que o jovem não consegue atender.
00:30:06Fala, Rubens.
00:30:07É, no Brasil existe um divórcio litigioso, né?
00:30:12Entre a política educacional e o mercado.
00:30:17A esquerda, principalmente,
00:30:19olha o mercado com uma má vontade oceânica.
00:30:24E o que acontece,
00:30:25por exemplo, nós não formamos engenheiros.
00:30:28O Brasil não formamos engenheiros,
00:30:29não tem engenheiro.
00:30:30Então, o Brasil é um país em construção,
00:30:32eternamente,
00:30:34que não tem engenheiro.
00:30:35Eu queria voltar no negócio do empreendedorismo,
00:30:39porque existe uma divisão cultural
00:30:42muito interessante no Brasil.
00:30:43Porque você tem um conjunto de brasileiros
00:30:45que tem a cultura do CLT,
00:30:47da CLT,
00:30:48que é de 40,
00:30:50é um negócio da década de 40,
00:30:53a economia mudou,
00:30:54o mundo mudou.
00:30:55E você tem essa cultura do empreendedor,
00:30:58que é esse pessoal que vai,
00:31:01luta,
00:31:02compra o seu negocinho,
00:31:03vai para frente.
00:31:04E a esquerda é contra.
00:31:07O que a esquerda quer é associacionismo,
00:31:09sindicato,
00:31:11quer gente que dependa do Estado.
00:31:13Então, tem uma má visão também do empreendedor.
00:31:15Você junta tudo isso,
00:31:17dá o Estado fazendo o que ele faz,
00:31:18no plano da educação.
00:31:19Fora o que nós estamos sempre na rabeira internacional
00:31:22de todos os rankings que se fazem
00:31:24sobre a qualidade de ensino.
00:31:26Você sabe uma coisa que pode mexer
00:31:28com essa relação de empregados e patrões,
00:31:31salário,
00:31:32empreendedores,
00:31:33é a decisão dessa semana
00:31:35do ministro Gilmar Mendes
00:31:36em relação à suspensão
00:31:37de todos os julgamentos
00:31:38a respeito de pejotização.
00:31:40O ministro do Supremo Tribunal Federal,
00:31:41Gilmar Mendes,
00:31:42determinou nesta semana
00:31:43a suspensão de todos os processos
00:31:45que tratam da chamada
00:31:46pejotização do trabalho.
00:31:48A decisão afeta milhares de ações
00:31:50em tramitação na Justiça.
00:31:53A partir dessa decisão
00:31:54do ministro Gilmar Mendes,
00:31:55uma série de entidades
00:31:56se manifestaram,
00:31:58principalmente aquelas ligadas
00:31:59à advocacia trabalhista,
00:32:01à magistratura trabalhista,
00:32:03aos especialistas da área
00:32:05que acham que o STF está,
00:32:06na verdade,
00:32:08tomando para si
00:32:08uma competência que não tem,
00:32:10que é a de cuidar
00:32:11das relações de trabalho.
00:32:13Como é que você vê
00:32:14essa suspensão,
00:32:16Luciana?
00:32:17Porque são milhares de pessoas
00:32:19que estão na expectativa
00:32:20ou de ganhar uma ação
00:32:21ou de se defender
00:32:22de uma ação.
00:32:22e agora vão ter
00:32:23que ficar esperando.
00:32:24Eu acho que cria-se uma
00:32:24instabilidade jurídica
00:32:26do nosso país.
00:32:27Por quê?
00:32:28Porque nós temos o STF
00:32:30num ativismo judicial
00:32:32aonde ele não está
00:32:33olhando os reflexos.
00:32:34Nós temos justiça do trabalho
00:32:36é uma competência,
00:32:37justiça civil
00:32:38é outra competência.
00:32:40Quando você tem a questão
00:32:41da pejotização,
00:32:42você, lógico,
00:32:43vai ter aqueles que vão,
00:32:44empresário,
00:32:45que vai usar a pejotização
00:32:47para burlar benefícios
00:32:49trabalhistas,
00:32:49mas você também tem aquele
00:32:51que utiliza
00:32:52como uma forma
00:32:53de movimentar
00:32:55o próprio Estado.
00:32:57A economia.
00:32:57E aí,
00:32:58esses processos
00:32:59vão ficar parados,
00:33:00essas pessoas
00:33:01vão ficar sem receber.
00:33:02A gente tem um aumento
00:33:03crescente de empresas
00:33:04falindo.
00:33:06Que não conseguem,
00:33:07entram numa recuperação judicial
00:33:09quando entram
00:33:10que o custo é altíssimo
00:33:11e não conseguem sair.
00:33:12Menos de 1%
00:33:13no Brasil
00:33:14das empresas
00:33:14se recuperam.
00:33:15Então,
00:33:16quando isso for lá,
00:33:17repercussão geral
00:33:18dessa decisão.
00:33:19Quando isso for ser julgado
00:33:20daqui um ano,
00:33:22dois anos,
00:33:22três anos,
00:33:23será que 70%
00:33:24dessas empresas
00:33:25estão afetas lá
00:33:27por processos pendentes
00:33:28de pessoas
00:33:29que prestaram serviços ali?
00:33:31Essas empresas
00:33:31estarão vivas
00:33:33para poder pagar
00:33:34os seus passivos
00:33:35trabalhistas?
00:33:36Ou seja,
00:33:36essas pessoas
00:33:37vão amargar...
00:33:38Ou seja,
00:33:38as pessoas vão estar
00:33:39vivas também, né?
00:33:40Para receber...
00:33:41Infelizmente,
00:33:42um prejuízo,
00:33:43porque ela trabalhou,
00:33:44se ela foi vítima
00:33:45de uma fraude,
00:33:46ela precisa
00:33:47ter esse direito
00:33:49ressarcido.
00:33:50Agora,
00:33:51se não foi
00:33:51ter muita má fé
00:33:52também,
00:33:53tem que ser afastado.
00:33:54Você sabe que
00:33:55há uma grande confusão
00:33:56nesse tema,
00:33:57Diego,
00:33:57pelo próprio STF,
00:33:58isso é bem nítido,
00:34:00assim,
00:34:00nos debates,
00:34:02nas discussões
00:34:02que a gente vê
00:34:03os ministros
00:34:03tendo lá
00:34:04a respeito do tema,
00:34:05uma confusão
00:34:05do que é pejotização
00:34:06para aquilo
00:34:07que é terceirização,
00:34:08que não são sinônimos,
00:34:10são conceitos
00:34:11bem diferentes.
00:34:12E só para que você
00:34:13entenda,
00:34:14o que está em discussão
00:34:15aí é que há
00:34:16muitas vezes
00:34:17a fraude
00:34:19instalada
00:34:20nessas pejotizações,
00:34:22que é o quê?
00:34:22É o cara que ele
00:34:23cumpre o horário,
00:34:24ele tem hora
00:34:24para entrar,
00:34:25ele tem hora
00:34:25para sair,
00:34:26ele recebe o salário
00:34:27todo o quinto dia útil,
00:34:28às vezes ganha
00:34:29até décimo terceiro,
00:34:30ele recebe ordem,
00:34:31ele tem férias,
00:34:33às vezes ele não pode
00:34:34mandar ninguém
00:34:35para fazer o serviço dele,
00:34:36tem que ser ele mesmo,
00:34:37não pode colocar
00:34:38uma outra pessoa
00:34:39para fazer a mesma atividade,
00:34:41ou seja,
00:34:41ele tem uma relação
00:34:42de emprego,
00:34:43ele tem lá
00:34:44todos os requisitos
00:34:45de um vínculo
00:34:46empregatício,
00:34:47mas ele faz
00:34:49um contrato
00:34:50de pessoa jurídica
00:34:51como se fosse
00:34:52uma prestação
00:34:52de serviços.
00:34:53Quem é que pode
00:34:54decidir se há
00:34:55uma fraude nisso
00:34:56ou não?
00:34:57Segundo a maior parte
00:34:58dos especialistas,
00:34:59é a Justiça do Trabalho,
00:35:01que vai ver se isso,
00:35:02opa,
00:35:02isso aqui é um papel
00:35:03para esconder uma fraude
00:35:05diante da realidade,
00:35:06das testemunhas,
00:35:06dos documentos,
00:35:07ou isso aqui é mesmo
00:35:08uma relação
00:35:09terceirizada?
00:35:10o STF pegando
00:35:12para si,
00:35:13ele vai meio que
00:35:14passar essa fase,
00:35:16vai tomar aquilo
00:35:17como sendo
00:35:18um contrato de PJ
00:35:19e não vai mais discutir
00:35:20essa relação de emprego,
00:35:21aquilo passou a ser
00:35:22de fato
00:35:23como se fosse
00:35:24verdade uma prestação
00:35:25de serviços,
00:35:26e aí vai cuidar
00:35:27dos critérios
00:35:27da terceirização,
00:35:28quando é que pode,
00:35:29quando é que não pode.
00:35:30No resumo,
00:35:31as pessoas estão falando
00:35:32que isso vai acabar
00:35:33com a Justiça do Trabalho.
00:35:35Para uma parte das pessoas
00:35:35isso é comemorável,
00:35:37para outra parte
00:35:38nem tanto,
00:35:39por conta dos direitos
00:35:40sociais e tal.
00:35:42Como é que você vê?
00:35:43Olha, Coba...
00:35:43É polêmico isso aí, hein?
00:35:45Eu vou meio que
00:35:45imitando o Rubens aqui,
00:35:47o Brasil,
00:35:47um país onde até
00:35:48o passado é incerto,
00:35:49quanto mais a volatilidade
00:35:52desses temas jurídicos.
00:35:53Eu não vou me ater
00:35:53a questões muito técnicas
00:35:54aqui em relação
00:35:55ao que seria
00:35:55a competência do STF,
00:35:57competência da Justiça do Trabalho,
00:35:59eu quero puxar o holofote
00:36:00dessa discussão,
00:36:01mas para o fato de que
00:36:02se o STF encontrou
00:36:03uma brecha
00:36:03para avocar para si
00:36:04mais essa competência,
00:36:06é porque existe um limbo,
00:36:07existe um limbo evidente,
00:36:08e esse limbo se dá
00:36:10por quê?
00:36:10Porque existe um escolamento
00:36:11evidente da legislação,
00:36:13do aparato legal
00:36:14que regula as relações
00:36:15de trabalho,
00:36:16a CLT,
00:36:17que é uma legislação
00:36:18de 1943,
00:36:20está mais perto
00:36:20da época escravagista
00:36:22do que da era
00:36:22dos aplicativos.
00:36:24Existe uma legislação
00:36:25antiga
00:36:25que passou por algumas
00:36:26reformas,
00:36:27mas ainda assim
00:36:28acaba não contemplando
00:36:29as necessidades
00:36:30do atual mercado
00:36:31de trabalho.
00:36:32E ao invés do Brasil
00:36:34se debruçar
00:36:34sobre essa questão
00:36:35de modo a passar
00:36:37a abarcar
00:36:37as novas relações,
00:36:39como por exemplo
00:36:40a questão dos aplicativos,
00:36:41não,
00:36:41a gente passa a discutir
00:36:42o mundo dos sonhos,
00:36:44o Brasil de Nárnia
00:36:45que nós queremos ter
00:36:46e não o Brasil
00:36:46que nós temos de fato
00:36:47com projetos,
00:36:48por exemplo,
00:36:49que veio da base
00:36:49do governo,
00:36:50da PEC 6x1,
00:36:52por exemplo,
00:36:52enfim,
00:36:53fala-se em diminuir
00:36:54a possibilidade
00:36:56de uma escala
00:36:566x1,
00:36:57que o brasileiro
00:36:58trabalharia no máximo
00:36:59na escala 5x3,
00:37:00sem se tocar
00:37:01no assunto
00:37:02da possibilidade
00:37:02de aumento
00:37:03de produtividade,
00:37:04sem tocar
00:37:05no assunto
00:37:05da situação
00:37:06econômica
00:37:07do brasileiro.
00:37:07Então,
00:37:08todas essas discussões
00:37:09elas são travadas,
00:37:11parece que descoladas
00:37:12da realidade,
00:37:13pensando num país
00:37:14que de fato
00:37:15não existe.
00:37:16Não dá pra gente
00:37:16pensar em reduzir,
00:37:17infelizmente,
00:37:18e eu sei,
00:37:19eu me compadeço
00:37:19de quem trabalha
00:37:20em 6x1,
00:37:21é horrível
00:37:22trabalhar nessa escala,
00:37:23realmente você não tem
00:37:23tempo pra nada,
00:37:25mas se você
00:37:25passar a trabalhar
00:37:275x3,
00:37:28com esse tempo livre,
00:37:29você que ganhou
00:37:29um salário mínimo aí,
00:37:30os próximos 1.600
00:37:31e poucos reais,
00:37:32você vai ficar 3 dias
00:37:33parado?
00:37:34Você vai ficar 3 dias
00:37:35com 1.600 reais?
00:37:36O que o brasileiro faz?
00:37:37Não vai no cinema
00:37:38com a família,
00:37:39não compra alguma coisa
00:37:40diferente pra comer,
00:37:41não vai a um restaurante,
00:37:42enfim,
00:37:43as discussões
00:37:44sobre direitos do trabalho,
00:37:45sobre relações de trabalho
00:37:46no Brasil,
00:37:47elas não são travadas
00:37:48considerando a realidade.
00:37:49Então,
00:37:50é nesse vácuo justamente
00:37:51que o Supremo Tribunal Federal
00:37:52se aproveita
00:37:53pra adentrar a discussão
00:37:55e tentar colocar
00:37:55um ponto final
00:37:56na história.
00:37:57Se isso é certo,
00:37:58é errado,
00:37:59se é legal,
00:37:59se não é legal,
00:38:00aí é aquela análise
00:38:00técnica jurídica
00:38:01que comporta praticamente
00:38:02qualquer corrente.
00:38:03E você, Rubens,
00:38:04como é que você vê?
00:38:05Você vê com bons olhos
00:38:06essa decisão do STF
00:38:08de chamar pra si
00:38:09a decisão final
00:38:11a respeito de pejotização?
00:38:12Lembrando que o que for
00:38:13decidido aí,
00:38:14nessa decisão,
00:38:15vai se multiplicar
00:38:17automaticamente
00:38:18pra todos esses outros
00:38:19processos aí,
00:38:19milhares de processos parados.
00:38:21com certeza eu sou o que menos
00:38:22entendo aqui desse assunto.
00:38:24Mas eu queria colocar
00:38:25alguma coisa que tenha
00:38:25a ver com isso.
00:38:27O Brasil,
00:38:28ao invés da legislação
00:38:30se adequar ao Estado,
00:38:33à economia,
00:38:34o que ele faz?
00:38:34Ele faz,
00:38:35ele quer forçar a economia
00:38:37a entrar dentro
00:38:37de uma legislação
00:38:38que é de 43.
00:38:40Então,
00:38:40por aí,
00:38:41a coisa já não vai.
00:38:42E a pejotização
00:38:43tem muito
00:38:44de
00:38:45má-fé
00:38:47ou um pouco
00:38:48de má-fé.
00:38:49Mas você tem
00:38:50uma série
00:38:50de trabalhos,
00:38:52uma coisa é emprego,
00:38:54outra coisa é trabalho.
00:38:56Então,
00:38:56você tem uma série
00:38:57de trabalhos
00:38:58hoje em dia
00:38:58que não podem mais
00:38:59ser contratados
00:39:00através da CLT.
00:39:03O Brasil avançou tanto,
00:39:04por exemplo,
00:39:05no plano da
00:39:05União Estável,
00:39:07não foi acelerado?
00:39:09Transgênero,
00:39:10não foi acelerado?
00:39:12Não acabou
00:39:13o imposto sindical,
00:39:13que era um tabu.
00:39:16Por que não adequa
00:39:17essa lei?
00:39:18Porque senão vai ter
00:39:19sempre uma enxurrada
00:39:20de ações.
00:39:21Tem um artigo
00:39:22do Pedro Nery
00:39:22no Estado de São Paulo
00:39:24que é fantástico.
00:39:26Ele falou,
00:39:26se o Trump estivesse aqui,
00:39:28ele ia botar
00:39:28o tarifácio lá,
00:39:29imediatamente,
00:39:31um grupo de empresários
00:39:32de Goiás
00:39:33ia entrar
00:39:33com uma liminar
00:39:36dizendo que não pode
00:39:37pagar mais caro
00:39:38o fertilizante.
00:39:39E por aí vai,
00:39:40porque o Brasil
00:39:40é tão permeável
00:39:43a legislação,
00:39:44é o país que mais
00:39:45tem causas
00:39:46no mundo,
00:39:47é o país onde
00:39:48o judiciário
00:39:48é mais caro.
00:39:50Então,
00:39:50uma providência
00:39:52empresarial,
00:39:53que é para a economia
00:39:54funcionar,
00:39:55acaba dando
00:39:56essa confusão.
00:39:57isso tem reflexos
00:39:59econômicos muito claros
00:40:00também,
00:40:00né,
00:40:00Alex?
00:40:01Porque se o STF,
00:40:03no final das contas,
00:40:03lá,
00:40:04flexibilizar,
00:40:05de maneira a autorizar
00:40:07mais relações
00:40:08de trabalho
00:40:09por via
00:40:10do contrato
00:40:11de PJ,
00:40:13isso tem reflexos
00:40:13diretos
00:40:14na tributação,
00:40:15por exemplo.
00:40:16Quem é que sustenta
00:40:17o INSS?
00:40:17É o trabalhador
00:40:18que paga o INSS
00:40:19com o patrão
00:40:19que paga o INSS.
00:40:20Se isso não é mais
00:40:21uma relação de patrão
00:40:22e de empregado
00:40:23que paga o INSS,
00:40:23não vai ter mais dinheiro
00:40:26sustentando o INSS,
00:40:27que já é deficitário.
00:40:28Mas já não tem.
00:40:28E aí?
00:40:29Já não tem.
00:40:30Agora imagina se tira
00:40:31o que tem.
00:40:31Mas já não tem.
00:40:32Mas já não tem.
00:40:34O INSS está falido.
00:40:35O que você tem que arrumar
00:40:36é novas formas
00:40:37de financiamento
00:40:38do INSS.
00:40:40E não é com uma legislação
00:40:41de 60, 70 anos atrás
00:40:43que você vai fazer isso.
00:40:44Então,
00:40:44você tem que modelar
00:40:46a legislação
00:40:47de acordo
00:40:48com o estado
00:40:51da economia.
00:40:52E do jeito que está
00:40:53o INSS não se sustenta.
00:40:54Vai ter que vir
00:40:55de outra renda.
00:40:55Mas a gente adianta
00:40:58e muito
00:40:58o dia do velório
00:40:59do INSS.
00:41:00Se a gente tiver
00:41:01essa flexibilização.
00:41:03O velório já foi.
00:41:03Já foi.
00:41:04Já faltei?
00:41:05Não fui?
00:41:05Não fui convidado.
00:41:06Não foi isso no sétimo dia?
00:41:07Está na missa de um ano.
00:41:09Está na missa de um ano.
00:41:09E aí, Alex?
00:41:10Quais são os aspectos
00:41:11econômicos disso aí?
00:41:12Ah, Nelson.
00:41:13Todo mundo querendo
00:41:14fugir dessa tributação
00:41:15que eu concordo
00:41:16com o Rubens falou.
00:41:18Não só estar morto,
00:41:20mas também para reviver
00:41:21o morto,
00:41:21precisa ter novas
00:41:23iniciativas
00:41:25nesse sentido
00:41:26da CLT.
00:41:26Não só que é caro,
00:41:27mas também é ineficiente
00:41:28para o trabalhador
00:41:29e para o trabalhador,
00:41:31para o empregado,
00:41:31para todo mundo.
00:41:32Então, ele não é só
00:41:34ineficiente no sentido
00:41:34de pagamento
00:41:35que é de direito
00:41:36do trabalhador
00:41:37que não vai ter dinheiro
00:41:37para pagar lá na frente.
00:41:38Como nós temos visto,
00:41:40inclusive,
00:41:40por motivos até diferentes
00:41:41por questão dos fundos
00:41:42de pensões,
00:41:43que são outros motivos,
00:41:44mas também
00:41:44é outro sistema falido.
00:41:46Então, para não fugir
00:41:46do assunto,
00:41:47Kobayashi,
00:41:47quando a gente fala
00:41:48aqui em relação
00:41:48à questão da pejotização,
00:41:51claramente,
00:41:51essa relação de trabalho
00:41:54está sendo canibalizada.
00:41:55Eu não sou,
00:41:55também como o Rubens falou,
00:41:56também não sou o maior,
00:41:59a pessoa que mais conhece
00:42:00do assunto,
00:42:01mas eu vejo
00:42:01que uma relação
00:42:02acaba sendo canibalizada
00:42:03e outra.
00:42:04Tem a questão
00:42:04do próprio KINAI,
00:42:05não basta ter empresa,
00:42:06eu quero ver o KINAI
00:42:07que paga menos imposto.
00:42:09Eu tenho visto muito isso,
00:42:10tem vários colegas
00:42:11que eu conheço
00:42:11que emitem uma nota
00:42:13que não tem nada a ver
00:42:13com serviço.
00:42:15Por quê?
00:42:15Porque é o KINAI
00:42:16que vai pagar ali
00:42:17o imposto,
00:42:18ou seja,
00:42:18de serviço,
00:42:18enfim,
00:42:19o SS,
00:42:19o que seja,
00:42:20mais barato
00:42:21do que efetivamente
00:42:22aquele serviço
00:42:23que está sendo efetivamente
00:42:24feito.
00:42:24Aí a reforma trabalhista
00:42:25de alguma maneira
00:42:26vai resolver
00:42:27quando estiver
00:42:27totalmente implementada,
00:42:28não é isso?
00:42:29Eu vejo...
00:42:30Não é trabalhista não,
00:42:30reforma tributária.
00:42:32Tributária, sim.
00:42:33Mas já fala assim,
00:42:33adiar inclusive o início
00:42:34da transição,
00:42:35porque o aparato brasileiro
00:42:36não comporta...
00:42:37O sistema que já está ruim
00:42:39com um sistema novo
00:42:40caminhando com o comitante...
00:42:41Eu duvido
00:42:41dessa transição,
00:42:43tá?
00:42:43Eu acho que a teoria
00:42:44será um edifício.
00:42:45Provavelmente vai ser
00:42:46prorrogado,
00:42:46você acha ou não?
00:42:47O governo está preparado
00:42:48para isso,
00:42:48não está preparado.
00:42:49Bastidores já falam
00:42:50em prorrogação,
00:42:51em adiamento
00:42:52do início da transição.
00:42:53Não dá para acreditar
00:42:54em nada, né?
00:42:55Tudo é imprevisível,
00:42:56tudo muda.
00:42:56Até 2026
00:42:58dá para acreditar em tudo,
00:42:59que o orçamento vai fechar,
00:43:00que a transição vai acontecer.
00:43:02Dá para acreditar
00:43:03que o governo
00:43:03vai gastar mais.
00:43:04Isso aí dá para acreditar
00:43:05em tudo, né?
00:43:06Certo.
00:43:07Isso sempre acontece.
00:43:08Mas pode concluir,
00:43:09Alex,
00:43:10o grande aspecto
00:43:12econômico
00:43:13dessa decisão
00:43:15em relação
00:43:16à pejotização?
00:43:17Você acha
00:43:18que se a gente tivesse
00:43:18mais contratos
00:43:20PJ,
00:43:21você acha
00:43:21que a gente teria
00:43:22mais facilidades
00:43:23para o crescimento,
00:43:25para a produtividade,
00:43:26para...
00:43:27para...
00:43:28Vamos lá.
00:43:28receber investidores externos...
00:43:31Novamente.
00:43:32E aí?
00:43:32Eu vejo que...
00:43:33Aí eu seria muito seletivo
00:43:35aqui da minha parte.
00:43:36Por exemplo,
00:43:36um trabalhador numa fábrica,
00:43:37como que ele vai ser
00:43:38pejotizado?
00:43:40Se ele só tem que trabalhar
00:43:41ali fisicamente,
00:43:42fazendo aquela atividade,
00:43:43ele pode renunciar
00:43:45a diversos direitos
00:43:45que o CLT possui.
00:43:47E um trabalhador
00:43:48que consegue
00:43:49ter o seu trabalho
00:43:51de uma forma até
00:43:52terceirizada,
00:43:53ele terceirizar o próprio trabalho,
00:43:54ganhar escala,
00:43:55e não prejudicar o trabalho
00:43:56o final,
00:43:57isso poderia ser.
00:43:58Então, eu acredito que
00:43:59tudo que é feito
00:44:00de uma forma extrema
00:44:01e de uma forma...
00:44:03Um entendimento
00:44:05vale para todos,
00:44:05eu já acredito
00:44:06que seja errado,
00:44:07independente de qualquer
00:44:07matéria que seja.
00:44:08E não é a primeira vez
00:44:09que o STF,
00:44:11de novo,
00:44:12também do seu advogado,
00:44:13também do seu direito,
00:44:13mas eu vejo
00:44:14vários assuntos,
00:44:15não é a primeira vez
00:44:17que o STF
00:44:17tenta também
00:44:18colocar o dedo
00:44:20em outro assunto
00:44:20que não é de pertinência
00:44:22da própria corte.
00:44:23É aí que
00:44:24essa questão
00:44:25da pejotização
00:44:26se choca
00:44:26com a terceirização,
00:44:28não é, Luciana?
00:44:28Por exemplo,
00:44:28no exemplo que trouxe
00:44:29o Alex,
00:44:30se eu sou lá
00:44:31eu vendo amendoim
00:44:32salgado,
00:44:33se eu posso
00:44:34terceirizar a atividade
00:44:35fim,
00:44:37inclusive,
00:44:38que é a discussão
00:44:38da terceirização,
00:44:39eu posso
00:44:39só comprar do Diego
00:44:41que é produtor
00:44:42e embalar e vender,
00:44:43não é?
00:44:44É.
00:44:44Mas eu também posso
00:44:45na minha fábrica
00:44:45pegar 30
00:44:46que hoje são meus funcionários
00:44:48e falar,
00:44:48opa,
00:44:48a partir de hoje
00:44:49todos vocês são uma empresa
00:44:50de fazer amendoim,
00:44:51então eu vou
00:44:52fazer 30 contratos
00:44:54aqui com 30 prestadores
00:44:56de serviços,
00:44:57não pago mais
00:44:58INSS,
00:44:59não pago mais
00:45:00os impostos
00:45:03de uma relação
00:45:03trabalhista,
00:45:04se você se acidentar,
00:45:05meio que problema seu,
00:45:06e aí a partir de agora
00:45:09temos contratos
00:45:10de PJ.
00:45:11Eu acho que precisa
00:45:11separar
00:45:12aqueles que se enquadram
00:45:14lá na lei
00:45:15da liberdade econômica,
00:45:16que eles estão cientes
00:45:17do que eles vão contratar,
00:45:19daquele que especificamente
00:45:21ele,
00:45:22eu vendo amendoim,
00:45:23sou vendedor de amendoim,
00:45:24eu sou uma pessoa autônoma,
00:45:26essa pessoa
00:45:27vai ganhar 5 mil reais,
00:45:29qual que é a obrigação
00:45:30de quem está contratando lá?
00:45:32Recolher 11%
00:45:33de ISS.
00:45:34Essa pessoa vai falar,
00:45:35não, meu serviço
00:45:37é 5 mil reais,
00:45:38mas eu quero o bruto.
00:45:40Quem está contratando
00:45:41fala,
00:45:41não, mas eu tenho
00:45:42que descontar,
00:45:43e vai ficar esse impasse.
00:45:44Conclusão,
00:45:44aqui não recolhe
00:45:45e aqui não recolhe,
00:45:47e os anos vão se passando.
00:45:48Um dia,
00:45:49essa pessoa vai bater
00:45:50na porta do INSS,
00:45:52e aí ela não vai ter direito
00:45:53a uma aposentadoria,
00:45:55mas ela vai ter direito
00:45:56a um benefício lá do Loas,
00:45:58pela idade,
00:45:59por doença,
00:46:00e aí vira um custo
00:46:01para toda a sociedade,
00:46:03e não tem de onde tirar
00:46:04para efetuar esse pagamento.
00:46:06Isso tem sido
00:46:07uma prática constante.
00:46:08Você pega hoje
00:46:09pequenas construtoras,
00:46:12eles têm
00:46:12o eletricista,
00:46:13a pessoa que trabalha
00:46:14na parte hidráulica,
00:46:15o pedreiro,
00:46:16o ajudante,
00:46:17eles estão todos
00:46:18em mês,
00:46:19e aí recebe ali
00:46:202, 3 mil reais bruto,
00:46:22não está sendo retido aqui,
00:46:23porque o Código Tributário
00:46:24Nacional exige
00:46:25que pessoa jurídica
00:46:27pagando,
00:46:28para outra pessoa,
00:46:29se for pessoa física,
00:46:30tem que reter.
00:46:30Mas no caso aqui,
00:46:31entre pessoas jurídicas,
00:46:33porque a MEI é um...
00:46:34São duas empresas, né?
00:46:35Aqui,
00:46:36o pagador não vai reter,
00:46:38e lá não vai recolher.
00:46:40E aí,
00:46:40esse problema
00:46:40vira um ciclo vicioso
00:46:42que vai gerar
00:46:43um grande passivo
00:46:44para o Estado
00:46:45e para a sociedade
00:46:46lá na frente.
00:46:47Fecha esse assunto aí, Diego.
00:46:49Só para apontar
00:46:50bem rapidamente,
00:46:51que essa análise,
00:46:52ela não tem como escapar
00:46:53de ser uma análise
00:46:54causuística,
00:46:54porque você tem situações
00:46:55muito claras,
00:46:56a pejoratização é uma fraude,
00:46:57mas você tem muitas
00:46:58situações cinzentas,
00:46:59e principalmente
00:46:59com o novo mercado
00:47:00de trabalho.
00:47:01As pessoas,
00:47:02enfim,
00:47:03os nômades digitais,
00:47:04as pessoas que trabalham
00:47:05por aplicativos,
00:47:06evidentemente que o aparato
00:47:08legal que nós temos hoje
00:47:09não atende a essas relações.
00:47:10É por isso que não tem
00:47:11que ter repercussão geral.
00:47:13É por isso que não tem
00:47:14que parar tudo
00:47:14para o STF
00:47:15e dar uma decisão
00:47:16que valha para todo mundo.
00:47:17A lei trabalhista
00:47:19já diz o que é
00:47:19uma relação de emprego.
00:47:21E aí cabe
00:47:21a Justiça do Trabalho
00:47:22pegar este caso aqui,
00:47:23opa,
00:47:24este é um contrato de PJ mesmo.
00:47:26Mas esse outro aqui
00:47:27é uma fraude.
00:47:29É essa a crítica, né?
00:47:30Porque daí, pô,
00:47:31depois da decisão
00:47:32que a gente tiver aí,
00:47:33pronto,
00:47:33a gente supera essa fase,
00:47:35podemos ter um monte
00:47:35de fraude institucionalizadas
00:47:37e endossadas pela Justiça.
00:47:39Pela Suprema Corte.
00:47:40Pois é.
00:47:41Você sabe uma outra questão
00:47:42que está dando polêmica
00:47:42para a gente mudar de assunto
00:47:43aqui para a área da política?
00:47:45O Eduardo Leite,
00:47:46governador do Rio Grande do Sul,
00:47:48avisou seus aliados políticos
00:47:50sobre sua possível saída
00:47:51do PSDB
00:47:52para se filiar ao PSD.
00:47:55Leite usou
00:47:55suas redes sociais
00:47:56para dizer que não tomará
00:47:58uma decisão
00:47:59até o final de abril,
00:48:00após a conclusão
00:48:02de um processo interno
00:48:03do PSDB,
00:48:04partido no qual
00:48:05está filiado
00:48:06há 24 anos.
00:48:09E aí,
00:48:09será que é o último
00:48:10a sair do PSDB
00:48:11ou tem mais gente
00:48:13lá ainda,
00:48:13o Diego Tavares?
00:48:14Sobram os gatos pingados
00:48:15lá, né?
00:48:16Mas é,
00:48:16o PSDB é evidentemente
00:48:18um partido que caminha
00:48:20para a sua extinção.
00:48:22Extinção não, né?
00:48:22Porque provavelmente vai ser,
00:48:23vai entrar nessa grande fusão
00:48:25que a Renata Abreu
00:48:26e o Podemos
00:48:26estão encabeçando.
00:48:28Mas, particularmente,
00:48:30eu acho triste
00:48:31o que aconteceu
00:48:31com o PSDB,
00:48:32Coba.
00:48:32O PSDB é um partido
00:48:33que já teve grandes quadros,
00:48:34grandes pessoas,
00:48:35enfim,
00:48:36grandes políticos,
00:48:37Franco Montoro,
00:48:38Fernando Henrique Cardoso,
00:48:39enfim,
00:48:39goste ou não goste,
00:48:40foi um partido protagonista
00:48:42do debate público
00:48:43que fez grandes homens públicos
00:48:45e hoje se encontra aí
00:48:46nessa situação
00:48:47que você colocou.
00:48:48O último que saía
00:48:49apaga a luz.
00:48:50A respeito do Eduardo Leite
00:48:51indicar que poderá deixar
00:48:53o PSDB,
00:48:53como está escrito aqui
00:48:54no nosso GC,
00:48:55essa decisão está mais
00:48:56do que tomada.
00:48:56Vai acompanhar tantos outros
00:48:57aí quadros do partido
00:48:59que migraram para o PSDB
00:49:01do Gilberto Kassab
00:49:02que é o novo partidão
00:49:04que nós teremos
00:49:05no Brasil agora
00:49:06que de forma histórica
00:49:07inclusive desbancou o MDB
00:49:08na quantidade de prefeituras
00:49:09eleitas na última eleição
00:49:11desde a redemocratização
00:49:12o MDB sempre foi o partido
00:49:13com mais prefeituras
00:49:14no Brasil.
00:49:15O PSDB de Gilberto Kassab
00:49:17nesse movimento
00:49:18de angariar muitos quadros
00:49:19de partidos
00:49:21que como PSDB
00:49:22estão aí definhando
00:49:23conseguiu superar o MDB
00:49:26nessa marca de prefeituras.
00:49:27Então, enfim,
00:49:28é mais um capítulo aí
00:49:29da queda, né?
00:49:31Ascensão e queda
00:49:31dos tucanos,
00:49:33do tucanato brasileiro.
00:49:34E aí, Rubens,
00:49:35como é que você vê?
00:49:36É, o Eduardo Leite
00:49:36é uma figura política
00:49:38interessante,
00:49:39ele renunciou
00:49:43para ser candidato
00:49:44a presidente da república,
00:49:45não foi,
00:49:45depois voltou,
00:49:46ganhou a eleição novamente,
00:49:48é um político jovem,
00:49:50é um político
00:49:50com ideias novas
00:49:52e com essa,
00:49:53se ele vier mesmo
00:49:54para o PSD,
00:49:56o PSD fica com o Paraná,
00:49:58né?
00:49:59Santa Catarina
00:50:00e Rio Grande do Sul
00:50:00governando os três.
00:50:02Santa Catarina,
00:50:02o Jorginho é do PL,
00:50:04não é?
00:50:05É do PL?
00:50:06É, então fica
00:50:08Paraná e Rio Grande do Sul
00:50:10e o PSD é o partido
00:50:11que mais cresce.
00:50:12Mas esse negócio
00:50:13do Eduardo Leite
00:50:14é mais ou menos
00:50:14você perguntar
00:50:15para uma pessoa assim,
00:50:16você quer ser um jovem rico
00:50:17ou um velho pobre?
00:50:18Porque ele está no,
00:50:20o PSDB está nos estretores
00:50:22e como o Diego falou,
00:50:25é um partido que
00:50:26não só teve grandes quadros,
00:50:28mas como fez
00:50:29uma revolução no Brasil
00:50:30que foi o Plano Real
00:50:31e nunca teve
00:50:32a capacidade,
00:50:33o orgulho
00:50:34de bater no peito
00:50:34e falar,
00:50:35ó,
00:50:35eu que estabeleci.
00:50:36Nunca nem abordaram
00:50:36esse tema
00:50:37em campanha eleitoral,
00:50:38nada.
00:50:38Parece que ele tem
00:50:39vergonha do sucesso
00:50:40que fez.
00:50:40Então é por isso
00:50:41que o partido acaba.
00:50:43É,
00:50:43Jorge Romelho é do PL mesmo,
00:50:44governador de Santa Catarina.
00:50:46Agora,
00:50:46com essa movimentação
00:50:48do Eduardo Leite
00:50:50indo para o PSD,
00:50:52ele acaba meio que
00:50:53renunciando a possibilidade
00:50:54de ser candidato
00:50:54à presidência, né?
00:50:56Porque lá no PSD
00:50:57parece que já há um preferido,
00:50:59caso tenha candidato próprio,
00:51:01que é justamente
00:51:02o Ratinho Júnior,
00:51:02inclusive que já manifestou
00:51:04a possibilidade
00:51:05de ser um candidato,
00:51:07se tiver
00:51:08ambiente,
00:51:10apoio suficiente
00:51:11para ser
00:51:11um presidenciável.
00:51:13Como é que você vê
00:51:14esse movimento
00:51:14do Eduardo Leite?
00:51:15Que já tentou lá atrás,
00:51:17naquela disputa
00:51:18que teve internamente
00:51:19com o João Dória,
00:51:20que depois
00:51:21não teve apoio
00:51:21do partido,
00:51:22que acabou apoiando
00:51:23Simone Tebet,
00:51:24e agora
00:51:25estava sendo citado
00:51:27como um possível,
00:51:28enfim.
00:51:28Vai acabar indo
00:51:29pelo mesmo caminho,
00:51:30vai ficar no esquecimento
00:51:32ali no cantinho,
00:51:34porque o PSD
00:51:36hoje é uma máquina,
00:51:37a gente tem
00:51:37o Kassab apoiando
00:51:39o governador de São Paulo,
00:51:41que aí deu uma incógnita
00:51:42se Tarcísio
00:51:42vem ou não
00:51:44candidato a governador,
00:51:45ou se ele
00:51:46tentando uma eleição,
00:51:48ou se mesmo
00:51:48ele vai tentar
00:51:49a presidência da República.
00:51:51se ele vier
00:51:52e o Ratinho Júnior
00:51:53não vier,
00:51:54e aí?
00:51:55Não vai ter espaço
00:51:56para o Eduardo Leite,
00:51:58então ele vai ficar
00:51:58na geladeira,
00:52:00ele vai ter que
00:52:01preencher um outro cargo
00:52:02ou aguardar
00:52:03uma indicação.
00:52:04Eu acho que é um erro
00:52:05muito grande
00:52:06que ele está fazendo,
00:52:07porque,
00:52:07querendo ou não,
00:52:08até então
00:52:08tínhamos três
00:52:10governadores
00:52:11do mesmo partido,
00:52:13saiu a Lira,
00:52:14ficou agora
00:52:15só do Mato Grosso,
00:52:16ele ainda continua,
00:52:18ele saindo,
00:52:19ele vai ser o que?
00:52:20Mais um na fila
00:52:21do pão lá esperando,
00:52:22porque a gente tem
00:52:22alguns que saíram
00:52:24e que agora
00:52:25estão tentando
00:52:26uma recolocação.
00:52:28E você, Alex,
00:52:28como é que vê
00:52:29esse movimento
00:52:29do governador
00:52:30Eduardo Leite?
00:52:31Bom, como é,
00:52:32acho,
00:52:32quando você pega
00:52:33o movimento
00:52:34do próprio Leite
00:52:35desde a questão
00:52:35das tragédias,
00:52:37na minha concepção,
00:52:39principalmente
00:52:39com o lado econômico
00:52:40do Estado,
00:52:41que passou por
00:52:42muita dificuldade,
00:52:43eu não vi
00:52:44nenhuma grande
00:52:44iniciativa do governador
00:52:46em conseguir
00:52:47realmente retomar
00:52:48o processo da economia
00:52:49naquela mesma velocidade,
00:52:50falando do meu aspecto econômico,
00:52:51falando aqui de Estado.
00:52:53E aí,
00:52:53quando você entra
00:52:54numa disputa
00:52:55presidenciável,
00:52:57que tem outros
00:52:57nomes fortes
00:52:58que estão sendo cotados,
00:53:00muitos deles,
00:53:01apesar de não ter sido
00:53:02oficializado,
00:53:02mas o próprio Tarcísio,
00:53:04que tem feito
00:53:04um trabalho
00:53:05muito forte
00:53:06no Estado de São Paulo,
00:53:08eu vejo,
00:53:08concordo até
00:53:09com a opinião
00:53:10da Luciana,
00:53:11é um candidato
00:53:12que,
00:53:13entrando
00:53:14para essa
00:53:14corrida eleitoral,
00:53:17não vai ter o mesmo
00:53:17peso dos outros.
00:53:18Eu vejo que
00:53:19a saída,
00:53:19na minha opinião,
00:53:20talvez seria no Senado,
00:53:21e não seria,
00:53:22no caso,
00:53:24candidatando ali
00:53:25um possível
00:53:25presidenciável,
00:53:26até mesmo como vice.
00:53:27Eu acho que o vice
00:53:28poderia até ser
00:53:28uma alternativa,
00:53:29na minha opinião,
00:53:30mas talvez o Senado
00:53:31pode ser um lugar
00:53:32que possa caber ali
00:53:33o próprio
00:53:35Eduardo Leite
00:53:36nesse sentido.
00:53:37Então,
00:53:37acho que é um pouco
00:53:37da minha opinião
00:53:38em relação ao trabalho
00:53:39que ele fez,
00:53:40a popularidade do Estado,
00:53:42o que ele tem de popularidade
00:53:43no próprio Estado,
00:53:44e também a sua
00:53:44representatividade nacional
00:53:46vis-à-vis a Brasília.
00:53:47Você acha que é um caminho
00:53:48natural ser senador
00:53:49Eduardo Leite?
00:53:50Olha,
00:53:51eu não sei se é um caminho
00:53:52natural,
00:53:52porque como você disse aqui,
00:53:54essa troca,
00:53:55esse dilema que o Eduardo Leite
00:53:56enfrenta entre PSDB e PSD
00:53:58é aquela história,
00:53:59eu vou ser o rei dos ratos
00:54:01ou eu vou ser um rato
00:54:01entre reis?
00:54:02Ele acaba trocando
00:54:03uma posição de destaque,
00:54:05de número um de um partido,
00:54:06para ser mais um
00:54:06ali nos quadros do PSD.
00:54:08Certamente,
00:54:09muitos interesses políticos
00:54:10estarão envolvidos aí,
00:54:11e uma vaga no Senado
00:54:13sempre é algo
00:54:13que nós brincamos,
00:54:15dentro dos partidos
00:54:16é disputada no soco.
00:54:17Então,
00:54:18o Eduardo Leite
00:54:19vai ter que superar
00:54:20lideranças políticas,
00:54:21algumas,
00:54:21às vezes,
00:54:21que são mais maturadas,
00:54:23às vezes,
00:54:23não para a opinião popular,
00:54:25mas dentro da própria
00:54:26estrutura partidária,
00:54:28que nós sabemos
00:54:28que numa eleição do Senado
00:54:29é muito mais importante
00:54:30que você tenha
00:54:31um apoio massivo
00:54:31do partido
00:54:32do que a própria
00:54:33adesão popular.
00:54:34Isso se comprova até mesmo
00:54:35pelos senadores
00:54:36que nós temos eleitos hoje.
00:54:38Você que está em casa
00:54:38nos acompanhando,
00:54:39se pergunte aí mentalmente
00:54:40quem são os senadores
00:54:41do seu Estado?
00:54:42Provavelmente você não sabe,
00:54:43porque essas pessoas
00:54:44se elegeram
00:54:44com um forte aparato
00:54:45do partido
00:54:46e não necessariamente
00:54:47por ter um apoio popular,
00:54:49de serem pessoas,
00:54:50personalidades populares.
00:54:51Então,
00:54:52eu entendo que é um possível caminho,
00:54:54mas não um caminho natural.
00:54:55Você acha que eles...
00:54:56Diego, Diego, Diego,
00:54:57o senador é o melhor,
00:54:59segundo o melhor emprego do mundo.
00:55:00Com certeza.
00:55:01Primeiro é o presidente da CBF,
00:55:03o segundo é...
00:55:04Oito anos com aquela estrutura,
00:55:07com visibilidade,
00:55:08mandando pra caramba,
00:55:09é o empregaço.
00:55:11É, mas você viu que
00:55:11depois dos aumentos na CBF,
00:55:13não só o presidente
00:55:14está se dando bem lá,
00:55:15tem vários outros cargos bons
00:55:16na CBF.
00:55:17Isso rende uma pauta
00:55:18no programa inteiro.
00:55:19Isso aí, vai ter cartorário
00:55:21largando cartório
00:55:21pra aí ser dirigente da CBF.
00:55:25Mas vocês veem o Eduardo Leite,
00:55:27por exemplo,
00:55:27ele está num contexto também
00:55:28que é bem discutido
00:55:29dentro do PSDB,
00:55:30que foi a falta de oxigenação
00:55:32dos seus quadros, né?
00:55:33O PSDB chegou no nível
00:55:35que está para muitos
00:55:36justamente porque
00:55:36apostou nas mesmas pessoas
00:55:38a cada eleição,
00:55:39os mesmos nomes,
00:55:40não gerou uma nova geração
00:55:43de políticos, enfim.
00:55:45E o Eduardo Leite veio
00:55:46desses mais novos
00:55:48como sendo o contraponto.
00:55:50Falou, não,
00:55:51olha aqui uma novidade,
00:55:52olha um jovem no PSDB.
00:55:54Se ele sair aí,
00:55:55que não tem mesmo
00:55:55a prova de renovação
00:55:58no PSDB, né, Diego?
00:55:59Não, sobra um quadro ou outro.
00:56:01Você foi também
00:56:01da juventude do PSDB?
00:56:03Não, fui nada, fui nada.
00:56:04Não, porque a gente tem
00:56:06vários conhecidos nossos
00:56:07que foram da juventude.
00:56:08Da juventude do PSDB.
00:56:09Imagina hoje,
00:56:10a juventude do PSDB
00:56:11hoje está com uns 55 anos.
00:56:14Não é nada de tarismo.
00:56:17Mas pelo amor de Deus,
00:56:18o PSDB de fato
00:56:19é um partido que não se oxigenou.
00:56:21Mas aí, Coba...
00:56:21Assim como o PT
00:56:22não se oxigena também.
00:56:23Eu vou fazer uma defesa aqui
00:56:24do PSDB nesse sentido
00:56:25porque isso é cultural
00:56:26da política brasileira.
00:56:27Nós não temos políticos,
00:56:29partidos políticos
00:56:30que estruturalmente
00:56:31investem em novos quadros
00:56:33que formam ali
00:56:34a sua divisão de base
00:56:35para criar novos políticos
00:56:37em potencial.
00:56:37Eu, particularmente,
00:56:38não consigo pensar
00:56:39em nenhum partido aqui.
00:56:41O PT, de forma muito emblemática...
00:56:42O Pera tem feito isso.
00:56:43Tem uma dependência
00:56:44da figura, inclusive,
00:56:45do presidente Lula.
00:56:46O que se diz por aí
00:56:47é que com a saída do Lula
00:56:49da frente das atividades do PT,
00:56:52seja pela morte do presidente,
00:56:54que já se encontra
00:56:54com uma idade avançada
00:56:55ou por qualquer outro motivo,
00:56:56vai fragmentar o partido
00:56:57em diversos outros PTs.
00:56:59dizem que tem cerca
00:57:01de cinco ou seis micropartidos
00:57:02nascendo dentro do próprio PT.
00:57:04E isso...
00:57:05O PL, de certa forma,
00:57:06faz isso,
00:57:07mas o PL é um partido
00:57:08desse novo movimento
00:57:09de partidos de massa,
00:57:10partidos muito grandes,
00:57:11como é também
00:57:12o União Brasil,
00:57:13como é o PSDB.
00:57:14E aí não necessariamente
00:57:16se investem em novos quadros.
00:57:17É meio que uma aglutinação
00:57:19de quadros.
00:57:20No PL nós temos
00:57:21a figura do Nicolas Ferreira,
00:57:22que é um político jovem,
00:57:24mas que ocasionalmente
00:57:25está no PL,
00:57:25não foi formado pelo PL.
00:57:27É um cara que buscou ali
00:57:28o seu protagonismo.
00:57:30Mas eu acho que falta
00:57:31muito disso
00:57:32na política brasileira.
00:57:34Partidos que pensem
00:57:35no dia de amanhã,
00:57:36não só do poder pelo poder,
00:57:38mas pensem na estrutura partidária
00:57:39como algo
00:57:40a se perpetuar a longo prazo.
00:57:42A gente tem no PL o Nicolas,
00:57:43a gente tem aqui em São Paulo,
00:57:45o Pavanato,
00:57:47o Fernando Holliday,
00:57:47no Rio de Janeiro a gente tem
00:57:48o Satie também,
00:57:50vereador.
00:57:51Em Curitiba,
00:57:52aquele outro jovem,
00:57:52acho que não é do PL,
00:57:53é do Partido Novo,
00:57:54é o Guilherme Kielter também.
00:57:58Eles têm esse movimento,
00:57:59na direita parece que tem
00:58:00mais esse movimento.
00:58:01Até, por exemplo,
00:58:02o MBL,
00:58:03que tem aqui,
00:58:03fez vereadora em São Paulo,
00:58:04Amanda Vettorazzo,
00:58:05tem deputado estadual.
00:58:07Parece que a direita
00:58:08organiza melhor
00:58:08essa oxigenação.
00:58:09Tem uma base que é o novo,
00:58:11o jovem novo,
00:58:12que é para a preparação
00:58:14de potenciais políticos
00:58:16para o futuro.
00:58:17Porque eles começam lá
00:58:18com a meninada
00:58:19com 16 anos de idade,
00:58:21já se filiam ao partido
00:58:22e é feito todo um trabalho.
00:58:23Só que é um partido pequeno
00:58:25e que tem uma representatividade
00:58:27muito pequena lá em Brasil.
00:58:28Aí quando a gente olha
00:58:29para a esquerda,
00:58:30quando a gente olha
00:58:30para a esquerda,
00:58:32essas novas lideranças jovens
00:58:34não estão no partido
00:58:35do presidente.
00:58:36A gente tem no PSB
00:58:37a Tabata
00:58:37e o namorado,
00:58:40João Campos.
00:58:41A gente tem no PSOL
00:58:42uma série de jovens
00:58:43também sendo eleitos.
00:58:45Mas fala aí,
00:58:46você,
00:58:46um jovem do PT.
00:58:48Não tem, né?
00:58:49Cobamba,
00:58:49uma coisa para você.
00:58:51Rapidinho, vamos lá.
00:58:52Rapidão demais.
00:58:53Ó,
00:58:54o partido precisa passar
00:58:55uma ideia para a sociedade.
00:58:57Sim.
00:58:57Ou senão ele vira
00:58:58um conglomerado
00:58:58de políticos
00:59:00com densidade eleitoral.
00:59:02O PT talvez passe a ideia
00:59:03de partido dos pobres.
00:59:04para quem tem mais de 100 anos
00:59:06o MDB passa a ideia
00:59:08de democratização.
00:59:10O PSDB,
00:59:11para quem tem mais de 70,
00:59:12passa a ideia
00:59:13de estabilização da moeda.
00:59:16E o PL passa hoje
00:59:17a ideia de ser o partido
00:59:18do Bolsonaro.
00:59:20Então,
00:59:20esses são.
00:59:22Então,
00:59:22o PSDB ficou sem história
00:59:24e o MDB também.
00:59:25E essa é uma notícia
00:59:26interessante.
00:59:27Em ministros
00:59:27do Supremo Tribunal Federal
00:59:29e a cúpula do Congresso
00:59:30estão analisando
00:59:32uma alternativa
00:59:33à proposta
00:59:33de anistia.
00:59:35O objetivo
00:59:36é aprimorar
00:59:37a lei existente,
00:59:38diminuindo a pena
00:59:39de réus
00:59:39de menor importância
00:59:41condenados pelos
00:59:42atos golpistas
00:59:43de 8 de janeiro.
00:59:44O atual projeto
00:59:46de lei
00:59:46de golpe
00:59:47de Estado
00:59:48não permite
00:59:48diferenciar financiadores,
00:59:50organizadores
00:59:50e líderes
00:59:51dos demais réus
00:59:52de menor importância.
00:59:54Toda polêmica
00:59:55envolvendo
00:59:55o PL
00:59:56da anistia,
00:59:58a ideia
00:59:58disso não pegar
01:00:00bem no judiciário,
01:00:02a pressão
01:00:02sobre o Hugo Mota,
01:00:04presidente da Câmara,
01:00:05que tem agora
01:00:05na mão
01:00:06um documento
01:00:06assinado pela maioria,
01:00:08262 deputados federais.
01:00:11Como é que você está
01:00:11vendo esse debate
01:00:13todo, Luciana?
01:00:14Você acha que
01:00:15tem pauta
01:00:17da urgência
01:00:18desse projeto?
01:00:19Então,
01:00:20é algo
01:00:21complicado,
01:00:21porque quando o pessoal
01:00:22fala assim,
01:00:23as penas que estão
01:00:24sendo aplicadas
01:00:24são altas,
01:00:26a gente tem que olhar
01:00:27o nascedouro.
01:00:28nós temos a Constituição
01:00:29Federal,
01:00:30artigo 17,
01:00:31que permitiu
01:00:32que a aplicação
01:00:33da democracia defensiva,
01:00:35que pautou
01:00:35cada uma
01:00:37dessas penas.
01:00:38Só que
01:00:39quando você pega
01:00:40aqui,
01:00:40você está
01:00:41a partir de uma redução
01:00:42de um sexto
01:00:43para um terço
01:00:44para diminuir
01:00:44essas penas,
01:00:45você tem que separar
01:00:46quem são
01:00:47os organizadores,
01:00:49os financiadores
01:00:50e quem estava lá
01:00:51a individualizar
01:00:53a conduta
01:00:54de cada um.
01:00:55E ao individualizar
01:00:55a conduta
01:00:56de cada um,
01:00:56isso se torna
01:00:58sim importante,
01:00:59porque você pegar
01:01:00uma dona de casa
01:01:01a ser condenada
01:01:02em 14 anos,
01:01:03é extremamente pesado
01:01:05quando um homicida
01:01:06muitas vezes
01:01:06tem uma pena
01:01:07de uns seis anos.
01:01:08Só que o nosso
01:01:09maior problema
01:01:10aqui é
01:01:11vai abrir
01:01:12um precedente
01:01:13para que daqui a pouco
01:01:14tudo seja anistiado.
01:01:16E ao tudo
01:01:17ser anistiado,
01:01:18a população
01:01:19vai sentir,
01:01:20o Estado
01:01:21vai sentir
01:01:21os efeitos disso.
01:01:22Então,
01:01:23a meu ver,
01:01:24é urgente?
01:01:26Depende da visão
01:01:27e de que lado
01:01:27que você está.
01:01:28E você, Diego?
01:01:29Eu acho que
01:01:30se é urgente
01:01:31ou não,
01:01:32definir serão
01:01:33os representantes
01:01:33eleitos pelo povo,
01:01:34como a Luciana disse aqui.
01:01:35Já coletaram
01:01:36as assinaturas
01:01:37necessárias
01:01:38para pautar
01:01:38essa urgência.
01:01:39Agora,
01:01:40cabe ao presidente
01:01:41da casa
01:01:42mostrar que,
01:01:43de fato,
01:01:44o Congresso Nacional
01:01:44tem o seu protagonismo,
01:01:46tem a sua independência
01:01:47para pautar
01:01:48e discutir a matéria,
01:01:49enfrentar a matéria
01:01:50como ela tem
01:01:51que ser enfrentada.
01:01:52O que é muito complicado,
01:01:53Koba,
01:01:54é nós assistirmos
01:01:55os parlamentares,
01:01:56por exemplo,
01:01:58reclamarem de avanços
01:01:59do Supremo
01:01:59sobre as suas competências,
01:02:01mas esses parlamentares
01:02:02se manterem inertes
01:02:03quando são provocados
01:02:04de uma determinada discussão.
01:02:06Ora,
01:02:06está muito claro
01:02:07que essa pauta da anistia
01:02:08é algo urgente
01:02:09no Brasil,
01:02:10é algo que está causando
01:02:11muita discussão,
01:02:13está trazendo muita controvérsia,
01:02:14principalmente diante
01:02:15dos expedientes
01:02:16que nós estamos
01:02:17acompanhando
01:02:17no Judiciário.
01:02:19Existe uma sensação
01:02:20de injustiça
01:02:21muito grande
01:02:21em relação
01:02:22a muitos dos réus
01:02:23do 8 de janeiro.
01:02:24Existem muitas críticas
01:02:27a respeito
01:02:27das certas violações
01:02:29do processo penal,
01:02:31da inobservância
01:02:33de princípios básicos
01:02:34de direito,
01:02:34ou seja,
01:02:35isso tem que ser enfrentado.
01:02:37E, novamente,
01:02:37é uma chance
01:02:38do nosso Congresso Nacional
01:02:39retomar parte
01:02:40do seu protagonismo,
01:02:41porque a anistia,
01:02:42e eu recomendo aqui
01:02:43até a nossa audiência,
01:02:44fazendo mais uma recomendação,
01:02:45que depois do programa
01:02:46busque no YouTube
01:02:47um vídeo do ministro Gilmar Mendes
01:02:48falando sobre a anistia,
01:02:50ele crava de forma
01:02:51muito clara
01:02:52que a anistia
01:02:53é um ato privativo
01:02:53do Congresso Nacional,
01:02:55é uma decisão política,
01:02:56e sobre tal decisão política
01:02:58não cabe
01:02:59ingerência
01:02:59de qualquer outro
01:03:00poder da República.
01:03:01Então,
01:03:02precisa que o nosso
01:03:03presidente da Câmara,
01:03:04o deputado Hugo Mota,
01:03:05ouça o clamor
01:03:06dos seus colegas parlamentares
01:03:07e paute a anistia,
01:03:09se for o caso depois,
01:03:10paute o projeto de lei
01:03:11para discutir a anistia
01:03:12desses manifestantes.
01:03:13O que ele não pode
01:03:14é ficar se escondendo
01:03:15dentro do seu gabinete
01:03:16e deixando para lá
01:03:17e sempre colocando
01:03:18uma pauta na frente
01:03:19e outra,
01:03:19e deixando o debate,
01:03:20porque aí sim
01:03:21ele abre esse vácuo
01:03:22que é ocupado
01:03:23pelo Supremo Tribunal Federal
01:03:24e por outros
01:03:25interlocutores políticos.
01:03:26Agora,
01:03:27vamos falar aqui
01:03:27dessa alternativa.
01:03:29A anistia é perdão,
01:03:31a anistia é
01:03:32extinção de punibilidade,
01:03:34ou seja,
01:03:34quem está sendo investigado
01:03:36tem a investigação
01:03:37arquivada,
01:03:38quem está sendo processado
01:03:38tem o processo arquivado,
01:03:40quem já está condenado
01:03:41tem o perdão
01:03:43da condenação.
01:03:44É basicamente isso.
01:03:45Isso envolve
01:03:45a todo mundo
01:03:46que está na mesma situação ali.
01:03:48Perdão por completo.
01:03:49A alternativa
01:03:50que estaria
01:03:51em discussão ali
01:03:52entre a cúpula do Congresso
01:03:53e o Judiciário
01:03:54e o STF
01:03:55seria,
01:03:56em vez de anistiar,
01:03:57de perdoar essas pessoas
01:03:58e aí perdoar todo mundo,
01:04:00vamos fazer o seguinte,
01:04:01vocês não pensam
01:04:01em um projeto de lei
01:04:02que diminua a pena
01:04:03daqueles crimes
01:04:04que eles já estão condenados.
01:04:05Por quê?
01:04:06Porque como isso é mais benéfico
01:04:07ao réu,
01:04:08alcança eles.
01:04:09Então,
01:04:09quem já tem uma condenação
01:04:10de 14, 15, 16, 17 anos,
01:04:12sei lá,
01:04:13se diminui pela metade,
01:04:14vocês fazem um projeto
01:04:15de lei diminuindo
01:04:16lá o artigo de lei
01:04:18que estabelece
01:04:20os crimes
01:04:20de tentativa de golpe
01:04:22e tal,
01:04:22ou então você faz
01:04:23lá na lei
01:04:24uma divisão,
01:04:25uma diferenciação
01:04:26entre aquele que
01:04:26pratica o ato
01:04:28daquele que
01:04:28financia ou incentiva
01:04:30para que eles tenham
01:04:31penas diferentes.
01:04:33Como é que você vê isso,
01:04:35Alex?
01:04:36Porque
01:04:36parece ser um meio termo
01:04:39interessante.
01:04:40Mas,
01:04:41diferentemente da anistia,
01:04:42que seria para
01:04:43aqueles que já praticaram,
01:04:44isso aí seria
01:04:45para qualquer novo fato
01:04:47daqui para frente.
01:04:48Ou seja,
01:04:49se do resultado
01:04:50da próxima eleição,
01:04:51seja quem quer que ganhe,
01:04:52o insatisfeito vai lá
01:04:53e faz a mesma coisa,
01:04:55ele já tem uma pena
01:04:55menor também,
01:04:56porque a lei já mudou
01:04:57para ficar menor a pena.
01:04:59Não é pior
01:05:00esse cenário?
01:05:02Diante
01:05:02da possibilidade
01:05:03de se mudar a lei,
01:05:05inclusive para os fatos
01:05:06futuros,
01:05:06não é um estímulo
01:05:09de alguma maneira
01:05:10a quem quer fazer
01:05:12o que fizeram
01:05:12no Rio de Janeiro?
01:05:14Bom,
01:05:14Bobaiacho,
01:05:15eu vejo que
01:05:15precisa ser,
01:05:17a minha leitura
01:05:19é que precisa ser sim
01:05:20mudada essa característica.
01:05:22Você vê as penas
01:05:23pelas que as pessoas fizeram,
01:05:24realmente teve uma
01:05:25desproporção muito grande
01:05:26de outros crimes
01:05:28que inclusive,
01:05:29enfim,
01:05:29se a gente entrar
01:05:29nessa seara
01:05:30em relação à pena
01:05:31que foi realmente
01:05:32de fato penalizado,
01:05:33que foi julgado
01:05:33aquilo que foi feito,
01:05:34tem uma discrepância
01:05:35muito grande
01:05:36entre outros
01:05:37vários casos
01:05:37que a gente tem aqui
01:05:38à tona.
01:05:39Acho que o ponto importante
01:05:41pelo que eu vejo
01:05:41é a ala do governo
01:05:43tem uma certa existência
01:05:44porque vai dizer,
01:05:45pelo menos agora,
01:05:45nesse momento,
01:05:46que não quer se curvar
01:05:47aos golpistas,
01:05:49que é isso que a ala
01:05:50do governo diz.
01:05:51Quando a gente fala
01:05:51do projeto de lei,
01:05:52que pode reduzir um terço,
01:05:53pode reduzir um sexto,
01:05:55mesmo no Congresso
01:05:56que tem aí
01:05:57essa pressão
01:05:58pelo Ogumota,
01:05:59no Senado
01:05:59é diferente.
01:06:00No Senado,
01:06:01pelo menos,
01:06:01que eu tenho lido,
01:06:02que eu tenho pesquisado
01:06:03é que o Davi Ocolumbre,
01:06:04ele não tem olhado
01:06:05essa pauta
01:06:05como uma pauta do Brasil.
01:06:07Então,
01:06:07eu vejo que não é
01:06:08um tema
01:06:08tão fácil de gerir
01:06:10e, ao mesmo tempo,
01:06:11nessa questão
01:06:12da equalização
01:06:13de uma pauta,
01:06:15de um crime
01:06:17que foi colocado
01:06:18e de uma pena
01:06:19mais branda,
01:06:20eu vejo que,
01:06:21mesmo que pode ser usado
01:06:22pelo outro,
01:06:23um outro representante,
01:06:25seja de direita,
01:06:26seja de esquerda,
01:06:26enfim,
01:06:27para utilizar isso
01:06:27como um artifício
01:06:30para se fazer
01:06:32o mesmo movimento
01:06:33que foi feito
01:06:33no passado,
01:06:34a gravidade
01:06:35daquilo que foi feito
01:06:36tem que ser
01:06:37realmente julgada
01:06:38que eles foram
01:06:38maderneiros,
01:06:39tiveram as pessoas
01:06:40que foram julgadas ali
01:06:40que não estiveram
01:06:41nem ali,
01:06:42não tiveram nem,
01:06:43não teve ali
01:06:44nenhuma objetividade
01:06:45de fato
01:06:46para um golpe de Estado.
01:06:47Então,
01:06:47eu questiono isso,
01:06:48a materialidade
01:06:49da própria justiça
01:06:51que foi colocada
01:06:52as penas
01:06:52em várias pessoas
01:06:53que foram feitas ali.
01:06:54Então,
01:06:54a própria Débora
01:06:55em relação ao Baton,
01:06:56enfim,
01:06:56aquilo ali,
01:06:56você realmente precisava
01:06:57de fato?
01:06:59Então,
01:06:59eu acho que não só
01:07:00a materialidade
01:07:01do julgamento,
01:07:02mas também,
01:07:03ao mesmo tempo,
01:07:04a subjetividade
01:07:05do que é golpe de Estado.
01:07:07Eu acho que
01:07:08isso é grande parte
01:07:09que é questionado.
01:07:10O que é golpe de Estado?
01:07:11É aquilo que foi colocado
01:07:12ou é um golpe de Estado
01:07:13de fato
01:07:14que é utilizado
01:07:14nas forças armadas,
01:07:15enfim,
01:07:16tudo mais,
01:07:17como foi feito
01:07:18em outros países,
01:07:18inclusive no próprio Brasil
01:07:19no passado.
01:07:20Então,
01:07:20eu questiono isso.
01:07:21E aí,
01:07:21questionando-se isso,
01:07:23eu coloco o mérito
01:07:24do julgamento
01:07:25do que seria mais justo
01:07:27nesse caso.
01:07:28Eu não sou
01:07:28o maior especialista
01:07:30nesse tema,
01:07:30mas eu vejo
01:07:31que tem uma diferença
01:07:32muito grande
01:07:33entre o que é realmente
01:07:34um golpe de Estado,
01:07:35o que é de fato
01:07:36daquilo que foi feito
01:07:37no 8 de janeiro.
01:07:38E você,
01:07:39Rubens,
01:07:40Figueiredo?
01:07:40Acontece o que aconteceu,
01:07:41eu acho que a sociedade
01:07:42tem que perceber
01:07:43que foi feito justiça.
01:07:45Porque você tem,
01:07:46grosso modo,
01:07:4740% dos eleitores
01:07:49rejeitam tudo
01:07:50e 40%
01:07:51rejeitam
01:07:52o Bolsonaro.
01:07:53Então,
01:07:53essa é uma questão
01:07:54política,
01:07:56é muito sensível,
01:07:58muito sensível.
01:07:59Agora,
01:07:59você tem que
01:08:00dividir o andar de cima
01:08:02com o andar de baixo.
01:08:04Uma coisa
01:08:05é você anistiar
01:08:06aquele grupo
01:08:07de baderneiros,
01:08:08anistiar ou diminuir
01:08:09a pena daquele grupo
01:08:11de baderneiros
01:08:11que está lá.
01:08:12Outra coisa
01:08:13é você punir
01:08:14aqueles que
01:08:15estavam planejando
01:08:16assassinar
01:08:17o presidente da República,
01:08:18o vice-presidente,
01:08:19ministro do Supremo.
01:08:22Essa é uma questão
01:08:23eminentemente política
01:08:25que deve ter
01:08:26uma saída
01:08:27política
01:08:28de preferência
01:08:29de conversa
01:08:31entre o Supremo,
01:08:33que em última instância
01:08:34manda tudo,
01:08:35e o Congresso Nacional,
01:08:37para que a sociedade
01:08:38perceba
01:08:39que a justiça
01:08:40foi feita.
01:08:41A pesquisa
01:08:42do Datafolha
01:08:42mostra que a maioria
01:08:43dos brasileiros
01:08:44querem uma punição,
01:08:46mas não faz sentido
01:08:47você dar 17 anos
01:08:49por uma manicure
01:08:51que estava lá
01:08:52sem muito bem saber
01:08:54por que
01:08:55e escreveu
01:08:56alguma baboseira
01:08:57numa estátua
01:08:58em Brasília.
01:09:00Então,
01:09:00esse exagero,
01:09:02esse exagero
01:09:04na pena,
01:09:05esse punitivismo
01:09:07exagerado
01:09:08pode gerar
01:09:09uma reação
01:09:10que é tudo
01:09:10e dar uma bandeira
01:09:12para o lado
01:09:13bolsonarista.
01:09:15É tudo
01:09:15que eles querem
01:09:15é alguma bandeira
01:09:17para falar
01:09:17e falar,
01:09:18olha,
01:09:18estão perseguindo,
01:09:19é exatamente
01:09:20isso que eles querem.
01:09:21Então,
01:09:21é importante
01:09:21equilíbrio
01:09:22e que a sensação
01:09:24de justiça
01:09:24na sociedade
01:09:25prevaleça.
01:09:26Tem sensação
01:09:27de justiça
01:09:27na sociedade,
01:09:28ou,
01:09:29Luciana?
01:09:31Em relação
01:09:32a essas penas,
01:09:32não.
01:09:33Por quê?
01:09:34Quem está sendo
01:09:35condenado,
01:09:36que estava ali
01:09:36no meio
01:09:37da baderna toda,
01:09:38ele está sendo
01:09:39visto como
01:09:40o inimigo
01:09:41da democracia.
01:09:42O inimigo
01:09:43da democracia
01:09:44tem que ser
01:09:44aquela pessoa
01:09:45que planejou
01:09:46o assassinato
01:09:47do presidente,
01:09:48do vice-presidente,
01:09:49que estava planejando
01:09:49o assassinato
01:09:50do ministro
01:09:51do Supremo Tribunal Federal.
01:09:52Esse, sim,
01:09:53deve ser tido
01:09:54como inimigo
01:09:55e aplique-se
01:09:56as penas
01:09:57mais severas.
01:09:58E o cara
01:09:58que entrou
01:09:59e quebrou tudo?
01:10:00O que quebrou,
01:10:01ele tem que responder,
01:10:03sim,
01:10:03também,
01:10:04com uma pena
01:10:05que deve ser
01:10:06majorada
01:10:07em relação
01:10:07à senhora
01:10:09do batom.
01:10:10E ele tem
01:10:10o dever,
01:10:12a obrigação legal
01:10:13de ressarcir
01:10:14o patrimônio público.
01:10:16Porque aquilo lá
01:10:16é um bem que é meu,
01:10:17é seu,
01:10:18é de todos nós.
01:10:19É como se tivesse
01:10:19entrado na minha casa
01:10:21e cortado lá
01:10:23o quadro
01:10:23que eu tinha
01:10:24na parede.
01:10:25Então,
01:10:25ele tem, sim,
01:10:26que ser punido.
01:10:27Mas não dá
01:10:28para colocar
01:10:29todo mundo
01:10:30no mesmo pote.
01:10:31porque senão
01:10:31você tem penas
01:10:32injustas
01:10:33e a justiça
01:10:33acaba sendo,
01:10:34se tornando injusta.
01:10:36Mas o nascedor
01:10:37disso tudo,
01:10:38a forma
01:10:39com que está
01:10:39sendo aplicado
01:10:40é algo extremamente
01:10:41novo,
01:10:42pouco falado
01:10:43no Brasil.
01:10:44Quem tem falado,
01:10:45apenas um ministro
01:10:47do TSE,
01:10:48que é o André
01:10:48Ramos Tavares,
01:10:49que é a tal
01:10:50da democracia
01:10:50defensiva,
01:10:52democracia de militância,
01:10:54que vem de onde?
01:10:55Lá do direito
01:10:56alemão.
01:10:57E não dá
01:10:58para comparar
01:10:58a constituição
01:11:00de Weiner
01:11:00com a construção
01:11:01brasileira,
01:11:02em que pese
01:11:03a gente ter
01:11:03uma autorização
01:11:04para isso.
01:11:05Então,
01:11:05ao meu ver,
01:11:06a forma
01:11:07com que está
01:11:07sendo colocada,
01:11:08ela é injusta,
01:11:10sim,
01:11:11e precisa haver
01:11:12essa divisão.
01:11:13Vamos agora
01:11:14tirar as nossas
01:11:16bolas de cristais
01:11:19aqui,
01:11:19o Diego Tavares,
01:11:20vamos fazer um exercício
01:11:21de futurologia.
01:11:22Como é que vai andar
01:11:23o PL da Anistia?
01:11:25Olha,
01:11:25Coba,
01:11:25eu...
01:11:25Você acha que vai?
01:11:27Eu tenho
01:11:28pouca esperança
01:11:29de que o PL da Anistia
01:11:30ande...
01:11:31Porque o PL da Anistia
01:11:32depende,
01:11:32únicamente,
01:11:33como eu disse aqui,
01:11:34da boa vontade
01:11:35do presidente
01:11:35da Câmara dos Deputados,
01:11:37que desde a sua posse
01:11:39como presidente
01:11:39da Câmara dos Deputados
01:11:40tem se posicionado
01:11:41contrariamente
01:11:42a esse projeto de lei.
01:11:44Enfim,
01:11:45recuou,
01:11:45de certa forma,
01:11:46em algumas ocasiões,
01:11:47mas,
01:11:48em geral,
01:11:48tem se posicionado contra.
01:11:50Disse,
01:11:50no primeiro momento,
01:11:51que não pautaria
01:11:51de forma alguma.
01:11:53Depois das manifestações
01:11:54que ocorreram
01:11:55na última semana
01:11:55aqui na Paulista,
01:11:56com os manifestantes
01:11:58lá junto ao trio elétrico
01:12:00do ex-presidente Bolsonaro,
01:12:01disse que caso
01:12:02Davi Alcolumbre
01:12:03topasse andar
01:12:03junto com ele
01:12:04nessa pauta,
01:12:05talvez discutisse.
01:12:06E agora mesmo,
01:12:07diante da apresentação
01:12:09das assinaturas
01:12:10para a urgência,
01:12:12ainda reluta
01:12:12em colocar
01:12:13o assunto em pauta.
01:12:15Ou seja,
01:12:15ah,
01:12:16e além disso,
01:12:17informações de bastidores aí
01:12:19dizem que ele tem
01:12:19conversado com líderes
01:12:21partidários
01:12:21pedindo para que
01:12:22não apoiem
01:12:23essa pauta.
01:12:24Ou seja,
01:12:24ele não quer,
01:12:25ele não quer que esse projeto
01:12:26tramite.
01:12:27Então,
01:12:27se ele não tem
01:12:29essa vontade
01:12:29e a caneta
01:12:30que define
01:12:30se isso vai ou não
01:12:31para frente
01:12:32no momento
01:12:32é a caneta dele,
01:12:34eu acho difícil
01:12:34que às vésperas
01:12:35de um processo eleitoral
01:12:37um tema espinhoso
01:12:38como esse
01:12:39tenha qualquer avanço.
01:12:41Enfim,
01:12:41depende de muita pressão
01:12:42e essa pressão
01:12:44acaba custando
01:12:44muito caro.
01:12:46Os parlamentares
01:12:46chegam a travar
01:12:47a pauta,
01:12:48enfim,
01:12:48e aí outras reformas
01:12:50estruturantes,
01:12:51outros projetos importantes
01:12:52vão ficando
01:12:53em segundo plano
01:12:53e isso também
01:12:54tem um preço
01:12:55para o Congresso Nacional
01:12:56e tem um preço político
01:12:58aí que acaba
01:12:58todo mundo pagando.
01:13:00Enfim,
01:13:01eu acho que o PL
01:13:01da Anistia
01:13:02não vai nem do jeito
01:13:02que está
01:13:03e nem com modificações.
01:13:05E você, Rubens?
01:13:06Eu lembro sempre
01:13:07como me pedem
01:13:08para ver o que vai
01:13:09acontecer no futuro
01:13:09tem o Ananias,
01:13:11era um lateral esquerdo
01:13:12do Náutico.
01:13:13Vamos mais uma frase aí.
01:13:14Não,
01:13:14vai, hein?
01:13:16Perguntaram para ele,
01:13:16Ananias,
01:13:17essas jogadoras de futebol
01:13:18são as melhores.
01:13:19Ananias,
01:13:19e como é que vai ser o jogo?
01:13:21Qual é o seu prognóstico?
01:13:22O prognóstico
01:13:23só depois da partida.
01:13:24Então,
01:13:25é muito difícil você.
01:13:28Agora,
01:13:28você tem um presidente
01:13:29da Câmara
01:13:30muito habilidoso,
01:13:32um político
01:13:33que,
01:13:34pela votação
01:13:35que teve,
01:13:35realmente ele representa
01:13:37os interesses
01:13:38da instituição,
01:13:39ele é muito...
01:13:40Agora,
01:13:41na minha opinião,
01:13:42não dá para a sociedade
01:13:43ficar sem uma
01:13:44resposta,
01:13:46porque isso só tende
01:13:47a aumentar
01:13:48a demanda
01:13:49do lado bolsonarista
01:13:51e você fica
01:13:52com uma ideia
01:13:52de que você não tem justiça.
01:13:54é...
01:13:55Mas é só uma parte,
01:13:56mas aí a resposta
01:13:57a sociedade já está tendo.
01:13:59Essas pessoas já estão
01:13:59sendo condenadas,
01:14:00já está acontecendo
01:14:01um entendimento
01:14:02da Suprema Corte.
01:14:03Goste do entendimento
01:14:04ou não,
01:14:05está acontecendo
01:14:06uma resposta sobre isso.
01:14:07Isso que está acontecendo
01:14:08da anistia,
01:14:09a discussão sobre a anistia,
01:14:10é uma contra-resposta.
01:14:11É, mas essa resposta
01:14:13dos 17 anos,
01:14:14por exemplo,
01:14:15isso é mais do que
01:14:16os 17 anos.
01:14:18É simbólico,
01:14:19porque é uma coisa
01:14:20que não entra
01:14:21na cabeça
01:14:21das pessoas,
01:14:23mesmo mais humilde.
01:14:24Quer dizer,
01:14:2517 anos
01:14:26para aquilo lá
01:14:26é exagerado.
01:14:28E as instituições
01:14:29precisam dar uma resposta
01:14:31sobre uma demanda.
01:14:33Da anistia
01:14:34não tem resposta.
01:14:35Tem resposta
01:14:35que estão punindo.
01:14:37Quer dizer,
01:14:37tem que dar uma resposta
01:14:38para um conjunto
01:14:39de parlamentares
01:14:40que entraram
01:14:41com o pedido
01:14:42de exame
01:14:43da pauta.
01:14:45Agora um outro assunto
01:14:45interessante.
01:14:47Na última semana,
01:14:48na última quinta-feira,
01:14:49inclusive,
01:14:49Donald Trump,
01:14:50o presidente dos Estados Unidos,
01:14:52pediu a demissão
01:14:53de John Paul
01:14:54do cargo
01:14:55de presidente
01:14:56do Federal Reserve,
01:14:58o Banco Central
01:14:58dos Estados Unidos.
01:15:00Nas redes sociais,
01:15:01Trump criticou
01:15:01a política monetária
01:15:03e citou como exemplo
01:15:04o ciclo monetário
01:15:06de cortes
01:15:06na taxa de juros
01:15:08da zona do euro
01:15:09praticada pelo Banco Central
01:15:11europeu.
01:15:12Como é que você vê,
01:15:13Alex?
01:15:15O Trump está tendo
01:15:16uma aula com o Lula
01:15:17e como interferir
01:15:18a política monetária.
01:15:21E se ele realmente
01:15:22observar o que foi feito,
01:15:23por exemplo,
01:15:24na Turquia,
01:15:25onde a inflação subia
01:15:27e a taxa de juros cortava,
01:15:28porque lá não tem
01:15:28Banco Central independente,
01:15:29o Redogan,
01:15:31enfim,
01:15:32como um doido,
01:15:32sempre interferiu
01:15:33e nós vimos aí
01:15:34uma inflação galopante
01:15:35e o maior juros real do mundo.
01:15:37Então,
01:15:37acho que é um ponto
01:15:37importante a se considerar.
01:15:38o Trump tem que separar
01:15:40essas duas figuras
01:15:41e não que eu defenda,
01:15:42eu até mesmo julgo
01:15:44por esse movimento.
01:15:45Mas é um Trump político
01:15:46que quer agradar
01:15:47a sua população
01:15:48para trazer,
01:15:49ah, não,
01:15:49olha,
01:15:49quem é o malvado da história
01:15:50não sou eu, presidente.
01:15:52O malvado da história
01:15:53é o presidente
01:15:53do Banco Central.
01:15:55Isso ele quer passar
01:15:55para a população
01:15:56que não entende
01:15:57de taxa de juros,
01:15:57que não entende
01:15:58o movimento da economia.
01:15:59E, por outro lado,
01:16:00a gente sabe que
01:16:01quem está trazendo inflação
01:16:02é o próprio presidente,
01:16:03com esse tarifácio todo.
01:16:05Então,
01:16:05jogando uma responsabilidade
01:16:07que é dele,
01:16:08que não é do
01:16:09John Powell.
01:16:10O John Powell
01:16:10disse claramente,
01:16:11eu vou controlar
01:16:12a inflação.
01:16:13Se vier o tarifácio
01:16:14e for um efeito inflacionário,
01:16:15que é isso que todos
01:16:15os economistas dizem,
01:16:16também colabora
01:16:17com a sua opinião,
01:16:18eu vou manter
01:16:18taxa de juros mais alta.
01:16:19Por isso que a Europa,
01:16:21a gente está vendo
01:16:22uma aceleração econômica,
01:16:23a Alemanha,
01:16:23que é uma potência,
01:16:25acaba trazendo
01:16:26uma aceleração econômica,
01:16:27enfim,
01:16:27outros países do bloco europeu
01:16:29e aquela impressão
01:16:30inflacionária
01:16:31que nós vimos agora
01:16:32cedendo,
01:16:33e o Banco Central
01:16:33abre sim uma brecha
01:16:34para cortar juros por lá.
01:16:36Mas não se leva
01:16:37a mesma metodologia
01:16:40da Europa
01:16:40para os Estados Unidos
01:16:41com uma dinâmica
01:16:42de economia
01:16:42totalmente diferente,
01:16:43principalmente causada
01:16:45pelo próprio presidente.
01:16:46Agora,
01:16:47André,
01:16:48explica para a gente aí
01:16:48qual é o impacto direto
01:16:50que os juros altos
01:16:51nos Estados Unidos
01:16:52pode ter aqui no Brasil.
01:16:54Primeiro efeito
01:16:56com juros altos
01:16:57nos Estados Unidos,
01:16:58a gente consegue observar
01:16:59um movimento
01:16:59que a gente consegue ver
01:17:01uma...
01:17:03Acho que dois pontos aqui.
01:17:04Acho que o primeiro
01:17:05é a questão
01:17:05direcionamento de fluxo
01:17:06para os Estados Unidos.
01:17:07Então,
01:17:08ou seja,
01:17:08os juros estão mais altos
01:17:09por lá,
01:17:09entre outras economias
01:17:10desenvolvidas,
01:17:11não só americanos,
01:17:12mas os investidores estrangeiros
01:17:13acabam investindo dinheiro
01:17:14no dólar,
01:17:15que até o presente momento
01:17:16é a moeda
01:17:17que tem ali
01:17:18a maior representatividade
01:17:19do mundo.
01:17:20O que traz em xeque
01:17:21o próprio dólar,
01:17:21que inclusive com esse tarifácio
01:17:23pode mudar toda essa narrativa,
01:17:25é a questão
01:17:25da própria desvalorização
01:17:27da moeda.
01:17:27Por quê?
01:17:28À medida que o Trump
01:17:29acaba brigando
01:17:29com outros representantes
01:17:30de Estado,
01:17:31por que um país
01:17:32que detém a dívida pública
01:17:33dos Estados Unidos
01:17:34pela representatividade
01:17:35das moedas
01:17:35quer financiar os Estados Unidos?
01:17:36Ele não vai querer
01:17:37financiar os Estados Unidos.
01:17:37A China mesmo está comprando ouro
01:17:38por quê?
01:17:39Ele não quer manter
01:17:39título da dívida americana.
01:17:42Então,
01:17:42ele está vendendo
01:17:42título americano,
01:17:44comprando ouro.
01:17:45Outros países também
01:17:45seguem fazendo esse movimento.
01:17:46A Rússia já tem feito
01:17:47esse movimento há muitos anos,
01:17:48com razões claras e óbvias.
01:17:50Enfim,
01:17:51então os Estados Unidos
01:17:51não vai ter só
01:17:52a apreciação
01:17:54de um dólar
01:17:55que a gente pode observar
01:17:56no curto prazo,
01:17:57mas a dinâmica é
01:17:58será que esse protagonismo
01:17:59dos Estados Unidos
01:18:01pode se manter
01:18:01no longo prazo?
01:18:02Porque os Estados Unidos
01:18:03cresceram também
01:18:04às custas de outros países
01:18:06financiando a sua dívida.
01:18:07Por isso que a produtividade
01:18:08dos Estados Unidos,
01:18:09a gente traz aí,
01:18:10tira o chapéu
01:18:11para os Estados Unidos
01:18:12dizendo sobre esse ponto,
01:18:13porque os Estados Unidos
01:18:14por muito tempo
01:18:15conseguiu fazer essa proeza
01:18:16que países como nós
01:18:17aqui do Brasil
01:18:18não conseguimos.
01:18:18então eu acabo trazendo
01:18:20que o efeito contrário,
01:18:22o efeito rebote
01:18:23da política fiscal
01:18:25dos Estados Unidos
01:18:26está em xeque,
01:18:27porque a dívida é gigante,
01:18:28o governo talvez
01:18:29não consiga equacionar
01:18:31isso no curto prazo,
01:18:32porque as medidas
01:18:32estão sendo extremamente
01:18:33feitas de uma forma
01:18:36muito rápida
01:18:37e não pensada.
01:18:38Então eu vejo
01:18:39que essa harmonia
01:18:40do dólar,
01:18:41essa questão
01:18:41que os Estados Unidos
01:18:42tem de todo
01:18:42esse protagonismo
01:18:44pode estar em xeque
01:18:44caso,
01:18:45por isso que o Trump
01:18:46agora no curto prazo
01:18:47está conseguindo
01:18:48estender esse diálogo
01:18:50com outros países
01:18:50que sabem
01:18:50que não é bem assim.
01:18:52E você, Luciana,
01:18:52como você vê
01:18:53o mundo reagindo
01:18:56a esse Donald Trump 2?
01:18:59Esse Donald Trump
01:19:00da guerra comercial,
01:19:01da guerra tarifária,
01:19:03taxação em cima
01:19:03de taxação,
01:19:05um foco ali,
01:19:06um alvo
01:19:06na China
01:19:07em principal,
01:19:09como é que você vê?
01:19:09Ele começou em 10%,
01:19:11foi para 25%,
01:19:12foi para 125%,
01:19:15agora já passa
01:19:16dos 200%,
01:19:17225,
01:19:19o tarifácio dele
01:19:21lá em relação
01:19:22à China,
01:19:22aí ele suspende...
01:19:23Ah, é essa hora, né?
01:19:24É essa hora.
01:19:24Porque daqui a pouquinho
01:19:25dá um F5 aí.
01:19:27Ele suspende
01:19:28por 90 dias
01:19:29e aí chega a informação
01:19:31de que aviões
01:19:33chegaram carregados
01:19:35de iPhones,
01:19:36suprimentos eletrônicos
01:19:38antes do tarifácio.
01:19:40A impressão que dá
01:19:41é que tem alguma coisa
01:19:42privilegiada
01:19:43que está acontecendo
01:19:44nos bastidores,
01:19:45porque não tem explicação.
01:19:48Eu não sou economista,
01:19:49mas eu vejo assim
01:19:50uma instabilidade.
01:19:51Minha filha hoje falou,
01:19:52mamãe, vamos
01:19:53para a Disney em julho?
01:19:55Eu não vou sair do Brasil.
01:19:55Beto Carreiro, Beto Carreiro.
01:19:57Não vou.
01:19:57Eu vou primeiro
01:19:58porque eu não vou gastar
01:19:59em dólar.
01:20:00Segundo que eu não quero
01:20:01chegar lá.
01:20:03A coisa está tão maluca,
01:20:05olharem para mim
01:20:06e falarem assim,
01:20:06não, está aqui,
01:20:07cancelam o seu visto,
01:20:08voltam para trás,
01:20:09eles têm passaporte alemão,
01:20:11eles ficam e eu volto.
01:20:12Então, assim,
01:20:13eu não consigo entender.
01:20:15Para mim, ele está...
01:20:16Muito rapidamente.
01:20:17Você conhece o Beto Carreiro?
01:20:19Não, não conheço ainda.
01:20:20Está aí a alternativa.
01:20:21Como você estava falando,
01:20:23o Alex levantou a mão.
01:20:25Acho que ele tem as respostas, né?
01:20:26Acho que o fator Trump
01:20:28já tem até uma pesquisa
01:20:29recente que foi divulgada.
01:20:30É isso, né?
01:20:30Várias pessoas estão se recusando
01:20:32a viajar para os Estados Unidos
01:20:33em relação
01:20:35a essa instabilidade política, né?
01:20:37E aí, quando você traz
01:20:38esse ponto em relação
01:20:40à taxação e tudo mais,
01:20:44olha o que o presidente Trump fez
01:20:45no dia que ele suspendeu
01:20:46as taxações.
01:20:47Ele escreveu na própria rede social
01:20:48dele dizendo
01:20:48hoje é um bom dia para comprar.
01:20:50Tem o maior insider trading
01:20:51do que isso, na minha opinião?
01:20:52É o maior insider trading
01:20:54publicado dizendo
01:20:55hoje é o melhor dia para comprar.
01:20:56Foi o dia que a Nasdaq,
01:20:58se não me engano,
01:20:59teve o terceiro ou quarto
01:21:00melhor dia da história.
01:21:01Chegou a subir mais de 12%
01:21:03no mesmo dia.
01:21:04Enfim, é uma coisa
01:21:05totalmente descarada.
01:21:06Eu acho que o grande tiro
01:21:09do pé do Donald Trump
01:21:10vai ser o pessoal do agro.
01:21:12Eu quero entender
01:21:13o que ele vai fazer
01:21:14com a soja,
01:21:15o que ele vai fazer
01:21:16com a laranja,
01:21:16porque o chinês já está
01:21:17vindo comprar soja no Brasil.
01:21:19Laranja, nós temos
01:21:20laranja o suficiente aqui.
01:21:22E o que ele vai fazer
01:21:23com esse pessoal?
01:21:23Porque é o pessoal
01:21:24que colocou dinheiro
01:21:25na campanha dele,
01:21:25que são os extremos direitos,
01:21:27os radicais,
01:21:29que queriam imigrantes fora,
01:21:30que queriam tudo.
01:21:31Tem mão de obra,
01:21:32construção civil, parou.
01:21:33Eu vi imagens hoje
01:21:34circulando nas redes sociais
01:21:36de aviões de várias
01:21:37localidades do mundo
01:21:38partindo vazios
01:21:40para os Estados Unidos.
01:21:41Todo mundo sabe
01:21:41que o custo de uma aeronave
01:21:43em solo é muito maior
01:21:44do que fazer ela
01:21:45cruzar o Atlântico.
01:21:46Então, esse custo,
01:21:48essa conta,
01:21:49ele vai ter que prestar
01:21:50contas para a população
01:21:52norte-americana.
01:21:53Então, eu acho
01:21:54um jogo perigoso.
01:21:55Exatamente isso.
01:21:57Esse pessoal
01:21:58que ele quer agradar,
01:21:59sabe quanto representa
01:22:01a mão de obra
01:22:01da indústria
01:22:03e da agricultura
01:22:04nos Estados Unidos?
01:22:0510%.
01:22:06Se ele quer botar
01:22:07a gente para dentro,
01:22:08vai ter o quê?
01:22:092, 3% de trabalho.
01:22:11Ele está fazendo
01:22:11um monumental movimento
01:22:14para agradar
01:22:1510, 12%
01:22:17da população,
01:22:18ser tanto.
01:22:19E a população já está...
01:22:21A vida está piorando,
01:22:22é o que você falou.
01:22:23A vida, então,
01:22:24tem que baixar juros,
01:22:25tem que aumentar a crédito,
01:22:26tem que fazer.
01:22:27Por quê?
01:22:28Porque você tem
01:22:29primeiro descontentamento,
01:22:30que já está,
01:22:30depois isso vira
01:22:32desaprovação
01:22:33e no final lá
01:22:33do circuito
01:22:34vira raiva.
01:22:35Então, ele tem que
01:22:36tomar cuidado lá dentro
01:22:37porque o apoio
01:22:38não é incondicional.
01:22:40Ele foi eleito,
01:22:42mas ele tem que
01:22:42provar para a sociedade
01:22:44que a vida das pessoas
01:22:45tende a ficar melhor.
01:22:47O interessante é que
01:22:47as tretas do Trump
01:22:49não são só
01:22:50na diplomacia,
01:22:51nas questões comerciais,
01:22:53são também
01:22:53nas pautas ambientais,
01:22:55quando ele saiu
01:22:55lá do acordo
01:22:57de Paris,
01:22:58tem outras questões
01:23:00envolvendo
01:23:01os imigrantes,
01:23:02as relações...
01:23:03Gêneros.
01:23:04Gênero,
01:23:04verdade,
01:23:05a questão
01:23:06da crítica
01:23:07principalmente
01:23:09ao movimento
01:23:10trans,
01:23:11enfim,
01:23:12a escolha pelo...
01:23:13Wokes.
01:23:13Exato.
01:23:14A pauta Woke,
01:23:15todas essas questões
01:23:16é também com
01:23:17as universidades,
01:23:19em especial
01:23:19Harvard,
01:23:20porque
01:23:20Donald Trump
01:23:21pediu que a
01:23:22Universidade de Harvard
01:23:23se desculpe,
01:23:24depois da instituição,
01:23:25se negar a cumprir
01:23:26exigências feitas
01:23:27pela Casa Branca.
01:23:28O presidente americano
01:23:29quer que a universidade
01:23:30siga a lei federal
01:23:31dos Estados Unidos
01:23:32e contenha
01:23:33supostos episódios
01:23:35de intolerância
01:23:36a judeus americanos.
01:23:38Nesta semana,
01:23:39o Departamento
01:23:39de Segurança Interna
01:23:41dos Estados Unidos
01:23:42informou que
01:23:42a universidade
01:23:43perderá
01:23:44o direito
01:23:45de matricular
01:23:46alunos estrangeiros
01:23:47caso não cumpra
01:23:49as exigências
01:23:50do governo.
01:23:52Como é que você vê
01:23:52agora essa treta
01:23:53com a principal
01:23:54universidade americana,
01:23:55ou Diego Tavares?
01:23:57Olha,
01:23:57eu acho que
01:23:58de tantos absurdos
01:23:59que nós estamos
01:23:59constatando aqui
01:24:00a respeito
01:24:01do governo Trump
01:24:01e evidentemente
01:24:02que esse tarifácio,
01:24:04essa cartada econômica
01:24:05que ele deu logo
01:24:06no início da sua gestão
01:24:06é o maior deles,
01:24:08isso acaba se tornando
01:24:08até uma questão pequena
01:24:09e até mesmo
01:24:10uma questão justa.
01:24:11De fato,
01:24:12não só porque
01:24:14alguns dos maiores
01:24:15doadores dos republicanos
01:24:16são judeus norte-americanos,
01:24:18mas porque nada
01:24:19justifica
01:24:19episódios,
01:24:22principalmente diante
01:24:22do contexto
01:24:23que nós tivemos
01:24:24no passado recente
01:24:24do conflito
01:24:25entre Israel
01:24:26e o grupo terrorista
01:24:27Hamas,
01:24:28episódios de intolerância
01:24:29contra judeus
01:24:30no âmbito daquela
01:24:31que é a maior
01:24:32universidade do mundo.
01:24:34Então,
01:24:34eu acho que um pedido
01:24:35de desculpas,
01:24:36a exigência
01:24:36de um pedido
01:24:37de desculpas
01:24:37e a exigência
01:24:38de cumprimento
01:24:39da lei
01:24:39é algo
01:24:40que é o mínimo
01:24:41a ser observado.
01:24:42Então,
01:24:42isso acaba se tornando
01:24:43até uma questão justa
01:24:44dentro desse leque
01:24:45de coisas que nós
01:24:46estamos discutindo
01:24:46aqui sobre Donald Trump.
01:24:47Nesse ponto,
01:24:48acerta Donald Trump
01:24:49então,
01:24:49Luciana?
01:24:50Eu acho que não.
01:24:51Não?
01:24:51A universidade tem
01:24:53que ter independência
01:24:54para inclusive
01:24:55poder realizar
01:24:56os seus trabalhos
01:24:56científicos.
01:24:57Qualquer universidade
01:24:58no mundo,
01:24:59a produção acadêmica
01:25:01não deve haver
01:25:02interferência
01:25:03por parte
01:25:04do governo.
01:25:05Mas aí nós estamos
01:25:06falando de discriminação
01:25:08contra o Metinia,
01:25:09contra um povo
01:25:09e um povo que está
01:25:11sofrendo, enfim,
01:25:12um período terrível
01:25:13de conflito
01:25:13dentro do seu país.
01:25:15Não, mas a questão
01:25:16não é relacionada
01:25:17ao povo,
01:25:18porque,
01:25:18aos judeus,
01:25:20eu sou casada
01:25:21com uma pessoa
01:25:21que é judeu-alemão,
01:25:23que viveram
01:25:23os horrores da guerra.
01:25:25O nosso grande
01:25:25problema ali
01:25:26é que nós temos
01:25:27pesquisas científicas
01:25:28que estão sendo realizadas
01:25:30e que ele também
01:25:31quer interferir.
01:25:32Tanto é que
01:25:33duas das pesquisas
01:25:34foram devolvidas
01:25:35para ele hoje
01:25:36porque a reitora
01:25:37da universidade
01:25:38não aceita
01:25:39interferência estatal.
01:25:40E nesse aspecto
01:25:41ela não está errada.
01:25:43Nós temos que separar
01:25:43questões religiosas
01:25:45da autonomia
01:25:46que a universidade
01:25:47tem que ter.
01:25:48E ele quer colocar
01:25:48tudo num pacote só
01:25:50e vai se submeter
01:25:52à Casa Branca.
01:25:53A produção científica
01:25:54é da principal universidade
01:25:55do mundo.
01:25:57É lamentável, é.
01:25:58É muito triste.
01:25:59Isso tem que ficar
01:25:59no plano,
01:26:02Luciana,
01:26:03da opinião pública.
01:26:04Isso é uma coisa
01:26:05da sociedade.
01:26:07Quer dizer,
01:26:07o presidente da república
01:26:08tentou o direito
01:26:08de falar o que ele pensa,
01:26:10agora,
01:26:10interferir na política
01:26:12interna
01:26:13de produção científica.
01:26:15O Harvard
01:26:17teve mais de 160
01:26:18prêmios
01:26:19Nobel
01:26:20durante a sua...
01:26:22Não, a maior universidade...
01:26:23Melhor universidade.
01:26:25Como é que ele vai falar
01:26:26o que a universidade
01:26:27tem que fazer?
01:26:28Isso é a coisa
01:26:29de tiranete
01:26:30de república de banana.
01:26:31Não, desculpa,
01:26:31mas nós estamos falando
01:26:33aqui, não estamos falando
01:26:33de interferência
01:26:34do presidente em estudos,
01:26:35nós estamos falando
01:26:36aqui de antissemitismo
01:26:37acontecendo dentro
01:26:38da universidade.
01:26:39Nós vemos diversos relatos
01:26:40naquelas manifestações
01:26:41que aconteceram
01:26:42pró-Ramasa,
01:26:43inclusive,
01:26:44dentro da universidade,
01:26:45estudantes de Harvard
01:26:46apoiando um grupo terrorista.
01:26:48Mas aqui também,
01:26:49essa discussão tem que...
01:26:50Mas isso é inadmissível.
01:26:51Mas o Lula não pode
01:26:53interferir na USP,
01:26:54não pode interferir...
01:26:54Não, ele não pode
01:26:55interferir, mas se ocorre,
01:26:56se ocorre apoio
01:26:57ao terrorismo,
01:26:58se ocorre antissemitismo...
01:26:59Que aqui no Brasil,
01:27:00inclusive, é equiparado
01:27:01ao racismo,
01:27:01é prática de crime.
01:27:03Então...
01:27:03É óbvio que todo mundo
01:27:04aqui é contra,
01:27:05é óbvio que todo mundo...
01:27:06Sim, eu não tenho dúvida.
01:27:08Ninguém é a favor
01:27:09de terrorismo.
01:27:10Eu também não sou a favor
01:27:11que o Trump interfira
01:27:12em pesquisa acadêmica.
01:27:14Na universidade não pode,
01:27:15é uma discussão na universidade.
01:27:16Agora, antissemitismo
01:27:17não é discussão na universidade.
01:27:19Antissemitismo,
01:27:19tal como aqui e lá,
01:27:20também é crime.
01:27:21Então, eu acho que...
01:27:23Não, aciona a justiça.
01:27:24Existe um ponto aí.
01:27:25Aciona a justiça.
01:27:26Não, ele aciona a justiça
01:27:27contra as pessoas
01:27:28que praticam o crime.
01:27:29Da universidade,
01:27:30ele pode exigir
01:27:31institucionalmente
01:27:32um pedido de desculpa.
01:27:32Ele está cortando verba.
01:27:35Enfim, eu...
01:27:36Não é...
01:27:36Desculpa.
01:27:37Mas aí,
01:27:38cabe a universidade,
01:27:40então,
01:27:41diante de algo que
01:27:43reputa ilegal
01:27:46ou reputa injusto,
01:27:48simplesmente descumprir?
01:27:49Porque tem uma questão
01:27:49de respeitar também
01:27:50se é uma norma
01:27:51de quem tem competência,
01:27:53ainda que injusta,
01:27:54deve ser cumprida ou não.
01:27:55Rapidinho, vai.
01:27:56Vai, lá tem...
01:27:57Infelizmente,
01:27:57a gente só teve um debate
01:27:58mesmo assim
01:27:59no último minuto do programa.
01:28:01Vai, fala.
01:28:01O Trump está invocado,
01:28:03como fica invocado com tudo,
01:28:05porque lá tem uma pauta
01:28:06woke muito forte.
01:28:07É.
01:28:07E tem uma triagem
01:28:09ideológica também.
01:28:10Se eles não estão
01:28:12muito de acordo,
01:28:13não estão de acordo
01:28:14com a universidade,
01:28:15logo não é aceito.
01:28:15Tem isso também.
01:28:16Quem passou aqui
01:28:17um pouquinho pelo...
01:28:18Uma das pautas
01:28:19da sociedade
01:28:20é a autonomia
01:28:21da universidade.
01:28:22É ridículo.
01:28:23O presidente da república
01:28:24vai ocupar
01:28:25com o que estão
01:28:26discutindo na universidade.
01:28:28Infelizmente,
01:28:28esse debate
01:28:29veio muito tarde.
01:28:30A gente vai ter que marcar
01:28:30um novo linha de frente.
01:28:32Começa com esse.
01:28:32Para começar
01:28:33com esse assunto.
01:28:34Quero agradecer
01:28:35à Luciana,
01:28:36ao Alex,
01:28:37ao Rubens
01:28:37e ao Diego
01:28:38que estiveram conosco
01:28:39e a você
01:28:39que esteve
01:28:40na nossa audiência
01:28:41neste fim de semana
01:28:42de Páscoa.
01:28:43que seja uma oportunidade
01:28:44para paz,
01:28:45para alegria,
01:28:46para Cristo reviver
01:28:47na sua casa.
01:28:48Que você tenha
01:28:49um excelente fim de semana.
01:28:50A gente se vê
01:28:51aqui na programação
01:28:52da Jovem Pan.
01:28:52Até mais.
01:28:53Tchau.
01:28:57A opinião
01:28:58dos nossos comentaristas
01:28:59não reflete necessariamente
01:29:01a opinião
01:29:02do Grupo Jovem Pan
01:29:03de Comunicação.
01:29:08Realização
01:29:08Jovem Pan News.