Um jovem de 17 anos morreu depois de ser baleado em uma troca de tiros entre polícia e bandidos na Zona Norte do Rio. Ele era passageiro de uma mototáxi.
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NotíciasTranscrição
00:00Infelizmente, temos a notícia da morte de um jovem de 17 anos.
00:04Ele morreu depois de ser baleado várias vezes,
00:06quando passou por uma troca de tiros entre a polícia e bandidos na zona norte da cidade.
00:11A gente vai vendo imagens dele aí, um rapaz bonito, cheio de vida pela frente.
00:15O Pedro Dobal está acompanhando essa história e ele era passageiro de um mototáxi.
00:21Acabou sobrando para o piloto também, né, Pedro?
00:23Conta para a gente até o estado de saúde desse menino que pilotava essa moto.
00:27Bom dia para você.
00:30Exatamente. Bom dia para você, bom dia a todos.
00:33O condutor da moto está internado no Hospital Getúlio Vargas, também aqui na zona norte do Rio.
00:37O quadro de saúde dele é considerado estável.
00:40O passageiro, que era o Gabriel dos Santos Vieira, de 17 anos, ele não resistiu, morreu ainda aqui no local, segundo a polícia.
00:49Ele estava a bordo dessa moto por aplicativo, indo trabalhar.
00:53Ele, que atuava como dançarino, tinha sido contratado para trabalhar em uma festa de 15 anos,
00:58em Madureira, também aqui na zona norte.
01:00O que me aconteceu ontem, por volta das 10h30 da noite, aqui no Engenho da Rainha.
01:05Bem nesse ponto de onde a gente fala ao vivo agora, a família diz que o jovem foi atingido por pelo menos cinco disparos,
01:11que teriam partido de policiais militares, atingido justamente nesse trecho.
01:16Segundo a versão apresentada pelos policiais, uma viatura fazia patrulhamento aqui pela estrada Adhemar Bebiano,
01:23quando os PMs viram um veículo suspeito e tentaram fazer uma abordagem.
01:27A polícia afirma que os criminosos atiraram contra a equipe e houve confronto.
01:31Ainda segundo os policiais, a vítima passava bem na hora e foi atingida.
01:36Como eu disse, o condutor também foi baleado e está internado ainda com um quadro de saúde considerado estável.
01:42Queria trazer um dado do Instituto Fogo Cruzado, que aponta que só nesse ano, na região metropolitana do Rio,
01:49já são 15 adolescentes baleados, sendo que seis deles morreu.
01:53Gabriel, então, engrossando essas estatísticas da violência aqui no Rio de Janeiro.
01:58E para concluir, queria trazer o posicionamento da polícia militar, que disse que em nota,
02:02colabora ativamente com as investigações, disse que os agentes usavam aquelas câmeras corporais,
02:08ou seja, isso pode ser crucial para as investigações, para entender exatamente o que aconteceu.
02:14E a nota também diz que a própria corporação instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do fato.
02:20As armas usadas pelos policiais já foram apreendidas pela polícia civil.
02:25É, ô Pedro, e é aquela situação, né?
02:28A gente traz dados de 15 adolescentes mortos, um menino de 17 anos,
02:32que ontem dormiu, cheio de sonhos, de vontade, de realizações, lá no Rio de Janeiro,
02:37hoje para um dia normal de trabalho, ia dançar numa festa, e ele é cruelmente assassinado,
02:44perde a vida em mais uma troca de tiros entre policiais e criminosos,
02:48o crime que faz dezenas, centenas, milhares de vítimas lá no Rio.
02:52E a gente já está, ainda dá para considerar o início do ano, né?
02:55A gente está só no início do mês de maio, já com esse número de tantos adolescentes mortos,
03:00o número de crianças também baleadas já passam de seis e cinco crianças mortas, até quando, né?
03:06A gente tem que se questionar e se revoltar todos os dias, porque a gente não pode normalizar a violência, né, Igor?
03:11E se a gente fica nessa situação, imagina os familiares, né?
03:14Inclusive, a tia do Gabriel deu uma entrevista e contou o que viu e ouviu dos policiais
03:19que estavam presentes no local quando o rapaz morreu baleado. Vamos ver.
03:23Eu cheguei e encontrei meu sobrinho jogado no chão, aproximadamente de cinco ou outro tiros, né?
03:31E olha a cena, porque isso não vai sair da minha cabeça.
03:34E quando eu cheguei, que os policiais me alegaram que os bandidos passaram e dispararam tiros sobre eles, né?
03:40E que o Gabriel estava no momento parado, assim disse eles.
03:44Mas isso não ocorreu porque todo mundo que estava aqui presente, as testemunhas, alegaram que isso não existiu,
03:50que foi uma perseguição que estava vindo.
03:52E os policiais falaram pra mim, olha, é assim mesmo, eu sei que é difícil, mas a gente vê isso aí todos os dias, entendeu?
04:00E aí, olha a naturalização, né? A gente vê todos os dias, né?
04:03A gente sabe que a polícia é muito exposta também a uma situação de violência no dia a dia, né?
04:09A polícia no Brasil, por mais que seja extremamente violenta, que seja a que mais mata, também é a que mais morre, né?
04:14Os policiais estão expostos a uma violência diária, né?
04:17A violência da profissão mesmo ali no dia a dia.
04:20Mas olha esse discurso de que é assim mesmo.
04:23Será que é assim mesmo nos bairros ricos do Brasil?
04:25Não é.
04:26Então a gente tem que pensar muito bem, né?
04:27Como que fica a atuação, a normalização da violência nas periferias, onde estão a maioria da população no Brasil.
04:35Então a gente não pode se conformar com que isso é normal no dia a dia.
04:38Mais uma família destroçada, mais um menino cheio de sonhos que acabou ficando pelo caminho.
04:42Obrigado.
04:43Obrigado.
04:44Obrigado.