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EsportesTranscrição
00:00Matheus, a sua última passagem no Brasil foi em 2019 pelo CSA de Alagoas.
00:06Eu queria saber o que você acha que mudou do seu jogo de lá pra cá.
00:10Você mudou de posição, você começou a cair mais para o lado do campo, como é que foi isso?
00:16Eu acho que eu peguei um período de amadurecimento com um profissional maior aqui.
00:24E pela idade, no Brasil, hoje, com o pensamento que eu tenho hoje, o profissionalismo que eu tenho hoje,
00:33talvez eu fosse um pouco imaturo no meu início.
00:37O CSA foi um momento muito importante na minha carreira, onde eu saí do Flamengo para o empréstimo para o CSA.
00:46E eu pude ser campeão alagoano, joguei pouco campeonato brasileiro, seis jogos,
00:52e acabei vindo para cá.
00:54Mas creio que esse período no CSA me fez crescer muito, não só como atleta, mas como pessoa.
01:04E essa vinda para o Japão, um país totalmente diferente, onde eu construí minha família,
01:08meus dois filhos nasceram aqui.
01:11Então, foi uma mudança grande de início, mas que deu tudo certo.
01:17Matheus, você foi revelado pelo Flamengo numa geração que deu muitas esperanças à torcida.
01:21Você acha que a sua transição naquela época foi bem feita?
01:24Como é que foi? Conta um pouquinho para a gente.
01:26E aproveito também para perguntar se hoje você consegue, de alguma forma, acompanhar o Flamengo.
01:34Cara, eu sou muito realizado.
01:38Eu sou muito grato ao Flamengo.
01:41Foi o clube que me deu a oportunidade.
01:43Quando eu cheguei, me compraram nas categorias de base.
01:47Eu subi profissional.
01:49E talvez o meu sucesso não tenha sido tanto no Flamengo.
01:54Eu acho que, em maior parte, por conta de mim mesmo.
01:57Eu acho que eu não posso terceirizar a culpa em eu não estar pronto, não era o momento.
02:05Eu acho que hoje, com o pensamento que eu tenho, talvez, é lógico, que com a maturidade que eu tenho hoje,
02:13eu acho que o profissionalismo que eu tenho hoje, as coisas seriam diferentes.
02:19Mas, como eu falei, eu sou muito realizado.
02:21Eu não tenho mágoas.
02:23Eu sou muito grato ao Flamengo.
02:25E eu acho que o maior culpado fui eu.
02:27Pela minha imaturidade, eu poderia ter sido mais profissional.
02:33Coisa que, na minha idade, no meu momento, eu não tive esse discernimento.
02:37Mas, hoje, com o pensamento que eu tenho hoje, vivendo o meu melhor momento na minha carreira,
02:44eu tenho muitas coisas para conquistar ainda no futebol.
02:48E eu acredito nisso.
02:51Já que a gente entrou nesse assunto, e você falou super bem desse caso,
02:56não falando só para jogadores que, por exemplo, estejam no Flamengo,
03:00mas para a galera que está iniciando a carreira.
03:03Qual conselho que você daria, tendo toda essa experiência que você teve,
03:08jogando num time muito grande aqui no Brasil,
03:11e agora num mercado um pouco fora do eixo do futebol que a gente costuma acompanhar.
03:17Mas, eu queria que você desse, talvez, um conselho do que você aprendeu ao longo da sua carreira.
03:21Eu acho que, hoje, são momentos muito diferentes.
03:29Hoje, o que o Flamengo vive, a estrutura que o clube tem, os jogadores que o clube tem.
03:37Então, quando, na minha época, um pouco antes,
03:43era nesse momento de transição, de organização do clube,
03:48e nós, da categoria de base, quando entrávamos,
03:52era com uma responsabilidade muito grande em expectativas,
03:57até porque a gente entregava muito nas categorias de base,
04:00e queria entregar, o nosso desejo era entregar no profissional também,
04:04e, às vezes, acaba não acontecendo como a gente espera.
04:08Mas, hoje, eu vejo o clube muito estabilizado,
04:12com jogadores de excelentíssimos níveis.
04:15Então, acho que os jogadores que vêm tendo a oportunidade,
04:20com o time já pronto, já encaixado, isso facilita um pouco.
04:24E, da minha experiência, eu acho que eu posso falar que é difícil você ter uma consciência,
04:35de tão pouca idade, você estar subindo para o maior clube do Brasil,
04:41e tendo uma responsabilidade de jogar no Maracanã lotado.
04:45Então, ter esse discernimento o quanto antes de você ser um profissional,
04:50eu acho que esse é o essencial.
04:51Matheus, você saiu daqui do Brasil muito jovem,
04:56eu queria saber, você falou que está super adaptado ao Japão,
05:00mas se você planeja voltar para o Brasil algum dia, se você tem esse desejo?
05:06Cara, o futebol, a gente não pode nunca dizer nunca, né?
05:12Eu acho que eu acompanho, tenho grandes amigos atuando e trabalhando no futebol no Brasil,
05:21é o meu país, meus familiares moram aí, então, eu não descarto,
05:30mas hoje eu acabei de fazer uma transferência grande dentro do futebol japonês,
05:38já estou aqui, a minha sétima temporada, estou super adaptado,
05:45e no melhor momento da minha carreira.
05:47Se for um projeto legal, que seja bom para mim, para o clube, para a minha família,
05:54não teria por que não voltar, mas hoje o meu pensamento é todo no Urala,
06:00principalmente agora, nós temos um campeonato muito importante pela frente,
06:05e o nosso objetivo na Liga também, dentro do Japão, é grande,
06:10então hoje eu me sinto muito realizado aqui.
06:13E aí