Carlos Braga, professor associado da Fundação Dom Cabral e ex-diretor de política econômica e dívida do Banco Mundial, analisou como a guerra tarifária entre EUA e China afeta a América Latina. Ele explicou os impactos sobre Brasil, Ford e GM, e como o Mercosul pode se beneficiar nas negociações com a União Europeia.
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00:00E não é apenas pelas tarifas que os Estados Unidos, China e União Europeia estão em guerra.
00:06As potências econômicas também disputam relações e influências na América Latina.
00:13Sobre isso eu converso com Carlos Braga, que é professor associado da Fundação Dom Cabral
00:19e ex-diretor de Política Econômica e Dívida do Banco Mundial.
00:24Boa noite, professor Braga.
00:26É sempre um prazer conversar com o senhor, sempre um agradecimento público meu por nos atender com tanta qualidade, com tanta veemência.
00:33Antes da gente falar aqui do nosso microcosmos América Latina, eu só queria dar um pulinho nos Estados Unidos.
00:39Diante desses números da Ford, eu acho que a Ford é um exemplo muito emblemático,
00:45porque o CEO da Ford, ainda em entrevistas para a CNBC dos Estados Unidos, usou essa expressão.
00:52Estamos esperando uma situação de caos.
00:54Agora eles entregaram o balanço, uma queda muito expressiva para uma marca que está no inconsciente coletivo do americano,
01:03montadora que é a joia da coroa da indústria dos Estados Unidos.
01:07A gente já pode olhar como um primeiro grande reflexo do que o tarifasso de Trump ameaçava provocarem avalanche na economia dos Estados Unidos?
01:17Obrigado mais uma vez.
01:19Boa noite de novo ao senhor.
01:21Boa noite, Marcelo.
01:22É um prazer estar com vocês.
01:24Bem, o que a Ford acabou de anunciar, a GM já tinha anunciado na semana passada,
01:31e no caso da GM, que depende mais de importações, particularmente do México e do Canadá,
01:40o impacto foi ainda maior.
01:42A Ford está dizendo que vai ter um impacto aí da ordem de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares nos seus custos.
01:50A GM, na semana passada, já tinha anunciado algo de quase 5 bilhões de dólares de impacto nos custos.
01:58O grande aspecto nesse momento é o nível de incerteza que essas medidas estão criando e que ainda não sabemos exatamente como o impacto das tarifas,
02:13particularmente sobre autopeças, vão funcionar no final das contas.
02:18Mas como você disse, sim, já é um primeiro sinal do tipo de desajuste que essas novas tarifas, essa guerra tarifária, no final das contas, estão criando.
02:33Agora, professor Braga, quando eu comecei a olhar com mais cuidado para as relações internacionais,
02:37academicamente falando, eu estou falando aqui de uma história própria, há 30 anos, pelo menos,
02:44a gente tinha uma expressão, né?
02:46Quando os Estados Unidos tinham uma gripe, o resto do mundo sentia os efeitos ou sintomas de uma pneumonia.
02:53Só que o mundo mudou muito de uma geração, a gente tem outro player importante, que é a China.
02:58Olhando essa situação, ou os números da Ford, da GM,
03:02o Brasil, no meio desse tiroteio chamado guerra tarifária, que tem dois protagonistas muito claros,
03:08Estados Unidos, cujo alvo principal é a China, como é que a gente deve ficar aí?
03:12Por exemplo, a Ford já não tem uma produção aqui, né?
03:15Usando esse exemplo específico, talvez tenhamos um impacto menor, mas olhando mais no macro, né?
03:21Como é que o Brasil pode reagir ou ser atingido para o bem ou para o mal com esse tarifácio?
03:28Bem, em primeiro lugar, as expectativas de crescimento para a economia global,
03:35de todas as organizações internacionais, as últimas estimativas, no caso do FMI,
03:42foi o World Economic Outlook que saiu na semana passada, né?
03:47Todas elas são bem inferiores àquelas que nós tínhamos, por exemplo, em janeiro de 2025.
03:55O FMI está falando algo da ordem de 2,8% de crescimento global.
04:02Agora, a UNCTAD está apostando em 2,4% de crescimento global.
04:10Se isso se tornar uma realidade, nós estaríamos numa situação de recessão global,
04:16porque o parâmetro básico para caracterizar uma recessão global é abaixo de 2,5%.
04:24Então, certamente, isso afeta todo mundo.
04:29No caso brasileiro, vamos esperar para ver como, por exemplo,
04:34as tarifas sobre as exportações siderúrgicas, né?
04:38Ao nível de 25%, se elas virão para valer ou se haverá possibilidades de negociações,
04:46como ocorreu em 2018-19.
04:49No caso das tarifas universais, entre aspas, que o senhor Trump está impondo de 10%,
04:57o Brasil está sendo afetado por elas.
04:59Mas, em termos relativos, nós estamos sendo muito menos afetados do que outros países,
05:07como a China, para o qual uma tarifa de 145%,
05:13quer dizer, basicamente, o comércio bilateral entre China e Estados Unidos
05:18vai ter um impacto dramático, porque a China retaliou agora com tarifas de 125%.
05:25Agora, tudo isso é um processo de negociação.
05:29Então, a moral da história é a seguinte, o Brasil pode, como ocorreu na primeira guerra comercial
05:36da primeira administração Trump, ser favorecido em áreas como o agronegócio, por exemplo,
05:43a soja americana sendo substituída pela soja brasileira, argentina, como já ocorreu em 2018-19.
05:51Agora, de uma maneira geral, nós vamos conviver com uma economia mundial desacelerada,
05:58e isso é ruim.
05:59Um outro aspecto, digamos assim, positivo, entre aspas,
06:03é que, muito provavelmente, vários países europeus vão passar a reconsiderar o interesse
06:11no acordo entre Mercosul e União Europeia.
06:15Como você sabe, a Espanha, a Alemanha são favoráveis, a França, a Áustria, a Holanda
06:23são contrários e a grande preocupação é exatamente com a competitividade do agronegócio
06:29brasileiro e argentino.
06:31Agora, com essa situação de tensão com os Estados Unidos,
06:36a procura de mercados alternativos pode acabar favorecendo a implementação,
06:42no final das contas, desse acordo. Vamos torcer.
06:46Professor Carlos Braga, eu sempre encerro as entrevistas com quem eu chamo aqui
06:50para falar de tarifácio, Donald Trump, quase com um jargão, né?
06:55Tenho certeza que nós vamos nos falar em breve, esse clichê já virou verdade,
07:00porque o Donald Trump sempre nos dá argumentos para a gente tentar entender
07:06qual que é essa confusão que ele está criando.
07:09Queria agradecer ao tempo do senhor, principalmente, os seus conhecimentos,
07:13as suas explicações.
07:14Conversei com Carlos Braga, professor associado da Fundação Dom Cabral,
07:19e ele também foi diretor de Política Econômica e Dívida do Banco Mundial.
07:23Mais uma vez, um agradecimento por sempre nos atender com muito cuidado.
07:27Obrigado, professor. Até a próxima.
07:28Obrigado, professor.