• há 7 anos
Fernando Farinha

Durante o período da Guerra Colonial (1961-1974), a objectiva de Fernando Farinha "disparou" em todas as direcções. Angola, Guiné e Moçambique. Nenhuma das ex- -colónias escapou à mira daquele que é seguramente o repórter fotográfico com o portfólio mais completo em matéria de guerra ultramarina. ....



Soldados debaixo de fogo, pára-quedistas assaltando acampamentos, feridos transportados em macas improvisadas, comandos abastecendo-se de água, fuzileiros em acção, operações helitransportadas, celebrações de Natal. Tudo foi registado pela câmara deste profissional da comunicação, que, por três vezes, ia perdendo a vida no exercício das suas funções.



Durante uma operação militar em Angola foi mordido por uma cobra venenosa. Dessa vez "teve sorte" graças à rápida evacuação de helicóptero para o hospital de campanha mais próximo. Mais tarde, num salto de pára-quedas foi confrontado, em plena queda livre, com uma avaria do sistema mecânico de abertura, conseguindo abri-lo já fora dos limites de segurança. A 26 de Julho de 1970, o helicóptero em que seguia foi envolvido por um tornado e aterrou com sérias dificuldades nos pântanos da Guiné.



Nascido em Lisboa em 1941, Fernando Farinha deu os primeiros passos no jornalismo na publicação O Comércio, de Luanda. Tinha 19 anos. Foi o primeiro repórter a "entrar" em Nambuangongo, na época quartel-general da UPA (FNLA), onde seguiu o dia-a-dia das emboscadas sofridas pelo Batalhão de Caçadores 96 do tenente-coronel Maçanita. A seguir ao 25 de Abril, foi de novo o primeiro repórter português a percorrer as matas do Leste de Angola controladas pela UNITA. Regressa a Lisboa, em 1975, para trabalhar no Diário de Notícias durante 21 anos. Aqui ganhou dois prémios do Clube Português de Imprensa e quatro do DN.

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