José Ricardo dos Santos, CEO do Lide China, e o analista Vinicius Torres Freire falam sobre os efeitos das tarifas impostas pelos EUA sobre a economia global e a China. Eles também abordam como o Brasil pode aproveitar o momento para expandir suas exportações, principalmente no setor agrícola, e como a infraestrutura pode ser um desafio. Descubra os detalhes e o futuro do comércio internacional.
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NotíciasTranscrição
00:00Eu vou conversar com o José Ricardo dos Santos, que é CEO, co-chairman do LIDE China e para
00:05essa entrevista tenho a participação aqui também do Vinícius Torres Freire.
00:10Muito boa tarde para você, obrigado pela sua participação com a gente ao vivo aqui
00:14no Radar.
00:15Queria começar te perguntando o seguinte, os dados do crescimento chinês, eles não
00:21trazem um impacto ainda do tarifácio, porque não deu tempo ou porque o crescimento foi
00:28tão bom que absorveu qualquer impacto que já tenha acontecido.
00:33Torce, boa noite, é um prazer estar aqui no programa.
00:36Eu digo que o impacto, a nuvem ainda está começando a chegar, esse inverno nuclear econômico.
00:44Então a gente ainda não sente esse impacto na economia chinesa.
00:49É claro que os chineses, eles continuam fazendo a lição de casa, enquanto os Estados Unidos
00:56têm imposto todas essas tarifas punitivas e de alguma forma geral desestimulando e desencadeando
01:07uma grande destruição de toda a cadeia global e do frete e de tudo mais, nós temos visto
01:17a China criando pontes, temos visto a China desenvolvendo o diálogo, continuando com a sua diplomacia e a gente
01:25tem visto os reflexos que ainda não chegaram na economia.
01:31Eu posso dizer que nessa guerra, Torce, não há vencedores.
01:35Nessa guerra, certamente a China vai sentir, mas ainda os números não refletem a realidade do que está acontecendo
01:44no mundo, com essa informação desse crescimento nesse primeiro trimestre.
01:48Mas é claro que nós não podemos nos esquecer que a China tem desenvolvido muito toda a sua cadeia doméstica,
01:56tanto que continua desenvolvendo a sua pesquisa e desenvolvimento, o P&D, fortemente.
02:04No ano de 2023, foi de 2,65% do seu PIB, um investimento em pesquisa e desenvolvimento.
02:11E depois, em 2024, foi de 2,068%.
02:17Você pode acompanhar aqui todas as políticas públicas chinesas, domésticas e internacionais,
02:23como a dupla circulação chinesa, ainda continuam vigendo.
02:27Eu concluo aqui, só para a gente dar continuidade ao nosso bate-papo,
02:31que a China, ela é um elefante andando de bicicleta.
02:34Ela precisa manter um crescimento estável de 5% para que haja um crescimento contínuo
02:42para atender a demanda da sua população de 1,4 bilhão de pessoas.
02:47Se o elefante pedalar muito rápido, não há freio que aguente nessa bicicleta.
02:53Agora, se o elefante pedalar muito devagar, há uma tendência que a China vá sofrer ainda mais,
02:59não só com a questão imobiliária, mais de 30% da economia chinesa está atrelada ao real estate
03:08e também, é claro, ao envelhecimento da sua população e a dificuldade de absorção
03:13de toda essa mão de obra que sai das universidades procurando o seu primeiro emprego.
03:19Vinícius?
03:21Agora, pensando mais no curto prazo, claro que a China tem esses problemas estruturais todos.
03:25Vamos pensar agora no PIB. A gente vê aí que o PIB teve um impulso importante de exportação líquida,
03:30não só de aumento de exportação, mas como queda de importação.
03:34Então, aí pode ter uma pista.
03:37Segundo, a China, ainda assim, claro que os efeitos dos contratos novos do comércio exterior da China
03:44ainda não começaram a aparecer muito, mas a China ainda assim vai ter um problema.
03:47Se tiver essa interrupção total de comércio, ela precisa arrumar destino para 450 bilhões de dólares.
03:53É claro que isso não é central para o PIB da China, vai ter desvio de comércio, vai ter triangulação e tal.
04:02Agora, a China consegue compensar no curto prazo essa perda de demanda?
04:08Porque alguma perda de demanda vai ter.
04:11A grande conversa é, estímulo de consumo dá para fazer no curto prazo e a China tenta fazer há anos.
04:18Vai até fazer uma espécie de Bolsa Família.
04:20E aí, dá para a China fazer alguma coisa no curto prazo?
04:24Por onde vai especificamente?
04:27Excelente observação, Vinícius.
04:29A China está passando por uma série de desafios.
04:31Eu trabalho numa plataforma que une o empresário brasileiro e chinês, que é o Lichina,
04:36e a gente tem recebido uma série de demandas de empresários chineses
04:41que têm já sentido esse baque das exportações dos seus produtos para o mercado americano.
04:49Então, os empresários chineses estão já discutindo a possibilidade de realocação de toda essa produção.
04:55Inclusive, porque nós temos um comércio entre Estados Unidos e China de 688 bilhões de dólares.
05:03É um mercado muito importante.
05:06Os Estados Unidos, a gente sabe muito bem que têm importado equipamentos e produtos com maior valor agregado chinês,
05:15enquanto os americanos exportam commodities, especialmente agrícolas, para a China.
05:22Então, a China vai sim passar por esses desafios e já está passando.
05:26Todos estão falando sobre o crescimento da China, um valor até, um número surpreendente durante toda essa tempestade,
05:35mas a China já está sofrendo.
05:36Nós temos visto empresários diminuindo, dispensando os seus funcionários em alguns turnos,
05:42algumas fábricas já fechando por conta da falta de pedidos para uma entrega futura,
05:48especialmente para o mercado americano.
05:50Como eu já disse, nessa guerra não haverá vencedores.
05:53O Brasil pode também se beneficiar a curto prazo disso, mas se nós não tivermos uma comunicação assertiva
06:00e desenvolver a nossa diplomacia através do Ministério das Ações Exteriores
06:06e também a nossa diplomacia econômica, nós vamos perder também essa oportunidade
06:11de crescimento das nossas exportações para o mercado chinês.
06:16José Ricardo, e como é que você vê a possibilidade de impacto nos preços de commodities,
06:21enfim, aquelas que são fortes aqui na nossa economia, em função da perspectiva do que vai acontecer com a economia chinesa?
06:30Turci, nós já tivemos durante essa semana uma visita de uma delegação governamental chinesa
06:37para analisar o ambiente das commodities brasileiras.
06:41É importante explicar ao telespectador que a pauta brasileira é uma pauta muito voltada às commodities,
06:49basicamente minério de ferro, soja e petróleo, atingem basicamente 80% de toda a pauta de exportação do Brasil para a China,
06:58sendo que nós exportamos um terço de todas as commodities agrícolas vão diretamente para o mercado chinês.
07:04Temos visto num mercado de importação e exportação de 160 bilhões de dólares,
07:10esse número foi repetido não só em 2023 como em 2024,
07:15mas nós temos visto aí uma preocupação dos chineses em relação à capacidade de entrega das commodities agrícolas para a China,
07:24porque automaticamente, por exemplo, a soja,
07:28automaticamente os chineses deixando de comprar dos Estados Unidos vão comprar do Brasil.
07:33O Brasil é um potencial mercado.
07:35Então, nós temos uma produção aumentando,
07:38nós temos uma safra, por exemplo, na soja,
07:41que vai ter uma produção recorte, acima de 10% comparado à última safra.
07:46Nós temos um excelente comprador, que é a China,
07:49que já é garantido de termos esse comprador,
07:51e que nós não temos, nós não temos a logística.
07:55Nós temos visto um aumento cada vez mais do trabalho,
08:02os portos estão sobrecarregados,
08:05temos filas, observando filas de caminhões,
08:08e nós não sabemos, com esse gargalo da malha ferroviária brasileira,
08:14nós não sabemos se os empresários no agrobusiness
08:18vão conseguir entregar toda essa demanda
08:21que a China precisa para alimentar o povo.
08:25Volto a dizer, estamos falando de 1,4 bilhão de pessoas.
08:28Então, há um diálogo intenso entre o empresariado,
08:32as confederações, a Confederação Nacional da Agricultura,
08:37as outras associações relevantes desse segmento,
08:41para dialogar com o Brasil.
08:43Para quê?
08:44Para a gente falar sobre um projeto de futuro.
08:46não só dessa industrialização verde ou sustentável,
08:51não só sobre o programa de aceleração de crescimento,
08:54não só sobre essa integração das rotas sul-americanas,
08:59mas, principalmente, sobre os projetos-chave,
09:02os flagship projects.
09:04Há um instituto chamado COSBAN,
09:06que é a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível
09:10de Concertação e Cooperação,
09:12que, basicamente, é um mecanismo de diálogo político
09:15entre o Brasil e a China na esfera política,
09:18dividido em 12 subcomissões.
09:21A subcomissão financeira, comercial, do agro,
09:25aeroespacial, dentre outras.
09:28Nessa discussão da COSBAN,
09:30está a possibilidade de desenvolvermos a ferrovia bioceânica.
09:34Vai ser um investimento muito grande,
09:36teremos uma série de desafios,
09:38especialmente aqueles ambientais,
09:41como obtenção de licenças,
09:42estudo de impacto ambiental,
09:44e a rima, dentre outros,
09:46mas há uma possibilidade de desenvolvermos
09:49grandes projetos de infraestrutura com os chineses,
09:52para que a gente consiga escoar
09:54toda essa nossa capacidade de produção de safra
09:58que aumenta a cada ano,
09:59aumenta ano após ano.
10:00José Ricardo dos Santos,
10:03CEO, co-chairman do LID China.
10:06Muito obrigado, José Ricardo,
10:07pela gentileza da sua entrevista.
10:09Obrigado, Vinícius, também pela participação.