No quadro Momento Agro, Márcio Sette Fortes, professor de relações internacionais do Ibmec-RJ, analisou como o Brasil pode ampliar em até US$ 7 bilhões suas exportações de soja em 2025, com a China elevando tarifas contra os EUA. Oportunidades também surgem no milho, café e proteínas animais.
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NotíciasTranscrição
00:00E o tarifácio continua gerando movimentações nos mercados e balanças comerciais.
00:12Os Estados Unidos eram um dos principais exportadores de soja para a China.
00:17Com a guerra tarifária acontecendo, principalmente entre esses dois países, bem polarizado neste momento,
00:23o Brasil pode ser a bola da vez na hora de vender esta commodity.
00:27Quem vai trazer mais detalhes sobre isso é o Márcio Setefortes, que é professor de Relações Internacionais do IBMEC no Rio de Janeiro.
00:36Oi Márcio, já está aqui com a gente. Muito boa tarde para você. Seja bem-vindo ao Money Times. Tudo bem?
00:44Boa tarde, como vai? Tudo bem?
00:46Tudo joia. Márcio, e melhor ainda para os exportadores de soja, né?
00:50A gente viu que os exportadores de soja aumentaram em março em quase 60% as exportações em relação a fevereiro.
01:00Esse número tende a aumentar com essa disputa entre China e Estados Unidos, sendo que os Estados Unidos são os maiores vendedores de soja para a China,
01:08mas neste momento parece que a China não quer nem saber de ouvir falar do grão lá norte-americano, né?
01:15Pois é, o mercado estima cerca de três cenários aproximados para a resolução desse momento muito difícil no cenário internacional.
01:31O primeiro cenário seria um cenário de acordo total, acordo integral,
01:36mas isso fica muito difícil na medida do que nós vamos vendo no desenrolar das últimas semanas.
01:43O segundo cenário seria um cenário de um acordo intermediário com tarifas variando em torno de 30% a 60%,
01:51que seria um cenário considerado mais razoável.
01:58E um terceiro cenário, que não seria nem esse intermediário, nem o de acordo total,
02:04seria um cenário basicamente de acordo parcial, e a dificuldade nesse momento é se chegar ao entendimento,
02:17porque ambos os lados parecem que não querem chegar a esse entendimento,
02:20embora o entendimento seja realmente necessário para que os impactos sejam reduzidos em ambos os países.
02:28O Brasil realmente se beneficiou nessa última semana, nós tivemos aí cerca de 60 navios que foram negociados,
02:39num total de mais de 5 milhões de toneladas de soja, e isso realmente beneficiou o produtor nacional.
02:48Professor, o Felipe Machado, nosso analista, está aqui conosco e vai participar da nossa conversa.
02:53Fica à vontade, Felipe.
02:54Legal.
02:54Professor, boa tarde.
02:55Professor, se por um lado é muito bom do ponto de vista da exportação,
03:00essa questão dos Estados Unidos e a China, essa briga entre os dois países,
03:04porque a gente exporta a soja para lá.
03:05Por outro lado, qual seria o impacto disso para a produção interna?
03:09Quer dizer, a soja que vai toda para a China, por exemplo,
03:13isso corre o risco de a gente ter um preço maior, por exemplo, aqui no Brasil?
03:16Olha, nós temos aí uma safra de cerca de 170 milhões de toneladas esperada,
03:28que deve ter um potencial de até 107 milhões de exportação,
03:33que poderiam ser direcionados para exportação.
03:35Isso fica cada vez mais apetitoso conforme o câmbio.
03:40Então, realmente, o excesso de exportação normalmente poderia gerar essa questão de desabastecimento no mercado interno.
03:49Isso é um dos riscos que se correm.
03:52Esse é um problema.
03:54Professor Márcio, a gente pode, eu falo a gente, claro, os exportadores de soja aqui brasileiros,
04:00podem aumentar as exportações este ano em até 7 bilhões, né?
04:057 bilhões aí, falando de dólares.
04:08Só que nós temos um problema aí de escoamento, né?
04:11Da entrega, né?
04:12Então, precisa carregar os navios, os navios precisam sair,
04:15então a gente tem gargalo no porto.
04:17Tanto é que antes era 7 dias, aí uma semana para o embarque,
04:23subiu um pouquinho para 11 dias com essa demanda.
04:25Isso pode atrapalhar um pouco os negócios ou não?
04:29O Brasil está preparado para essa demanda maior neste momento da exportação de soja?
04:35Olha, o escoamento sempre foi um problema por conta da capacidade de escoamento via portos
04:43e das enormes filas que se formam com os caminhões.
04:47O Brasil tem um problema crônico, que é a falta de silos para armazenagem,
04:52para que se possa até fazer estoques reguladores,
04:58mas nós não usamos os principais modais, na maioria das vezes,
05:03que seriam o modal hidroviário, o modal ferroviário para grandes volumes,
05:08que poderia acelerar esse escoamento.
05:11Nós temos ainda muito uso de caminhões e isso é um problema,
05:15gera uma grande fila na hora do escoamento.
05:16Realmente, esse é um ponto fraco.
05:19Agora, há outros pontos fracos que nós devemos chamar a atenção,
05:23como, por exemplo, para o produtor, por exemplo,
05:26que é o preço do fertilizante.
05:28Nós temos altos custos de produção hoje em dia,
05:30com preço de fertilizante elevado,
05:32com taxas de juros para financiamento de produção elevadas também.
05:37Então, os custos de produção associados também ao custo de escoamento
05:41são pontos fracos aí na nossa produção.
05:44Mas, ainda assim, o Brasil é bastante competitivo no setor do agronegócio
05:49e o maior exportador de soja para a China.
05:52Cerca de 70% do que a China comprou esse ano foi no Brasil.
05:59Felipe, professor, eu estava falando que o Brasil pode aumentar e ampliar
06:03em até 7 bilhões de dólares as exportações.
06:06Isso só para a China, viu, este ano.
06:08Então, é um número elevadíssimo, passando de 90 milhões de toneladas,
06:12ou melhor, de 75 milhões para 90 milhões de toneladas.
06:14Exatamente, exatamente.
06:16Professor, aproveitando, então, a gente falou muito de soja,
06:18gostaria que o senhor falasse quais outros produtos que têm esse possível impacto,
06:22esse possível crescimento nas exportações.
06:24Por exemplo, algodão, enfim, quais são frutas, talvez?
06:29Quais são os outros produtos que o senhor vê um potencial interessante para o Brasil?
06:33O café, por exemplo, o café Conilon, o Brasil, como o segundo maior produtor,
06:40atrás do Vietnã, poderia se beneficiar, dado que o Vietnã levou de presente
06:46uma tarifa de cerca de 48% que está sendo negociada,
06:51mas mesmo baixando essa tarifa, o Vietnã poderia sair prejudicado
06:57e o Brasil poderia ter aí um espaço para aproveitar esse mercado de café.
07:04Existe aí uma boa expectativa no mercado quanto a isso.
07:08Para o setor de milho, também existe uma questão associada.
07:14Embora os Estados Unidos sejam um grande produtor de milho,
07:17a China, nesse momento, não está muito interessada em fazer negócio com os Estados Unidos,
07:23dada a escalada tarifária que nós observamos.
07:26Então, existe mercado bastante interessante para outros produtos nacionais do agronegócio
07:33e a questão de fazendas certificadas para a produção de proteínas animais
07:40também pode ser um espaço bastante interessante.
07:43A China tirou a certificação de um número grande de fazendas recentemente
07:47e o Brasil espera, com isso, obter novas certificações para aumentar o volume exportado
07:54de proteínas animais para aquele mercado.
07:56Então, de uma maneira geral, as perspectivas são positivas,
08:01porque no setor do agro, o Brasil é extremamente competitivo no critério preço.
08:06E isso nos coloca bastante à frente de muitos outros produtores mundiais.
08:10Professor, o senhor falou do milho, o Brasil que ultrapassou os Estados Unidos
08:15como o país mais ou maior exportador de milho, né, professor?
08:21E, além da China, né, a gente está falando mais China,
08:25mas o Brasil também tem um mercado importante na Europa.
08:28A Europa, a gente está falando da soja, que aumentou a importação desta commodity em 8%.
08:34Boa parte sai do Brasil, o Brasil que exporta para a Europa o farelo de soja e também a soja.
08:39O mercado europeu também vai ser muito importante para o agro e para a soja aí nos próximos meses
08:45ou ao longo de 2025?
08:48Olha, o mercado europeu é um mercado que se comporta de uma forma adversa,
08:54considerando que nós temos aí uma questão associada à política agrícola comum europeia,
09:01as tradicionais barreiras tarifárias que ultimamente têm se apresentado como menos tarifárias
09:08e mais barreiras protecionistas, travestidas de exigências ambientais.
09:15Então, o Brasil ainda tem um mercado muito importante na Europa,
09:19mas é um mercado pequeno comparado ao mercado asiático.
09:22Nosso grande foco hoje é o mercado asiático, não apenas China, mas o mercado asiático de forma geral.
09:28Muito bem, professor Márcio Setefortes, professor de Relações Internacionais do IBMEC do Rio de Janeiro,
09:37muito obrigado pela sua participação aqui no Money Times, um ótimo feriado para o senhor e boa Páscoa.
09:44Boa Páscoa a todos, muito obrigado.
09:46Boa Páscoa a todos, muito obrigado.