Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, analisou os impactos do aumento de tarifas dos EUA sobre China e Europa. Ele destacou riscos para cadeias produtivas, inflação nos EUA, e oportunidades para exportadores como o Brasil. A incerteza política, segundo ele, é o maior desafio global.
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NotíciasTranscrição
00:00Sobre os efeitos do tarifácio na economia global, eu converso agora com o Felipe Vasconcelos,
00:06que é sócio da Ecos Capital.
00:08Boa noite, Felipe, muito obrigado por participar aqui da nossa programação.
00:12É o seguinte, Felipe, a gente fala de números, olha o macro, mas eu queria começar a nossa
00:18conversa olhando o que eu vou chamar um pouco de micro, pessoas, porque se a gente olhar
00:25esse esquema que criamos aqui, estou fazendo uma suposição, uma premissa e eu vou pedir
00:30a tua conclusão.
00:31Estamos assistindo de camarote uma briga entre dois gigantes, China e Estados Unidos, aplicou
00:38tarifas, aplicou reciprocidade, Estados Unidos aplicaram tarifas contra a União Europeia
00:45que ainda está no campo da ameaça, ainda não aplicaram reciprocidade como fizeram os
00:52chineses, mas numa conta aqui rasa na superfície, eu olhei o seguinte, talvez ou muito provavelmente
01:01sobre para o resto do mundo, isso aqui, produtos de alto valor agregado, porque talvez fiquem
01:10mais caros para os americanos por causa das sobretaxações na China, diminuam o fluxo
01:15por causa dessa sobretaxação com a União Europeia, só que nem sempre isso pode ser um
01:21bom resultado, vai mexer com cadeias de distribuição e talvez em alguma maneira cause desemprego
01:29e crise em vários setores que compõem essa complexa cadeia.
01:34Faz sentido isso aqui?
01:36A gente pode esperar uma perspectiva de sobrar no mundo produtos de alto valor agregado?
01:42Boa noite mais uma vez, obrigado por participar.
01:44Boa noite Favale, prazer estar aqui com vocês novamente.
01:49Olha, a sua análise ela está correta e francamente, vamos brincar com os nossos clientes que nesse
01:56momento quem não está confuso está mal informado, porque nesse momento um tweet do Donald Trump
02:04pode mudar de maneira importante todo esse cenário que você acabou de desenhar, por exemplo.
02:11Então, nesse momento, nesse mundo de altíssima incerteza política, essa incerteza política
02:19ela naturalmente flui para todo o resto da economia.
02:23Então, a incerteza política cria uma incerteza nas empresas que ficam sem saber quanto que vai
02:30custar os insumos dela, para onde que vai o câmbio, quais mercados estarão abertos e fechados
02:37e qual que é a tarifa para importar neles, quanto que eles vão conseguir repassar de preço ou não,
02:42qual que vai ser a demanda pelos seus produtos.
02:45E isso, obviamente, gera reverberações nos consumidores e no mercado financeiro, nos bancos que oferecem crédito.
02:54Então, por exemplo, esse tema que você trouxe dos produtos de alto valor agregado,
03:00ou entre aspas, sobrarem no mercado, nós já começamos a ver isso de certa forma.
03:07Então, por exemplo, o alumínio que no Brasil foi, antes até desse anúncio das tarifas norte-americanas,
03:15foi já taxado pelos Estados Unidos.
03:18Como sobrou, de certa maneira, alumínio no Brasil, o alumínio para as empresas brasileiras diminuiu um pouco.
03:27Só que as empresas brasileiras não conseguiram manter, aumentar a sua margem e também reduzir um pouco o preço
03:34para fazer os produtos daí com valor agregado maior localmente.
03:38O problema é o seguinte, se a China exportava produtos que competem com o brasileiro,
03:44que usam esses perfis de alumínio e não conseguem mais ser competidos nos Estados Unidos,
03:50eles vão acabar acessando outros mercados como o brasileiro.
03:54Então, isso pode ser bom para o consumidor final desse produto com alto valor agregado,
03:59desse produto manufaturado, só que ruim para a empresa brasileira,
04:03que não necessariamente vai conseguir competir em preço.
04:05E somente aqueles que melhor se adaptarem vão conseguir sobreviver a esse momento difícil.
04:12Agora, Felipe, queria aproveitar a tua presença aqui e mostrar um outro gráfico que a gente fez
04:18junto com a nossa equipe de videografia, desse número aqui, que ele é surpreendente, né?
04:24A balança comercial entre Estados Unidos e China.
04:27O que a China manda para os Estados Unidos e o quanto os Estados Unidos pagam para as empresas chinesas.
04:32Algo que supera os 400 bilhões de dólares ano com dados consolidados de 2024.
04:39E aí a gente tem essa lista dos principais produtos.
04:42Computadores, celulares, vestuários.
04:46A gente já entendeu que se for mantida essa guerra comercial e esse bloqueio,
04:51vai ficar mais caro para o consumidor médio americano.
04:55Vai sobrar esses produtos.
04:57Enquanto os Estados Unidos mandam para a China aviões comerciais,
05:01mas a classe média não compra avião comercial.
05:04Automóveis chineses não são tão populares nos Estados Unidos.
05:07Até tem uma barreira já colocada pelo Joe Biden, mas peças também saem dos Estados Unidos para a China.
05:16De fato, a gente olha para a sociedade americana, o custo de vida vai ficar mais caro.
05:20Quando a gente olha uma massa consumidora que tem um perfil de alto padrão de consumo,
05:26pagando mais caro, os salários dificilmente vão acompanhar essas sobretaxações, vão consumir menos.
05:34O que isso pode?
05:35Como é que a gente do resto do mundo pode observar o que eu vou chamar de uma ação ou uma reação espiralada?
05:41Começa nos Estados Unidos e depois vai se ampliando.
05:44Como isso pode chegar até nós aqui?
05:49Olha, olhando essa figura que você apresentou, em primeiro lugar, queria destacar a soja.
05:55O jeito mais fácil de retalhar os Estados Unidos, que os países têm já começado a fazer,
06:02é nos produtos que são iguais praticamente em qualquer lugar do mundo, como a soja.
06:08Então, a China, desde o primeiro governo Trump, quando ele começou esse assunto das tarifas,
06:15ela já reduziu um pouco a importação de soja americana, de quem que ela comprou?
06:22Do Brasil.
06:24Agora, ela está fazendo a mesma coisa novamente.
06:28É mais difícil a China substituir, por exemplo, aviões comerciais,
06:32muito embora tenha anunciado essa semana que as empresas aéreas chinesas
06:37não podem mais comprar aviões da Boeing, restringiu completamente isso.
06:42Então, para os americanos, é ruim porque não vende nem mais avião para a China, nem soja,
06:49e nessa pauta específica, bom para o Brasil, que vai vender mais soja para a China,
06:55e bom para a França, que tem Airbus, que substitui parte disso.
06:58O problema é que nós estamos falando de dois produtos só,
07:03e nós já estamos observando esse movimento no mercado,
07:07só que quando nós olhamos a pauta gigantesca que a China tem de produtos
07:11que manda para os Estados Unidos, vale lembrar que não é da noite para o dia
07:15que você constrói uma fábrica, não é da noite para o dia
07:19que você vai começar a produzir computador nos Estados Unidos,
07:23que você vai produzir iPhone nos Estados Unidos.
07:25inclusive já percebendo um pouco disso, que o Trump falou, olha, iPhone, smartphone não está mais na tarifa,
07:34pode continuar mandando mais barato, porque essas disrupções na cadeia,
07:40ele vai acabando perdendo muito do apoio que ele tem dentro de casa, o americano médio.
07:46E vale lembrar aqui também, Favali, o seguinte, nós estamos há, agora, aproximadamente,
07:53um ano e meio das eleições no meio do termo americano, para Congresso.
08:00Hoje, o Trump, ele tem uma leve maioria no Congresso americano.
08:06Agora, ele fez muito mais mal para todo mundo, para o mundo inteiro,
08:12inclusive para o americano médio, que ainda não viu ganhar dinheiro de lugar nenhum,
08:16e ele vai precisar fazer muito bem para conseguir compensar
08:20essa perda de popularidade que ele teve até o momento.
08:26Então, essa dinâmica americana, ela é bastante particular,
08:31só que ela começa a gerar esses desenvolvimentos para o resto do mundo.
08:36Então, no vácuo americano, a China está querendo ocupar um lugar maior.
08:41Então, no sudeste asiático, que foi também amplamente taxado pelos Estados Unidos,
08:47a China, o Xi Jinping, estava lá, recentemente, no Vietnã,
08:50abraçando todo mundo, falando que ele é o melhor amigo deles.
08:54O Brasil, que também, muito embora tenha ficado na parte de baixo,
08:58ali das tarifas, está conseguindo exportar mais para a China.
09:02Então, o jogo geopolítico, ele vai se realocando também, de certa maneira.
09:09Mas, quem vai ditar mesmo se o Trump vai ser bem-sucedido ou não,
09:14é o americano médio, e esse, pelo menos por enquanto,
09:18não tem muito motivo para estar feliz.
09:20Bom, Felipe Vasconcelos, pode anotar que eu aposto que esse vai ser o tema
09:24da nossa próxima conversa, e não vai demorar muito.
09:28Felipe Vasconcelos, sócio da Ecos Capital,
09:30muito obrigado pela participação e pelos esclarecimentos.
09:34Obrigado.
09:35Obrigado.
09:36Obrigado.