Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, analisou os desafios agrícolas discutidos pelos Brics em meio à guerra tarifária e reforçou o papel estratégico do Brasil no cenário global de segurança alimentar.
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00:00E o Grupo de Trabalho de Agricultura do BRICS, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária,
00:06realiza hoje uma reunião no Palácio do Itamaraty, em Brasília,
00:10para decidir sobre as estratégias para os desafios agrícolas globais.
00:14Sobre esse tema a gente conversa agora com o Sérgio Valle,
00:18que é a economista-chefe da MB Associados,
00:21para saber também qual pode ser o papel do Brasil nessas decisões.
00:26Sérgio, bom dia para você, muito obrigada pela sua participação comigo e com a Mari aqui do Agora.
00:31Olha, qual que é o saldo em que o Brasil pode ter nessa reunião,
00:35diante da guerra tarifária e também, claro, da pressão chinesa?
00:40Bom dia, Paula, prazer falar com você também.
00:43Olha, o cenário que a gente tem a partir de agora,
00:46que na verdade a gente tem visto acontecer ao longo dos últimos 10 anos,
00:48a gente cada vez mais se aproximar dos chineses,
00:51na verdade do mundo inteiro fora dos Estados Unidos,
00:54quando a gente pensa em alimentação.
00:55Quando a gente pensa em exportação de produtos agropecuários.
00:59Isso já está acontecendo, na verdade, há mais de 20 anos com intensidade,
01:02acelerou depois que o Trump virou presidente no seu primeiro mandato,
01:06e a gente vai ver isso acelerar com mais intensidade agora.
01:09Naquilo que normalmente a gente exporta para a China com intensidade,
01:12soja, carnes, milho, cada vez mais,
01:16a gente vai ver essa intensidade de exportação acelerar.
01:18E, obviamente, no grupo do BRICS,
01:20e, na verdade, nessa intenção de se olhar a alimentação,
01:24cada vez mais nesse mundo mais protecionista,
01:26com uma questão de segurança alimentar,
01:29o papel do Brasil nesse sentido é essencial.
01:31Dentro dos BRICS, o Brasil é o único grande produtor e exportador.
01:35Então, a gente vai ter uma voz ativa, certamente, nesse sentido.
01:38Nessa discussão que, para países mais pobres,
01:41no mundo cada vez mais protecionista,
01:43e com os Estados Unidos fugindo do seu papel histórico,
01:46desde a pós-guerra de ser um garantidor de uma certa ordem internacional,
01:50a gente vai ver esses países, eventualmente, também terem dificuldades.
01:53Então, o Brasil, próximo de muitos desses países
01:56que têm essa insegurança alimentar,
01:58tem um papel aqui muito ativo.
01:59Ele é o maior e mais importante produtor dentro do BRICS,
02:04está próximo desse mercado que, infelizmente,
02:06tem as dificuldades de segurança alimentar.
02:09Então, acho que a gente vai ter um papel bastante relevante
02:11nessa questão específica.
02:13Sérgio, obrigado pela tua participação aqui.
02:15E eu estava lendo um pouco sobre o que deve sair,
02:19e alguns dos temas que estão nas declarações
02:21que devem sair dessa reunião de hoje.
02:24Enfim, são temas que parecem, inclusive,
02:26debates exatamente de mais longo prazo.
02:28E a tua fala anterior confirmou um pouco essa sensação
02:31de que tem uma agenda mesmo, para além desse vai e vem,
02:34inclusive, da guerra tarifária,
02:36que parece que está ocupando espaço.
02:37Nesse caso, eles mencionaram, por exemplo,
02:39a certificação digital no campo agrícola,
02:43a recuperação de pastagens.
02:46O fato de ter uma discussão mais aprofundada,
02:50isso de efeitos de longo prazo,
02:51vinculada com os problemas de alimentação internacional,
02:54vinculada com os problemas associados também
02:56a aquecimento global,
02:58isso reforça o papel estratégico dos BRICS?
03:00Você já falou um pouquinho,
03:01mas, assim, queria adicionalmente sobre essas coisas
03:04que têm que ser tratadas.
03:05Tem problemas estruturais,
03:07por exemplo, a questão do efeito da pastagem,
03:10que ficam vazias,
03:11nas pastagens que ficam ausentes
03:12e aqui parece que entraram.
03:14Você aposta que isso tem esse espaço,
03:16nessa discussão desse bloco?
03:18Bom dia, Mari.
03:19Olha, certamente esse tipo de discussão
03:21a gente vai ver com cada vez mais intensidade,
03:23porque aqui tem uma questão também
03:24da relevância dos atores tão envolvidos, né, Mari?
03:27Essa questão da insegurança alimentar,
03:29dessa aproximação que está acontecendo com outros mercados,
03:31o Lula foi esse ano para o Japão,
03:33como para o Vietnã,
03:34tem uma proximidade com a China, né?
03:37Tem o interesse explícito do Lula,
03:38que já foi nos seus primeiros mandatos,
03:40está reforçando nesse mandato atual
03:42em relação à questão da segurança alimentar.
03:45Então, acho que a gente vai ver
03:46esse papel crescer do Brasil
03:47dentro dessa estrutura.
03:49Não está claro exatamente ainda
03:50quais vão ser os pontos que vão ser atacados.
03:52Eu acho que quando a gente fala
03:53nessa questão de alimentação
03:55e do Brasil dentro do BRICS
03:56ser esse grande fornecedor que ele já é
03:58e continuar a estreitar esses laços
04:00dentro dos BRICS,
04:01o que a gente vai ver acontecer
04:02com muita intensidade,
04:03eu acho, Mari,
04:04é aumentar o escopo de atuação dos BRICS
04:07em outras áreas,
04:08por exemplo, na questão da moeda digital.
04:10Eu acho que a partir de agora
04:11e na própria reunião que a gente vai ter em julho
04:13vai ser o tema central.
04:14Como você ter uma moeda
04:16dentro dos BRICS
04:17que seja aceita,
04:18que tenha não a liberdade
04:21e o fator dólar
04:22de livre de risco total
04:23como a gente teve ao longo das últimas décadas,
04:25mas tudo que está acontecendo agora
04:26na economia americana
04:27abre uma porta
04:28que vai muito além da alimentação,
04:30que eu acho que vai ser um dos grandes temas dos BRICS
04:33ao longo das próximas reuniões.
04:34Essa ampliação mesmo da temática,
04:38ela é um pouco que confronta, de novo,
04:40com esse dia a dia
04:41de falar de tarifa,
04:42de relação comercial,
04:43de negociar superávit de balança,
04:46mas, assim,
04:46considerando que os BRICS seriam esse espaço
04:48para falar mais amplamente
04:50do desenvolvimento de aspectos fundamentais,
04:52sobre tecnologia de investimento
04:54na parte de alimentação,
04:55sobre a questão da moeda
04:57e do uso de blockchain.
04:59Além de tudo isso,
05:00mas no bloco,
05:01você acha que o tema comercial
05:02vai acabar ficando, então,
05:03um pouco secundarizado?
05:04Dá para dizer que o crescimento
05:05desses temas reduz
05:07e, com isso,
05:07reduz a tensão entre os países
05:09ou tem espaço para também
05:10entrar uma...
05:12Porque não vai ser fácil
05:13o Brasil e China, por exemplo,
05:14nesse novo comércio
05:15entrar em um pleno acordo,
05:17por exemplo,
05:17sobre espaço para a indústria,
05:19por exemplo.
05:20Então, assim,
05:21como que fica o debate comercial
05:22entre os países
05:23com esse crescimento
05:24das outras pautas?
05:25Eu acho que aqui também
05:26o Brasil não tem muito
05:27por onde fugir, né, Mari?
05:28A gente está saindo
05:29de uma esfera industrial americana
05:32pesada,
05:33que vai continuar,
05:33os Estados Unidos
05:34vai continuar sendo parceiro,
05:36não é esse o caso,
05:37mas a gente entra num cenário
05:38que a China,
05:38cada vez mais,
05:39a gente vai ver
05:40produtos industrializados,
05:41que eventualmente
05:42não eram a base
05:43de importação nossa,
05:44começar a acontecer.
05:45Então, acho que o fluxo
05:46de comércio
05:47entre Brasil e China
05:48vai crescer com muita intensidade
05:50nos próximos anos.
05:51A gente vai exportar mais,
05:53mas a gente vai importar
05:53mais também.
05:54Como a gente é bastante
05:55superavitário nesse sentido,
05:57há espaço aqui
05:58para a gente não ter
05:58muita preocupação.
06:00Mas o fato é
06:01que esse comércio
06:02com a Ásia
06:03e com a China
06:04vai crescer
06:05com muita intensidade.
06:06Hoje,
06:06o comércio Brasil-Ásia,
06:08quando a gente olha
06:09exportação e importação,
06:10está em 250 bilhões
06:11de dólares por ano.
06:13O comércio Brasil-Estados Unidos
06:14está em 70.
06:15Então, já está muito maior
06:17o comércio
06:17que a gente faz com a Ásia.
06:18Eu acho que em cinco anos,
06:20o comércio com a Ásia
06:21vai para 300 bi
06:22e o comércio americano
06:23vai estagnar em 70,
06:2460 bi.
06:25Então, assim,
06:26cada vez mais a Ásia
06:27vai ser o nosso ponto de atenção,
06:28não só para exportação,
06:30mas a gente vai ver
06:30cada vez mais aqui,
06:32made in China,
06:33em produtos que usualmente
06:34eram os básicos,
06:35mas a gente vai começar
06:36a ver em produtos industrializados
06:37mais sofisticados.
06:39Agora, Sérgio,
06:40a gente tem aqui,
06:41vou aproveitar que você está
06:42dando essa entrevista
06:43para a gente,
06:44sempre muito esclarecedora
06:45por sinal.
06:46Daqui a pouquinho
06:47vai ter a expectativa,
06:48aliás,
06:49eu queria saber
06:49qual é a expectativa
06:50para a taxa de juros
06:51que vai ser divulgada
06:52daqui a pouquinho,
06:52às 9h15.
06:53Se a gente já pode comentar
06:55um pouquinho esse cenário.
06:56A taxa do BCE,
06:58vai ter o corte
06:59de 0,25,
07:01muito provavelmente.
07:02A economia europeia
07:03ainda está fragilizada,
07:04a economia alemã
07:06praticamente dois anos
07:07em recessão.
07:08Tem o efeito
07:09que a gente vai precisar
07:10acompanhar
07:11do choque tarifário,
07:12mas que por agora,
07:13como a Europa
07:14entrou na negociação
07:16com os Estados Unidos,
07:17não está fazendo
07:18a tarifa recíproca
07:19de volta para os Estados Unidos,
07:20não tem o risco
07:21de tarifa afetar a inflação
07:23na economia europeia,
07:25talvez o risco maior,
07:26de fato,
07:26é eventualmente
07:27alguma desaceleração
07:28maior da economia.
07:29Então,
07:29no caso europeu,
07:30tem espaço
07:31para uma queda de juros
07:32sem muita dificuldade,
07:34no ritmo do BCE,
07:36vai ser relativamente lento,
07:37mas essa taxa de juros
07:38vai cair continuamente
07:39ao longo das reuniões
07:40esse ano.
07:40O Fed tem uma tarefa
07:42muito mais difícil,
07:42porque tem o Trump
07:43no encalço do Jeremy Powell
07:45e ainda tem um processo
07:46inflacionário
07:47mais complicado
07:47do que o processo europeu.
07:49E já que a Paula
07:50trouxe a Europa
07:51para o jogo aqui,
07:52queria retomar um pouquinho
07:53o longo acordo,
07:55a dificuldade de se chegar
07:56a um acordo
07:56entre Mercosul
07:57e União Europeia
07:58no ano passado.
07:59A gente sabe que
08:00chegar neste acordo
08:01é a primeira fase,
08:02que durou, enfim,
08:03mais de 20 anos,
08:04mas é uma primeira fase
08:05para tentar depois
08:06evoluir e implementar.
08:08Isso também seria
08:09um espaço
08:09significativo para o Brasil,
08:11não só ampliado
08:11do ponto de vista do agro,
08:12mas também da negociação
08:14desses outros temas.
08:15Foi muito debatido
08:16o quanto essa relação
08:18entre blocos
08:19também trazia
08:20para o centro do debate
08:21questões ambientais,
08:22questões de manejo,
08:23de gestão
08:23das unidades produtivas.
08:27O Brasil, então,
08:28avançou nesse debate
08:29e está posicionado
08:30estrategicamente nos BRICS.
08:32Dá para pensar no Brasil
08:33ocupando um espaço maior
08:34também nesse novo cenário?
08:35A gente fala muito
08:36da China,
08:36tem essa força chinesa,
08:38mas tem um lugar
08:39que o Brasil
08:40pode ocupar prioritário
08:42também nessa relação
08:42com esse bloco
08:44e com o bloco
08:45dos grandes,
08:46dos BRICS?
08:47O que é interessante
08:48observar nisso,
08:49não é, Mário?
08:49É que historicamente
08:50o Brasil sempre,
08:51e outros países emergentes,
08:52sempre foram os países
08:53voláteis,
08:54com intensidade
08:55de mudança de política,
08:56com falta de confiança.
08:58Hoje a gente vê
08:58o mundo desenvolvido
09:00e os dois grandes líderes
09:02em guerra,
09:02como a gente está vendo agora,
09:03trazendo muito mais desconfiança
09:05do que a gente.
09:06A gente está num ciclo
09:07nos últimos anos
09:08de ter ativos importantes
09:09nas commodities,
09:11energia renovável,
09:12a gente fez reformas relevantes,
09:14fez a reforma da Previdência
09:15em 19,
09:15fez uma reforma tributária
09:17super importante
09:18nos últimos anos.
09:19Então, assim,
09:20a gente tem um caminho
09:20interessante
09:21num país
09:22que está
09:22numa parte do mundo
09:23que não é tão relevante
09:25do ponto de vista
09:25já político,
09:26mas é muito relevante
09:27do ponto dos ativos
09:28econômicos
09:29que a gente tem.
09:30Então, a gente precisa,
09:31de fato,
09:31se aproveitar nesse cenário.
09:32No caso do acordo comercial
09:33com a Europa,
09:34eu acho que a gente precisa
09:35aproveitar o flanco
09:36que o Trump abriu
09:37de também forçar
09:39uma entrada agrícola
09:40na Europa,
09:42com as negociações
09:43que vão ser feitas
09:44a partir de agora,
09:45aproveitar esse flanco
09:46que está sendo aberto
09:47que os europeus
09:47vão ter que negociar
09:48também a parte agrícola
09:49para falar,
09:50olha,
09:51a gente aqui também
09:51quer negociar.
09:52A última parte que falta
09:53é negociar a parte agrícola
09:55do acordo com a União Europeia
09:56e como é interesse
09:57dos europeus
09:58de fortalecer
09:59o valor do livre comércio,
10:01eu acho que está tudo
10:02aqui feito
10:02para isso acontecer,
10:03de quebrar essa última
10:05amarra que existe
10:06em relação aos agricultores
10:07franceses,
10:09especialmente,
10:09para a gente acelerar,
10:10de fato,
10:11esse acordo europeu.
10:12Então, o Brasil,
10:13de repente,
10:13vira um país
10:14que tem pontos
10:16interesses
10:17de ativos,
10:18de negociações,
10:20está fora
10:20dessa questão geopolítica
10:22mais grave.
10:22Então,
10:23a gente,
10:23no longo prazo,
10:24tem questões positivas
10:25que a gente precisa observar
10:26que a gente pode ganhar.
10:28Legal.
10:28Eu vou extrapolar um pouquinho
10:30o assunto que era inicial
10:31aqui da nossa entrevista,
10:33mas pegando uma frase
10:34que você falou,
10:35os valores do livre comércio.
10:37Nessa reorganização,
10:38tem uma questão,
10:39quando você falou,
10:40nos Estados Unidos
10:40também abriu mão
10:41de ocupar o seu papel
10:42de mediador
10:44e de gestor
10:44desse livre comércio internacional.
10:47Essa hegemonia
10:47norte-americana
10:48que foi defendida,
10:49ela foi sustentada
10:50há muito tempo
10:51na questão tecnológica,
10:52na questão da moeda
10:54e na questão de valores.
10:55Nessa reorganização,
10:57entram países
10:57que, do ponto de vista
10:58de você tentar pegar
10:59o pacote completo
11:00do que defendem,
11:01é difícil pegar
11:02uma diretriz, né?
11:03Quer dizer,
11:03é a China que vai liderar
11:04um processo em prol
11:06do livre comércio.
11:07Quando eu fiz a faculdade,
11:09isso era bastante impensável,
11:10né?
11:10Imaginar que isso poderia acontecer.
11:12Como que você vê
11:13essa, esse...
11:14a ideologia mesmo,
11:15quer dizer,
11:16a construção
11:16de para onde deve ir o mundo
11:17com essa retirada
11:19dos Estados Unidos,
11:20esse papel aí
11:20de orientador
11:22da estrutura
11:22de valores
11:23e promoção mesmo
11:25desse bem comum,
11:26digamos assim,
11:27que deveria ter sido
11:28o livre comércio,
11:29na visão, inclusive,
11:30norte-americana, né?
11:32Para a China, né, Mari?
11:34O histórico dela
11:35de país pobre
11:37que teve que ficar rico
11:38fez esse processo
11:39por processo
11:40de aumento de tarifa,
11:42de proteção comercial,
11:44roubo de tecnologia,
11:45que isso já aconteceu
11:46em vários outros países também,
11:48quer dizer,
11:48é praxe em países
11:49que está ficando aqui,
11:50que a gente já viu isso
11:51acontecer com o Japão,
11:52próprios Estados Unidos
11:53no passado, enfim,
11:54a gente passou por esse processo,
11:55agora a economia chinesa
11:57para entrar nos outros mercados
11:58começa a demandar
11:59uma abertura maior, né?
12:01Ela quer entrar
12:01no mercado brasileiro,
12:02vai ter que ter concessões
12:04para isso acontecer também
12:05com mais intensidade.
12:06Então,
12:07de certa forma,
12:08um caminho de uma certa inversão
12:09hoje,
12:09de uma China
12:10que está buscando
12:11um multilateralismo maior
12:12e um Estados Unidos
12:13que está se isolando mais,
12:15que é algo que a gente
12:15não imaginava
12:16que fosse acontecer
12:1710, 15 anos atrás.
12:19Estados Unidos
12:19com a maior tarifa
12:20de importação do mundo hoje,
12:22não querendo ceder
12:23nesse sentido,
12:24já era um país
12:25que tinha algumas amarras
12:26de tarifa,
12:27de barreiras não tarifárias,
12:28não estava numa posição
12:29muito confortável
12:30nesse sentido.
12:31Então,
12:31fica um mundo,
12:32de certa forma,
12:33estranho em relação
12:34ao que a gente conhecia
12:35no passado.
12:36E não é claro exatamente
12:37se a gente vai ter um mundo
12:39de fato
12:39com uma globalização
12:40avançando na intensidade
12:41que a gente viu no passado
12:43que foi baseado
12:44nesse livre comércio
12:45mais amplo,
12:46que você podia produzir
12:47com uma certa liberdade
12:48onde era mais barato
12:50e isso não acontece mais.
12:52Eu acho que a grande
12:52consequência de tudo
12:53que a gente está vivendo agora,
12:55né, Mari,
12:55é ter um mundo mais caro.
12:57Um mundo menos globalizado
12:58significa um mundo
12:59mais compartimentalizado
13:01e um mundo mais caro.
13:02Você não vai conseguir
13:02produzir exatamente
13:03onde você gostaria.
13:05Você vai ter que escolher
13:06eventualmente parceiros
13:07que são próximos
13:08ou próximos politicamente
13:10e que não tenha tarifa
13:12eventualmente.
13:13Então, assim,
13:13é um cenário
13:14de um mundo mais caro
13:15que a gente vai viver
13:15a partir de agora, né?
13:17E que não está muito claro
13:18quem vai ser o capitão disso, né?
13:20Certamente os Estados Unidos
13:21estão se colocando fora
13:22e a gente vai ver
13:23se a China vai ser de fato
13:24esse campeão da liberdade.
13:26Eu acho que a Europa
13:26tende a ser,
13:28olhando o histórico,
13:29esse conjunto de países
13:31que tende a ser
13:32essa liderança
13:33de valores
13:33de livre comércio.
13:35Mas é suficiente
13:36para a gente manter
13:36esse padrão
13:37no mundo inteiro?
13:38Eu acho que não.
13:39Então, ver o mundo mais caro
13:40aí pela frente, infelizmente.
13:41Você acompanhou aí
13:43a entrevista com o Sérgio Vale,
13:44que é economista-chefe
13:46da MB Associados.
13:47Mais uma vez,
13:48muito obrigada
13:48por participar ao vivo
13:51com a gente aqui no Agora.
13:52Viu, Sérgio?
13:53Um ótimo fim de semana
13:54para você.
13:56Obrigado, Paula, Mari.
13:57Sempre é um prazer
13:57falar com vocês.
13:58Prazer é o nosso.
13:59Tchau, tchau.
14:00Tchau.
14:01Tchau.
14:02Tchau.
14:03Tchau.