Ministros da Agricultura dos Brics discutiram em Brasília segurança alimentar, inovação no campo e certificação eletrônica. Miguel Daoud, especialista em agronegócio, destacou o potencial do bloco, que reúne 50% da população mundial, e as oportunidades de investimento e exportação para o Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00Seis horas, quatro minutos, os países que compõem o BRICS, agora um bloco ampliado com
00:1111 integrantes, reuniram seus ministros da agricultura em um grupo de trabalho coordenado
00:17pelo governo brasileiro para discutir o futuro do agronegócio.
00:21Na pauta, temas estratégicos como segurança alimentar, sustentabilidade, inovação no
00:26campo e até certificação eletrônica para facilitar o comércio.
00:31Sobre os avanços e os desafios dessa articulação internacional, eu converso agora com o Miguel
00:37Daúde, especialista em agronegócio e analista de economia e política.
00:42Daúde, boa noite para você, obrigado pela sua participação mais uma vez aqui com a
00:46gente.
00:46Daúde, claro que essa reunião em Brasília é parte de toda uma programação da presidência
00:53do Brasil dentro do BRICS esse ano.
00:54A gente está caminhando para ter a cúpula do BRICS em julho, no Rio de Janeiro.
00:59Então, era uma reunião agendada para tratar dessa pauta toda, mas calha de acontecer nesse
01:05momento de guerra comercial, em que a busca de novos parceiros ou o fortalecimento das
01:10relações com novos parceiros é fundamental.
01:13O que o Brasil tem que buscar a partir de uma reunião como essa, Daúde, na sua leitura?
01:18Obrigado pela oportunidade, Turcio, e é um prazer estar aqui novamente com você.
01:22Bom, o Brasil hoje, ele tem uma projeção muito grande no planeta, nos países do planeta
01:32Terra, como um grande produtor de alimentos.
01:36O BRICS, hoje composto, como você colocou, por 11 países, ele assusta.
01:43Então, nesse momento em que coincide com a ação do governo americano em fazer uma tarifação
01:54para o planeta todo, que, na minha opinião, é um absurdo, porque hoje os Estados Unidos
02:00dependem muito do dinheiro que vem dos outros países, ele está dizendo, não quero mais
02:05o dinheiro, agora acabou a brincadeira, eu vou ser eu dentro deste planeta.
02:10E isso tudo é ruim.
02:12Neste momento, os BRICS, tem em torno aí de 50% da população do planeta.
02:20E esses 50% são países ainda pobres, países que têm uma demanda muito grande para que
02:29pessoas acessem ou acendem ao consumo.
02:33E o tema agricultura, ele é propício, porque ele vai atender a demanda necessária desses
02:42países.
02:43Então, essa união provavelmente está assustando os Estados Unidos.
02:49Agora, tem algumas coisas ali, como criação de uma bolsa.
02:52Isso, no momento, é impossível, porque uma bolsa precisa de liquidez.
02:56Mas é uma ação que tem um propósito muito forte dentro desses países que compõem os BRICS.
03:07O Daúde, vamos lembrar que dentro do BRICS, não custa nada lembrar, está a China, que
03:12tem sido a antagonista principal dos Estados Unidos nessa guerra comercial.
03:18E está também a Índia, que já tem a maior população do mundo e que também recebeu uma
03:22tarifa bem salgada dos Estados Unidos, que foi uma tarifa de 26%.
03:26Está suspensa agora por 90 dias, como está suspensa a tarifa de praticamente todos os
03:31países, mas foi uma tarifa pesada também, essa aplicada sobre Trump a produtos indianos.
03:38O que é que o Brasil pode fazer, Daúde, especialmente com esses dois países, que são dois grandes
03:43mercados em potencial, com os quais a gente já tem relação, para ampliar essa relação?
03:47Tem se falado muito, por exemplo, em mais soja para a China, que é uma oportunidade quase
03:52óbvia que a gente tem.
03:54Mas o que mais que a gente pode fazer e quais outras frentes a gente tem para vender mais
03:58para esses países?
04:00Bom, nós temos aí a oportunidade de incentivar o que nós temos aqui na nossa economia, que
04:06é crujante, que é a água pecuária.
04:09Podemos exportar mais, mas nós precisamos de investimento.
04:13Nós não temos investimento.
04:14O Brasil hoje, o agronegócio, ele anda com as próprias pernas, na questão da tecnologia,
04:22produtividade.
04:24Não dá para você aumentar, de repente, essa demanda.
04:28Mas é um começo.
04:30A China, principalmente agora, ela tem interesse, está pensando em construir, em dar início nas
04:39obras da ferrovia que vai para o Pacífico, para poder escoar a produção dos países
04:46aqui da América do Sul.
04:48Então, o Brasil tem aí uma grande oportunidade de atrair investimento para fazer aquilo que
04:54ele tem de melhor.
04:55Bom, esse é um ponto que eu acho que é inegável que vai acontecer.
04:59O outro ponto, como o Brasil ainda, a nossa indústria, os setores de inteligência, de produção,
05:07de computadores e coisa que está relacionado à pesquisa e investimento, o Brasil pode ser
05:15favorecido por esses países numa reciprocidade, principalmente pela China, a Índia em termos
05:23de programas, de computador, e isso tudo acaba ajudando o Brasil.
05:28O Brasil está, na minha opinião, no caminho correto em ter essa aliança, no sentido de
05:33poder trazer para o nosso país investimentos.
05:37A gente sabe, você viu ontem, o orçamento do Brasil, a gente está caminhando para um abismo
05:44fiscal.
05:47Então, nós precisamos de investimento, porque não vamos ter mais investimento.
05:50Então, essa é uma grande oportunidade que o Brasil tem de atrair esses investimentos,
05:56chamado pela agropecuária brasileira.
05:59E na agro, Daúde, na infraestrutura do agro, onde é que a gente mais precisa de investimento?
06:06Onde é que estão os maiores gargalos?
06:08A armazenagem, hoje praticamente quase 130 milhões de grãos da nossa produção, se não
06:17tem onde guardar, elas ficam em cima de caminhão sendo transportadas.
06:22A questão da infraestrutura é muito importante.
06:26A gente tem ainda estradas que levam a nossa produção para o arco norte.
06:34Essas estradas têm trechos ainda em situação muito ruim.
06:39Você, para escoar grande parte da sua safra do centro-oeste, ali do norte, principalmente
06:46do nordeste, centro-oeste, o porto de Santos e Paranaguá está a quase 3 mil quilômetros.
06:52Então, você tem um custo muito alto, com estradas ainda bem ruins.
06:58Então, hoje o agronegócio, ele tem condições de crescer.
07:02Só que nós estamos vivendo num mundo, que isso vai se agravar agora, onde os ajustes
07:08econômicos serão feitos.
07:10E esses ajustes, que nós já estamos sentindo no agro, é a elevação dos custos.
07:16Então, não adianta você ter mercado e produzir muito quando seus custos sobem e a sua rentabilidade
07:23é insuficiente.
07:24Hoje, o agronegócio brasileiro não consegue pagar essa taxa de juros que o Brasil tem.
07:30Ou você faz em dólar, só que o dólar, ele tem uma volatilidade muito grande devido
07:36à extensão do ciclo agrícola.
07:38Muitas vezes, ele pega o produtor de calça curta.
07:43Então, o Brasil, ele tem uma deficiência muito grande, mas eu não vejo por parte do governo
07:49e do Congresso hoje, um projeto para poder levar o Brasil, mudar o Brasil de patamar,
07:57para que a gente tenha competitividade e eficiência para atender essa demanda.
08:02Olha, tem um dado que é muito importante.
08:05Essa demanda, por mais 30 anos, ela vai ter que ser, a demanda por comida, produção de alimento,
08:13tem que dobrar.
08:15E o Brasil é o único país do planeta que tem condições de atender pelo menos 50% dessa demanda
08:22sem derrubar uma árvore.
08:24E isso nos BRICS está sendo discutido, a questão da sustentabilidade.
08:29Agora, só que nós não temos um projeto para isso.
08:32Nós não temos uma visão de longo prazo.
08:35Hoje, o nosso governo, desculpa, e o nosso parlamento são imediatistas.
08:42Eles estão ali para, vamos resolver os nossos problemas agora e depois a gente vê como é que faz.
08:47Então, o agronegócio brasileiro, ele não pode, ele implora para que o Brasil tenha um projeto de nação,
08:55para que esse projeto de nação possa dar sustentação, sustentabilidade à demanda de alimento.
09:03Como nós estamos vendo aí, os BRICS não precisam ir muito longe.
09:0650% da população do planeta está ali.
09:09A China ainda tem 60 milhões de chineses que vão ascender ao consumo.
09:15A Índia muito mais, apesar de uma cultura diferente.
09:19Então, o que nós precisamos é nos preparar para isso.
09:23O Daúde, e essa reunião de hoje, que teve a participação do ministro da Agricultura do Brasil
09:28e representantes do agro dos outros países do BRICS também,
09:31discutiu, entre outros pontos, a certificação eletrônica para facilitar o comércio agrícola.
09:38Como é que você vê esse tema?
09:39Que potencial ele tem para melhorar as relações entre os países?
09:44Bom, essa certificação, ela quebra muito a burocracia,
09:50ela facilita muito você ter a origem do produto.
09:54Você tem aí uma relação bem simples, desde que você apare algumas arestas
10:02que possam interferir nessa certificação.
10:06Mas o Brasil hoje, falando em questão dessa certificação,
10:11hoje tem vários estados centro-estras brasileiros que,
10:16quando o caminhoneiro vai buscar a safra, vai buscar a soja,
10:20ele não tem internet para fazer a nota fiscal.
10:22Quer dizer, ainda a conectividade no Brasil é muito difícil.
10:27Então, isso talvez seja um ponto, essa questão da certificação,
10:31se bem que não está muito ligado ao que eu estou dizendo sobre isso,
10:35mas é um fato que vai, sem dúvida nenhuma, simplificar os processos e dar mais agilidade.
10:42Miguel Daúde, especialista em agronegócio, analista de economia política.
10:46Valeu, Daúde, obrigado pela sua análise aqui.
10:48Bom feriado, feliz Páscoa para você e para a sua família e bons negócios.
10:54Obrigado para você também, Turcio, e para todos que estão nos assistindo.
10:57Boa Páscoa.
10:58Obrigado, um abraço.