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O professor de direito internacional Vladimir Feijó analisou a trégua temporária anunciada por Rússia e Ucrânia. Segundo o presidente Vladimir Putin, a suspensão das ações militares serve como um teste para avaliar a disposição da Ucrânia em buscar o fim do conflito. Apesar do anúncio, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou novos ataques russos registrados após o início da trégua.

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Transcrição
00:00Nesse sábado, os olhos estão voltados para o leste europeu.
00:02O presidente da Rússia anunciou uma trégua na guerra contra a Ucrânia durante a Páscoa.
00:08No mesmo dia, os dois países fizeram a maior troca de prisioneiros desde o começo do conflito.
00:13Quem analisa esse cenário?
00:15Professor de Direito Internacional Vladimir Feijó, mais uma vez aqui com a gente.
00:19Tudo bem, professor? Mal recebeu o senhor. Boa noite e bem-vindo.
00:23Boa noite, Tiago. Uma satisfação. Obrigado.
00:25Satisfação é nossa.
00:26Interessante, professor, que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,
00:31afirmou que vai seguir essa trégua durante o período da Páscoa,
00:35mas citou que os conflitos continuaram bem próximos desse anúncio que foi feito pelo presidente da Rússia,
00:43ou pelo governo russo, mas ele tripudiou dizendo o seguinte, professor, até eu separei a frase aqui.
00:49Ele chamou a trégua temporária de Putin de tentativa de brincar com as vidas humanas.
00:55Será que é possível acreditar que esse cessar-fogo pode se prolongar ou vai durar só nesse período de Páscoa?
01:04A alegação do Vladimir Putin é que isso é um teste para ver se a Ucrânia realmente está de boa fé querendo o fim do conflito.
01:12Eu tenho para cá as minhas dúvidas.
01:14O Zelensky falou muito bem, Tiago, sobre essa questão da dúvida sobre a Rússia,
01:20que o cessar-fogo começando às 18 horas, a Rússia soltando uma saraivada de drones às 5 e 20 da tarde ou da noite,
01:29bem próximo ao cessar-fogo, já era um indício de inviabilidade da própria confiança na durabilidade.
01:37Outra coisa é que parte da linha de frente não está com comunicação instantânea.
01:42Portanto, existe grande perigo de ataque recíproco ocorrendo pelo simples fato de não ter tido notícia sobre o cessar-fogo
01:50e isso depois ser utilizado como desculpa.
01:53Está vendo? Teve ataques. Vamos continuar guerreando.
01:56Além do que veio, Tiago, no esteio de uma troca de mensagens diplomáticas vindas dos Estados Unidos,
02:03que tem um intermediário dentro desse processo maior.
02:07No início da semana, chegou a dizer, pôndo pressão da Ucrânia, que precisava ver imagens de chance de sucesso efetivo.
02:16Caso contrário, os Estados Unidos se retirariam.
02:18Hoje de manhã, o Trump diz que está disposto a reconhecer a Crimea como parte do território russo.
02:24Lembrando que desde 2014 está sobre o controle russo.
02:28E o Vladimir Zelensky vem insistindo que qualquer solução envolveria o retorno a todo o território ucraniano.
02:35Então a gente tem aí, nesse grande escopo, uma dificuldade pôr fim à guerra,
02:40já que as linhas de definição do que levaria ao fim da guerra da Rússia e da Ucrânia não parecem encontrar.
02:47E essa medida agora mais recente, tão urgente e necessária de ter alívio humanitário,
02:53mas que seja apenas o primeiro de passos para uma paz duradoura logo depois.
02:59Ao que parece ser bastante difícil.
03:01É, esse tabuleiro, professor, que a gente discute desde o início da guerra,
03:05é um tabuleiro muito complicado, mas essa troca de prisioneiros,
03:10pelo menos essa pode ser uma indicação de que existe disposição dos dois lados?
03:15É possível se avançar em alguma coisa?
03:18Ou pode ser algo pontual, mesmo que seja a maior troca desde o início da guerra?
03:22Eu tendo a acreditar que é pontual, não deixa de ser um alívio da responsabilidade
03:28de alimentar, cuidar dessa sequência de pessoas, além da própria imagem
03:33de que o seu lado é benevolente, está disposto a dialogar com o outro lado.
03:39Acontece que isso vem acompanhado de um embate muito duro na linha de frente
03:44e uma intransigência da área diplomática, de criar concessões para uma paz duradoura.
03:51Então, eu acredito que essa troca de prisioneiros é muito mais o dia a dia de uma guerra
03:55do que um sinal de possível, realmente, chance desse pequeno cessa-fogo
04:00até segunda-feira, dia 21, puder se estender por mais tempo.
04:04Professor, você citou já os Estados Unidos, até o presidente Donald Trump,
04:08dizendo que nessa semana tivemos, não sei se é possível dizer, ameaça,
04:13que o país poderia deixar essas negociações entre a Ucrânia e a Rússia.
04:18A senhora acha que é possível dizer que há algum tipo de fracasso dos Estados Unidos
04:23nessa tentativa de fazer essa intermediação, ou não tem jeito mesmo?
04:28Ou seja, a decisão vai ser tomada em comum acordo, se é que isso vai acontecer,
04:35entre a Ucrânia e a Rússia?
04:38São diversas leituras potenciais, uma realmente muito fora, assim,
04:43da grande probabilidade, mas não deixamos de considerar,
04:47de que esse rearranjo geopolítico se estaria construindo
04:51entre Estados Unidos, Rússia e China,
04:53uma espécie de zona de influência para cada uma dessas potências.
04:57Então, os Estados Unidos estariam jogando, dentre outras coisas,
05:02o acordo com o Irã do potencial de energia ser produzido na Rússia
05:06e vendido por Irã, mas também a Ucrânia para tentar afagar um pouco
05:10dos anos anteriores de que a Rússia foi vista como rival.
05:15Falta ainda alinhar com os europeus serem zona de influência russa,
05:19algo que não parece ser nada viável, por isso que eu disse que está bem distante.
05:22De outro lado, a principal análise é que essa é uma proposta de campanha
05:27do Donald Trump, como candidato, de que resolveria o mundo em conflito.
05:32Pelo menos para o mercado interno, ele tem que mostrar
05:34que está tentando fazer alguma coisa e empurrar, por assim dizer,
05:38a expressão que eles usam, a batata quente, para o colo dos outros.
05:42A culpa de não chegar ao acordo é do outro e não do nosso lado,
05:46que está tentando fazer tudo quanto é possível.
05:48Mas como eu chamava a atenção, a intransigência diplomática é real
05:53entre Rússia e Ucrânia.
05:54Cada um tem algo que o outro não está disposto a conceder.
05:59A Rússia quer uma Ucrânia neutra e isso representaria,
06:02dentre outras coisas, sem forças armadas.
06:04Algo que a Ucrânia considera que é um grande erro.
06:07Dentre outras coisas, ter aberto mão do potencial nuclear
06:10lá na década de 90 para intimidar a Rússia.
06:13Do outro lado, a Rússia considera que os quatro novos oblastes
06:17são território russo e que não estaria disposto a qualquer negociação
06:21que não incluísse isso.
06:22Algo que a Ucrânia também não está disposta a ceder.
06:25Então, enquanto não apareça outra potencial linha de discussão,
06:29não imagino que terá viabilidade.
06:31O que o Donald Trump falou de congelar o conflito na linha de embate agora,
06:36não acredito que seja nem do interesse ucraniano, nem do interesse russo.
06:39Porque seria algo equivalente a da Coreia do Sul,
06:42sem um acordo de paz, podendo a guerra retomar a qualquer momento
06:46e nenhum dos lados satisfeitos com a demarcação como está.
06:50Professor, uma última questão, falando sobre o ataque dos Estados Unidos ao Iêmen.
06:55E, obviamente, o Iêmen é um país, quando a gente fala aqui na Jovem Pan,
07:00muita gente certamente ouviu muito pouco falar sobre esse país
07:04e por que esse país entra nessa geografia da discussão.
07:08E a dúvida que surgiu é a seguinte, quem retaliaria um ataque como esse?
07:13A principal razão da importância do Iêmen é geopolítica.
07:17Ele é um país de porta de entrada do Mar Vermelho, saindo do Oceano Índico,
07:21assim como a Somália.
07:23São dois países, inclusive, em instabilidade.
07:26Essa questão de retaliação é uma questão teórica e técnica
07:30que eu acho que não acabe aqui a gente ficar discutindo,
07:33porque, no campo prático, a realidade é outra.
07:36O Iêmen diz que está agindo em legítima defesa coletiva
07:40em nome de uma coletividade de países em favor do povo palestino,
07:44enquanto Estados Unidos, Reino Unido e Israel consideram que foram os atacados,
07:49já que eles não são parte do conflito direto do povo palestino,
07:54pelo menos não se consideram causadores desse conflito
07:57e que, portanto, as suas embarcações militares ou civis tendo sido alvo
08:02é que teria sido o causador de toda essa instabilidade.
08:06E agora, mais esse, segundo dia sucessivo de ataque dos Estados Unidos,
08:11na tentativa de minar a capacidade do Ansar Allah lançar os novos mísseis,
08:17que eles mostraram também no início da semana, que estão dispostos.
08:20Portanto, cortar todo o suprimento de combustíveis,
08:24mas também tentar atingir o estoque desse armamento
08:27que está um pouco profundo debaixo de montanhas.
08:30Professor de Direito Internacional Vladimir Feijó,
08:32mais uma vez, obrigado pela atenção, pela gentileza.
08:35Boa Páscoa, até a próxima, professor.
08:37Obrigado, boa Páscoa, abraço, bom resto de jornal.
08:39Boa Páscoa, abraço, bom resto de jornal.

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