O possível retorno das tarifas sobre semicondutores nos EUA pode gerar impactos bilionários no setor global. Kenneth Corrêa, especialista da FGV, analisa os efeitos econômicos e geopolíticos da medida, o papel da Nvidia e o risco inflacionário para os americanos.
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00:00A isenção de tarifas sobre smartphones e computadores, recentemente anunciada pelo governo Trump,
00:06provavelmente terá vida curta.
00:08A promessa de Trump de redefinir o comércio especialmente no setor de semicondutores
00:14sugere que as taxas poderão ser reintroduzidas no futuro.
00:18Para falar das consequências para o setor, eu recebo agora, aqui no Money Times,
00:23Kenneth Correa, especialista em inteligência artificial da Fundação Getúlio Vargas.
00:28Oi, Kenneth. Muito boa tarde para você. Seja bem-vindo.
00:33Muito obrigado. É um prazer estar aqui discutindo esse assunto que está aquecido por conta das guerras de tarifa,
00:38aquecido também por conta do impacto de inteligência artificial. Prazer estar aqui.
00:42Prazer é nosso em recebê-lo aqui no Money Times.
00:45Kenneth, a gente viu recentemente que a NVIDIA foi duramente castigada pelas novas regras de Donald Trump,
00:52que colocou uma licença especial para exportar chips para a China.
00:58A NVIDIA que exporta o H20, que é um dos mais populares de inteligência artificial,
01:04para o TikTok, também para a DeepSeek, para o site Alibaba.
01:09E agora a gente está vendo que ele pode voltar com as tarifas para os semicondutores.
01:14Que impacto que isso pode ter aí para o setor de forma mundial?
01:20Importante a gente lembrar que absolutamente qualquer produto eletrônico fabricado em 2025 carrega semicondutores.
01:27E a nossa vida digital é cada vez maior.
01:29Você falava há pouco agora, discutindo a Tesla, os robôs humanoides.
01:32O próprio veículo da Tesla possui mais de 100 semicondutores diferentes.
01:37Então, é um setor que, quando impactado, gera um efeito cascata muito grande.
01:42Então, a gente tem uma visão mais direta.
01:45E é importante lembrar que China é uma coisa e Taiwan é outra.
01:49Eu acho que essa separação é importante se fazer,
01:51embora talvez o Xi Jinping discorde comigo nessa definição.
01:54Mas os Estados Unidos começam uma conversa,
01:57fez a primeira reunião nessa sexta-feira que passou agora.
02:00Sexta-feira santa para a gente, eles discutiram tarifas com o Taiwan.
02:03Então, é ali, primeiro, importante falar que este é o grande mercado dos quais os Estados Unidos importam.
02:08E, ao mesmo tempo, por ser um item que tem baixo valor,
02:12quando você olha individualmente, mas no agregado aí,
02:15já são algumas centenas de bilhões de dólares que importam de Taiwan,
02:18o impacto é muito grande.
02:21Até porque, né, Kenneth, a NVIDIA, ela produz parte dos seus chips em Taiwan, né?
02:26E aí, recompra para depois revender, né?
02:31Ou para vender para as empresas.
02:34Se as tarifas forem introduzidas,
02:37podem viabilizar ou aumentar muito esses produtos do segmento?
02:42Você sabe que quando a gente fala dessa guerra de tarifas,
02:45a gente tenta procurar metáforas que a gente possa usar na vida real.
02:48E uma delas é o jogo de xadrez.
02:49E o bom, o grande mestre de xadrez, a grande jogadora de xadrez,
02:53consegue olhar algumas jogadas à frente.
02:55O desafio dos semicondutores é que, de novo,
02:57apesar de serem muito pequenininhos, às vezes, o tamanho de uma unha,
03:00eles têm componentes fabricados em inúmeros países.
03:03Então, é difícil de entender quanto que, por exemplo,
03:06se imposta uma tarifa de 35%, vamos usar esse número para o meu exemplo aqui,
03:10o quanto que esse 35% vai influenciar no preço final,
03:15é difícil de ser estimado.
03:17Por quê?
03:18É para cada uma das partes que é componente,
03:21e quando ela vai e volta, por exemplo, com o valor agregado,
03:24este 35% como tarifa, no preço final para o último representante da cadeia quando vende,
03:31acaba virando muito mais do que isso.
03:32Então, sem dúvida nenhuma, a NVIDIA está no meio dessa briga de todos os lados,
03:37assim como o TSMC, acho que os dois grandes players que vale a gente mencionar desse universo,
03:42e os dois muito preocupados por conta de terem pouca mão nessa negociação.
03:47No fim do dia, a discussão das tarifas é um papel do executivo,
03:51ela tem um perfil diplomático,
03:53mas as empresas, como empresas privadas,
03:56ficam à mercê dessa discussão aí.
03:57Então, temos ainda muito vendaval com esse possível retorno das taxações de semicondutores.
04:03Ok, Nathie, a gente tem um outro ingrediente aí também nessa questão dos semicondutores,
04:08porque no meio dessa guerra comercial,
04:10a China, por exemplo, restringiu o acesso dos Estados Unidos aos minerais raros,
04:14os Estados Unidos que acabaram assinando aí, correndo um acordo com a Ucrânia,
04:19para ter minerais raros.
04:21Isso também influencia porque os minerais raros que são peças importantes,
04:28são um insumo importante para a fabricação de semicondutores, para computadores, não é isso?
04:33Exatamente.
04:34Lembrando que falei aqui há cerca de um mês com vocês aqui no CNBC
04:37sobre a questão de terras raras,
04:39que são esses principais elementos e minerais utilizados,
04:42e já anunciava que esse era o ponto de alavancagem da China.
04:45Por ter a reserva mais relevante do mundo,
04:48o que o Chile tem ainda é muito pouco desenvolvido do ponto de vista de mineração,
04:52a China tem essa grande alavancagem na negociação.
04:55Não é à toa, vocês falavam há pouco aí da Tesla de Elon Musk,
04:59que o Elon Musk já citou que as terras raras vão atrapalhar a sua entrega no fim do dia.
05:05E quando a gente olha para esse palco,
05:07lembrando que Elon Musk é um participante, membro efetivo do governo,
05:11a gente tem aí um jogo de narrativas,
05:13onde a China vai usar o que ela tem,
05:15que nesse caso, terras raras ficam um grande ponto de alavancagem,
05:18os Estados Unidos usam o que tem como o maior importador desse setor também.
05:22Então, sem dúvida nenhuma, a China está trabalhando a discussão de tarifas
05:26por motivação e provocação do governo americano,
05:29essa é uma iniciativa anunciada em campanha,
05:32e agora já começando a ser executada pelo Donald Trump também,
05:35e ela vai tentar usar terras raras como um ponto de defesa.
05:39O que a gente deve ter como consequência é uma busca dos Estados Unidos
05:43para desenvolver, e aí eu falo em efetivamente colocar dinheiro,
05:47para desenvolver os outros mercados de terras raras.
05:50Ucrânia está com um pouquinho de problema agora,
05:52Rússia não é um território muito legal,
05:54eu acho que vai acabar sobrando para o Chile aqui no continente americano.
05:57E o Brasil, Kenneth, o Brasil tem também uma fatia importante,
06:01se bem que o Brasil tem terras raras,
06:05mas ainda já meio que vendida ou sob controle dos chineses,
06:10com investimento dos Estados Unidos,
06:12tem um tripartite aí das terras raras no Brasil?
06:17Eu acho que o governo brasileiro teria que ser um orquestrador exímio,
06:22quase que um líder da orquestra sinfônica,
06:24para conseguir ser uma baliza entre Estados Unidos e China nessa briga.
06:29Não dá para negar o crescimento e aumento que a gente teve de dependência
06:33das compras do mercado chinês para os nossos produtos,
06:36recentemente na guerra de tarifas,
06:38os Estados Unidos perdem um espaço na soja,
06:40o Brasil ganha de novo esse espaço,
06:41eu acho que vai ser difícil a gente ficar do lado dos americanos nessa briga.
06:45A China, de fato, tem um poder de alavancagem muito grande
06:49sobre tudo que ela importa hoje da nossa produção.
06:52A gente viu também que a NVIDIA anunciou um dia antes
06:56das novas regras de exportação dos chips de inteligência artificial para a China,
07:01um investimento de 500 bilhões de dólares lá nos Estados Unidos.
07:06Com essas novas regras, com a possível tarifação dos semicondutores,
07:11a NVIDIA deve rever esse investimento,
07:15isso pode fazer com que haja perda de emprego no setor,
07:20isso pode movimentar também, Kenneth?
07:23É mais arriscado fazer aqui uma projeção de longo prazo,
07:26porque as coisas estão acontecendo em uma velocidade muito grande.
07:28Mas o que eu consigo colocar é o seguinte,
07:31a partir do momento que você tem um ambiente comercial global,
07:35falando de comércio global,
07:36mais turbulento,
07:38em geral, as empresas vão para um processo
07:41que a gente tem chamado aí do near-shoring,
07:43de trazer a fabricação para mais perto do mercado consumidor.
07:47Então, neste caso,
07:49esse chacoalho possível,
07:51e além de todos os conflitos que a gente tem,
07:53bélicos, por exemplo,
07:54o próprio desequilíbrio que é comum também nos mercados sudeste asiático,
07:58eu acredito que a NVIDIA segue firme e forte fazendo esse investimento.
08:02Agora, tem que lembrar que como empresa privada,
08:04ela também pode ficar à mercê de seus clientes.
08:07E aí, China, sendo o maior importador de semicondutores
08:11da própria produção da NVIDIA,
08:14já gera também um desbalanço.
08:16Agora, a gente tem que também saber dividir
08:18o que são a briga de narrativa
08:20para tentar ganhar alavancagem na batalha comercial
08:24e o que de fato são decisões de negócio.
08:27Se você pensar nos próximos 10 anos
08:28com o que a gente tem de tecnologia sendo desenvolvida
08:31a desenvolver,
08:32sem dúvida nenhuma,
08:33a gente precisa de mais fábricas de semicondutores
08:37em cada uma das etapas da escala no mundo.
08:39Então, eu imagino que a NVIDIA continue, sim,
08:41fazendo investimento dela.
08:42Agora, isso é uma projeção difícil
08:44de fazer nesse momento no meio do furacão.
08:46Por outro lado, né, Kenneth,
08:48a gente viu que o Donald Trump recuou na retórica
08:52sobre a taxação da China,
08:54já fala aí no acordo,
08:55que não vai ser bem assim,
08:56dos 145%.
08:58Isso dá uma animada no mercado,
09:00não precisa mais encher um avião de iPhone
09:03para levar para os Estados Unidos correndo?
09:07Olha só, com certeza,
09:09temos que lembrar o perfil e estilo de negociação
09:12de Donald Trump, né?
09:13Esse anúncio das tarifas é, de novo,
09:14pauta de campanha, como eu falei mais cedo,
09:16mas ele também tem um perfil de negociador
09:19onde ele entra,
09:20a expressão que a gente usa no mercado,
09:21é com o pé na porta, né?
09:22Com os dois pés na porta, nesse caso.
09:24E, a partir do momento que ele entende
09:26até onde ele pode ir,
09:28a partir do momento que ele é pressionado
09:29pela sua base,
09:30porque, naturalmente,
09:31o mercado é um grande formador de opinião
09:34nas decisões que ele toma,
09:35e o mercado deu o seu recado na semana passada
09:37de maneira muito clara.
09:38Então, eu acredito que ele vá, sim,
09:41encontrar um espaço
09:43para aumentar a receita dos Estados Unidos
09:45com relação a tarifas,
09:47mas o maior soldado nessa batalha com ele
09:49não é a Nvidia,
09:51não é o mercado financeiro,
09:52é um negocinho chamado inflação.
09:55E aí, contra a inflação,
09:56ele não tem o que fazer,
09:57porque esse aumento de preços,
09:58eu participei do evento em Nova York
09:59no começo do ano,
10:00onde os americanos já falavam
10:02da aceleração da inflação de serviços,
10:04mas que eles achavam que tinham contido
10:05a inflação de produtos.
10:07E aí vem o tarifácio
10:08e muda totalmente o jogo.
10:09Acredito que esse vai ser o grande regulador
10:11de até onde esses pés na porta do Trump vão,
10:13até onde ele vai, de repente,
10:15dar alguns passinhos para trás.
10:16É, Kenneth,
10:17e a gente já vê aí
10:18os reflexos desse tarifácio,
10:21hoje divulgado o PMI,
10:23que eu estava conversando até com o Renan,
10:24a queda na atividade empresarial,
10:26aumento dos preços de bens e serviços,
10:29inflação vai subir,
10:30ele cobra o Jeremy Powell
10:31para reduzir os juros
10:34e o Jeremy Powell
10:35está aí com a faca e o queijo na mão
10:37para mostrar para ele
10:38que, ó,
10:38não tenho condições de reduzir,
10:40porque os preços gerais
10:42estão inflacionados.
10:45Não é isso, Kenneth?
10:47Exatamente.
10:47E o americano,
10:48diferente do brasileiro,
10:49está desacostumado com inflação, né?
10:51A gente no Brasil vive isso
10:53há pelo menos 30 anos
10:54de maneira mais controlada
10:56para os parâmetros
10:57que a gente tinha
10:57no final dos anos 80,
10:58começo dos 90,
10:59mas a gente viveu
11:01e o nosso mercado financeiro
11:02dessa maneira,
11:03as empresas que estão aqui estabelecidas,
11:05trabalhando num contexto
11:06de inflações aí
11:07de 5% a 10% ao ano.
11:09Nos Estados Unidos,
11:09isso é impensável.
11:11O americano não viu
11:12uma depreciação no dólar
11:13como ele viu
11:14nos últimos três anos,
11:15nos últimos 30, né?
11:16Então, é uma velocidade
11:18com que o aumento do preço ocorre.
11:20E aí, esse tarifácio,
11:20naturalmente,
11:21quando você impõe a tarifa,
11:23você pode até imaginar
11:24alguma coisa
11:24no superávit da receita
11:25do governo,
11:26mas quando você olha
11:27para o preço dos produtos,
11:28principalmente um país
11:28como os Estados Unidos,
11:30que importa boa parte
11:31do que consome,
11:32a porrada é muito grande
11:33a inflação.
11:35É, vamos conferir, né?
11:36O que vai acontecer aí
11:37nos próximos dias
11:39ou nos próximos minutos,
11:40porque tudo muda rapidinho.
11:41Kenneth Correia,
11:42muito obrigado
11:44pela sua participação
11:45aqui no Money Times.
11:47Uma ótima tarde
11:47para você.
11:48Até logo.
11:49Maravilha.
11:50Obrigado.
11:50Obrigado.
11:51Obrigado.
11:54Obrigado.
12:10Obrigado.