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A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 64% dos R$ 6,3 bilhões desviados do INSS entre 2019 e 2024 ocorreram nos dois primeiros anos do governo Lula. A auditoria ainda identificou que 97,6% dos aposentados e pensionistas tiveram descontos não autorizados em seus benefícios.

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Transcrição
00:00Preste atenção nesses números. Um relatório que foi divulgado pela Controladoria Geral da União
00:05revela que daqueles 6,3 bilhões de reais desviados de aposentados e pensionistas do INSS,
00:144,1 bilhões foram fraudados nos últimos dois anos.
00:19Isso corresponde a 64% das fraudes.
00:22O levantamento mostra que quase 98% dos beneficiários sofreram descontos indevidos,
00:30sem autorização e sem qualquer tipo de vínculo com sindicatos e também associações.
00:36Além disso, o texto revela que a CGU enviou alertas de irregularidade ao INSS em setembro de 2024,
00:45sete meses antes da operação que aconteceu nesta quarta-feira.
00:49Mas o órgão ignorou e seguiu autorizando os desvios dos benefícios.
00:56Várias informações, né, pra gente destacar, analisar, discutir com os nossos comentaristas.
01:02O Roberto Mota já a postos ao vivo.
01:05Mota, seja bem-vindo. Ótima noite a você.
01:08Então, as investigações indicam que esse processo de fraude teria começado no ano de 2016.
01:14E ele seguiu por todas as outras administrações, Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula.
01:22Pois bem, só que do montante houve uma intensificação nos dois últimos anos.
01:27Então, as fraudes, quando a gente pega do universo desviado, 64% dos desvios das fraudes
01:33aconteceram justamente nos últimos dois anos.
01:36Osmota, 23 e 24. Bem-vindo.
01:40Fraudes na administração pública não são novidade no Brasil.
01:46Boa noite, Caniato. Boa noite, meus colegas de bancada.
01:49Boa noite, nossa audiência.
01:50O que parece ser novidade são as demonstrações públicas de tolerância
01:58por parte de quem deveria condenar esse comportamento.
02:03Vamos lembrar uma frase, abre aspas.
02:09O crime já aconteceu. O que adianta punir?
02:13Que se puna, mas que não se ache que a punição irá combater a corrupção.
02:19Essa frase é símbolo de um Brasil que a gente achou que tinha acabado, mas que voltou.
02:27O Brasil voltou, gente. Voltou com a enorme vontade de recuperar o tempo perdido.
02:36Não foi por falta de aviso.
02:38Pois é, chama o Luiz Felipe Dávila, também apostos, vai trazer as suas impressões
02:42em relação a esse levantamento que foi feito,
02:45que aponta que 64% daqueles desvios das aposentadorias e pensões,
02:52nós estamos tratando disso nos últimos dois dias,
02:56esse levantamento, Dávila, revela que 64% desses desvios aconteceram relativamente recentes, né?
03:03Nos anos de 2023 e 2024.
03:07O que esse levantamento revela?
03:10O que é preciso considerar a partir desse estudo, hein, Dávila?
03:13Bem-vindo e boa noite.
03:14Boa noite, Caniato, Mota, Beraldo e a nossa querida audiência.
03:19Bom, a primeira coisa pode ser a coincidência,
03:22mas acelera as fraudes no início de o governo PT.
03:26É isso que está mostrando.
03:27O segundo ponto, Caniato, é que após a CGU alertar para as fraudes,
03:35ao invés de ter alguma atitude dentro do INSS,
03:39parece que ajudou a acelerar ainda mais o esquema.
03:42O que é um absurdo.
03:44Agora, o terceiro ponto é o mais grave.
03:48Isto começa com a carta branca do Supremo Tribunal Federal,
03:54dada a impunidade com a soltura de todos os corruptos e corruptores da Operação Lava Jato.
04:02Este é o sinal, a senha, para que se montem esquemas novamente,
04:09porque, na verdade, nada disso será punido.
04:12A tolerância com a corrupção tem a ver com o governo do Brasil.
04:20Quando você tem um governo que trata a corrupção como algo sério,
04:28que precisa ser punido, exemplarmente punido, a corrupção diminui.
04:33Quando a corrupção é tratada como uma banalidade corriqueira do dia a dia da gestão pública,
04:40o que acontece é que os escândalos começam a aflorar e proliferar.
04:46E é o que aconteceu, por que, nos últimos dois anos?
04:49Porque é a tolerância com a corrupção, malvenção,
04:53que está estampado na demissão de ministros em esquemas no INSS e nos rombos das estatais.
05:02Pois é, e há indicação que, inclusive, esse escândalo pode ser muito maior.
05:08A Polícia Federal disse que trata-se da fase inicial de investigação.
05:13Os apontamentos até aqui já são surpreendentes em relação ao volume de dinheiro
05:18e também a quantidade de aposentados e pensionistas que foram lesados.
05:23e a gente vai aguardar o avanço dessas apurações e investigações.
05:27Cristiano Beraldo também com a gente ao vivo, conectado,
05:31vai trazer suas análises e reflexões acerca desse levantamento.
05:3564% das fraudes do INSS foram realizadas nos últimos dois anos.
05:43Portanto, corresponde à atual administração federal, Beraldo.
05:48Bem-vindo e boa noite.
05:49Obrigado, Caniato. Boa noite a você, Aldávio, Lomota.
05:53Boa noite a nossa audiência que nos prestigia diariamente aqui nos Pingos Nuzis.
05:58É porque o problema, Caniato, que eu vejo é que a administração brasileira hoje
06:03ela é dominada por pessoas que vêm de um espírito que vai na linha do por que não?
06:11Por que não roubar os velhinhos? Por que não roubar os aposentados?
06:16Por que não estão ali, estão dando sopa?
06:18O Brasil é o país dos malandros e dos otários.
06:22O brasileiro comum é o otário, ele está sempre pagando a conta,
06:27sempre tem alguma artimanha para tomar dele algum dinheiro.
06:33E essa artimanha, ela pode vir de várias formas.
06:37Então, ele é trapaceado na gestão do dinheiro que ele paga de impostos,
06:45ele é trapaceado nos gastos extras que ele tem que ter,
06:48porque o governo não garante a ele serviços básicos e elementares.
06:55E ele vai vivendo essa dinâmica onde ele se acostuma com isso,
06:59ele se acostuma com a vida de otário.
07:00Ele realmente deveria sair às ruas com o nariz de palhaço,
07:06porque ele é o palhaço deste circo chamado Brasil.
07:10E aí tem os malandros.
07:12Os malandros que ficam de olho esperando a melhor oportunidade para se darem bem.
07:18E é o que a gente está vendo aí.
07:21Malandros encontraram-se com outros malandros com uma caneta poderosa na mão
07:27e resolveram que não tinha problema tomar dinheiro na fonte.
07:34Descontava ali antes do dinheiro chegar no bolso do aposentado,
07:38na conta do aposentado, já descontava uma grana.
07:42E ali de pouquinho em pouquinho, eles iam juntando os seus bilhões.
07:47E quem eram as vítimas?
07:49Ah, as vítimas são esses aposentados aí.
07:52Mas que diferença faz?
07:5420 reais, 40 reais, eles nem vão perceber.
07:58A mentalidade é exatamente essa.
08:02E vem deste mesmo grupo de pessoas, podem não ser as mesmas,
08:08mas as indicações vêm de pessoas que estavam envolvidas naquele mesmo grupo,
08:12que saquearam fundos de pensão, saquearam a Petrobras, saquearam a Eletrobras,
08:20deram todos os tipos de golpe com o dinheiro público possível.
08:24Então, o que é roubar os aposentados, não é?
08:29Pois é.
08:29Agora, Mota, quando o Beraldo faz essa reflexão, traz esse ponto que ele acabou abordando e discorrendo,
08:39e sublinha essa pergunta que os próprios envolvidos fizeram em algum momento,
08:44por que não?
08:45Por que não avançar com isso?
08:46Será que vão nos pegar?
08:47Olha, talvez o passado diga que nós temos aí uma grande oportunidade.
08:54Tanto é que ficaram tantos anos nessa operação, né?
08:58A gente está falando de um esquema que teria começado em 2016.
09:02E aí a gente precisa trazer essa questão que envolve, talvez,
09:07um segmento que é preciso que a gente olhe com lupa, né?
09:11Seria o quê?
09:13Um traço quase cultural de parte, de parte da administração pública, Mota?
09:19Isso tem uma relação direta também com a impunidade, né?
09:22Aquilo que o Beraldo trouxe aqui.
09:24Vamos nessa.
09:26Dificilmente vai dar alguma coisa.
09:27E aí eu caio naquela sua análise de dias atrás, né?
09:30Na pior das hipóteses, a gente gasta essa grana aqui e contrata uma excelente banca de advogados, né?
09:37Veja se o microfone está fechado.
09:43Hoje é sexta-feira.
09:45São seis e dez da tarde.
09:48Eu tenho certeza que hoje, lá para as oito, nove horas,
09:52vai acontecer em algum lugar um jantar, uma comidinha boa,
09:56num restaurante bacana, com aqueles vinhos de milhares de reais,
10:01para combinar os planos, né?
10:03Como é que vai ser?
10:04Quem é que nós vamos contratar para nos defender?
10:09Fraude na administração pública acontece no mundo inteiro, Caniato.
10:13Inclusive fraudes parecidas com essa, né?
10:16A gente viu nos Estados Unidos agora uma fraude tão descarada quanto essa aqui.
10:21A gente viu pessoas recebendo aposentadoria,
10:25pessoas que, de acordo com os registros, tinham 130, 140, 150 anos.
10:31Essa fraude foi descoberta agora.
10:32A diferença no Brasil é a seguinte.
10:34A gente viu esse escândalo, salvo engano, ele estourou há dois dias atrás, né?
10:39Dia 23 de abril.
10:41Vamos acompanhar.
10:42Eu proponho que nós e os nossos espectadores
10:46façamos um registro do desenrolar desse caso.
10:51Vamos acompanhar para ver quanto tempo vai levar
10:54para que sejam identificadas as pessoas que fizeram essas fraudes,
10:59quanto tempo vai levar para que elas sejam julgadas,
11:04a quais penas elas serão condenadas,
11:07e que sentenças elas efetivamente vão cumprir.
11:11Vamos acompanhar esse processo.
11:12Como eu já disse aqui,
11:14a minha expectativa é que isso não vai dar em nada,
11:17que essas pessoas não vão sofrer nenhuma pena justa,
11:22para usar um termo que está tão em moda agora, né?
11:27E daqui a pouco elas estarão de volta,
11:29envolvidas aí em alguma outra maracutaia,
11:33porque essa é a forma mais fácil de se ganhar dinheiro no Brasil.
11:39isso é uma tradição brasileira,
11:43uma tradição da política brasileira,
11:45mas não resta nenhuma dúvida
11:48que, nos últimos anos,
11:51a mensagem que tem soado alto e clara aqui no Brasil
11:56é de que o crime compensa especialmente o crime de corrupção.
12:02Agora, Dávilo, eu me lembro você,
12:04justamente no dia em que esse episódio veio à tona,
12:08que isso estourou,
12:09você relembrou o caso da Georgina, né?
12:12Até o modelo era muito parecido.
12:15Claro que falávamos de uma época em que
12:18nem todos os sistemas estavam informatizados.
12:21Agora, a recorrência desse tipo de episódio
12:24tem mais a ver com a impunidade
12:28ou você acha que o preponderante aí
12:30é a fragilidade na administração pública?
12:34A fragilidade quando a gente olha para os sistemas de segurança, né?
12:37O cruzamento de dados, de informações,
12:39ou na verdade é um mix dessas duas coisas
12:42e com pitadas de vários outros ingredientes aí?
12:47É, Caniato, o escândalo de Georgina de Freitas,
12:51em 1992,
12:52naquele tempo ela desviou 550 milhões de reais,
12:56equivale a vários bilhões hoje.
12:58E aquilo representava, como eu disse,
13:00uma quantidade gigantesca,
13:02quase metade do orçamento do INSS.
13:04Então, era uma coisa violenta.
13:06Agora, o que mostra isso?
13:08Primeiro, a impunidade, né?
13:11As pessoas acabam não sendo presas,
13:13ou ficando um pouquinho na cadeia,
13:15depois soltam.
13:16Então, a corrupção, nesse sentido, vale a pena.
13:17Porque, aquilo que eu disse,
13:19o dinheiro roubado,
13:21depois pode ficar para os seus parentes,
13:23para os seus filhos, para os seus herdeiros.
13:25Ninguém vai atrás do dinheiro roubado.
13:27É uma coisa inacreditável.
13:28Dinheiro desviado, roubado,
13:30o que se devolve é uma quantidade irrisória
13:33do montante desviado.
13:35O segundo ponto é a falta de controle,
13:39controles internos, controles externos,
13:42fiscalização e correção.
13:44Não é possível que praticamente o mesmo esquema
13:47de ONGs, sindicatos, entidades laranjas,
13:51monta um esquema mais ou menos parecido
13:53com o que foi em 92.
13:54Então, será que não aprendeu nada?
13:58Será que não corrigiu nada?
13:59Será que não criou barreiras,
14:02esquemas de segurança, de checagem?
14:04Não.
14:05Como é possível centenas de instituições
14:09assinarem convênios com o INSS
14:11para desviar dinheiro,
14:13sem ter histórico, sem ter ninguém,
14:15sem checar informação?
14:16É uma vergonha.
14:17Quer dizer, mostra que não tem nenhum controle.
14:19Então, é uma falta de fiscalização,
14:24de controle, de correção de rumos
14:26e de punição.
14:28E aí, eu queria só fazer uma parte aqui
14:31no que o Beraldo disse,
14:33porque eu acho que é preciso esclarecer uma coisa.
14:35O Brasil hoje tem 12 milhões
14:37de funcionários públicos.
14:39Sim, tem funcionário público extraordinário,
14:42tem funcionário público que pendura paletó,
14:44mas funcionário público malandro,
14:47sem vergonha, é uma minoria.
14:50Tanto que esses esquemas,
14:52se a gente está falando aí na caniata,
14:53você pega a história,
14:54são centenas de pessoas em 12 milhões.
14:56Não é que está tudo bichado,
15:00corrompido, não é assim.
15:02Então, isto tem a ver, infelizmente,
15:06com a elite do funcionalismo público,
15:09com conivência,
15:11com gente poderosa da política.
15:13Esta é a combinação que vem assaltando
15:16os cofres públicos brasileiros.
15:19Não existe um esquema de 7,
15:218 bilhões de reais de desvio de dinheiro
15:23de aposentado sem estar devidamente
15:26acobertado pela elite do funcionalismo público
15:29que sabe como mexer na máquina
15:30e por políticos que se beneficiam disso.
15:34Não existe um esquema desse
15:36que passa desapercebido
15:38pela elite política brasileira
15:40e pela elite do funcionalismo público.
15:41Então, é preciso esclarecer isso,
15:44porque senão a gente pode ficar
15:45com uma imagem errada
15:46de que todo funcionário público
15:48é corrupto, malandro.
15:49Não é verdade.
15:50Acho que tem gente muito boa
15:52na gestão pública.
15:54E como eu disse,
15:55quando você pega todos esses esquemas,
15:57a gente está falando de centenas de pessoas
15:58no universo de 12 milhões
16:00de funcionários públicos.
16:02Não, com certeza passou por alguém
16:04ou por muita gente.
16:06Estamos falando de um esquema
16:07que teria começado em 2016.
16:092016, ainda na gestão de Dilma Rousseff.
16:13Você, Beraldo, quer responder ao Dávila?
16:15Não, eu queria só fazer um esclarecimento,
16:18que se o que eu falei
16:20pôde ser entendido como uma crítica geral
16:23ao funcionalismo público,
16:25não foi esse o meu propósito.
16:27Peço desculpas a quem se sentiu ofendido,
16:30porque, de fato, o que acontece hoje
16:32é que existe um universo de posições
16:37com autoridade, com caneta, digamos assim, poderosa,
16:42mas essas funções, elas não são ocupadas por mérito.
16:48As funções estratégicas do funcionalismo público
16:51são ocupadas por indicação política,
16:56desde a empresa menos relevante
17:01até uma estrutura dessa como o do INSS.
17:04Os políticos têm um mapa
17:06de todos esses cargos
17:08e os espaços são loteados
17:12para os parceiros
17:13que veem o governo,
17:15veem o apoio ao governo
17:17como um projeto empresarial.
17:20Então, os funcionários de carreira
17:24que ocupam essas posições
17:26só ocupam
17:27porque tiveram algum tipo
17:30de apadrinhamento político.
17:33É assim que funciona.
17:35O problema que temos
17:36no funcionalismo público em geral
17:38é outro.
17:40É um universo muito pouco digital
17:44para melhora da eficiência do trabalho.
17:47Você tem pouco estímulo à produtividade,
17:50você tem pouca gente trabalhando muito
17:53e muita gente trabalhando pouco,
17:56você tem um número enorme
17:57de posições que são utilizadas
18:00para fins políticos e partidários.
18:03Então, nós temos um outro tipo de problema.
18:06Agora, a canalice, a ladroagem,
18:11essa é uma questão que o Mandávila falou.
18:14São centenas no universo de milhões,
18:19porque só precisa dessas centenas
18:21para poder abrir frentes de roubo,
18:24desvios e corrupção para todo lado.
18:28Então, esta cultura de se usar
18:30a estrutura pública para viabilizar roubo,
18:35isso é uma tradição brasileira.
18:38E, nesse caso, mais uma vez,
18:39é o que estamos vendo.
18:40Pois é, agora, Mota,
18:43dizem pessoas, inclusive de dentro
18:46da administração federal,
18:48portanto, pessoas do entorno
18:49do presidente da República,
18:53teriam revelado, de forma reservada,
18:56sem gravar em off, como se diz no jornalismo,
18:58que esse episódio teria potencial
19:01de se tornar um grande escândalo.
19:04E, inclusive, isso poderia fazer
19:06com que o governo ou figuras do governo
19:10ficassem muito desgastadas
19:12ou sangrassem, como se diz no jargão político,
19:17isso, possivelmente, nos próximos meses.
19:20Só que, diferentemente do que a gente viu
19:22na quase crise do PIX,
19:25você se lembra muito bem
19:26que o governo teve que voltar atrás
19:28e não avançar com aquele monitoramento
19:31das transações por PIX,
19:33nesse caso, o governo não consegue voltar atrás.
19:35é aguardar o avanço das investigações,
19:39senta e tenha paciência.
19:41Vamos ver no que vai dar.
19:43Isso pode crescer muito mais
19:44e você vislumbra que talvez
19:46isso se torne algo
19:47similar ou parecido,
19:50pelo menos em termos de repercussão
19:52de Lava Jato, Mensalão e por aí vai?
19:57Mensalão, Petrolão
19:58e agora o descontão, Caniato.
20:00Eu consigo, eu acho que há poucas coisas
20:04mais desprezíveis do que enriquecer
20:09fraudando a aposentadoria das pessoas
20:12mais humildes.
20:15Acho que se você tivesse que inventar
20:17uma coisa para acabar com a popularidade
20:22do governo, é difícil pensar numa coisa
20:25pior do que essa.
20:27É difícil imaginar qual é a desculpa
20:31que o governo vai dar,
20:33porque isso está
20:34inteiramente sob o controle do Executivo.
20:38Totalmente.
20:40Ainda mais do que
20:41agora que a gente,
20:42aos poucos a gente vai sabendo das coisas,
20:44mas parece que
20:45esse aviso já tinha sido dado
20:48há alguns meses.
20:50Sete meses.
20:50Pois é, agora a gente nunca deve
20:53subestimar a cara de pau das pessoas,
20:56a criatividade dos marqueteiros
20:59em criar narrativas.
21:02De onde eu estou agora,
21:04eu vejo um desastre.
21:05Eu acho difícil
21:06se conseguir escapar
21:09de um escândalo como esse,
21:10do descontão.
21:12Agora, eu queria só apontar aqui
21:15uma coisa importante.
21:16isso que nós estamos vendo
21:19é um dos dilemas da democracia.
21:22A democracia não é almoço grátis.
21:25A democracia não é esse paraíso
21:27com árvores cheias de frutas
21:30e aquele riozinho bonitinho
21:31passando, que todo mundo diz.
21:33Um dos dilemas da democracia
21:35é que os políticos
21:37nos quais a gente vota
21:38para o Executivo,
21:40eles controlam a máquina do Estado
21:42e nomeiam os ocupantes
21:45dos cargos mais importantes
21:47no Executivo
21:49e no Judiciário.
21:51E é lógico,
21:52se isso não for
21:54feito da forma correta,
21:57isso pode dar margem
21:59a todo tipo de abuso,
22:01como isso que a gente está vendo
22:02agora no descontão.
22:04A proteção
22:05que existe
22:07contra os abusos
22:08é o Estado de Direito.
22:10são as instituições.
22:14Instituições
22:14que, no Brasil de hoje,
22:16estão em crise completa.
22:19Pois é, o Mota
22:20bem lembrou
22:22a nossa audiência
22:23de uma informação
22:24que a gente trouxe
22:25na abertura do programa,
22:26porque a CGU,
22:27Controladoria Geral da União,
22:29fez um alerta
22:30ao INSS
22:31sobre essa fraude
22:33na casa dos bilhões de reais
22:35sete meses antes
22:37do estouro dessa informação.
22:39Então, não é que
22:40tivemos acesso
22:42a um arquivo
22:43e descobrimos
22:44que isso aconteceu
22:45na segunda-feira.
22:47Não, senhor.
22:47Isso é uma investigação
22:49que já dura vários meses
22:51e esse alerta
22:52foi feito
22:52há sete meses
22:53para o INSS.
22:56E aí,
22:56a informação,
22:57inclusive,
22:58foi compartilhada
22:59pelo jornal
22:59Estado de São Paulo,
23:01foi questionada,
23:02naturalmente,
23:03pelo informativo.
23:05E aí,
23:05o INSS
23:05disse,
23:06viu, Dávila,
23:07que tomou ações
23:08imediatas
23:09assim que teve
23:10ciência dos desvios.
23:13Pô,
23:13mas que ação
23:14imediata é essa?
23:16O presidente
23:17saiu anteontem,
23:18Dávila,
23:18tem alguma coisa
23:19de errado, né?
23:20O imediato
23:21tem um delay
23:22de sete meses,
23:23é isso?
23:25Caniato,
23:26como você é injusto.
23:27Lógico que foi imediato.
23:28Acelerou a roubalheira.
23:30Opa,
23:30estão descobrindo
23:31alguma coisa aqui?
23:32Põe o pé
23:33no acelerador aí,
23:34porque, ó,
23:35já tá começando
23:36a sair fumaça aí,
23:38daqui a pouco
23:38os bombeiros vão chegar aqui
23:39e vão acabar
23:40com o nosso esquema.
23:41É uma vergonha.
23:43Mas eu queria tratar
23:44dois pontos nisso,
23:46que retrata
23:47o que muito bem
23:48disse o Beraldo,
23:48depois o que disse o Mota,
23:50que é o seguinte,
23:51o pilar da estabilidade
23:53de um sistema democrático
23:54é, sim,
23:56uma burocracia
23:57bem qualificada,
23:59com carreira,
24:00claro,
24:00que as pessoas
24:01possam ascender
24:02na carreira
24:02por desempenho,
24:04por resultado.
24:06Todas as burocracias
24:07bem formadas
24:08e que dão
24:09essa estabilidade
24:10no Reino Unido,
24:12na Alemanha,
24:13em Singapura,
24:15tem uma preocupação
24:16com a carreira
24:17da burocracia,
24:18com a formação
24:19da burocracia
24:20e com pouquíssimas
24:22indicações políticas.
24:23São pou...
24:24Pra você ter uma ideia,
24:25no Reino Unido,
24:27quando muda
24:27o primeiro-ministro,
24:29a mudança
24:29são de 280
24:30a 300 cargos.
24:32No Brasil,
24:34quando muda
24:35um presidente
24:35da república,
24:37troca-se
24:3727 mil cargos.
24:40Essa é a diferença
24:42entre o parlamento
24:43inglês
24:44e o Brasil.
24:4627 mil
24:47é o que o Mota
24:48diz,
24:49é pra aparelhar,
24:50é pra colocar
24:51político
24:52no topo
24:52desses cargos
24:53técnicos
24:54que em qualquer
24:55outro país
24:56do mundo
24:57não existe
24:57indicação política.
24:59Existe
25:00ascendência,
25:01meritocracia
25:02e chega-se
25:03ao topo
25:04aqueles burocratas
25:05que tiveram
25:06uma carreira
25:06exemplar,
25:08competente,
25:09cuja avaliação
25:11de desempenho
25:12os levou
25:13ao topo
25:13da carreira.
25:14No Brasil,
25:16o único
25:17critério
25:18pra ascender
25:19na carreira
25:19burocrática
25:20é tempo
25:21de serviço.
25:22Isso significa,
25:24Caniato,
25:24que tanto
25:25competente
25:26quanto incompetente
25:27vão chegar
25:27ao topo
25:28da carreira.
25:29E quando
25:30chega no topo,
25:32na verdade,
25:33o topo
25:33topo,
25:34essa é a indicação
25:35política
25:35como falou
25:36o Beraldo.
25:37Então,
25:37é algo
25:38pra desencorajar
25:40carreiras.
25:41Mas veja só,
25:42você mencionou
25:42a CGU,
25:43está aí um órgão
25:44técnico,
25:45o órgão técnico
25:46que chamou
25:47atenção
25:48pra corrupção.
25:49Só que aí,
25:50quando estoura
25:52o escândalo,
25:53quem é o avalista?
25:54Quem é a pessoa
25:55que vai avaliar
25:56se isto
25:56na sua instituição
25:57é um cara
25:58indicado
25:59politicamente
25:59pelo ministro
26:00da Previdência.
26:02E aí,
26:02teu esquema
26:03está montado.
26:04Então,
26:04nós temos
26:05de reduzir
26:06drasticamente
26:07cargos políticos,
26:08nós precisamos
26:09aprovar a reforma
26:10administrativa,
26:12fazer uma carreira
26:13pública baseada
26:14em desempenho
26:15pra valorizar
26:15o bom servidor
26:16público
26:17e acabar
26:18com essa história
26:19de aparelhamento
26:19de Estado
26:20que o Mota falou.
26:20Se não,
26:21cada vez que muda
26:21o governo,
26:22você aparelha o Estado
26:23do jeito que você
26:24bem entender.
26:25E isso é
26:26a fonte
26:27de entrada
26:28para os esquemas
26:29de corrupção.
26:30que ele
26:33tem algo
26:33que não
26:35seja
26:35como
26:35o
26:35que ele
26:40tem algo
26:41para os esquemas
26:41de 둘
26:42que ele
26:43não
26:43se
26:44tem algo
26:44que ele
26:44que ele
26:45tem algo

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