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Confira a análise do especialista Manoel Serapião

Categoria

🥇
Esportes
Transcrição
00:00Olá, amigos do futebol e principalmente de sua arbitragem, eu sou Manuel Serapel Filho e vou
00:08conversar com vocês sobre o lance de dúvidas sobre se houve ou não gol no jogo do Fortaleza
00:16com o esporte, ocorrido ontem, 26 de abril de 2025. A situação é fática, ou seja, de fato,
00:25o VAR analisa a imagem e define se a bola entrou ou não entrou. Não é lance que enseja qualquer
00:36liame de interpretação. E, por via de consequência, a ida do árbitro ao monitor é completamente
00:46desnecessária, porque, afinal de contas, o árbitro não vai enxergar uma coisa diferente
00:51do que está enxergando o VAR. Nem vai tomar decisão sobre uma situação de fato com base
01:00em suposição. Para mim, entrou as evidências de que entrou? Não. Ele tem que ter uma imagem
01:08clara que defina se a bola entrou ou não entrou. E qual foi o grande erro desse lance? O grande
01:15erro foi que o VAR começou a focalizar uma imagem de fundo, uma imagem de trás. Isso pode ser feito
01:23para lances absolutamente claros. Focalizou, está completamente dentro da bola, gol, a bola entrou,
01:29não tem dúvida. Mas, nesse lance que exigia uma precisão absoluta, a semelhança dos impedimentos em que
01:36as linhas são traçadas, o VAR só tinha que cuidar de uma câmera. A câmera do fundo do gol, ou da linha de fundo,
01:46que fica alinhada com toda a linha de meta, que a gente chama de linha de fundo, inclusive com a linha
01:52de dentro do gol. E, a partir dela, tirar todas as riquezas que a câmera oferece, com zoom, com aproximação,
02:02e definir se a bola entrou ou não. Nesse caso, porque a câmera é de péssima qualidade, a câmera não lhe dá a possibilidade
02:10de ter uma nitidez de imagem, sobretudo porque havia uma sombra projetada pela iluminação dos refletores,
02:19porque o jogo foi noturno, projetando para cima da bola e que encobria a parte externa da esfera da bola
02:29e que não dava certeza sobre se a bola entrou ou não entrou. Então, não se justificaram duas coisas.
02:35Primeiro, a demora, porque não faz sentido a câmera, tinha que ser a câmera da linha de gol, focalizar, usar os recursos dela
02:45e definir isso no máximo, nos máximos, pela complexidade do lance, em um minuto, um minuto e meio.
02:52Não perder tempo com outras imagens que não iriam dirimir a situação absolutamente, de forma alguma.
02:58Então, o que o VAR precisaria era focar a câmera da linha de meta, usar os seus recursos, vale repetir,
03:06e definir para o árbitro qual foi a decisão de campo de não manter a decisão de campo,
03:13porque eu não tenho imagem clara para definir se a bola entrou.
03:18Ah, eu tenho a impressão que entrou. Eu suponho, particularmente, que a bola entrou,
03:22mas o VAR trabalha com uma ferramenta. As coisas são como são, não como nós queremos que elas sejam.
03:29Desse modo, se o VAR não tem uma prova indiscutível de que a bola ultrapassou a linha,
03:38porque está prejudicada pela má qualidade da câmera ou pela sombra projetada sobre a bola,
03:46ele não pode definir a situação como um gol. Qual foi a imagem?
03:49Assim como se o árbitro tivesse marcado o gol, ele não poderia definir que não foi gol,
03:54porque ele não tinha uma imagem clara para definir a situação.
03:58É preciso compreender essas coisas da atuação do VAR, do limite do VAR, porque fora daí,
04:04na suposição, eu se fosse o VAR, eu daria? Não, você não pode transformar numa situação,
04:10de fato, em uma situação de suposição. Você tem que ter uma responsabilidade técnica e ética
04:19para só atuar, para modificar a decisão de campo, numa situação dessa, quando houver uma imagem clara.
04:29E não houve imagem clara, e a decisão, apesar de ser demorada, apesar de ter sido desnecessária,
04:35a ida do Kandansan ao monitor, porque afinal de contas, ele não vai enxergar mais do que o VAR,
04:42ali é a questão de enxergar ou não, se o VAR não enxerga, não tem que estar ali,
04:47e o Kandansan não vai enxergar mais do que o VAR, dizer, eu vou dar o gol, errando talvez, com suposição.
04:54Não tem imagem clara, não tem como modificar a decisão de campo.
05:00Então, a decisão, afinal, a meu ver, do ponto de vista técnico, de responsabilidade ética do monitor,
05:08foi correta. Errados foram o VAR, ao demorar tanto a procurar câmeras que não dirimiriam a situação,
05:17e a convidar o VAR para aquela situação, porque a situação que o protocolo prevê é de outra modalidade de lance,
05:25não é para esse tipo de lance, é para o lance dentro e fora da área, que há o impacto de puxar ou segurar o jogador,
05:31não sabe quando soltou, é uma outra situação, não é para esta.
05:36Então, no final, opinamos que a decisão foi correta, por falta de uma imagem clara,
05:42que demonstre que a decisão de campo foi equivocada.
05:46Esta é a essência do VAR.
05:47Assim são as coisas, e nós não podemos modificá-las, segundo nossa própria vontade,
05:53sob pena de o princípio da legalidade ficar em segundo plano e entrar o subjetivismo,
05:58até para situações de fato, e isso seria absolutamente um desastre.
06:06Torcedor, até uma próxima oportunidade.

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