Gustavo Segré e Fábio Piperno discutem as principais mudanças propostas na PEC da Segurança Pública e os desafios da polarização política durante as discussões no Congresso. Eles analisam as prioridades do projeto e o impacto potencial nas políticas de segurança no Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00Gustavo Segre, para você, qual deve ser o principal foco dessa discussão sobre segurança pública
00:05entre Câmara e Senado com o Governo Federal?
00:09Primeiro, melhorar a segurança de todos nós, que a gente consiga sair na rua
00:13sem medo de ser assaltado, furtado, sequestrado, morto, sei lá.
00:18Hoje não dá para viver, é uma coisa que, sinceramente, não dá para sair na rua.
00:23Essa questão dos presídios me parece muito importante,
00:26não apenas a construção, como está mencionando o Alan Garni.
00:28Eu iria um pouco mais longe.
00:31Abolir, por exemplo, essa bolsa presidiário.
00:34Alguém que já demanda dinheiro do contribuinte para ser mantido na prisão por um erro dele,
00:40não pode ter um auxílio presidiário.
00:42Ou seja, nós estamos pagando porque alguém matou outro alguém.
00:46Deveria ser de uma metodologia que aquele que está preso trabalhe para pagar o seu custo à sociedade.
00:52Isso me pareceria muito mais sano.
00:53Mas é lógico essa situação em que o Poder Executivo envia uma proposta
00:58e o Legislativo tem todo o direito de alterá-la.
01:02Como o Executivo, eventualmente, tem todo o direito de vetar alguma parcial ou totalmente a lei
01:08e o Congresso tem todo o direito de derrubar o veto, se assim entender.
01:13Assim funciona a República, é normal enquanto isso.
01:15Mas essa fala de politizar, não politice, aí pergunta, desculpa, o senhor trabalha de quê?
01:21Qual é a sua profissão?
01:23Ah, eu sou político.
01:24Então seria como que o médico não trabalhe de médico.
01:27Bom, o político trabalha de político.
01:30Logicamente vai ter que politizar a questão.
01:32O argumento que ele coloca é que a politização tiraria o foco do principal tema hoje para a sociedade,
01:38que é a segurança pública.
01:39Então, o que ele fala é que a discussão política ou a briga política sobre qual lado seguir,
01:45e eu acho que tem a ver um pouquinho também com o fato de a oposição dominar mais esse tema
01:48do que os governistas hoje, fazer com que a discussão fique nessa questão interna
01:55entre lados opostos do Congresso Nacional e que o foco saia do que realmente importa,
02:01que é a mudança de vida para quem está fora, todos nós.
02:04Sim, mas, Evandro, vamos lá.
02:05Mas você acha que é natural que as duas coisas aconteçam e que a politização entre aí nesse meio também?
02:10Eu, então, mudaria a palavra.
02:12Diria a polarização eventualmente, mas não a politização.
02:17Eles estão para isso, eles ganham dinheiro para fazer política.
02:20Mas aí a outra situação dessa polarização eventual,
02:24fica muito claro que a esquerda sempre foi muito conivente com a bandidagem.
02:28Foi, mesmo que o Piper não faça a refonfunha aqui no meu ouvido.
02:31A direita sempre foi ligada à bandidagem aqui no Brasil, historicamente.
02:35É, está falando de quem?
02:37Por exemplo, as milícias lá do Rio de Janeiro nascem com a anuência da direita carioca.
02:42Rony Lessa, essa turma toda presa hoje, essa turma de milícias nasceu como?
02:47Eu conheço...
02:48Estão impulsados pela direita?
02:49Eu conheço, se vocês quiserem, eu publico em rede social de novo hoje,
02:55eu conheço um ex-deputado federal que foi presidente da república,
03:00que foi numa comissão na Câmara dos Deputados defender quem?
03:05Os milicianos.
03:06Eu tenho a prescrição do texto.
03:08Isso é grave, o Piper não.
03:09Permita um minutinho, Alain.
03:11Então, por que que sempre nos presídios, quando tem eleição,
03:15ganha a esquerda nesse...
03:17Ah, não sabe.
03:17Eu não sei, nem...
03:18Eu tenho algumas teorias.
03:19Pois é, então.
03:19Por que, não, então, por que que é contra as milícias...
03:22Tem voto lá, tem urna lá.
03:23Por exemplo, a Polícia Federal, outro dia, acho que ontem,
03:26teve um vídeo em que um carro da Polícia Federal, uma viatura,
03:28teve que dar ré, porque entrou por engano numa comunidade.
03:33Que país é esse?
03:34Se o próprio ministro Flávio Dinho sabe que a bandidagem,
03:39o narcotráfico não está no morro...
03:41Bom, se sabe que não está no morro, ele deve saber onde está.
03:44Por que que não combatem isso?
03:45Vamos, não vamos retirar do contexto.
03:47Ele está dizendo o seguinte,
03:49se fala muito em combater a bandidagem no morro,
03:52mas a bandidagem maior está no chão.
03:55E o que que ele quer dizer com isso?
03:56Os líderes de verdade, os grandes, quem tem grana,
03:59está lá embaixo, está na zona sul, não está no morro.
04:02Então, eu acho que é esse bandido que tem que ser combatido.
04:04Se sabe onde estão, deveriam combater.