Atriz Mary Sheila é vítima de racismo em supermercado no Rio de Janeiro e faz denúncia nas redes sociais. Entenda o caso! #MelhorDaTarde
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NotíciasTranscrição
00:00Bom, vamos para outra história?
00:01Vamos lá.
00:02Vamos falar de quem?
00:03Racismo.
00:04Um assunto que, sinceramente, meu sangue sobe e ferve.
00:08Mas ainda bem que o nosso sangue ferve, que é sinal que a gente não faz parte desse grupo tenebroso que existe no mundo inteiro.
00:15Tenebroso, e vou falar uma coisa para vocês.
00:17As pessoas falam, ah, mas você não está, não estou no meu lugar de fala, né?
00:21Eu sou branco, de olho azul, como muitas pessoas falam, mas eu tenho pessoas pretas na minha família,
00:25eu sou bisneto de uma mulher preta, eu tenho familiares, e eu já tive relacionamento com pessoas pretas.
00:30Então, eu sei o que é o racismo.
00:32Mas só um pouquinho, assim, você não precisa estar num lugar de fala, você não precisa ser da raça negra,
00:36para você saber que o racismo é inaceitável.
00:38Exatamente.
00:38Pelo amor de Deus.
00:39Exatamente.
00:40A mesma coisa quando a gente fala, por exemplo, do público, da comunidade LGBT.
00:44Não preciso ser lésbica, não preciso ser gay para defender.
00:46Para lutar contra esse preconceito horroroso.
00:49Preconceito com homofobia.
00:50Eu acho que isso já é um preconceito, é um racismo a mais.
00:53Com certeza.
00:53Sim.
00:54Você trouxe o vídeo?
00:56A gente tem um vídeo.
00:56Ah, é?
00:57Vamos ver.
00:57Vamos ver.
00:59Mais uma vez, o supermercado, gente.
01:02A gente que tem a pele mais retinta, que tem a pele mais pretinha, nós vamos ao mercado?
01:09E o segurança acha que a gente não tem dinheiro para pagar as nossas compras.
01:13Isso é um absurdo, né, gente?
01:15Fui lá no saque, falei lá com a menina, ela pediu desculpas em nome do mercado, mas isso é muito desagradável.
01:22O cidadão, ele tem direito a fazer o trabalho dele, mas não pode constranger o outro, né?
01:27Temos que ser educados, né?
01:30Não é assim que funcionam as coisas.
01:31Então, quando vocês chegarem no Mundial, preste atenção, tá?
01:35Ou qualquer outro, porque o bicho está pegando.
01:38O que eu canso de falar, o certo sempre será o certo e nunca vai ser errado, né?
01:42O cara tem o direito de fazer o trabalho dele, mas não pode importunar o cliente.
01:47Eu não volto mais no Mundial.
01:51Tô fora.
01:52Eu, hein, as coisas caras, abertas no mercado, né?
01:55Não, tudo muito caro para ser constrangida.
01:58Falar sério.
01:59E vou te falar uma coisa, gente.
02:01O problema não é nem o supermercado em si.
02:03Mas você vê, né?
02:05Quando uma pessoa de uma rede de supermercados faz algo errado, inaceitável,
02:11acaba respingando em todos os outros funcionários também, a própria empresa.
02:14Por isso que a empresa, eu acho, nesse momento, tem que se reportar à comunidade,
02:20dizendo, olha, tomei essa, essa atitude.
02:23Se a gente não fala, não acredita nisso, se essa não é a norma da empresa, fale sobre isso.
02:28Quando a gente fica quieto, a gente aceita.
02:31E quando a gente aceita, a gente puxa o erro do outro para a gente.
02:33E outra coisa, uma situação dessa, tem que chamar a polícia, sim.
02:36Tem que denunciar, chamar a polícia, tem que ser presa.
02:38E tem que demitir essa pessoa.
02:39Fazer valer a lei.
02:40E além disso, né, gente, implementar políticas e treinamentos para os funcionários.
02:45Porque agora vai se tomar uma medida em relação a esse caso.
02:47Mas e aí, e outros casos?
02:49E quando eu for nesse supermercado, eu vou ser seguida também?
02:53Então é por isso que tem que ter um treinamento para quem está trabalhando ali,
02:56seja no caixa, seja na segurança.
02:59Um treinamento antirracista.
03:00A gente fala muito sobre uma educação antirracista,
03:03que é o que está faltando nas empresas, nas escolas, em todos os espaços.
03:06E a atriz, a Mari Sheila, ela tem voz na internet, né,
03:09é uma pessoa que viralizou o vídeo dela.
03:11Agora imagina quantas pessoas que não passam por isso.
03:13Passam milhares por dia.
03:14Todos os dias.
03:15Só no Brasil, milhares por dia.
03:16Amônimos.
03:17Agora eu acho que educar é importante.
03:19Mas tem que ter o rigor da lei para fazer a pessoa aprender.
03:22Se não for pelo amor, que seja pela dor.
03:24É isso.
03:24Seja pagando, em trabalho comunitário, sei lá.
03:27Ou então já foi indiciado, já foi marcado duas vezes.
03:32Ah, vai preso por uma semaninha para ver como são as coisas.
03:34Pronto.
03:35Porque às vezes, eu sou a favor da educação.
03:38O educar é importante.
03:39Mas tem gente que é só no sofrimento que vai aprendendo.
03:41Só pela dor.
03:42Seja por ele também, seja pelo acessado.
03:44Mas a gente não pode mais aceitar o racismo, gente.
03:46Pelo amor de Deus.
03:47É podre isso.
03:48Em 2025, a gente discutindo isso ainda.
03:51E dá mais que você falar assim,
03:52ah, o rapaz do segurança tem que fazer o trabalho dele.
03:54Sim, o trabalho dele é ficar atento, fiscalizar.
03:58Não é seguir as pessoas e ser racista.
04:00Então ele não está fazendo o trabalho dele.
04:01Ele está fazendo justamente um contra-serviço e mostrando simplesmente,
04:06desculpe o termo, o lixo que ele é.
04:08Concordo?
04:09Porque em que momento é que ele entendeu que ela era uma suspeita, né?
04:14Fazendo em quê?
04:15É o quê?
04:15Por conta da cor da pele?
04:16Ah, achei.
04:17Então, infelizmente, a gente precisa se posicionar.
04:18E até no começo você, né, Cate e Bruno, falando,
04:21ah, não é meu lugar, te fala.
04:22Mas o quanto é importante termos pessoas brancas, aliadas,
04:26e falando todos os dias sobre essa pauta, falando sobre o racismo,
04:30para que juntos a gente tenha uma voz só por conta de tudo isso.
04:33Porque somos pessoas, ponto.
04:35Somos pessoas, ponto.
04:35A cor da pele não muda absolutamente nada.
04:38Então é isso que a gente tem que ter em mente.
04:40Não importa se eu sou da raça negra, se eu sou indígena, se eu sou alemã.
04:45O que eu sou, ou é certo ou errado, não existe meio termo.
04:49E isso é inaceitável, mais do que errado.
04:52Não é?
04:52É demais.
04:53E dia após dia, né, Cate?
04:54É ser humano, ponto.
04:55Não tem diferença.
04:56E se a gente lembrasse de algumas situações,
04:59quantas pessoas da raça negra, em supermercados mesmo, em todas as redes,
05:02vamos dizer a verdade, foram escorraçadas,
05:06tiveram ali os seus direitos retirados, de mínimo de respeito,
05:11tiveram, muitas vezes, que ser arrancadas do supermercado,
05:15e socadas do lado de fora, não é verdade?
05:17Sim.
05:17Alguns vieram a óbito, morreram.
05:19A gente tem um caso recente, né, Cate?
05:21Então...
05:22Daquele policial que estava de folga,
05:23e lógico, o cara entrou ali roubando,
05:26ele poderia agir como policial, mas não,
05:27ele deu vários tiros nele de costas.
05:30Então, isso é bom?
05:31Isso é correto?
05:32Ah, mas ele estava com uma arma por dentro.
05:34Como que ele sabe?
05:35Se ele segurava quatro pacotes de sabão líquido,
05:38ele estava com um moletom e laranja.
05:41Não era uma cor assim, ah, está uma cor...
05:44Está camuflado.
05:44Camuflado.
05:45Nada, era laranja.
05:46Então, todo mundo via o rapaz de longe.
05:49Prendesse ele, dá quatro tantos, quatro não, foram nove tiros?
05:51Foram nove tiros.
05:52Nas costas, um rapaz, isso é execução.
05:55Ah, pelo amor de Deus.
05:56É o que, infelizmente, acontece todos os dias, né?
05:58É, infelizmente.
05:59O racismo, ele mata.
06:00Quando não mata, ele deixa sequelas, ele deixa marcas.
06:02E gravida.
06:03É, então.
06:04E dói, machuca, férias.
06:06Ah, gente.
06:06E Paulo Oliveira.