Forças Armadas Revolucionario do Povo da Guiné Bissau

  • há 7 anos
A fundação na clandestinidade rigorosa do Movimento de Libertação da Guiné e Cabo Verde, em 18 de Setembro de 1956, foi o culminar de um processo de tomada de consciência nacionalista e revolucionária, por uma vanguarda política onde pontificava o líder carismático, dotado de natural simpatia, que congregou à sua volta muitos apoios e foi dos mais representativos chefes da guerrilha africana nos países de domínio colonial português - Amílcar Cabral.

Apesar de se tratar do primeiro território africano onde os navegadores portugueses acederam ( Gil Eanes em 1445 ), a Guiné-Bissau sempre constituiu, desde o século XV até à época contemporânea, a possessão portuguesa mais desprezada.
Se do ponto de vista económico a situação era muito frágil quando o PAIGC iniciou a luta armada em 1963, do ponto de vista do ensino e da religião, a realidade mostrava o carácter irrisório da “missão civilizadora” de Portugal em África, como gostavam de evocar os próceres do regime. No respeitante á acção missionária, apenas 2% da população estava convertida ao cristianismo, e a língua portuguesa jamais teve significado no meio rural, com múltiplos dialectos próprios, nem sequer no meio urbano, onde se encontrava generalizado o crioulo, uma espécie de português africanizado.

Tímidas acções no campo da educação só foram iniciadas depois de 1936,mas os resultados eram confrangedores : 1% da população tinha a instrução elementar portuguesa e até 1960 sé cerca de 0,5% dos nativos atingira o estatuto de “assimilado”. Apenas 11 guineenses tinham obtido uma licenciatura no exterior!
Entre eles estava Amílcar Cabral, que nos princípios da década de 50, estudou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, participando nas lutas estudantis da época, uma “escola onde muitos futuros revolucionários aprenderam o a, b, c, da luta política organizada. Quando se formou em engenharia agronómica e foi trabalhar para a junta de Investigação do Ultramar, teve a oportunidade de fazer viagens à Guiné natal, a Angola e a Moçambique, onde percepcionou a realidade terrível em que viviam os povos coloniais.

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