Governador Rubim e a Colonização Açoriana no Espírito Santo (1815)

  • há 4 meses
... É curioso, portanto, que esse mesmo Francisco Alberto Rubim, tão vituperado por João Brígido, tenha anteriormente governado com acerto e discernimento a Capitania do Espírito Santo. Na obra "Vultos Capixabas e Episódios Históricos", da Professora Orminda Escobar Gomes, lê-se que "o sucessor do Governador Tovar, Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco Alberto Rubim (1º Governador independente do Governo da Bahia 1812-1820), cumprindo solicitamente as ordens superiores, tudo fez em benefício do nosso território, desenvolvendo o comércio, a navegação e a agricultura; desobstruindo e abrindo estradas, criando ou esforçando-se pela criação da colônia de Santo Agostinho (a primeira do país, em 1812); e de uma cadeira de primeiras letras, em 13 de agosto de 1813. A primeira de nossa terra! Por todo esse acervo de trabalho e, ainda, pela pacificação dos bugres (1815), foi mais de uma vez louvado em Carta Régia assinada pelo Príncipe Regente. Todos lhe reconheciam os méritos como administrador e era amplamente elogiado: enfim, foi um governador exemplar".

De fato, coube a Rubim, instigado e influenciado por seu tio, o Intendente Paulo Fernandes Viana, instalar no Espírito Santo uma colônia de 30 casais açorianos, 18 quilômetros da cidade de Vitória, às margens do Rio Santo Agostinho, segundo informa o historiador capixaba José Teixeira de Oliveira. A Carta Régia de 13 de março de 1797, que regulava a concessão de sesmarias ribeirinhas e o comércio de madeiras, teve de ser revogada pela de 17 de janeiro de 1814, para que os colonos pudessem gozar certas regalias, incluindo a isenção por dez anos do pagamento de dízimos pelas culturas de trigo e linho que fizessem. A eles foram dados ainda fretes, mesadas, casas, terrenos, ferramentas, carros, bois e cavalgaduras. E, conforme o relatório do próprio Desembargador do Paço e Intendente Geral da Polícia Paulo Fernandes Viana, "se erigiu com estes casais a linda povoação de Viana, com casas de telhas para cada um, igreja e capelão curado". Tudo isso pelos cuidados do Governador que ali estava, o Capitão de Mar e Guerra Francisco Alberto Rubim.
O historiador José Marcelino relata: "Aí se levantou um templo à Conceição da Santíssima Virgem, sendo lançada a primeira pedra em 15 de dezembro de 1815, e a provisão da Mesa da Consciência e Ordens de 4 de março de 1817 assim o confirmou e aprovou. Foi elevada a curato esta povoação com capelão efetivo por provisão de 1 de dezembro de 1817, e pela lei provincial nº 13, de 30 de dezembro de 1837, foi elevada a freguesia. O vigário tinha o usufruto de uma sesmaria de um quarto de légua, medida e demarcada no lugar em que se acha a capela, assim como o cirurgião-mor José Maria da Silva, e se havia levantado uma casa para residência dos governadores, de que só existem sinais. As telhas e tijolos empregados na igreja e nestas foram todos fabricados em Linhares. O Sr. Comendador Monjardim foi quem entregou em outubro de 1818, e por ordem do Governador, as cartas de sesmaria dos

Category

📚
Learning

Recomendado