As Missões e o Aldeamento Jesuítico na Capitania do Espírito Santo (sec. XVI)

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As Missões e o Aldeamento Jesuítico na Capitania do Espírito Santo (sec. XVI)

No Espírito Santo, os primeiros Jesuítas chegaram em 1551, sendo o Padre Afonso Brás e o Irmão Simão Gonçalves os pioneiros. Posteriormente, juntaram-se a eles o Padre Brás Lourenço, Padre Manoel Paiva, Padre Pedro Gonçalves, Padre José de Anchieta, Padre Leonardo Nunes, Padre Diogo Jácome, Padre Diogo Fernandes, Padre Manoel Dias, entre outros.

Os Jesuítas fundaram e mantiveram escolas e aldeamentos em várias regiões do Espírito Santo, utilizando a língua tupi-guarani para iniciar o processo de catequização das tribos indígenas locais, marcando assim o início da igreja no Estado.

A antiga Igreja do Rosário, construída em 1551 pelo dinâmico Padre Afonso Braz, é a mais antiga do Espírito Santo.

Ao chegarem, os Jesuítas tiveram a ideia de criar agrupamentos indígenas, denominados por eles de aldeamentos (também conhecidos como aldeias missionárias, missões Jesuítas ou reduções indígenas), estrategicamente localizados próximos aos rios e ao mar no território espírito-santense. Era nesses aldeamentos que realizavam a catequese e a alfabetização dos indígenas.

Esses aldeamentos, por um lado, trouxeram proteção e algumas vantagens para os índios, mas, por outro, contribuíram para desmantelar a vida tradicional das tabas e a existência nômade que os índios levavam, introduzindo-os a um novo tipo de sociedade até então desconhecida.

Os missionários inacianos tinham por principal propósito “a propagação da fé e o progresso das almas na vida e doutrinas cristãs”[22]. Para que os nativos compreendessem essa fé os índios precisavam aprender a ler e a escrever. Ao longo de 20 anos, pelo menos cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia) foram fundados pelos jesuítas. Além disso, eles ajudaram na fundação de cidades, dentre elas Salvador e São Paulo.
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Simão Rodrigues nos conta que em 1555 "se achavam em toda a Província 26 sujeitos da Companhia, quatro na Bahia, dois em Porto Seguro, dois no Espírito Santo, cinco em São Vicente e 13 em Piratininga." Leonardo do Vale, padre de Bragança que esteve com Mem de Sá na Guanabara, residiu um tempo em Porto Seguro e outro em Piratininga. Era professor no Colégio da Bahia em 1567 e deixou um vocabulário da língua tupi. Também por Porto Seguro esteve em 1568 o padre Inácio de Azevedo, beatificado em 1854 pelo Papa Pio IX como um dos Quarenta Mártires do Brasil».

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