Os escravos do Convento da Penha (Século XIX)
Os escravos do Convento da Penha (Século XIX)
Refere a Província do Espirito Santo :
« O revm. provincial da ordem franciscana mandou entregar pelo Sr. capitão Adrião Nunes Pereira 12 cartas de liberdade, passadas, segundo dizem os collegas da Provincia, a 15 de agosto ultimo, em favor de Silvestre, Manoel, Romão, Elizaria, Anna, Lucrecia, Guilhermina, Jeronyma, Joanna, Basília, Eduviges e Fabiana que viviam no captiveiro.
Consta-nos que com este acto dessapareceram todos os escravos do Convento da Penha.»
No Convento, existem ruínas que, tristemente, lembram uma época em que o secular monumento chegou a ter mais escravizados que qualquer outro convento ou igreja do país.
Segundo Frei Basílio Röwer, autor de páginas do livro "História Franciscana no Brasil", de 1941, essa mão-de-obra de que os franciscanos dispuseram desde os tempos coloniais, era por eles empregada nos mais variados serviços.
Os trabalhos eram realizados nas lavouras do pomar, no atendimento do gado, limpeza dos currais, nas atividades da pesca e nos encargos ligados à rotina diária dos conventuais. Isso sem contar os escravizados músicos, "para solenizar as festas e acompanhar as procissões", os esmoladores e também os cativos alugados aos moradores de Vila Velha e de Vitória para serviços em geral.
Ainda segundo Frei Basílio, as cartas de alforria começaram a ser emitidas pelos franciscanos a partir de 1870, mesmo assim, em 1872, o Convento ainda contava com o trabalho forçado de 42 escravizados.
População da Província do Espírito Santo, 1790-1872:
Anos - Livres - Escravos - Total
1790 - 10749* - 6834* - 22493
1824 - 22165 - 13188 - 35353
1856 - 36793 - 12100 - 48893
1872 - 59478 - 22659 - 82137
Fontes: Capitão-Mor Ignacio João Mongiardino (apud OLIVEIRA, José T. de. História do Estado do Espírito Santo.
Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Nota IV, p. 239); VASCONCELLOS, Ignacio Accioli de.
Memoria Estatistica da Provincia do Espirito Santo escrita no anno de 1828. Vitória: Arquivo Público Estadual, 1978;
RELATÓRIO do Presidente de Província – Barão de Itapemirim de 25 de maio de 1857; IBGE. Censo de 1872.
* A informação fornecida pelo Capitão-Mor Mongiardino não soma a população total da Província, mas apenas das vilas da Victoria, do Espírito Santo, Nova Almeida, Benevente e Guarapari.
Refere a Província do Espirito Santo :
« O revm. provincial da ordem franciscana mandou entregar pelo Sr. capitão Adrião Nunes Pereira 12 cartas de liberdade, passadas, segundo dizem os collegas da Provincia, a 15 de agosto ultimo, em favor de Silvestre, Manoel, Romão, Elizaria, Anna, Lucrecia, Guilhermina, Jeronyma, Joanna, Basília, Eduviges e Fabiana que viviam no captiveiro.
Consta-nos que com este acto dessapareceram todos os escravos do Convento da Penha.»
No Convento, existem ruínas que, tristemente, lembram uma época em que o secular monumento chegou a ter mais escravizados que qualquer outro convento ou igreja do país.
Segundo Frei Basílio Röwer, autor de páginas do livro "História Franciscana no Brasil", de 1941, essa mão-de-obra de que os franciscanos dispuseram desde os tempos coloniais, era por eles empregada nos mais variados serviços.
Os trabalhos eram realizados nas lavouras do pomar, no atendimento do gado, limpeza dos currais, nas atividades da pesca e nos encargos ligados à rotina diária dos conventuais. Isso sem contar os escravizados músicos, "para solenizar as festas e acompanhar as procissões", os esmoladores e também os cativos alugados aos moradores de Vila Velha e de Vitória para serviços em geral.
Ainda segundo Frei Basílio, as cartas de alforria começaram a ser emitidas pelos franciscanos a partir de 1870, mesmo assim, em 1872, o Convento ainda contava com o trabalho forçado de 42 escravizados.
População da Província do Espírito Santo, 1790-1872:
Anos - Livres - Escravos - Total
1790 - 10749* - 6834* - 22493
1824 - 22165 - 13188 - 35353
1856 - 36793 - 12100 - 48893
1872 - 59478 - 22659 - 82137
Fontes: Capitão-Mor Ignacio João Mongiardino (apud OLIVEIRA, José T. de. História do Estado do Espírito Santo.
Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Nota IV, p. 239); VASCONCELLOS, Ignacio Accioli de.
Memoria Estatistica da Provincia do Espirito Santo escrita no anno de 1828. Vitória: Arquivo Público Estadual, 1978;
RELATÓRIO do Presidente de Província – Barão de Itapemirim de 25 de maio de 1857; IBGE. Censo de 1872.
* A informação fornecida pelo Capitão-Mor Mongiardino não soma a população total da Província, mas apenas das vilas da Victoria, do Espírito Santo, Nova Almeida, Benevente e Guarapari.