A Introdução do Café no Brasil (Relatório do Departamento Nacional do Café - 1934)
O Café no segundo centenário de sua introdução no Brasil
Relatório do Departamento Nacional do Café - 1934
A marcha das culturas no terreno do Espirito Santo
CARLOS XAVIER
A fertilidade das terras do Espirito Santo para todas as culturas tropicais e a remuneração com que são compensados os esforços dos lavradores constituem fatos conhecidos, mesmo fóra do país, e desde os tempos primitivos.
Já o padre Antonio Vieira dizia ser o Espirito Santo a terra mais abastada e a melhor de toda a costa.
Desde o primeiro donatario, a cultura da terra foi cuidada.
A carta de doação fez Vasco Fernandes Coutinho senhor de um latifundio, dando-lhe direito a 50 leguas da costa contadas do ponto terminal da Capitania, confinante ao norte.
Distribuidas as terras aos que o acompanharam na arriscada empresa, ensaiaram-se logo as primeiras culturas e foram fundados varios engenhos para a industria rudimentar da cana de açucar.
Já, então, era conhecido na Europa o café, que Lineu derivara da Arabia e que hoje está asse ate ter sido transportado para a Arabia da Abissinia, embora bebida considerada contraria ás leis da Proféta.
Já, no ano anterior á posse de Coutinho, sofria o café, no Cairo, guerra de sacerdotes maometanos.
De 1602 a 1607, no governo geral de Diogo Botelho, a Capitania ensaiou um comércio de mercadorias, vindas em navios flamengos, pelo açucar de seus engenhos e o páo brasil; comercio logo proibido.
De 1602 a 1607, no governo geral de Diogo Botelho, a Capitania ensaiou um comercio de mercadorias, vindas em navios flamengos, pelo açucar de seus engenhos e o páo brasil; comércio logo proibido.
Até o governo de Rubim, apenas o açucar merecia cuidado. De tal governo parte a colo- nização do Espirito Santo.
Os primeiros casaes foram situados a 15 de Fevereiro de 1813, ao norte do Rio Santo Agostinho, em Vianna, proveniente dos Açores. Foi, então, demarcada a area de 270,000 m2. para a fundação de um nucleo em 1814, confirmada por Carta Regia.
Poucas colonias se fundaram como as de Santa Isabel e Santa Leocadia. Sómente depois da lei do ventre livre, é que o Brasil cogitou de meios.
A colonização do Espirito Santo obedeceu a escolha do terreno sem a preoccupação dos meios de communicação.
Era muita terra para pouca gente.
Até o tempo do Governador Rubin, havia no Espirito Santo 76 engenhos e 68 engenhocas entre Itapemirim, Vitoria, Serra, Nova Almeida, Santa Cruz, Campos e São João da Barra.
Foi Rubin quem exportou as primeiras arrobas de café do Rio Doce, alcançando o preço de 3$000, em 1812.
Animado pelo resultado, em 1815 recomendava a José Luiz da Costa à substituição pelo café das mamonas dos quintais de Vitoria.
De 1840, segundo Artur Torres, há paralelismo entre o decrescimo na exportação do acucar e acrescimo na do café.
Em 1844 foi a exportação de 324,308 arrobas de açucar, em 1891, de 456 e em 1892 não houve exportação de açucar, ao passo que o café, que em 184
O Café no segundo centenário de sua introdução no Brasil
Relatório do Departamento Nacional do Café - 1934
A marcha das culturas no terreno do Espirito Santo
CARLOS XAVIER
A fertilidade das terras do Espirito Santo para todas as culturas tropicais e a remuneração com que são compensados os esforços dos lavradores constituem fatos conhecidos, mesmo fóra do país, e desde os tempos primitivos.
Já o padre Antonio Vieira dizia ser o Espirito Santo a terra mais abastada e a melhor de toda a costa.
Desde o primeiro donatario, a cultura da terra foi cuidada.
A carta de doação fez Vasco Fernandes Coutinho senhor de um latifundio, dando-lhe direito a 50 leguas da costa contadas do ponto terminal da Capitania, confinante ao norte.
Distribuidas as terras aos que o acompanharam na arriscada empresa, ensaiaram-se logo as primeiras culturas e foram fundados varios engenhos para a industria rudimentar da cana de açucar.
Já, então, era conhecido na Europa o café, que Lineu derivara da Arabia e que hoje está asse ate ter sido transportado para a Arabia da Abissinia, embora bebida considerada contraria ás leis da Proféta.
Já, no ano anterior á posse de Coutinho, sofria o café, no Cairo, guerra de sacerdotes maometanos.
De 1602 a 1607, no governo geral de Diogo Botelho, a Capitania ensaiou um comércio de mercadorias, vindas em navios flamengos, pelo açucar de seus engenhos e o páo brasil; comercio logo proibido.
De 1602 a 1607, no governo geral de Diogo Botelho, a Capitania ensaiou um comercio de mercadorias, vindas em navios flamengos, pelo açucar de seus engenhos e o páo brasil; comércio logo proibido.
Até o governo de Rubim, apenas o açucar merecia cuidado. De tal governo parte a colo- nização do Espirito Santo.
Os primeiros casaes foram situados a 15 de Fevereiro de 1813, ao norte do Rio Santo Agostinho, em Vianna, proveniente dos Açores. Foi, então, demarcada a area de 270,000 m2. para a fundação de um nucleo em 1814, confirmada por Carta Regia.
Poucas colonias se fundaram como as de Santa Isabel e Santa Leocadia. Sómente depois da lei do ventre livre, é que o Brasil cogitou de meios.
A colonização do Espirito Santo obedeceu a escolha do terreno sem a preoccupação dos meios de communicação.
Era muita terra para pouca gente.
Até o tempo do Governador Rubin, havia no Espirito Santo 76 engenhos e 68 engenhocas entre Itapemirim, Vitoria, Serra, Nova Almeida, Santa Cruz, Campos e São João da Barra.
Foi Rubin quem exportou as primeiras arrobas de café do Rio Doce, alcançando o preço de 3$000, em 1812.
Animado pelo resultado, em 1815 recomendava a José Luiz da Costa à substituição pelo café das mamonas dos quintais de Vitoria.
De 1840, segundo Artur Torres, há paralelismo entre o decrescimo na exportação do acucar e acrescimo na do café.
Em 1844 foi a exportação de 324,308 arrobas de açucar, em 1891, de 456 e em 1892 não houve exportação de açucar, ao passo que o café, que em 184
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