Vitória, Ontem e Hoje (Vida Capichaba - 1927)
Sobre o Município
Por Jair Tovar
Vida Capichaba – 23/05/1927
A *Vida Capichaba* solicitou uma breve impressão minha sobre o que foi feito nos últimos tempos para o progresso de Vitória, especialmente nos últimos três anos, relativos à atual administração municipal, à qual presto modestos esforços, desempenhando uma de suas funções.
Atendendo ao pedido, é impossível deixar de reconhecer que, apesar do pessimismo e derrotismo de alguns capixabas, a cidade vem rapidamente se transformando por completo, melhorando seu aspecto urbano dia após dia, rumo ao destino que lhe foi reservado pela natureza, graças à sua posição geográfica. Comparando a Vitória dos primeiros anos da República com a atual, acredito que os aspectos estão quase inteiramente modificados.
Recentemente, em um debate jurídico sobre um interesse municipal ligado à Praça Costa Pereira, após ouvirmos o depoimento de pessoas nascidas e enraizadas na cidade por mais de trinta anos de atuação política, comentamos, ao fim das inquirições, sobre a impressionante transformação sofrida pela área onde está a atual praça, com o desaparecimento completo das ruas Sacramento, São Manoel, General Câmara, São Diogo, Pereira Pinto e até mesmo o que era a própria Praça Costa Pereira.
Trata-se de uma transformação radical realizada em poucos anos, sob nossos olhos. Não tenho a pretensão, nem autoridade, para comparar o passado com as realizações que comprovam o nosso progresso urbano e municipal; basta-me acrescentar que isso aconteceu em diversos pontos da cidade, sob o cuidado dos governos estadual e municipal.
É necessário reconhecer que esses governos, apesar de suas limitações, têm contribuído para essa obra de remodelação que vem ocorrendo, sem que eu, como capixaba, me deixe afetar pelo derrotismo ou pessimismo. Uma avaliação serena, sem paixões políticas, revela que o trabalho da atual administração municipal, combinado com as iniciativas do governo estadual, é uma das mais notáveis contribuições para esse progresso.
O município de Vitória, nestes três anos, viu sua cidade melhorar de forma incontestável, algo que seria difícil de acreditar há alguns anos. O crescimento populacional considerável, o número de construções, o aumento de mais de cem por cento nas receitas, os automóveis que circulam pelas avenidas, ruas e praças — resultado do calçamento quase total da cidade, realizado neste triênio — são provas de um movimento urbano incomparável ao de anos anteriores. Outros motivos, igualmente importantes, também poderiam ser citados, mas prefiro me abster de outros comentários, por respeito ao momento.
Ainda assim, um simples exame do que foi feito, relatado anualmente nas mensagens enviadas aos representantes do povo, leva ao reconhecimento de que, nestes três anos, sob uma atmosfera de paz, trabalho e boa vontade, a antiga vila da ilha de Duarte Lemos deu um dos mais marcantes saltos em direção ao destino traçado desde sua fundação em 8 de
Sobre o Município
Por Jair Tovar
Vida Capichaba – 23/05/1927
A *Vida Capichaba* solicitou uma breve impressão minha sobre o que foi feito nos últimos tempos para o progresso de Vitória, especialmente nos últimos três anos, relativos à atual administração municipal, à qual presto modestos esforços, desempenhando uma de suas funções.
Atendendo ao pedido, é impossível deixar de reconhecer que, apesar do pessimismo e derrotismo de alguns capixabas, a cidade vem rapidamente se transformando por completo, melhorando seu aspecto urbano dia após dia, rumo ao destino que lhe foi reservado pela natureza, graças à sua posição geográfica. Comparando a Vitória dos primeiros anos da República com a atual, acredito que os aspectos estão quase inteiramente modificados.
Recentemente, em um debate jurídico sobre um interesse municipal ligado à Praça Costa Pereira, após ouvirmos o depoimento de pessoas nascidas e enraizadas na cidade por mais de trinta anos de atuação política, comentamos, ao fim das inquirições, sobre a impressionante transformação sofrida pela área onde está a atual praça, com o desaparecimento completo das ruas Sacramento, São Manoel, General Câmara, São Diogo, Pereira Pinto e até mesmo o que era a própria Praça Costa Pereira.
Trata-se de uma transformação radical realizada em poucos anos, sob nossos olhos. Não tenho a pretensão, nem autoridade, para comparar o passado com as realizações que comprovam o nosso progresso urbano e municipal; basta-me acrescentar que isso aconteceu em diversos pontos da cidade, sob o cuidado dos governos estadual e municipal.
É necessário reconhecer que esses governos, apesar de suas limitações, têm contribuído para essa obra de remodelação que vem ocorrendo, sem que eu, como capixaba, me deixe afetar pelo derrotismo ou pessimismo. Uma avaliação serena, sem paixões políticas, revela que o trabalho da atual administração municipal, combinado com as iniciativas do governo estadual, é uma das mais notáveis contribuições para esse progresso.
O município de Vitória, nestes três anos, viu sua cidade melhorar de forma incontestável, algo que seria difícil de acreditar há alguns anos. O crescimento populacional considerável, o número de construções, o aumento de mais de cem por cento nas receitas, os automóveis que circulam pelas avenidas, ruas e praças — resultado do calçamento quase total da cidade, realizado neste triênio — são provas de um movimento urbano incomparável ao de anos anteriores. Outros motivos, igualmente importantes, também poderiam ser citados, mas prefiro me abster de outros comentários, por respeito ao momento.
Ainda assim, um simples exame do que foi feito, relatado anualmente nas mensagens enviadas aos representantes do povo, leva ao reconhecimento de que, nestes três anos, sob uma atmosfera de paz, trabalho e boa vontade, a antiga vila da ilha de Duarte Lemos deu um dos mais marcantes saltos em direção ao destino traçado desde sua fundação em 8 de
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