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00:00Música
00:00Muito boa tarde, hoje a gente fala sobre um assunto delicado que atinge muitas famílias,
00:12o alcoolismo em mulheres.
00:14A personagem Heleninha Reutemann da novela Vale Tudo, interpretada por Paola Oliveira,
00:20reacendeu esse debate do alcoolismo feminino que vem crescendo a cada ano.
00:25E reparem só neste dado, estima-se que até 2030 o número de mulheres com alcoolismo seja igual ao de homens.
00:34Muito assustador, né?
00:35Muitas dessas mulheres com a sobrecarga da vida, a pressão do dia a dia,
00:39porque não é fácil, não é fácil para nós mulheres, né?
00:43Acabam encontrando no álcool um momento de relaxamento ou até mesmo de fuga.
00:48Aqui no estúdio nós vamos conversar com a psicóloga Katia Falcone,
00:51que ela presta serviço para os alcoólicos anônimos e também uma mulher que não será identificada
01:00e que vai trazer seu depoimento aqui para a gente.
01:02A gente vai chamá-la pelo nome de Maria.
01:06Boa tarde, sejam bem-vindas.
01:08Boa tarde.
01:09Primeiro queria agradecer pela presença de vocês, pela sua presença, Maria,
01:14de tão corajosa de estar compartilhando aqui sua história, né?
01:18Como é que começou para você a sua vida com o alcoolismo?
01:24Eu comecei a beber, eu tinha 18 anos de idade.
01:27Na minha casa, meu pai nem minha mãe bebiam, mas uma irmã minha, são três,
01:32ela teve um namorado que bebia muito, já era alcoólatra, e ela começou a beber.
01:38A doença, ela não é contagiosa, mas ela é contagiante.
01:41A gente se reunia e estava lá o álcool e, de repente, a gente também começou a beber.
01:46E todas elas começaram a beber a partir daí.
01:49E beber uma roleta russa.
01:51Ninguém sabe quem vai desenvolver o alcoolismo, né?
01:55Você não sabe.
01:56Então, ela é progressiva, é uma doença progressiva, é incurável,
02:01determinações fatais, mata, desmoralizando.
02:04Ela é democrática, não importa se é inteligente, se é analfabeto, né?
02:10Realmente, ela não tem nada a ver nem com o dinheiro, nem com a posição social, nem com o corpo, nada.
02:16E aí, depois que a vítima se torna, não tem mais jeito.
02:20Não tem outra saída.
02:22É preciso, realmente, parar com ele, senão ele vai lhe destruir.
02:25E eu perdi profissão.
02:29Eu era publicitária.
02:31Trabalhei em uma das melhores agências aqui do estado de Pernambuco.
02:34E eu fiz psicologia.
02:36Eu abandonei o curso com...
02:38Faltando seis meses para me formar.
02:40Já porque eu estava com alcoolismo, que eu não sabia que era o álcool, né?
02:44E meus amigos se afastaram.
02:48Eu fui derrotada pela bebida que eu tomava no final de semana.
02:51Ter esse detalhe também.
02:52Era só fim de semana.
02:54É lógico, se eu tivesse continuado, eu não sei como eu iria desenvolver a bebida diária.
02:59Com certeza sim, porque como ela é progressiva, mas eu não cheguei a esse estágio.
03:03Em que momento você percebeu que precisava de ajuda?
03:07Eu fiz 20 anos de terapia.
03:09Eu tratava das minhas neuroses.
03:12Não sabia que estavam ligadas ao alcoolismo.
03:15E eu só consegui identificar o problema do álcool através dos apagamentos,
03:20que a medicina chama de amnésia alcoólica.
03:22Quando eu comecei a ter esses apagamentos frequentemente, eu comecei a ter medo.
03:28Porque no apagamento a pessoa não lembra do que fez, não sabe de nada do que aconteceu.
03:33E é uma fase muito difícil da doença.
03:35Porque é nessa hora que você pode cometer um crime e não lembrar no outro dia.
03:39E muitas pessoas podem amanhecer numa delegacia, saber o que aconteceu no dia anterior.
03:43E aí eu tinha feito psicologia, eu sabia que aquilo era alcoolismo.
03:48Então eu tomei consciência a partir daí.
03:50Quando eu tomei consciência, eu disse que isso é alcoolismo, eu tomei um susto.
03:56E eu sabia que a tomada de consciência era um ponto de partida.
03:58E eu disse pra mim mesmo, eu vou procurar o A.
04:03Porque minha mãe, ela era enfermeira, ela trabalhou num hospital que tratava de pacientes alcoólicos.
04:09Um dia, eu ia lá na rua, ela me apontou uma pessoa.
04:12Tá vendo aquele rapaz ali?
04:13Minha filha, aquele rapaz era paciente lá do hospital.
04:17E ele conheceu o A.
04:19E quando ele conheceu o A, a vida dele mudou.
04:22Hoje ele é um homem casado, ele parou o bebê, resolveu a vida dele.
04:26E eu não esqueci dessa mensagem que ela me falou.
04:28Por isso que eu resolvi procurar o A.
04:31E quando eu cheguei no A, eu encontrei tudo que eu procurei a minha vida toda.
04:36Explicação pro sofrimento emocional, a razão pela qual eu bebia.
04:41Então a gente faz um inventário e começa a se conhecer de verdade.
04:45Bebendo a gente não consegue se conhecer.
04:46Podia ter o psicólogo maior do mundo ali, mas não funcionava.
04:50Só funcionou através de sobriedade.
04:53Cátia, a Maria falou uma coisa assim, né, dessa história dela, que me chamou a atenção.
04:59Ela disse, eu só bebia aos finais de semana e já estava no alcoolismo.
05:04A gente tem uma ideia de que alcoolismo é todo dia.
05:07A pessoa bebe ali todo dia.
05:09Não, ele bebe todo dia.
05:10Mas esse alcoolismo do fim de semana, muita gente bebe todo fim de semana.
05:16Como é que a pessoa identifica que ela já está numa situação de alcoolismo?
05:20Boa tarde, Thaís.
05:21Boa tarde a todos que nos assistem, né?
05:23Essa é uma pergunta muito importante.
05:26Porque de verdade a gente acredita, né?
05:28O leigo da sociedade de uma forma geral tem um certo preconceito, um estigma que foi criado
05:36que o alcoólatra, a pessoa que sofre com o problema do alcoolismo, é aquele que está caído na rua,
05:42é aquele que bebe todos os dias, enfim, é aquele que tem desastres terríveis na sua vida, não é?
05:48Mas a gente precisa observar alguns aspectos que são muito importantes.
05:51Por exemplo, a incapacidade de controlar o uso do álcool, de evitar a primeira dose
05:59e de evitar também a continuidade do uso desse, se tornando realmente um abuso e trazendo tantos prejuízos.
06:06A gente precisa olhar para os prejuízos, a gente precisa olhar também para uma questão muito especial.
06:13Eu preciso do álcool para estar feliz?
06:17Eu preciso da bebida naquele contexto para eu me divertir?
06:20Para eu me sentir à vontade?
06:21Eu preciso estar bebendo?
06:24Porque muitas pessoas não percebem, mas se a gente propõe uma atividade, uma atividade recreativa,
06:31uma atividade social, que não está incluída a bebida alcoólica, a pessoa diz, então não vai ter graça.
06:36Então esse é um aspecto que chama atenção para a gente sobre a questão principalmente do abuso
06:42que pode se tornar uma dependência.
06:43São níveis do uso do álcool que vai do recreativo, do episódico, uma vez na vida você bebe
06:51ou aquele mais consistente, mais frequente, até chegar ao abuso, que traz prejuízos sérios
06:57e a dependência, quando você de verdade não consegue controlar o uso e sente falta.
07:02O seu organismo grita pela substância.
07:06É muito comum a gente ver homens que passam pelo processo do alcoolismo,
07:11mas eu acho que para a mulher, Maria, se reconhecer como uma pessoa com alcoolismo
07:17deve ser muito mais difícil com relação a preconceito, a falta de apoio, a falta de rede de apoio.
07:24Como é que foi para você?
07:25Quem foi sua rede de apoio?
07:26Quem é que pegou na sua mão e disse, não, vamos junto?
07:29Ninguém.
07:31Também eu não chamei ninguém.
07:32Eu descobri, quando eu descobri, eu disse para mim, eu ainda fazia tratamento,
07:40mas já não era mais particular, já era na rede pública, porque eu já tinha perdido tudo,
07:44eu já estava destruída.
07:46E eu cheguei para a psicóloga e disse, eu sou alcoólatra.
07:49E ela tomou um susto.
07:51E eu disse, ela, eu vou procurar o AA.
07:54Ela disse, que bom que você vai procurar o AA, né?
07:56Então eu fui sozinha procurar o programa, né?
08:00E foi fantástica a descoberta, a minha vida mudou por completo,
08:04hoje eu sou uma nova pessoa, encontrei uma nova vida.
08:07Na verdade, eu aprendi a viver sem o AA, porque nós somos dependentes químicos.
08:12A sociedade, ela se preocupa muito com a droga, e tem que se preocupar realmente.
08:16Mas o que leva geralmente a droga é a primeira droga, a droga lista, que é o AA.
08:21Que vende em toda esquina, né?
08:23E a gente não sabia que eu anestesiava as dores e os problemas com o álcool, né?
08:29Ele é um anestésico perfeito, assim, a vida está perfeita quando você está embriagada.
08:34E é possível sair dessa situação, você aprova, viva disso, é possível recomeçar.
08:41Mas é uma vida permanentemente em vigília, né? Vigilante.
08:45Não, eu sou uma mulher livre, por incrível que pareça.
08:48Eu posso ir para qualquer lugar.
08:50Na verdade, o grupo de AA é um grupo de apoio, né?
08:54A gente se ajuda mutuamente.
08:56E a gente faz também um programa de recuperação, através dos doze passos.
09:01São princípios espirituais.
09:03E se praticado como forma de vida, a gente consegue expelir a obsessão pela bebida,
09:08porque o óculos é uma obsessão mental,
09:09e tornar essa pessoa íntegra, útil e feliz.
09:13Porque a sua ansiedade, muitas vezes, chama o alcoólatra de cabra safado, né?
09:17Ele é um mau caráter.
09:19E, na verdade, é um doente.
09:21Um doente emocional, um doente espiritual, e ele tem recuperação.
09:25Se é trabalhar esse programa, com certeza funciona.
09:28Devolve para a sociedade, porque a sociedade fabrica o alcoólatra,
09:31depois ela já está fora.
09:32Eu vou continuar conversando com vocês sobre esse assunto, né?
09:36A gente vai falar mais sobre isso.
09:38E agora eu tenho um recado para você que quer entrar no mercado de trabalho
09:42ou impulsionar sua carreira.
09:44Preste atenção a esses números.
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09:52E mais, 57% dos alunos conquistam um emprego melhor.
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10:05Olha, gente, os cursos técnicos Senac têm a qualidade e a credibilidade
10:09para fazer a sua carreira acontecer.
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10:19segurança do trabalho, turismo, entre outros.
10:22Acesse o site que está aqui na tela e inscreva-se já.
10:26Agora a gente faz um rápido intervalo e daqui a pouco tem mais conversas
10:31sobre a doença do alcoolismo em mulheres.
10:34É já, já.
10:42Bem, e você de volta?
10:44Eu estou aqui com a Katia Falcone, que é a psicóloga,
10:47e ela presta serviço voluntário aos alcoólicos anônimos.
10:51E estou também aqui com Maria, esse nome fictício,
10:55dessa mulher aqui corajosa, forte, que veio dar o seu depoimento
10:59sobre como ela conseguiu vencer o alcoolismo.
11:03Katia, vamos falar aí sobre essa colcha de retalhos?
11:06Que projeto é esse?
11:08É uma ação promovida por mulheres alcoólicas,
11:11mulheres que em Alcoólicos Anônimos encontraram uma nova maneira de viver.
11:16E essas mulheres percebendo a gravidade, como o alcoolismo feminino tem se intensificado,
11:25como tem aumentado o número de mulheres que, por solidão,
11:29um vazio existencial, pela sobrecarga do dia a dia, enfim,
11:32mas sobretudo pela doença do alcoolismo,
11:34vem sofrendo com o abuso e a dependência em relação ao álcool.
11:38Então, mulheres alcoólicas em recuperação, membros de A.A.,
11:43decidiram se reunir para fortalecer, levando essa mensagem,
11:48não só a mensagem de A.A., não só a mensagem de recuperação de A.A.,
11:52mas com um foco especial, uma atenção especial no alcoolismo feminino,
11:57para divulgar também, para que a sociedade possa compreender
12:00como é necessário, né, se o preconceito já existe em relação ao homem,
12:04por uma questão de gênero, essa mulher carrega ainda mais esse estigma,
12:09muitas vezes uma cobrança que ela não consegue, de fato, dar conta.
12:13E a coxa de retalhos é essa ação, que desde 2012 vem crescendo,
12:18oferecendo espaços para essa discussão, inclusive agora, em agosto de 2025,
12:23nós vamos organizar um encontro, que começa no dia 22,
12:30numa sexta-feira, é um seminário que vai ser durante todo o dia,
12:33com diversos profissionais, com médicos, neurocientistas, psicólogos, juízes, enfim.
12:38Nós vamos estar recebendo, a entrada é franca,
12:41é importante dizer que é aberta ao público,
12:43o foco é o alcoolismo feminino, mas é aberto a qualquer pessoa,
12:47mulher, homem, qualquer, seja profissional, seja alguém precisando de ajuda, não é?
12:53Vai ter esse seminário na sexta-feira o dia todo,
12:55e no final de semana, no Hotel Jangadeiro, nós vamos oferecer esse encontro
13:00também com diversos profissionais e com espaço para partilha,
13:03que o objetivo da coxa de retalhos é esse, abrir para a sociedade a oportunidade
13:10de falar, de conhecer sobre o alcoolismo feminino e encontrar a ajuda necessária
13:15em Alcoólicos Anônimos.
13:16Exatamente.
13:17Quem quiser mais informações, seu Instagram, para divulgar um telefone.
13:20Isso. A gente pode passar essas informações agora,
13:24e a gente pode também lembrar que em agosto, no dia 22,
13:32a gente vai estar reunido no Colégio Etepan, o antigo Etepan, né?
13:36Sim.
13:36Ali, na encruzilhada, e no Hotel Jangadeiro, no sábado e no domingo, 23 e 24.
13:44Excelente. Maria, para a gente finalizar aqui o programa,
13:49você disse que começou a tomar bebida aos 18 anos,
13:52a gente sabe que hoje a juventude está cada vez mais bebendo, e muito,
13:58e cada vez mais bebendo mais cedo.
14:02O que você tem a dizer, o que você pode dizer para esses jovens,
14:07para essas meninas que com seus 16, 17 anos já estão experimentando bebida alcoólica,
14:13já estão cada vez mais consumindo em festas, né?
14:16O que você tem a dizer, assim, com a sua história, para essas meninas em especial?
14:24Álcool é droga. Começa por aí.
14:27Então, as pessoas não podem achar que estão bebendo e achando que não é nada demais, né?
14:31Porque, para mim, beber fazia parte da vida.
14:34E eu não sabia que eu estava me drogando.
14:36Então, é muito perigosa a droga.
14:38E ela é uma porta que abre para outra droga, que é a droga maior.
14:42Porque na minha idade, na época, não tinha a quantidade de drogas que tem hoje.
14:47Não era uma coisa mais...
14:49Mas hoje a coisa está muito aberta, né?
14:51A maconha está institucionalizada, todo mundo usando,
14:54e não sabe o prejuízo que pode ter no futuro.
14:57Porque o problema é que ela é progressiva, que é incurável,
15:00e que tem terminações fatais que podem destruir a vida deles.
15:03Tem muitos jovens hoje destruídos nas casas de recuperação, muitas meninas, né?
15:07A situação está muito séria em relação ao alcurismo.
15:09E elas têm saído.
15:11Tem grupo de anônimos de alcoólicos, tem grupo para narcóticos,
15:14tem grupo para comedor compulsivo, tem grupo para fumante,
15:17tem grupo hoje baseado no programa de 12 passos de alcoólicos anônimos.
15:20E é importante informar que o AA não é seita nem é religião,
15:24não tem movimento político, nenhuma organização,
15:27não aceita, não faz controvérsia pública,
15:30e não aceita doações de fora.
15:31Nós vivemos das nossas próprias contribuições.
15:33Maria, muito obrigada pela sua participação aqui, viu?
15:38E parabéns por vencer essa luta.
15:42É um dia de cada vez para o resto da minha vida.
15:43Exatamente, exatamente.
15:45Você é uma guerreira.
15:47Exatamente.
15:47E vai continuar vencendo.
15:49Com certeza.
15:49Vai continuar vencendo, né?
15:50Principalmente porque tem ajuda de pessoas tão especiais, né?
15:54Tanto os próprios membros do ACMO,
15:56voluntários também que fazem parte dessa corrente de solidariedade.
16:00Kátia, obrigada pela sua participação aqui também, viu?
16:04Nós é que agradecemos a presença desse espaço para essa discussão, né?
16:09Convidando também todos os profissionais.
16:11Lembrando que na faculdade, raramente a gente consegue discutir,
16:16ter essa informação de uma forma tão clara.
16:18Não só sobre o alcoolismo,
16:19mas sobre o programa de recuperação de alcoólicos anônimos.
16:21Não se fala isso dentro das faculdades.
16:23Então que os profissionais, eles são muito bem-vindos, né?
16:25Estão convidados para estar presente em agosto, na coxa de retalhos.
16:29E ainda esse ano, no final do ano, em novembro,
16:32nós vamos ter o Seminário Nordeste de Alcoólicos Anônimos,
16:35aqui em Recife também.
16:36E todos estão convidados para conhecer um pouco mais do trabalho
16:39que a coxa de retalhos, que a Alcoólicos Anônimos oferece
16:43no apoio a quem sofre com o problema de alcoolismo.
16:46Obrigada pela participação aqui de vocês.
16:48E olha, você que é pai, você que é mãe também,
16:51fica sempre atento, tá?
16:53Ao seu filho, à sua filha.
16:55Fica atento a toda essa questão de bebida,
16:57porque isso é muito perigoso.
16:58Obrigada pelo carinho da sua audiência.
17:00Me segue lá no Instagram,
17:01arroba Teicintra TV.
17:03Amanhã a gente se encontra às 2h10 da tarde,
17:06logo após a Hora da Treta, com Pablo Marques.
17:09Cheiro!