A Terra do Espirito Santo (Revista O Careta - 1929)
Por BERILO NEVES.
O Careta de 20/07/1929.
O Espirito Santo é uma fortaleza de pedra que tem uma alma de jardim. A Natureza, como todo grande artista, é ciosa das suas obras primas : esconde-as, segrega-as, pendo, em torno da sua belleza rara, a hostilidade aguda dos espinhos ou a insensibilidade silenciosa das rochas. Não é atraia que as perobas se occultam no seio das ostras, e que os diamantes se perdem no fundo lodoso dos rios...
Sob a invocação symbolica do Espirito Santo este recanto maravilhoso do Brasil surge-nos por de traz de suas cadeias de montanhas como um vergel paradisiaco por entre ameias e torreões de um castello feudal. Por toda parte, rochas, elevações, colinas e cumes de pedra ; tambem, por toda par-te, os tufos verdes dos cafesais, as espigas esbeltas do milharal, o tronco forte das perobas e dos cedros gigantescos...
O valle de Chanaan, com a serenidade biblica da sua grandeza, com a doçura verde de seus contornos femininos, com a imponencia rude de seus cabeços montanhosos, com o bucolismo suggestivo das suas casas de colonos --notas humanas perdidas na immensidade envolvente da symphnnia natural é a synthese magnifica do Espirito Santo, corpo de motanhas, alma de rosas...
A sua tristeza é apparente, a sua melancolia, falsa como os panos de boca dos theatros. Ella é bella e feliz porque dia a dia se alinda de enfeites, se aprimora de aspectos, se engalana de riquezas estonteantes. Das extremas do norte ás regiões accidentais do littôral vêm thesouros prodigiosos corôar-lhe a belleza, requintar-lhe cada vez mais a formosura.
Ajustada ao seu nome, como uma bella mulher a um bebo titulo, ella representa a victoria do Homem sobre a Terra, da intelligencia sobre a inercia, da actividade sobre o comodismo, da acção sobre á materia, da alma dynamica e conquistadora do Brasil de amanhã sobre a alma infecunda e contemplativa do Brasil de hontem...
Por BERILO NEVES.
O Careta de 20/07/1929.
O Espirito Santo é uma fortaleza de pedra que tem uma alma de jardim. A Natureza, como todo grande artista, é ciosa das suas obras primas : esconde-as, segrega-as, pendo, em torno da sua belleza rara, a hostilidade aguda dos espinhos ou a insensibilidade silenciosa das rochas. Não é atraia que as perobas se occultam no seio das ostras, e que os diamantes se perdem no fundo lodoso dos rios...
Sob a invocação symbolica do Espirito Santo este recanto maravilhoso do Brasil surge-nos por de traz de suas cadeias de montanhas como um vergel paradisiaco por entre ameias e torreões de um castello feudal. Por toda parte, rochas, elevações, colinas e cumes de pedra ; tambem, por toda par-te, os tufos verdes dos cafesais, as espigas esbeltas do milharal, o tronco forte das perobas e dos cedros gigantescos...
O valle de Chanaan, com a serenidade biblica da sua grandeza, com a doçura verde de seus contornos femininos, com a imponencia rude de seus cabeços montanhosos, com o bucolismo suggestivo das suas casas de colonos --notas humanas perdidas na immensidade envolvente da symphnnia natural é a synthese magnifica do Espirito Santo, corpo de motanhas, alma de rosas...
A sua tristeza é apparente, a sua melancolia, falsa como os panos de boca dos theatros. Ella é bella e feliz porque dia a dia se alinda de enfeites, se aprimora de aspectos, se engalana de riquezas estonteantes. Das extremas do norte ás regiões accidentais do littôral vêm thesouros prodigiosos corôar-lhe a belleza, requintar-lhe cada vez mais a formosura.
Ajustada ao seu nome, como uma bella mulher a um bebo titulo, ella representa a victoria do Homem sobre a Terra, da intelligencia sobre a inercia, da actividade sobre o comodismo, da acção sobre á materia, da alma dynamica e conquistadora do Brasil de amanhã sobre a alma infecunda e contemplativa do Brasil de hontem...
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