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O padre Anderson Antônio, reitor da PUC-Rio, analisou o legado de escuta, diálogo e proximidade humana deixado por Francisco. Um perfil de papa voltado aos desafios globais e à inclusão, com gestos que aproximaram fiéis e não fiéis da Igreja.

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Transcrição
00:00E voltamos a falar da morte do Papa Francisco, porque marca o fim de um pontificado histórico,
00:06sendo o primeiro Papa latino-americano, jesuíta e o primeiro não-europeu em mais de mil anos.
00:13E para analisar o legado dele e os impactos das renovações no Vaticano,
00:18conversamos agora com o padre Anderson Antônio, reitor da PUC do Rio de Janeiro.
00:24Oi padre, muito bom dia para você, seja bem-vindo aqui ao Real Time, tudo bem?
00:30Bom dia, obrigado, super contente de poder participar, tudo ótimo.
00:35Triste, infelizmente, com a morte do Papa, mas agradecido. Vamos conversar sobre o legado.
00:43Sem dúvida. Padre Anderson, o Papa Francisco deixa um herdeiro natural ou não é bem assim?
00:51O legado dele não deve ser tão seguido à risca ou deve ser o próximo Papa um pouquinho mais conservador?
01:00Eu acho que ele não deixa o herdeiro natural, não é o caso, mas ele deixa um perfil.
01:05Um perfil de como ser um Papa, vamos dizer assim, para os tempos modernos, ao contrário, para o mundo contemporâneo.
01:16Então, mais do que deixar uma pessoa, ele deixa o perfil.
01:19O legado dele é um legado que eu diria que a gente pode pensar em termos de um método, modo de fazer as coisas.
01:30Do outro lado, é um legado que internacionalizou muito o governo da igreja e esteve muito atento aos desafios globais.
01:39Ele deixa um perfil. Vai ter que ser alguém que, de fato, tenha esse método, ou pelo menos adote, em parte, esse método,
01:47que é o da escuta profunda, do diálogo.
01:51Alguém que saiba lidar com o internacional e, de fato, compartilhar as decisões em termos globais.
02:00e, sobretudo, ligado aos grandes atentos e capazes de conversar sobre os grandes desafios do mundo,
02:07como a crise climática, as guerras, a injustiça, a justiça climática, a injustiça que o mundo é todo, infelizmente, vítima.
02:20E que tem como maiores vítimas, aí sim, os mais pobres, os lugares e as pessoas mais vulneráveis.
02:28Então, esse é o perfil, eu diria.
02:31O contexto traz um perfil para o nosso papo.
02:35O padre Anderson, o Papa Francisco influenciou a abordagem da Igreja Católica em questões sociais e políticas.
02:44Em questões sociais ele pediu mais atenção, por exemplo, aos pobres.
02:48Ele tocou em questões sensíveis à Igreja Católica, como o homossexualismo,
02:55dizendo, assim, que os gays, se eles buscam Deus, quem era ele para julgá-los.
03:02Isso é um legado importante e deve ter aí um desmembramento, uma continuidade dessas questões abordadas pelo Papa Francisco?
03:11Sim, eu acho que faz parte do que eu considero ser esse primeiro grande parte do legado, que é o método.
03:21É um método de escuta das pessoas.
03:23Primeiro, escutar, antes de julgar alguém.
03:26Ele nunca julgou, mas antes de julgar ou ter algum prejuízo sobre alguém,
03:31ou sobre um contexto, sobre pessoas, é a escuta das pessoas.
03:35Então, eu acho que isso vai continuar, sim, escutar as minorias, escutar as pessoas que sofrem,
03:40escutar os que se afastaram da Igreja ou que têm um sofrimento grande pessoal ou, então, como grupo.
03:49Então, eu acho que, sim, isso vai continuar.
03:52Agora, o desmembramento, como você usou a expressão disso, em políticas, aí já é uma outra coisa,
03:59porque aí depende muito de cada Papa, como é que ele vai efetivar isso.
04:04Agora, a atitude, eu gosto muito de pensar no gesto.
04:08O Papa Francisco é o Papa do gesto, né?
04:10O gesto de escuta, esse método, você escutar, você conhecer a gente,
04:15para depois tomar uma decisão, ser dinheiro, isso do gesto é fundamental, isso vai continuar.
04:22Precisa continuar procurando as minorias, continuar procurando e buscando soluções
04:27para uma inclusão maior das pessoas.
04:30Eu acho que isso não tem mais mudança.
04:33E é muito bom.
04:33Isso não quer dizer que ele seja progressista, no sentido, assim, não sei por culpura da palavra,
04:41mas quer dizer que ele realmente fez um com a humanidade.
04:46A humanidade é, assim, diversa.
04:47A humanidade tem minoria, tem sofrimento, tem espírito, e as pessoas têm que ser escutadas profundamente.
04:55Quando se toma a decisão, e aí é a decisão de cada Papa, né?
04:59A aplicação política, como acolher as pessoas.
05:04Mas tem que ouvir, aí tem que ouvir.
05:06E, graças a Deus, pode ter outro jeito.
05:09Ouvir é importante.
05:10O Padre Anderson, o Papa Francisco, ele ficou muito conhecido como um Papa bastante carismático, né?
05:18A gente teve o antecessor dele, o Padre Bento XVI, era conhecido como um Papa mais cisudo, né?
05:26Mais sério.
05:27E o Papa Francisco, um pouquinho mais descontraído, mais carismático,
05:32um pouquinho mais na linha que foi João Paulo II, né?
05:34Isso também ajudou a aproximar a Igreja Católica dos fiéis e conquistar mais fiéis.
05:40Ele também que circulou, né, por outras religiões, acabou juntando,
05:46ou atraindo as outras religiões ali também no diálogo com a Igreja Católica?
05:50Olha, o carisma do Papa é indiscutível, né?
05:56É o bom humor que ele tem.
05:59Eu acho que tudo isso também era uma estratégia, né?
06:02Uma estratégia natural, é da natureza dele, da personalidade.
06:06Mas era uma forma de se mostrar próximo das pessoas,
06:10como eu dizia, a escuta das pessoas, né?
06:13Então, ele usava disso, dessa qualidade natural,
06:16de ser procurado, de sempre ter uma batuta, né?
06:20De sempre ter quase que uma piada,
06:23para se aproximar das pessoas,
06:25para finalmente quebrar as barreiras,
06:28e aí, em seguida, estabelecer grandes pontes.
06:32Eu acho que foi, sim, uma grande marca do Ponte de Brasileiros.
06:38E, para isso, também, desconstruiu muito a ideia de um Papa
06:42ou o Papa com alguém que está em cima e desvinculado do mundo,
06:47sem lidar com os problemas, com as pessoas pessoais.
06:51Então, eu acho que foi um Papa, nesse sentido,
06:54muito transparente com o que eu mesmo.
06:56Ele vergonha de mostrar sua fragilidade,
06:59ou mesmo de maneira como ele se mostrava muito normal,
07:03um homem normal, né?
07:04Torcedor de senhores, com carteira de tudo.
07:08Então, tudo isso se aproximou, não só os católicos,
07:10mas todo mundo.
07:12Eu tive professores na Sorbonne,
07:14que eram ateus, hipnósticos,
07:16e eles diziam, olha, a igreja não entende, a fé não entende.
07:21Sim, mas esse Papa é o que eu gosto.
07:25Porque isso é uma normalidade, né?
07:28E isso não vai contra o sagrado.
07:30Ele conseguiu tornar sagrado o tempo de mim.
07:34Não é a risada, a estar junto.
07:38Torcer por um time de futebol,
07:40até porque é lindo, né?
07:42Então, eu acho que esse carisma dele foi uma estratégia
07:45de se aproximar da pessoa.
07:47E dizer, olha, nós temos muito mais coisa em comum
07:49do que diferença.
07:51E a santidade, né?
07:53Viver uma vida na fé,
07:55não é você sair desse mundo,
07:57mas é você entrar no mundo,
07:59você participar de tudo, né?
08:01Você ir a festas, né?
08:03E nesse sentido, e termino,
08:05o Papa aproximou muito a igreja da essência,
08:08de repente, mas era assim, né?
08:09Jesus foi às festas,
08:11ele participou, chorou junto,
08:14teve amigos,
08:15não sei qual que era o esporte da época,
08:17mas certamente ele participou,
08:18ele deve ter vibrado, né?
08:21Eu acho que mostrar essa fé como algo humano,
08:26profundamente humano,
08:28e que nos humaniza,
08:28porque te torna mais humano,
08:32mais amável,
08:33mais compassivo,
08:35mais novidário,
08:37pois isso foi o grande presente,
08:40ele nos deu um papo verdadeiramente humano,
08:44e sempre um tipo de problema com ele,
08:46ao contrário,
08:47foi uma marca extraordinária do Pontificante,
08:51todo mundo se sentiu junto,
08:52eu estive com ele ao lado,
08:53eu falei,
08:54eu falei,
08:54eu falei com ele,
08:56e assim do lado, né?
08:57E, de fato,
08:58quando eu se senti com ele,
09:00pelo que você, né?
09:03Por você estar ali com ele,
09:05se senti especial,
09:06aí ele fazia isso com todo mundo,
09:08eu conhecia,
09:08até os pais conhecidos,
09:10quem convivia com ele,
09:11era uma familiaridade,
09:14você sentia parte da família,
09:16um avô que acolhia todo mundo com respeito,
09:20muito respeito,
09:21mas com muito carinho,
09:23e com muita normalidade, né?
09:25Isso é extraordinário para mim.
09:28Está certo,
09:29o Padre Anderson falou também do time São Lourenço, né?
09:33Para o qual o Padre Francisco torcia,
09:35é uma coincidência,
09:36porque na carteirinha de sócio
09:38do Papa Francisco,
09:40do São Lourenço,
09:41exatamente o número é 88235,
09:45ele tinha 88 anos,
09:46e infelizmente acabou falecendo
09:47às 2 horas e 35 minutos de Buenos Aires,
09:50e aqui do horário de Brasília também.
09:53Padre Anderson,
09:53obrigado pela sua parte.
09:54Isso aí, não sei,
09:55isso daí o pessoal do futebol gosta de achar coisa,
09:59mas não deixa de ser uma coisa muito bonita
10:01e muito legal.
10:04Obrigado, viu, Padre Anderson,
10:05um ótimo dia para o senhor,
10:07e uma ótima semana.
10:10Muito obrigado, abraço.
10:11Obrigado.
10:13Obrigado.

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