Kenny Laplante, CEO da Genial Care, destacou o crescimento de 30% ao ano no mercado de assistência a crianças autistas no Brasil. Em entrevista ao Jornal Times Brasil, ele explicou como a startup atende famílias por meio de convênios e aposta na expansão.
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NotíciasTranscrição
00:00Bom, nosso assunto agora é saúde preventiva e investimento estratégico.
00:03Comigo aqui no Jornal Times Brasil, Kenny LaPlante, CEO da Genial Care,
00:09uma startup que é focada em garantir o pleno desenvolvimento de crianças autistas,
00:14também com apoio e orientação às famílias.
00:17Kenny, bom receber você aqui. Boa noite, seja bem-vindo.
00:20Obrigado pelo convite.
00:21A gente que agradece.
00:22Bom, a gente está no Abril Azul, que é o mês dedicado à conscientização
00:27sobre autismo ou transtorno do espectro autista.
00:30Queria te ouvir sobre qual é a importância de uma campanha como essa
00:33que acontece a partir da iniciativa da Organização das Nações Unidas, né, Kenny?
00:39Sim, perfeito. Abril é um mês muito importante na comunidade de autismo
00:43e é uma ótima lembrete sobre a importância de que cada criança realmente merece
00:49atingir seu máximo potencial. Isso é nosso propósito na Genial Care.
00:54Então, nós existimos para ajudar as famílias atípicas a atingir seu máximo potencial.
01:01Isso se aplica tanto para os filhos com autismo quanto para seus pais, né?
01:08Porque a gente acaba desenvolvendo um trabalho bem focado tanto nas crianças quanto aos pais.
01:13Quero entender como que isso funciona melhor, Kenny.
01:15Mas começando do começo, eu sei que por trás da fundação da Genial Care
01:20tem uma experiência pessoal sua, um diagnóstico de infância
01:24e também um toque aí que veio com o trabalho voluntário em postos de saúde no Brasil.
01:29Você pode contar um pouco dessa história para a gente?
01:30Claro, claro. Quando eu era criança, eu tive atraso de fala.
01:35Então, com uns quatro anos de vida, eu ainda não falava.
01:39Então, por conta de bastante suporte, bastante ajuda de alguns profissionais técnicos na época,
01:47eu consegui chegar no meu máximo potencial.
01:50E aí está aqui falando português, né?
01:52Inglês e português, ele que é norte-americano.
01:54Tentando, né?
01:55Muito bem.
01:56E muitos anos depois, eu era um executivo na área de saúde, lá nos Estados Unidos, inclusive.
02:03E foi lá que eu decidi empreender nesse segmento, porque tinha uma conexão pessoal, como você citou,
02:11e tinha uma conexão profissional, através do meu trabalho lá como investidor na área de saúde.
02:18Isso foi a inspiração por trás da Genial Care, porque eu vi que, mesmo nos Estados Unidos,
02:24ainda carece soluções de qualidade e que consigam atender e dar acesso para boa parte da população.
02:34Então, mesmo nos Estados Unidos é assim, então fora a oportunidade para ajudar é ainda maior.
02:40Então, eu sou casado com uma brasileira e eu acabei mudando para cá uns oito anos atrás.
02:46Mas, ao longo do caminho ali, eu fiz bastante coisa para desenvolver e desenvolver a tese da Genial Care
02:54e entender o mercado brasileiro e a receptividade da nossa solução.
02:59E foi ao longo desse caminho que eu acabei, sim, sendo voluntário a alguns pontos de SUS aqui em São Paulo,
03:07além de outros trabalhos que eu fiz ao longo do caminho.
03:10E a gente sabe que tanto o diagnóstico quanto o desenvolvimento mesmo de crianças no espectro autista
03:16passa por profissionais de múltiplas especialidades.
03:20A nossa rede de saúde tem serviço público, muita gente paga por esse atendimento na rede particular aqui no Brasil
03:28e tem os convênios onde também sabemos que não são raros os casos de judicialização para conseguir esse atendimento.
03:35Queria entender onde é que a Genial Care entra, que lacunas vocês vieram para preencher.
03:39Sim, tudo começa com a nossa missão.
03:41Então, como a gente tem esse propósito de garantir que toda criança chegue no seu máximo potencial,
03:48a gente está muito preocupado em como dar esse acesso.
03:52E hoje, o nosso modelo de negócio é focado principalmente nos convênios.
03:57A gente sabe que não é todo mundo no Brasil que tem acesso aos convênios,
04:02mas a gente consegue chegar em torno de 25% da população, que não é nada trivial.
04:10A gente tem até ambições no futuro de chegar na rede pública também,
04:15mas hoje o nosso principal foco enquanto negócio é atender os convênios.
04:21E qual que é o tamanho da rede?
04:24Quero saber de número de unidades, profissionais, pacientes.
04:27E qual que é o tamanho então que vocês calculam para esse mercado?
04:30O mercado é muito grande e está crescendo bastante.
04:34Todo ano a gente estima que o mercado de assistência para crianças com autismo
04:39está crescendo a mais de 30% ano a ano.
04:43Inclusive por aumento nos diagnósticos, né, Kenny?
04:45Por aumento de diagnósticos, por aumento de conscientização.
04:48Também.
04:49A partir de campanhas como o Abril Azul, como você mesmo falou.
04:53E nós estamos em uma fase de crescimento acelerado, mas controlado ao mesmo tempo.
05:01Hoje nós temos oito unidades, todas em Grande São Paulo ainda.
05:07A gente tem planos futuros para expandir para outras praças no Brasil ainda.
05:13Mas hoje a gente tem bastante cobertura de toda Grande São Paulo
05:16através dessas oito unidades com planos para expandir ainda mais esse ano e no ano que vem.
05:22Eu achei muito interessante que vocês fizeram um estudo, né, o retrato do autismo no Brasil.
05:28Ouviram mais de duas mil pessoas autistas e os cuidadores, né, de pessoas ali no espectro.
05:34Que dados chamam atenção e levaram a decisão de focar a atenção não apenas nas crianças,
05:39mas também nos adultos que cuidam dessas crianças?
05:42Perfeito. Primeiro, existe uma lacuna muito grande em entender essa população atípica, de modo geral.
05:50Grande parte dos estudos que foram feitos sobre a população com autismo
05:55foi feito num contexto diferente que é o contexto americano.
05:58A grande maioria dos estudos tem essa origem.
06:02Então a gente achou importante fazer alguns estudos locais
06:06focados na população brasileira para entender a situação aqui.
06:12Tivemos muitos achados interessantes nesse estudo.
06:15Acho que um que chama muita atenção é o quanto os pais, as mães e os pais, né, cuidadores,
06:22se sentem sem amparo, sem apoio.
06:25Se não me engano, a gente achou que mais de 80% dos pais de crianças com autismo
06:31se sentem muito dificuldade para até organizar a sua própria rotina, tá?
06:37Porque eles ficam sem rede de apoio mesmo.
06:40Então, é até por isso que a gente tem um foco não só nas crianças,
06:44mas também nos seus pais que também precisam desse amparo.
06:48Sim, inclusive para munir as crianças de ferramentas e ajudar nesse desenvolvimento, né?
06:54E quero agradecer, então.
06:55Ah, para finalizar só, desinformação fake news é uma dificuldade para atuar nessa área, né?
07:00É uma dificuldade.
07:01A gente está vendo, inclusive, muita fake news, não só, enfim, das redes sociais,
07:08mas infelizmente tem algumas coisas que a gente está vendo do próprio governo,
07:13de alguns países, que eu não vou falar quais,
07:16que estão repetindo alguns mitos que já foram desqualificados mesmo.
07:24Então, a gente já sabe, por exemplo, que o autismo tem fatores muito fortes genéticos
07:29e coisas como vacinas não causam autismo.
07:34Então, a gente tem que tomar muito cuidado para evitar esses mitos e não repetir esse tipo de fake news.
07:41Muito bom, muito obrigada por essas informações.
07:44Conversei com o Kenny Laplante, que é CEO da Genial Care,
07:47então, essa startup focada em desenvolver crianças no espectro autista.
07:52Muito obrigada, sucesso, que vocês possam ampliar cada vez mais esse serviço, Kenny.
07:55Obrigado.
07:56Prazer, boa noite.
07:56Obrigado.
07:57Obrigado.
07:58Obrigado.
07:59Obrigado.
08:00Obrigado.
08:01Obrigado.
08:02Obrigado.
08:03Obrigado.
08:04Obrigado.
08:05Obrigado.
08:06Obrigado.
08:07Obrigado.
08:08Obrigado.
08:09Obrigado.
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08:11Obrigado.
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