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Em entrevista ao Agora, Felipe Serigati, pesquisador do FGV Agro, analisou como a política tarifária de Donald Trump pode abrir espaço para o Brasil ampliar as exportações de soja para a China. A expectativa é de alta de 32% nas vendas em abril, com impacto direto no setor agro.

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Transcrição
00:00Diante de um conflito tarifário com os Estados Unidos, a China amplia as relações internacionais para firmar novos acordos.
00:08E a exportação de soja brasileira para o gigante asiático deve aumentar 32% em abril.
00:15Brasil e Estados Unidos são os maiores produtores de soja do mundo e competem por este mercado.
00:21A gente vai analisar a política de Donald Trump no setor do agro com o Felipe Serigatti, que é pesquisador do FGV Agro.
00:30Oi Felipe, bom dia para você. Muito obrigada pela sua participação ao vivo com a gente aqui no Agora.
00:36Bom Felipe, o Brasil já está se beneficiando, deve se beneficiar ainda mais e pode inclusive ajudar a subir o PIB brasileiro com esse aumento no volume de exportação de soja.
00:49Bom dia Paula, muito obrigado pelo convite.
00:52É isso mesmo, né? Então, por mais que no agregado mundial esse atrito comercial entre as duas principais economias do planeta,
01:00seja ruim, quem vai sair em termos líquidos vencedores disso, tem ali nichos que podem ser beneficiados.
01:11Um deles claramente é o universo agro-brasileiro, porque em termos de produtos agropecuários no mercado internacional,
01:19essencialmente Brasil e Estados Unidos são concorrentes, né?
01:22Óbvio, né? Brasil exporta também produtos agropecuários para os Estados Unidos,
01:28mas pensando nas transações no mercado internacional, em alguns produtos, Brasil e Estados Unidos disputam
01:34não exatamente os mesmos nichos, mas direcionam suas exportações para mercados semelhantes.
01:41E um caso é justamente isso, né? Então você tem dois grandes produtores de grãos, Brasil e Estados Unidos,
01:45tem a China que é uma grande demandadora, demandante de grãos,
01:49e a China então colocando ali uma barreira tarifária em cima dos grãos dos Estados Unidos,
01:56nesse mercado de commodities, uma barreira tarifária, não vai nem ser os 125%,
02:00pode ser, sei lá, 30%, que seja, já faz muita diferença na competitividade desses produtos.
02:07Resultado líquido disso, as exportações de soja brasileira para a China devem aumentar esse ano,
02:13já ia aumentar naturalmente, temos uma safra recorde, mas ganhou um impulso adicional.
02:20Felipe, Mária Almeida, nossa economista e também analista de todos os dias aqui no Agora,
02:25hoje está participando virtualmente e ela também tem pergunta para você, viu?
02:30Oi, Felipe. Bom, obrigada pela sua participação.
02:35Acho que a soja acabou encontrando um momento muito positivo,
02:38porque exatamente quando ela ia ter uma super safra,
02:41poderia ter causado até perda de preço,
02:44tem esse aumento aí de demanda e está assistindo um pouco essa cultura.
02:49Minha pergunta para você é, o cara que vai ter a decisão da próxima safra,
02:53as decisões para quem vai plantar, elas conseguem levar em consideração um cenário estratégico mais consistente?
03:01Quer dizer, dá para olhar para frente e fazer apostas fortes, por exemplo, por descrescimento?
03:06Ou isso poderia provocar algum desvio em culturas específicas aqui no Brasil?
03:13Desculpando alguns produtos, por exemplo, em detrimento da soja?
03:16Ótimo ponto, ótimo ponto, Mari.
03:20Então, vamos lá.
03:21Tem muita água para passar por baixo da ponte ainda,
03:24até o produtor brasileiro tomar a sua decisão, né?
03:29E aí, qual que vai ser a área que ele vai produzir de soja, de milho,
03:32pensando naturalmente na próxima safra de verão?
03:35Quando é que o plantio efetivamente começa, né?
03:39Deve começar quando chegarem as chuvas após o nosso inverno, né?
03:42Então, se São Pedro for generoso, essa chuva deve chegar em algum momento ali em setembro
03:48e a gente dá início ao plantio da nossa safra de verão.
03:52Só que, veja, tem mais coisa ainda para ser colocada, né?
03:55Vamos colocar aquilo que a gente tem no curto prazo.
03:58Qual que é a primeira grande informação, né?
04:01No momento que a gente conversa,
04:03a gente já colheu a nossa safra de verão,
04:05a gente está ali nos preparativos da nossa segunda safra,
04:09que essencialmente é milho.
04:11Só que agora, nesse meio do ano,
04:14nós temos a chegada da safra dos Estados Unidos.
04:16Uma safra que está sendo plantada no momento que a gente conversa,
04:20só que tem um enorme ponto de interrogação.
04:22E aí?
04:23Qual que vai ser o tamanho da safra dos Estados Unidos?
04:26Nós não temos ainda, entre aspas, uma informação oficial.
04:30A única informação que a gente tem,
04:32que saiu no final do mês de março,
04:34é um relatório chamado
04:35Intenção de Plantio, que a SDI divulga.
04:37Então, não está dizendo que os técnicos do SDI foram lá nas lavouras
04:42e viram o que estava acontecendo.
04:43Não.
04:44Perguntou para os produtores.
04:45E aí?
04:46Você vai começar o seu plantio?
04:48Você vai plantar?
04:48Quando você vai aumentar a sua área?
04:50Você vai plantar mais soja, mais trigo, mais milho?
04:52O que você vai fazer?
04:53Qual foi o resultado desse relatório?
04:55Os produtores norte-americanos vão ampliar a sua área plantada de milho,
05:00reduzindo tanto soja quanto trigo.
05:03Então, isso, pensando no caso brasileiro, vai dizer,
05:06olha, gente, o nosso grande concorrente vai reduzir a sua área de soja, hein?
05:10Então, talvez tenha ali uma oportunidade para nós.
05:13Verdade.
05:14E, combinando isso com esse atrito comercial,
05:17o cenário base seria justamente esse.
05:19Olha, você vai ter lá uma sustentação para as cotações da soja.
05:23Só que tem muita coisa ainda para acontecer, né?
05:26Se o SDI tiver, mesmo com uma área menor de soja,
05:29não tiver uma belíssima safra,
05:32essas cotações, na verdade, têm um efeito inverso.
05:36Mais do que isso.
05:36Vamos pensar agora no atrito comercial.
05:40A China tem como abrir mão completamente da soja norte-americana?
05:45Por mais que uma autoridade chinesa tenha dito isso ao longo dessa semana,
05:49que foi na segunda-feira,
05:51na realidade, a gente sabe que isso não é possível, né?
05:55A demanda por farelo de soja ali na China,
05:59por óleo e farelo de soja,
06:01ela é praticamente constante ao longo do ano,
06:04só que aí você vai ter duas grandes safras.
06:06uma safra que chega no primeiro semestre,
06:09que é justamente a safra do Hemisfério Sul,
06:11grande destaque para o Brasil,
06:13e a safra que vai chegar no segundo semestre,
06:15que é justamente a safra do Hemisfério Norte,
06:17com grande destaque para os Estados Unidos.
06:19Então, a China não tem como fazer uma super estocagem,
06:23pegar só a safra do Hemisfério Sul,
06:26por isso garantir todo o seu abastecimento ao longo do ano.
06:29Então, ele vai precisar, sim, da safra de soja norte-americana.
06:32Pode comprar menos lá e aumentar um pouco mais aqui?
06:36Sem dúvida alguma, e esse é o cenário base.
06:39Mas ele vai ter que comprar soja dos Estados Unidos.
06:41O que nos leva a crer que, em algum momento,
06:45essas duas autoridades vão ter que se atar e negociar.
06:49E aí?
06:50Pergunta importante.
06:51Quais serão os termos dessa negociação?
06:56Então, para o produtor, tem que aguardar.
06:59Vamos ver o que acontece com a safra dos Estados Unidos
07:01e vamos ver se houver uma negociação,
07:05em que termos isso acontecerá.
07:08A gente falou aqui só de soja, só de grãos,
07:10mas, por exemplo, uma realidade semelhante
07:12também vale para a proteína, também vale para as carnes.
07:16Agora, Felipe, a gente, eu, a Mari e outros entrevistados aqui no Agora,
07:20a gente tem comentado bastante também sobre esses gargalos,
07:23os desafios logísticos do transporte, principalmente de grãos aqui no Brasil.
07:29Então, se a gente for pensar por esse lado,
07:32da exportação da soja com previsão de aumentar em 32%,
07:36como que o Brasil vai conseguir atender toda essa demanda?
07:39Que ainda a previsão é de 32% de aumento,
07:41mas que pode ser ainda maior.
07:45Então, vamos lá.
07:47Desafio logístico no Brasil não é inédito, não é de hoje.
07:51E, assim, a sensação que dá é que a gente não avança.
07:55Não, mas avançou bastante a parte logística no Brasil.
07:58Se a gente conversasse há 10 anos,
08:01a maior fração dos nossos grãos,
08:03mesmo sendo produzido ali no centro-oeste,
08:05sairia aqui por baixo, aqui por Certas, aqui por Paranaguá.
08:08Hoje não.
08:09Hoje já sai para os portos lá em cima.
08:11Só que, como essa produção aumenta no ritmo bastante acelerado,
08:17a logística não tem conseguido acompanhar no mesmo ritmo.
08:20E não é fácil, gente.
08:21Então, hoje a gente está falando de uma safra de 330 milhões de toneladas de grãos,
08:27coisa que há cinco anos era impensável.
08:30Nosso recorde anterior era uma safra de 272 milhões de toneladas de grãos.
08:35Hoje estamos falando, se a gente falar de 300 milhões de toneladas,
08:37é uma quebra de safra.
08:39Então, imagina para a logística dar conta nessa velocidade
08:43para acompanhar o ritmo da expansão do água,
08:46principalmente na parte de grãos.
08:48Mas o grão está lá.
08:50Então, a gente vai exportar esse volume adicional,
08:53mas é um grão que já foi produzido, que já foi colhido.
08:57Então, de alguma forma ou outra,
08:58esse grão já seria escoado.
09:00Ok, uma parte disso pode parar no estoque.
09:02Aliás, essa era, inclusive, a projeção.
09:04A gente teria uma ampliação nos estoques de passagem de soja.
09:08Mas esse desafio logístico não é imediato.
09:13Os investimentos prosseguem, continuam acontecendo.
09:16Mas, na velocidade em que o agro cresce,
09:20acho que essa manchete de que, olha, nós temos ali um gargalo logístico,
09:25permanecerá.
09:26É um problema?
09:27Sem dúvida alguma.
09:29É desconfortável?
09:30Mas tem um lado bom esse problema,
09:33porque ele decorre justamente de um setor
09:34que está crescendo de maneira bem acelerada.
09:38Muito obrigada, viu?
09:39Felipe Serigatti, pesquisador do FGV Agro,
09:42mais uma vez participando ao vivo com a gente aqui.
09:45Um ótimo dia, bom feriado e bom restinho de semana.
09:49Eu quero esse convite.
09:50Um ótimo feriado a todos vocês.
09:52Muito obrigada.
09:53Até a próxima.

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