O processo de escolha do próximo papa é longo e cercado de sigilo. A maioria dos 252 cardeais do mundo já chegou em Roma para participar da despedida de Francisco. Apenas os que têm menos de 80 anos, cerca de 135, poderão entrar no Conclave que elegerá o novo pontífice. Henrique Krigner, Marcus Vinícius de Freitas e Fábio Piperno analisaram o processo de votação.
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NotíciasTranscrição
00:00E Henrique, que está aqui com a gente também, o Papa, ele teve esse papel, então, ativo de diplomacia,
00:06com atuação muito forte em negociações de paz, reaproximação das nações e diálogo também, a gente pode falar, interreligioso.
00:13Será que o próximo vai conseguir conduzir da mesma maneira?
00:17Essa é a pergunta que todos fazem e que as pessoas também criam a expectativa, porque ele conseguiu.
00:22A gente pode falar que ele conseguiu. Será que esse feito também, o próximo vai conseguir?
00:28É, a gente pode reconhecer que o Papa Francisco deu sequência a essa tradição diplomática da Igreja e também do Vaticano.
00:37A gente teve, acho que vale a pena adicionar também na lista, que a Deise trouxe tão bem,
00:42na década de 70, o conflito de Beagle entre a Argentina e o Chile, aqui, vizinhos nossos, que estavam ali em pé de guerra.
00:51E foi o Papa João Paulo II que teve a incumbência de trazer paz e determinar quais seriam a porção daquele estreito ali para cada um dos países.
01:01O Papa Francisco também, trazendo mais para a nossa região, teve um papel muito importante nas negociações de paz na Colômbia,
01:08com as forças guerrilheiras ali da Farc e o governo.
01:12Enfim, uma intervenção ali que foi muito bem vista.
01:15Agora, o tom subiu. A gente está num momento muito delicado de conflitos entre Rússia e Ucrânia,
01:22que possivelmente podem envolver outros atores, e no Oriente Médio também.
01:26E agora, como eu disse antes, falando também sobre a questão de Indipaquistão.
01:31Então, o próximo Papa, com certeza, vai dar sequência a essa tradição,
01:35porém, as armas vão ser diferentes, o jogo vai ser um pouco mais delicado também,
01:41porque nós estamos falando de conflitos que têm um potencial de uma escalada global.
01:46São conflitos regionais que, quanto mais se acirram, quanto mais sérios vão ficando,
01:52podem assumir um caráter global muito rapidamente.
01:56Então, o próximo Papa vai ter um desafio muito grande também de jogar a essa altura.
02:01Professor Marcos Vinícius, à espera do conclave.
02:04Essa decisão vai ser muito importante para o mundo, não só para a Igreja Católica, mas para todo mundo.
02:11É, porque, Elisange, nós estamos aí num período complicado, não é?
02:15Da história do mundo, nesse processo todo de polarização que a gente observa do ponto de vista político.
02:23E o Vaticano, como foi mencionado, tem ali, a Santa Sé tem o seu serviço diplomático,
02:29que tem enorme experiência em lidar com vários dos problemas existentes,
02:36tem um poder de persuasão relevante,
02:38e, muitas vezes, é uma ponte para a conversa entre grupos, não é?
02:43Se nós pensarmos que o Vaticano foi extremamente importante no degelo das relações Cuba e Estados Unidos,
02:52nós temos aí muito claro que existe um papel importante a ser desempenhado.
02:57E, claro, que uma coisa muito relevante a enfatizar também
03:01é que a perspectiva do Vaticano com relação ao tempo também é diferente, não é?
03:07Foi mencionado aí o conflito entre Chile e Argentina com relação ao canal de Beagle,
03:14e ali nós vimos que o trabalho da Igreja, do cardeal,
03:17que foi destacado para cuidar da questão, demorou oito anos.
03:21Não é um processo de mediação e, claro, que um pontificado permite a Igreja ter esta longevidade de perspectiva com relação ao tempo.
03:32E nesse contexto todo é que nós começamos a ver que a forma como o novo Papa vai se comportar
03:41num mundo cada vez mais polarizado é extremamente importante.
03:45Afinal, não é? Hoje em dia, se você fala uma coisa que a pessoa não gosta, você já é imediatamente cancelado.
03:52As pessoas têm esta questão, esta sensibilidade muito elevada quando se fala alguma coisa que não lhes agrada.
04:01Então, é muito complicado a função aí de você ser um líder mundial,
04:05mas é extremamente importante que você tenha, num contexto em que você observa tanta imaturidade de líderes políticos,
04:14alguém a quem você possa recorrer que tenha, não somente a sabedoria do tempo,
04:20mas que também tenha a capacidade de ser um bom conselheiro
04:24e, principalmente, alguém que tenha a capacidade de influenciar.
04:28Então, é disso. Esse é um aspecto importante que se espera também do Papa.
04:32Um conselheiro, num mundo que, muitas vezes, as lideranças políticas são extremamente imaturas.
04:39Nove horas e vinte e sete minutos.
04:41Repita.
04:42São nove e vinte e sete.
04:44Seguimos aqui na nossa cobertura especial a respeito do funeral do Papa Francisco.
04:50O Fábio Piperno também está conosco nesta manhã.
04:53O Piperno e cada Papa tem a sua característica.
04:57A gente tem aquele que é um baita comunicador.
05:01O próprio Francisco, e por suas ações também, acho que o Papa João Paulo II também foi uma figura
05:06muito importante no que diz respeito a esse diálogo com novos fiéis, com os antigos também,
05:11numa época ainda sem rede social, sem grande exposição.
05:15E o Papa Bento XVI, só para ficar nos mais recentes, conduzindo de uma maneira mais intelectual o seu mandato.
05:24E aí, diante do próximo conclave, não dá para a gente prever o que vai sair daí.
05:28Se um mais comunicativo, ou se um mais intelectual, ou se uma junção de todas essas coisas.
05:35Por que não, né, Piperno?
05:36É, por enquanto fica muito difícil a gente prever qualquer coisa, até porque aqueles cadeais
05:42que vêm sendo mais perfilados aí pelos veículos de comunicação de todo mundo,
05:46eles vêm dos mais diferentes espectros e culturas, né?
05:50Então, muitos deles são claramente mais ligados aí, por exemplo, à questão do trabalho pastoral.
05:56Outros se envolvem mais diretamente em causas de atendimento a pessoas mais fragilizadas,
06:05aqueles que atuam contra conflitos armados.
06:09Por exemplo, o patriarca de Jerusalém, que é um dos nomes que vem sendo muito cotado nos últimos dias,
06:16o Piazza Bala, ele é, enfim, alguém que inclusive já conta com um lobby contrário
06:23liderado pelo governo de Israel.
06:26Então, vejam, no caso, por exemplo, dos cardeais dos Estados Unidos,
06:33até para que as pessoas entendam, os Estados Unidos,
06:37embora não estejam entre os mais tradicionais países católicos do mundo,
06:42e o catolicismo lá está bem longe de ser a religião hegemônica,
06:47os Estados Unidos têm um grupo de dez cardeais.
06:51É o segundo maior grupo do mundo.
06:54Agora, também não há, digamos, uma unidade intelectual e ideológica
07:00entre esses dez integrantes agora desse grupo de, enfim, de cardeais.
07:06Há, por exemplo, um cardeal muito próximo do presidente Trump.
07:09Há um outro que ele acaba provocando muita rejeição, por exemplo, por parte dos republicanos,
07:19especificamente o, ele se chama Blaise Joseph.
07:24Ele é um cardeal que, inclusive, ele fez uma oração na abertura da última convenção do Partido Democrata.
07:33Então, esses perfis, eles são muito diferentes e fica muito difícil a gente imaginar
07:39qual o rumo que a igreja vai tomar a partir das posições do seu próximo Papa.
07:44Perfeito. Fábio Piperno aqui com a gente também, nessa programação especial do Jornal da Manhã da Jovem Pan.
07:51Agora, nove horas e trinta minutos.
07:53Fábio Piperno segue com a gente aqui nesta manhã.
07:56Ô, Piperno, você falava dos cardeais americanos,
07:59acho que é Raymond Burke, né, que talvez um dos mais citados também,
08:03com possibilidade que tem uma outra visão do que o próprio Papa Francisco.
08:09Francisco, a minha dúvida é a seguinte, Piperno, talvez de muita gente também,
08:12será que teríamos mais um Papa americano em sequência?
08:16Ou será que isso não é levado em consideração, será que isso não é levado em conta?
08:20E aí a gente já citou aqui em outros momentos,
08:22o crescimento do catolicismo na África,
08:25a questão da própria Ásia,
08:27ou o retorno para um Papa europeu,
08:29quem sabe um Papa italiano novamente.
08:31Veja como tem várias nuances aí a serem consideradas
08:35e que a gente não sabe como é que isso vai se dar na cabeça
08:38de quem vai eleger o futuro santo padre, né?
08:40É claro que são 136, 133 cardeais que participarão do conclave,
08:46portanto, 133 papáveis,
08:49embora um grupo muito mais restrito
08:53seja presença constante em todas as especulações,
08:58principalmente da imprensa italiana nesses últimos dias.
09:01De qualquer forma, você citou, por exemplo, um cardeal americano.
09:04Esse é o cardeal tido como mais conservador
09:07e próximo, e seria o preferido do presidente Donald Trump.
09:12O outro que eu citei há pouco, o Blaise Joseph,
09:15é um cardeal também americano, igualmente americano,
09:18mas, em compensação, tem mais ligações com o Partido Democrata.
09:23Ele, inclusive, disse que chegou,
09:25ele é o arcebispo de Chicago
09:27e chegou a declarar, inclusive, que nas igrejas dele
09:33nenhum imigrante vai ser retirado à força.
09:37Então, vejam só como as posições,
09:39elas são antagônicas dentro da igreja de um mesmo país.
09:44Agora, imagina se a gente olhar para o mundo todo
09:48a multiplicidade de posições que a gente vai acabar encontrando.
09:53De qualquer forma, há, sim, uma atenção muito grande
09:59para a África e para a Ásia,
10:02porque são as duas regiões do mundo
10:04onde o catolicismo mais cresce.
10:07A Itália fez papos durante vários séculos consecutivos,
10:11até que isso tenha sido rompido
10:16com a escolha do então cardeal Carol Voitilo,
10:21João Paulo II.
10:22Depois disso, um papo alemão,
10:24em seguida, um papo argentino.
10:27Mas a Itália gostaria de voltar a ter um papo,
10:31retornando àquelas tradições antigas.
10:35A Itália tem 17 cardeais
10:38e, certamente, o país se mobiliza em torno de alguns desses nomes
10:47e, dentre eles, os mais cotados são os cardeais Parolin
10:52e o Pizzaballa, que eu acabei de citar.