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00:00Transcrição e Legendas Pedro Negri
00:30Como assim?
00:32Droga!
00:39Como é que pode a equipe de remoção não ter encontrado teu corpo valente?
00:45Você não pode ter sobrevivido a cinco tiros.
00:49Não é?
00:54Estou com problemas, doutor Fredo. Preciso conversar com você urgente.
00:56Estou ocupado. A gente se fala outra hora.
00:59Também estou cheio de problemas para resolver.
01:01A gente também está cheio de problemas para resolver.
01:04E agora acho que por sua causa teremos mais um.
01:06Como assim?
01:08Onde você quer chegar, Marta?
01:10Quem é valente.
01:11Aqui ninguém mais ficará depois do sol
01:19No final será o que não sei
01:24Mas será
01:25Tudo demais
01:28Nem o bem
01:29Nem o mal
01:31Só ouvir o calmo
01:34Eu não estou entendendo?
02:00Qual é o objetivo da sua missão?
02:02Eu não lhe devo satisfações?
02:04Eu não estou entendendo por que você não está querendo passar essas informações.
02:06Porque eu não sou subordinado a você.
02:09Eu não tenho que dar explicações. Eu sou o diretor do DPCOM e você, Marta, é só uma delegada.
02:13Mas doutor, um jornal do Rio de Janeiro publicou uma reportagem sobre a ação do DPCOM na cidade.
02:19Perseguições no trânsito, tiroteios no centro da cidade.
02:22Isso não foi o pior que aconteceu.
02:23A opinião pública está chocada com a ação que foi feita por você e por seus agentes no Rio de Janeiro, na favela.
02:28Invasões de domicílios, exposição de civis à violência, balas para tudo quanto é lado e muita gente machucada
02:34por causa do comportamento belicoso dos seus agentes.
02:38A imprensa está divulgando que até cachorro foi baleado.
02:40Como é que vocês tiveram coragem de fazer uma coisa dessa?
02:42Se atiraram em cachorro.
02:43Um cão feroz, grande, avançou em mim.
02:47Provavelmente depois que você invadiu a casa dele.
02:49Eu tinha que me defender.
02:50Escuta aqui. Eu não vou dar mais satisfações a vocês.
02:55Entendeu? O que é isso agora?
02:56É a inquisição?
02:57E o homem que foi preso?
02:59Vocês perseguiram o homem que foi detido e levado no camburão.
03:02Cadê esse homem?
03:03Quem é esse tal de valente, doutor Fredo?
03:05Por que a ficha dele não está aqui no arquivo de mutantes listado pelo DPCOM?
03:09De quem foi a ordem de prendê-lo?
03:10Não interessa.
03:12Eu estou envolvido em uma missão secreta.
03:14Entenderam?
03:15Top secret.
03:17Ordem superiores.
03:18Não é missão para agentes idealistas e românticos como vocês.
03:22Missão secreta, doutor Fredo? Missão secreta?
03:24Sim.
03:25No Rio de Janeiro só se fala dessa ação do DPCOM e o senhor vem nos dizer que é missão secreta?
03:30Vamos aos fatos, doutor Fredo.
03:32Houve uma ação nada descrata no Rio de Janeiro.
03:34Uma ação onde vocês prenderam um homem.
03:36Esse homem que vocês prenderam era o tal do valente.
03:40Impressionante.
03:41Vocês são o quê?
03:43Vocês são surtos?
03:45Eu já disse que não vou dividir informações sobre essa missão.
03:48Nem o seu alvo.
03:49Chega!
03:50A questão mais importante é a seguinte, doutor Fredo.
03:52Um homem foi preso no Rio de Janeiro e não foi trazido aqui, para a sede do DPCOM.
03:57Por quê?
03:59Cuidado que a imprensa está especulando e está levantando suspeitas de que você e os seus agentes
04:04levaram esse homem para algum lugar e o executaram sumariamente.
04:34Eu não sei.
04:38Eu não lembro o que eu sou.
04:40Calma.
04:41Amnésia postral.
04:43Isso acontece.
04:45Você vai lembrar.
04:52Você não pode fazer esforço ainda.
04:55Eu preciso de um espelho.
04:57Um espelho?
04:58É.
04:59Eu preciso me ver.
05:02Eu preciso saber como eu sou.
05:03Eu não lembro do meu rosto.
05:05Não?
05:06Não.
05:10Eu não lembro da minha idade.
05:12Eu não sei se eu sou velho.
05:14Se eu sou novo.
05:16Está mais para novo.
05:19Eu vou achar aqui um espelho para você.
05:23Eu não lembro da minha família.
05:26Dos meus pais, de nada.
05:30É tudo um branco.
05:31Sem qualquer registro de fato.
05:37Como se minha memória tivesse sido arrancada do meu cérebro, doutora.
05:40Você acabou de despertar de um coma.
05:42É natural que você fique confuso.
05:44Aliás, não é nem normal que você já esteja falando tanto assim.
05:49Sua recuperação é impressionantemente rápida.
05:55Eu tenho esse espelhinho aqui que é usado por pacientes que não podem levantar.
06:00Toma.
06:00Então, lembrou desse rosto?
06:18Não.
06:20Não?
06:23Não.
06:24Como é que pode?
06:31Eu olho no espelho e vejo um estranho.
06:36Eu não lembro nem do meu rosto.
06:38Eu olho no saber quem eu sou.
07:00Tinha uma carteira com você.
07:02Uma carteira com os meus documentos.
07:09Eu não sei dizer o que isso significa, mas tem várias identidades na carteira.
07:15Como assim?
07:17Algumas notas fiscais, cartões.
07:20Só não tinha dinheiro.
07:21Documentos com nomes diferentes.
07:30Do mesmo rosto.
07:35Exatamente.
07:36Só que disfarçado de várias formas.
07:38Meu Deus.
07:41Então eu tinha vários documentos com várias identidades?
07:44É o que parece.
07:46Meu Deus, que mistério é esse?
07:50Quem sou eu?
07:51Vão embora da minha casa!
08:02Mãe!
08:03Draco e Tele.
08:04O que vocês querem aqui?
08:06Calma.
08:07Pra que tanto medo, gente?
08:09É, a gente só veio aqui conversar.
08:11A gente não tem nada pra conversar com vocês.
08:14Aí é que você se engana, Janete.
08:17Ué, você não é a famosa mutante que vê o futuro?
08:19Então, por que você não tenta adivinhar o que a gente quer?
08:22Deixa meu irmão em paz.
08:24Fala logo o que vocês querem.
08:26É simples.
08:28A gente quer que vocês dois fiquem do nosso lado nessa guerra que a gente tá travando contra os humanos.
08:32Vocês só podem estar brincando.
08:35Se é isso que vocês vieram procurar, perderam a viagem.
08:38Vocês podem ir embora.
08:40Eu sei que vocês querem explodir uma bomba em São Paulo.
08:42Eu vi.
08:43Eu não vou compactuar com isso.
08:45Eu não vou.
08:47Tá vendo, Draco?
08:49Ela realmente sabe prever o futuro.
08:51Não.
08:52É exatamente o que a gente tá precisando pra antecipar as manobras do DPCOM.
08:56Será que vocês não entendem?
08:58Nós, mutantes, devemos nos unir.
09:01Essa é perfeita.
09:05A gente leva os dois e depois mata a humana.
09:09Uma mãe que não serve pra nada.
09:11Você não vai fazer nada com a minha mãe, cara.
09:12O que ele tá pensando, Lucas?
09:13Não importa, mãe.
09:14O que importa é o que eu não vou deixar.
09:15Fica aqui atrás de mim.
09:17Olha, assim você tá me deixando com raiva.
09:22A gente vem aqui fazer uma boa proposta.
09:23E você recebe a gente desse jeito?
09:27Vão embora.
09:28Vocês não vão conseguir nada da gente.
09:29Vão embora.
09:30Que pena, Janete.
09:32Porque em vez de matar só sua mãe,
09:35a gente vai ter que matar os três.
10:00O que vocês querem aqui, hein?
10:05Já não basta que vocês aprontaram a progênese, hein?
10:09Oi, irmã.
10:10Baixa a tua bola que quem destruiu a progênese foram vocês.
10:13Foi por incompetência de vocês e de toda a família, Maia, que as coisas chegaram a esse ponto.
10:16Me dá amor, filho, Meduso.
10:18Eu acho melhor vocês irem embora da minha casa.
10:21Se não, posso saber quem vai expulsar a gente daqui.
10:25Você quer tentar isso?
10:26Ó, seguinte, sem querer me intrometer, mas já me intrometendo, vocês, mutante, tem que ficar espertosauro, manja.
10:32Aí fora tem sempre uma equipe do D.P.C.O., Departamento Antimutante.
10:37Tão ligado, né, lindô?
10:39Se duvidar, vocês dois, ó, ó, lê dancer.
10:42Por isso quem avisa, amigo, é puxa o carro, meu, rasga, Bichou.
10:46Não entendi muito bem o que você falou,
10:48mas pode ficar tranquilo que a gente conferiu a rua pra ter certeza que ninguém nos viu entrar.
10:52É, e o único segurança que tinha já foi devidamente fulminado pelos olhos do Meduso.
10:56Mas obrigado mesmo assim, tá, Bichou?
11:00Era o Pedrão que tava no plantão?
11:03Que horror.
11:06O Pedrão?
11:07Você fulminou o Pedrão, né?
11:10Pelo bicho, você tá sofrendo muito por causa dele, né?
11:13Ô, Pedrão.
11:15Que pena.
11:17Quer acompanhar o Pedrão na sua viagem para o reino do além?
11:20Hein?
11:22Não!
11:23Para com isso!
11:25Que necessidade vocês têm de serem violentos, hein?
11:28É, calma, calma, calma, por favor, calma!
11:31É realmente uma pena, gente.
11:33Mas a vida é assim, né?
11:34Vai, Meduso, apaga ela.
11:36Meduso, se você tocar num fio de cabelo de alguém da minha família, eu te mato.
11:45Não, Aristóteles, Meduso, Meduso, para com esse teu olhar fulminante pra cima da minha família.
11:51Olhudo!
11:52Aristóteles!
11:53Aristóteles!
11:54Aristóteles!
11:54Não atira!
11:55Me solta aí, party!
11:55Calma, tio!
11:56Não, senhora, por favor!
11:57Calma, tio, calma, não atira!
11:59Ai, ai, ai, medo de tanta maldade, tá?
12:01Veja a nossa família!
12:02Faça respeito da nossa família!
12:03Sabe aqui!
12:04Calma!
12:04Ela tá tendo um ataque de medo.
12:06Pelo visto, toda a família surtou com a nossa chegada, não foi?
12:09Olha aqui!
12:11Eu tô grávida!
12:12Eu não posso me estressar!
12:14Por favor, vão embora e esqueçam o que a gente sente!
12:18Não. Sabe por quê, Lucinha?
12:21Porque você é inesquecível.
12:24Depois que a gente passou a sua lua de mel junto,
12:27quando eu tava fingindo que era o Danilinho, lembra?
12:30Eu nunca mais vou te esquecer.
12:32Estranho. Estranho. Estranho.
12:35Estranho pra lá, seu mutante monstruoso e cruel!
12:38Seu caminhão de gênio!
12:40Calma!
12:41Me deixa! Me deixa! Me deixa! Me deixa em paz!
12:44Me deixa em paz!
12:46Me deixa em paz!
12:48Me pega em paz! Me pega em paz! Me pega em paz!
12:50Me pega em paz! Me pega em paz! Me pega em paz!
13:01Malditos bebês quase me mataram!
13:03Pensei que minha cabeça fosse explodir com aquelas ondas cerebrais,
13:06aquele brilho, aquela luz infernal!
13:08Eu te disse que os bebês são muito poderosos!
13:11Você foi ingênuo em achar que ia conseguir driblar os poderes deles
13:15apenas com um par de óculos escuros e fones de ouvido!
13:18Como é que você conseguiu criar algo assim, bebês tão poderosos?
13:22Quem vai conseguir domar essas criaturas, Júlia?
13:25Era o que me faltava!
13:26Fui derrotado por dois bebezinhos de seis meses de idade!
13:29São mesmo muito poderosas as minhas crianças!
13:32E à medida que forem crescendo, esses seres privilegiados vão ficar cada vez mais e mais carregados de poder!
13:40Tanto, em determinado momento, a sobrevivência do homem na face da terra vai depender deles!
13:46Júlia de Treve!
13:49Tem um novo nome para a doutora Júlia Zacarias, agora com um novo corpo, novo rosto!
13:57Eu só não digo que você é completamente louca porque isso seria lugar comum!
14:00Todo mundo já diz isso!
14:01Muita gente não percebe e não consegue compreender a complexidade e a originalidade deste meu trabalho, dos meus experimentos!
14:12Aí fico me adjetivando assim como você, com esse clichê, a cientista louca!
14:19Eu sou muito mais que isso, meu caro da Vera!
14:23Eu guardo mistérios, mistérios milenares!
14:27Eu quero ir embora dessa ilha!
14:30Eu preciso ir embora para São Paulo!
14:32Não aguento mais perder meu tempo com esses bebês transgênicos!
14:35Não fique estressado, Taveira!
14:38Ainda tenho muito o que fazer nessa ilha!
14:40Para sua informação, eu mudei de ideia!
14:42Nós vamos ficar por aqui mais tempo, por enquanto!
14:47Mas como?
14:48Você se esqueceu que os agentes do DPCOM podem invadir essa ilha a qualquer momento para nos prender?
14:52Ninguém vai me levar preso, Taveira! O que é isso?
14:54O momento que eles entrarem por aquela porta, eu digo que eu sou mais uma vítima daquela cientista da progênese!
15:01Ninguém vai me prender!
15:02Claro! Você tem esse álibi da sua new face!
15:05Esse novo corpo!
15:07Agora, eu não tomei o elixir da juventude!
15:10Lá na polícia, todo mundo sabe que eu passei para o lado dos bandidos
15:14depois que eu fui condenado pelo assassinato daquelas duas jornalistas!
15:17Eu preciso ir embora dessa ilha, Julia!
15:20Eu preciso ir para São Paulo!
15:21Vamos comigo!
15:22Sem chance, Taveira! Sem chance!
15:25Eu preciso ir embora para São Paulo!
15:27E você vai me levar no seu barco agora!
15:29Considere isso não como um pedido, mas como uma ordem!
15:36Quem é você para dar as ordens?
15:39Entendo uma coisa!
15:40Sou eu quem dá as ordens aqui!
15:52Cheia de barra você, hein?
15:54Fico me perguntando onde foi buscar tanta marra!
15:56Que quinta maira!
15:57Tanta marra!
15:59A CIDADE NO BRASIL
16:29A outra opção é passar a noite na maca.
16:31Pelo menos a gente consegue perceber e se preparar para enfrentar qualquer inimigo que aparecer.
16:35Você acha que a gente não consegue chegar no laboratório da Dra. Júlia?
16:38Agora à noite?
16:39Agora, sem chance.
16:54Bom, pela localização do laboratório no mapa, né?
16:56Com a trilha, a cachoeira e todos os perigos dessa ilha, eu acho muito arriscado a gente tentar chegar lá agora à noite.
17:04O Eugênio, um menino mutante que fez o mapa, ele insistiu para a gente tentar chegar lá só de dia.
17:09Sim, Beto, mas e os bebês?
17:11Os bebês precisam que a gente chegue lá, Heraldo.
17:14Nós vamos ter que esperar até o dia amanhecer.
17:17Vamos fazer o seguinte.
17:18Vamos montar dois turnos.
17:20Um dorme e outro vigia.
17:22Depois nós revezamos, certo?
17:23Claro.
17:24Mas temos que ter cuidado.
17:26Como existem poucas edificações aqui nessa ilha, esse lugar é muito procurado por um dos perigosos.
17:40Quem são vocês?
17:41Seguranças da concentração?
17:43Se atirarem em mim, mesmo um ferido eu posso atacar vocês com o meu ferrão.
17:47Carregado de veneno mortal.
17:49Eu extermino vocês, humanos.
17:50Calma, Heraldo.
17:56Nós não somos seguranças da concentração.
17:59Nós vamos libertar as pessoas que estão presas lá.
18:02Nós somos pacíficos.
18:02Ninguém é pacífico.
18:04O ser humano nunca é pacífico.
18:06Estão sempre em guerra contra o outro.
18:07Isso quando não estão em conflito consigo mesmo.
18:10Isso que ele está dizendo é você, amigo.
18:11Eu só luto para me defender.
18:12Você, um guerreiro humano, todo armado,
18:16e quer me convencer que é pacífico?
18:18Deixa de ser ridículo.
18:21Nós somos soldados.
18:23Nós lutamos pela justiça, pelos direitos.
18:26Nesse ponto, alguns de nós, mutantes, temos uma vantagem.
18:28A consciência de que não somos pacíficos.
18:31Sabemos que na vida ainda prevalece a lei do mais forte.
18:33E salve-se quem puder.
18:35Você está enganado, amigo.
18:36Valeu para todos, forte ou fraco.
18:38Independente de sexo, religião, idade ou raça,
18:41os direitos humanos são para todos.
18:44Não tem um dia que não haja notícias de novas guerras ou conflitos.
18:48O ser humano é belicoso por natureza.
18:51Não.
18:52Nem sempre a humanidade está em guerra.
18:53A maioria das pessoas é pacífica, incapaz de cometer qualquer violência.
18:58Algumas pessoas se desviam desse caminho.
19:01Por várias razões.
19:02Insegurança.
19:04Irresponsabilidade.
19:06Falta de amor.
19:07Sede pelo poder.
19:08Vontade de se apropriar daquilo que não lhe pertence.
19:11A insegurança é uma coisa totalmente alheia à minha condição.
19:14E é isso que me torna superior aos humanos.
19:16Eu não preciso buscar o poder, pois ele já está no meu corpo.
19:19O meu poder está no meu ferrão.
19:21Principalmente no meu veneno.
19:23E não sinto culpa alguma de usar o que é meu.
19:31Espeça, Cris.
19:32Essa é a coisa mais absurda que eu já ouvi na minha vida.
19:35Eu não vejo problema nenhum, Perpétuo.
19:37Nós três podemos ser felizes juntos.
19:39Como já disse, meu coração é grande.
19:41Tem lugar para vocês duas.
19:42Você vai ter que escolher um.
19:44É impossível, Yara.
19:46Vocês duas me completam.
19:47É como se você me pedisse para eu viver só debaixo do sol.
19:51Ou só debaixo da lua.
19:53Eu preciso tanto do sol quanto da lua para viver.
19:56O arroz puro não tem graça.
19:58E só o feijão também fica com gosto forte.
20:01Agora, junta os dois.
20:04Você tem um manjar dos deuses.
20:06Eu não tenho como escolher uma das duas.
20:09Eu tenho que ficar com as duas.
20:10Vem cá, o que você anda tomando, hein?
20:12Que papo de Loki é esse?
20:14Arroz e feijão, sol e lua?
20:16Você não tem noção mesmo, né?
20:20Olha, eu acho que você não merece ficar com nenhuma das duas.
20:23Concordo com a Perpétuo.
20:25Isso é coisa de safado.
20:27E você não consegue dar valor ao que tem, sabia?
20:30Porque se conseguisse, você não ia querer ficar com as duas, não.
20:34Mas eu já me decidi.
20:36Eu estou indo embora.
20:37Perpétuo, Perpétuo.
20:39Espera aí, você está radicalizando.
20:40Ai, eu estou radicalizando.
20:43Larga a mão de ser cara de pau, Cristiano.
20:44Eu já me decidi.
20:47Eu estou saindo fora.
20:48E você, Yara?
20:50Eu também estou indo embora para o mar.
20:52E dessa vez para nunca mais voltar.
20:54Não, peraí, peraí, peraí.
20:55Ah, muito legal.
20:57Agora vocês vão embora, é isso.
20:58Vocês vão embora e vão me abandonar aqui.
21:00É isso que você merece.
21:01Quis as duas, agora vai ficar sem nenhuma.
21:04Isso aí, vamos embora.
21:05Não, Perpétuo.
21:07Não, Yara.
21:08Olha só.
21:08Não vou embora, gente.
21:10Yara.
21:14É isso mesmo que você está ouvindo.
21:28Se você continuar insistindo em botar o Eugênio para fora, eu vou ter que tomar uma atitude.
21:31Agatha, calma.
21:33Eu vim aqui, Aquiles, porque eu queria ser amigo de vocês.
21:35Solidário, entendeu?
21:36Porque o teu afluxo sumiu.
21:38Tudo bem, eu vou embora.
21:39Não.
21:39Eu vou embora, Agatha.
21:40Não, não vai embora, não.
21:41Olha só, sua casa também é minha.
21:43E você sempre vai ser muito bem-vindo aqui.
21:44Não vai não, Agatha.
21:46Meu pai não queria que o Eugênio viesse aqui.
21:48É assim que você respeita a memória do meu pai?
21:51Ele não queria que vocês namorassem.
21:53Deixa eu te explicar uma coisa.
21:54Eu respeito a memória do meu pai muito mais do que você possa imaginar.
21:57Mas isso não vai me impedir de namorar o Eugênio.
21:58Você não vai namorar o Eugênio.
22:01Pelo menos não enquanto você for menor de idade.
22:02Chega, gente.
22:03Chega disso.
22:04Tá bom já, né?
22:06Eu vou embora, Agatha.
22:07Tá bom?
22:08Eu vou embora, Aquiles.
22:09Agora conversem.
22:11Com calma.
22:12Com irmãos.
22:15Tchau.
22:24Fica na boa, tá, Agatha?
22:28Sobre e irmã, rapaz.
22:29Não se atreva, Aquiles!
22:33Gente, olha, Agatha, eu tô indo, tá?
22:36Desculpa aí, eu tô indo.
22:39Eu só vim aqui pra dizer a Aquiles que eu vou ajudar, vocês não que eu puder ajudar.
22:47Fica com Deus, tá, Agatha.
22:49Vai com ele.
22:50O que é isso, Agatha?
23:04Você viu o que que você fez?
23:05Você levantou suas garras pra mim.
23:10Você teria mesmo coragem de me machucar?
23:13De atingir seu próprio irmão?
23:15Não, desculpa, Aquiles, desculpa.
23:18Eu juro que eu não queria te ameaçar.
23:21Mas é que eu tô uma pilha de nervos com tudo isso que tá acontecendo.
23:26Pai, a gente não pode brigar agora.
23:28A gente sempre foi teu amigo.
23:31Isso aí que aconteceu só serviu pra me deixar com mais raiva desse moleque idiota.
23:35Metido é cientista, garoto sonso.
23:37Ele só veio aqui pra gente brigar mesmo.
23:38Não, claro que não, Aquiles, ele não tem nada a ver com isso.
23:41Esquece essa história, Aquiles.
23:44Pai, a gente não pode brigar agora.
23:45Agora nós dois somos a nossa família.
23:48Perdoa.
23:50Não, Agatha.
23:52Sai, vai.
23:53Para com isso.
23:54A gente pensa na sua falsidade.
23:56Você acabou de me ameaçar, levantou suas garras pra mim.
23:59Agora você vem com esse papo de me perdoa?
24:02Depois disso, nossa amizade nunca mais vai ser a mesma.
24:06Nunca mais.
24:07Nunca mais.
24:37Você quer fazer o favor de parar de chorar?
25:02Porque eu não suporto criança chorona.
25:05Eu não sou criança chorona.
25:08Estou apenas com os seus olhos da minha família.
25:11Por que você fez isso comigo?
25:14Não consigo ficar longe da minha irmã.
25:16do meu irmão, do meu pai, do meu irmão, do meu pai, da tia Érica e da minha mãe, que estava pra chegar.
25:24Quando seus amigos foram lá, me trouxeram pra cá.
25:27Chega, garota.
25:30Chega, garota.
25:31Chega, garota chata.
25:33Eu não quero ficar ouvindo as suas lamentações.
25:35Pode ser?
25:37Logo, logo, você vai se acostumar a viver longe da sua família.
25:39Por que você está sendo tão dura comigo?
25:42Por que você está sendo tão dura comigo?
25:43O que eu fiz pra você?
25:45Eu fiz algum mal?
25:46Não, não pode ser.
25:48Porque eu só faço o bem pros outros.
25:50Ah, que bonitinha.
25:55Uma menininha que só faz o bem.
25:58Manjinho de bondade na face da terra.
26:05Pois eu sou um marco.
26:07Muito mar, sabia?
26:09E agora eu vou ser muito marco em você.
26:13Eu te odeio, garota.
26:15Por que você está agindo assim?
26:17O que eu te fiz?
26:18Você teve uma vida ao lado da sua irmãzinha.
26:22Uma casinha linda.
26:25Cheia de flores e jardins.
26:28Com plantinhas, bichinhos e passarinhos.
26:31Podendo correr, brincar na praia.
26:34Passear com seu pai.
26:36Eu não.
26:39Eu fui criada numa cela.
26:42Num laboratório subterrâneo daquela doutora Júlia.
26:44Consegue entender agora por que eu odeio você, garota?
26:59Agora você vai ter medo.
27:02Muito medo de mim.
27:04Porque eu vou ser marco.
27:08Como a bruxa, ma.
27:11Como a madrasta horrível dos contos de fada.
27:15E dos filmes que você já viu.
27:18Não.
27:21Melhor.
27:23Eu vou ser marco.
27:25Como uma criminosa que não tem pena de criança.
27:30Dessas que a gente vê nos telejornais.
27:32Oh, mãezinha.
27:37Eu não queria que você fosse embora.
27:39Queria ficar juntinho de você pra sempre.
27:42Oh, meu amor.
27:43Eu também tenho muita, muita, muita vontade de ficar aqui com você.
27:51Mas não tem problema.
27:54Se seu pai prefere assim, eu vou pra pousada.
27:58Pai, deixa a mãe ficar, por favor.
27:59Deixa ela ficar, pai.
28:00Não, meu amor, é melhor assim.
28:02Ela é a pousada mais confortável.
28:03Aliás, o táxi está esperando Viviane.
28:05Vamos, bom.
28:06Oh, meu amor.
28:09A mãe te ama muito, muito, muito, sabia?
28:13Olha, manda um beijo pro Eugênio, tá bom?
28:16E qualquer novidade que você tiver da Clarinha, me liga no celular, tá?
28:19Tá bom, mãe.
28:21Eu vou ficar torcendo pra que amanheça logo.
28:23Só pra eu te ver.
28:24Ah, meu Deus.
28:26Eu também vou torcer, viu?
28:29Agora eu preciso ir, tá?
28:30Dá um beijo.
28:34Boa noite.
28:35Boa noite.
28:43Boa noite, Guiga.
28:44Boa noite.
28:46Sonhe com os anjos.
28:47Você também.
28:47Coitada da mamãe, pai.
28:58Você foi muito chato em ter mandado ela pra aquela pousada.
29:01Eu nunca vou te perdoar.
29:02Mas, meu amor, é só fiz o que tinha que ser feito.
29:04A sua mãe não mora aqui.
29:05Depois, lá na pousada, é muito mais confortável.
29:08Eu aposto que foi por causa da tia Erika.
29:10Se ela não existisse, você ia ficar de bem com a mamãe de novo.
29:13Ângela.
29:16Olha pra mim.
29:17Não seja malcriada com a tia Erika, porque ela sempre te tratou com amor e muito, mas muito carinho.
29:21Agora vá lá e peça desculpas.
29:23Eu não vou pedir.
29:24Peça desculpas.
29:26Deixa, Guiga.
29:27Sobe pro quarto.
29:27Deixa.
29:28Sobe pro quarto, tá de castigo.
29:29Vai lá e fica pensando no que você vai dizer quando crescer.
29:31Vambora.
29:32Pro quarto.
29:33Eu não gosto mais de você.
29:35Vai pro quarto.
29:36Vem, Ângela.
29:37Vem.
29:37Agora as crianças estão contra mim.
29:42Maria, deixa eu te dizer uma coisa.
29:44Eu sei que você não merece estar passando por tudo isso, mas eu vou te pedir uma coisa.
29:47Seja um pouco paciente.
29:48Só um pouco paciente.
29:50Não fica assim.
29:50Eram as primeiras pessoas que eu via na minha vida.
30:10O rosto daquela menina parecia amistoso pra mim.
30:14Senti vontade extintiva de sorrir pra ela também.
30:16Eu tava começando a aprender com aquelas pessoas.
30:22E eu ainda tinha muito a aprender.
30:24Os rapazes me olhavam de um outro jeito.
30:30Ai, você é um idiota.
30:33Fala assim, ó.
30:34Eu sou um idiota.
30:42Eu não entendi o que aquelas pessoas estavam falando.
30:44Mas, de repente, todas elas pareciam muito simpáticas.
30:49Olha só.
30:50O manézão tá rindo também.
30:53Tá gostando de ser chamado de idiota.
31:02Era a primeira vez que eu fazia aquilo.
31:05Rir.
31:06Que sensação deliciosa.
31:08Rir muito.
31:09Eu tô falando, gente.
31:10Esse cara não é doente mental coisa nenhuma.
31:12Esse cara é um ET.
31:13Aí, de que planeta você veio, hein?
31:18Mané, pregão, palhaço?
31:19Do planeta dos babacas, é?
31:21Gente, para com isso.
31:23Nada a ver ficar fazendo ele de bobo.
31:26Tenho pena dele.
31:27É, tem ou não, uma coisa é certa.
31:29Esse cara não tá entendendo é nada do que a gente tá falando.
31:33Pode xingar o manézão à vontade, Tarso.
31:36Olha só.
31:37Ô, figura interplanetária.
31:39Tá feio, hein?
31:40Eu não entendi nada do que ele tava falando.
31:49Mas ele parecia amistoso.
31:51Olha como é ridículo, manézão.
31:54Pregão, babá, para.
31:56A caixa é tudo engraçado, pô.
31:58Para só com ele.
32:00Mas que é o problema, Luna?
32:02Deixa eu me divertir com a cara desse palhaço.
32:04Deixa ele bancar o bobo da corte.
32:06Cata indo, pô.
32:09Não é, Luna.
32:10Agora você vai depender o direito do extraterrestre.
32:12Ele não é um ET, Rico.
32:13É uma pessoa, um ser humano com problemas.
32:16E vocês ficam aí debochando dele.
32:18Isso não é legal.
32:18É, galera, ela tem...
32:20Peraí, Luna.
32:23É impressão minha ou você tá dando mole pra esse cara?
32:26Ih, qual foi, Tarso?
32:27Você tá bolado, hein?
32:28Você tá com ciúme da Luna?
32:30Não.
32:31Ei, que papo sinistro, hein, Tarso?
32:35Pô, nada é ver de ficar bolado, menino.
32:37Eu não tô bolado, não.
32:38Tá bolado, tá bolado, tá bolado, tá bolado, tá bolado, tá bolado.
32:43Eu tô cansado de fazer só as suas vontades, Júlia.
32:58Agora você vai fazer as minhas também.
33:00Júlia, tadeira.
33:02Júlia não existe mais.
33:03Você vai me satisfazer.
33:05Eu quero te provar.
33:07Doide pra provar o sangue desse pescocinho lindo.
33:10Você não vai provar nada.
33:11Aliás, me deixa.
33:13Deixa que senão eu não atiro em você.
33:14Se você atirar, eu te mordo.
33:17Eu posso até morrer, mas eu te levo junto comigo pro inferno e na forma de uma vampira.
33:20Não, se eu te acertar antes, aí você não me morde, seu vampiro traidor.
33:23Você não vai conseguir porque eu sou mais forte que você.
33:29Viu só?
33:31Pensei que fôssemos aliados, Traveira.
33:34Mas já vi que não posso confiar em você.
33:36Eu só quero ir embora pra São Paulo.
33:38Eu não aguento mais ficar nessa ilha.
33:39Eu já falei que nós fomos embora.
33:41Mas na hora certa.
33:42E essa hora ainda não chegou.
33:43O que você tá esperando?
33:45Os agentes do DPCU invadirem ele pra nos prender?
33:47Seja tolo, Taveira.
33:49Você viu a equipe que eles mandaram pra cá?
33:51É uma piada.
33:52Metade da equipe já foi dizimada.
33:54Eu duvido que eles consigam invadir o meu laboratório.
33:56O melhor lugar que eu tenho a ficar é aqui.
33:59A concentração.
34:01Eu preciso que você fique porque eu preciso da sua ajuda.
34:05Muito bem.
34:08Mas se ao menos eu tivesse uma compensação, um estímulo, eu poderia pensar nisso.
34:14Eu tenho tanta vontade de morder esse pescocinho, Júlia.
34:20Mas tanto.
34:22Eu fico louco.
34:23Me deixa morder, vai.
34:25Só uma mordidinha.
34:25Eu prometo que não vai doer nada.
34:27Só uma mordidinha.
34:27É mesmo?
34:28Vai ser gostoso.
34:29Eu juro que você vai gostar.
34:30Só uma mordidinha.
34:31Só uma mordidinha.
34:32Então tá.
34:33Eu vou deixar.
34:34Tá?
34:47Desgraçada!
34:48Taitora!
34:50O que é isso, Júlia?
34:52É o veneno do sapo-bufo?
34:54O que é isso?
35:02Eu vou matar você.
35:21Eu vou matar você.
35:32Coitado de você, mutante.
35:38Você acha que poder tá nesse seu ferrão envenenado?
35:41Poder é uma coisa muito maior.
35:44Mais nobre do que isso.
35:47Ter poder é ter a capacidade de amar.
35:50O resto é bobagem.
35:52Se você não ama, você não tem poder nenhum.
35:54E o que faz o homem um ser superior é exatamente a sua capacidade de compreender e de amar.
36:01Não.
36:03O que me torna um mutante superior aos humanos é minha capacidade de odiar.
36:07Odiar sem motivo.
36:08Sem razão.
36:09Odiar por odiar.
36:12Seu discurso é completamente desumano.
36:15Essa criatura horrível é completamente anti-humana.
36:18Minha parte de escorpião odeia a fraqueza humana.
36:22Ser monstruoso.
36:24Você é uma involução da espécie.
36:27Acho que nós deveríamos exterminar, Beto.
36:30Executar!
36:31Não, Geraldo.
36:35Atira.
36:38Eu sou o futuro da espécie.
36:40Sou o verdadeiro dono desse planeta.
36:42Com muito mais direito a ele do que vocês.
36:44Humanos.
36:45Não transgênicos.
36:46Não geneticamente modificados.
36:49Porque os escorpiões, meus antecedentes,
36:52estão aqui há centenas de milhões de anos antes.
36:55Vocês humanos não passam de...
36:57invasores.
36:58Você parece um escorpião falante.
37:02Não estou falando.
37:04Isso não é gente.
37:05Eu tenho ódio de vocês.
37:07Nós, que pertencemos à linhagem dos escorpiões,
37:13não temos pena de nossas vítimas.
37:15E é por isso que eu vou acabar com vocês.
37:17Agora mesmo.
37:19Nem tenta.
37:20Mais um movimento e eu vou ser obrigado a atirar em você.
37:23Eu vou destruir a bala, sua coraça de inseto, seu monstro.
37:26Vocês podem até tentar me destruir, mas não vão conseguir.
37:30O meu ferrão me protege como um escudo,
37:32que suas balas não vão conseguir penetrar.
37:34Escuta aqui, Marta.
37:53Você está indo longe demais.
37:55Eu não admito esse tom de voz comigo.
37:58Presta atenção com quem você está falando.
38:00Eu sou o diretor do DPQ.
38:03Mais respeito.
38:04Não tem ninguém aqui faltando com respeito, doutor.
38:06Só que você ainda não me respondeu.
38:09Por que esse homem que foi pego no Rio de Janeiro
38:11não foi trazido para cá, para a sede do DPQ?
38:14Porque ele fugiu.
38:16Pronto.
38:17Satisfeita?
38:18Fugiu.
38:19Fugiu ou foi executado.
38:21Chega!
38:22Eu não vou falar mais uma palavra sobre esse assunto
38:24com nenhum de vocês três.
38:26Entenderam?
38:27Por favor, saia.
38:27Pelo que eu percebo, esse assunto lhe tira do sério.
38:31É isso, doutor Fredo?
38:31Todo mundo aqui sabe, doutor,
38:33que para o senhor, mutante bom é mutante morto.
38:36Nasce um mutante,
38:37e para o senhor é o suficiente para não querer que ele viva, não é?
38:40É impossível não passar pela nossa cabeça
38:42que você o matou, a queima-roupa.
38:44Ele cometeu algum crime?
38:46Por que foi perseguido e preso?
38:47Em que eu queria mesmo ter matado esse mutante desgraçado
38:50seria um favor para a sociedade.
38:51Um sujeito ordinário da pior espécie.
38:54Desprezível, traiçoeiro, perigoso.
38:56Não merece viver.
38:58Mas não matei, infelizmente não matei.
39:00Quanto ódio, doutor Fredo.
39:02O que ele lhe fez para suscitar tanta ira?
39:03Cometeu algum crime?
39:05Por que foi preso e perseguido?
39:07A gente nem sabe qual é a mutação dele.
39:09Não me interessa, eu já falei até demais.
39:12Essa é uma missão secreta.
39:14Não tem que dividir nada com vocês, por favor.
39:16Saia.
39:16Eu vou ficar de olho em você.
39:31Eu também vou ficar de olho em você, Marta.
39:35Não ouse se meter no meu caminho.
39:39Nem queira ser minha inimiga.
39:41Porque você não faz ideia do que eu sou capaz.
39:48Faço.
39:50Eu faço sim, doutor Fredo.
39:52Mas as suas ameaças me amedrontam, não.
39:56Se você estiver escondendo alguma coisa,
39:59eu vou descobrir.
40:00O que foi que aconteceu com você, Valente?
40:28Você não pode ter sobrevivido.
40:30Não é possível.
40:32Como é que vai que você sumiu assim?
40:34Eu juro que eu vou te encontrar, Valente.
40:37Eu juro.
40:38De qualquer jeito.
40:42Eu vou te caçar até terminar o serviço.
41:00Não vai embora ainda não, doutora.
41:15Fica mais um pouco, por favor.
41:18Tudo bem.
41:20Eu tenho outros pacientes, mas eu posso ficar mais um instante.
41:22Então, quer dizer que eu fui baleado?
41:29É.
41:30E eu estou impressionada com a sua recuperação.
41:33Mas por que será que fizeram isso comigo?
41:35O porquê eu não sei.
41:36Mas você foi salvo por um milagre.
41:39Os tiros foram dados em volta do coração.
41:42As balas entraram e saíram do seu corpo sem atingir nenhuma artéria vital.
41:46E a cicatrização é excelente.
41:51Milagre.
41:54Engraçado.
41:55Eu me lembro de uma luz.
41:57Muito forte.
41:59E também que eu estava sonhando com anjos.
42:03Milagres acontecem.
42:04Você tinha tudo para morrer.
42:08Mas alguém lá em cima simplesmente não quis.
42:13Você parece ter ficado bastante impressionada com o meu caso, né?
42:17É.
42:18Digamos assim.
42:19Uma pessoa que toma tiros onde você tomou
42:21e sai ileso com uma cicatrização perfeita.
42:26Realmente é espantoso.
42:28Do ponto de vista científico, é difícil explicar a natureza da sua melhora.
42:33Mas você pode ficar tranquilo.
42:35Que está tudo bem com você.
42:37E eu vou continuar a acompanhar o seu caso.
42:40Agora eu vou verificar a sua pressão e seu batimento cardíaco.
42:48Quem me deixou aqui?
42:51Você sabe quem me trouxe para essa clínica?
42:54Pois é.
42:54E esse é outro ponto intrigante.
42:57Você foi deixado em frente à clínica, mas ninguém viu quem deixou você.
43:02Mas como é que pode uma coisa dessas, doutora?
43:04Por via das dúvidas, eu pedi reforços de seguranças aqui na clínica.
43:11Mas o que leva uma pessoa a fazer isso com a outra é muita maldade.
43:17Quem quis me matar?
43:19Por quê?
43:20Olha, é impressionante como você é forte.
43:35A sua pulsação é de uma pessoa saudável e não de alguém que está numa clínica se recuperando de ferimentos a barra.
43:41E a sua pressão está normal.
43:43E essa tatuagem?
43:52Será que tem algum significado?
43:55Parece uma ave, né?
43:58Um pássaro.
44:00Parece uma ave.
44:01Eu acho que eu já vi esse desenho em algum lugar.
44:03Mas eu não lembro onde.
44:10Ai, Taveira.
44:12Você se acha tão esperto.
44:15Não devia ter me desafiado.
44:18Não posso mais confiar em você, né?
44:21Agora vai ficar preso com os outros.
44:25Né?
44:27Ih, não está nem mais se entendendo de tanto sono.
44:30Logo, logo você vai dormir profundamente, meu querido.
44:33O mundo lá fora...
44:38Que dia é hoje, hein?
44:42Uma vez eu vi um disco voador.
44:51Está delirando.
44:55Pelo jeito, já não me oferece mais perigo.
44:59Não vai oferecer nunca mais.
45:08Não.
45:08Até que eu fui bem boazinha pra você, viu?
45:14Poderia ter sido muito pior, Taveira.
45:18Você ainda vai ser muito útil nas minhas pesquisas.
45:34Eu vou fazer de você meu vampiro objeto.
45:36Júlia, me tira daqui.
45:42Me tira daqui, Júlia.
45:43Abre essa porta, Júlia.
45:44Abre essa porta agora.
45:46Um sonho, Taveira.
45:52Júlia.
45:53Volta aqui, Júlia.
45:55Maldita, volta aqui, Júlia.
45:56Júlia.
46:06Te amo tanto, Ernesto.
46:33Ah, meu amor, eu também te amo muito.
46:36Muito, muito mesmo, viu?
46:39Olha, me perdoa.
46:41Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando eu achei que eu podia viver sem você.
46:45Eu sei que mesmo sendo duro, mesmo sendo difícil,
46:49vai ser infinitamente mais fácil com você do meu lado.
46:52Então vamos combinar uma coisa?
46:56A gente vai ficar junto pra sempre.
46:59Como a gente prometeu no dia do casamento.
47:01Tá.
47:02Eu sou sua mulher,
47:05você é meu marido,
47:06e a gente tem uma vida inteira pela frente.
47:11Ai, Júlia, ela tá com a minha tia, amor.
47:12O que é isso?
47:21O que foi isso?
47:22Vai ver se levou uma coisa estranha ali fora,
47:24eu vou ver o que é.
47:25Vai, vai, vai, vai.
47:31O que é isso?
47:33Foi um homem jovem ali no barredor.
47:35Tranca a porta, meu amor.
47:36Tranca, tranca, passa a chave.
47:40Vem cá, vem cá, vem cá.
47:41Vem cá, vem cá, vem cá.
48:11Vem cá, vem cá.
48:17Maldição!
48:20Admir, deve ter trocado essas correntes.
48:22Eu não tô conseguindo soltar.
48:26Se eu sair daqui,
48:28todos eles vão pagar.
48:31Eu não vou ter piedade de ninguém.
48:34Eu vou ter o mau prazer
48:36em assistir o sofrimento dos outros.
48:38todos estão condenados.
48:43Não existe inocente.
48:45No meu julgamento,
48:47todos são culpados.
48:49e a humanidade inteira
48:53vai conhecer a minha ira.
48:55A ira de Samira.
49:01Eu não.
49:04Não.
49:05Ah.
49:06Não.
49:06Não.
49:09Não.
49:10Não.
49:16Ah.
49:18E ninguém mais ficará depois do sol, no final será o que não será.