Vasco Fernandes Coutinho e a Guerra dos Gentios (1537)

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Na época em que Vasco Fernandes Coutinho enfrentava uma situação difícil devido aos ataques dos índios em sua Capitania do Espírito Santo, ele enviou um pedido de socorro ao Governador Mem de Sá, na Bahia. O Governador prontamente atendeu, despachando cinco embarcações bem tripuladas, com seu filho Fernão de Sá como Capitão-Mor da galé São Simão. Os outros capitães eram Diogo Morim, o Velho, e Paulo Dias Adorno. Eles chegaram a Porto Seguro, onde foram informados de que o maior contingente indígena hostil estava no rio chamado Bricaré, onde estavam atacando Vasco Fernandes. Decidiram então partir em busca deles, contando com a ajuda dos experientes navegadores Diogo Álvares e Gaspar Barbosa em seus caravelões.

Após navegar pelo rio durante quatro dias, avistaram as fortificações do inimigo próximas à água. Desembarcaram com os soldados enquanto os marinheiros mantinham as embarcações no meio do rio para evitar encalhar na maré baixa. A batalha começou, e no primeiro confronto os índios foram rapidamente derrotados. No entanto, eles se reagruparam com uma força avassaladora, forçando os portugueses a se desorganizarem e se misturarem com os inimigos. Os tiros vindos das embarcações não apenas não os defendiam, mas também feriam e matavam os próprios soldados portugueses. Enquanto tentavam se refugiar nas embarcações, muitos tiveram que nadar até lá, enquanto os feridos eram levados em algumas jangadas. Os capitães Adorno e Morim foram mortos, enquanto o Capitão-Mor e seu Alferes João Monge foram emboscados e mortos a flechadas quando estavam na retaguarda, enfrentando o avanço incessante dos reforços indígenas de outras aldeias.

Assim, Fernão de Sá encontrou seu fim, após demonstrar bravura em numerosos combates, tanto neste confronto quanto em outros na Bahia e em outras regiões. Os sobreviventes retornaram ao Espírito Santo, onde Vasco Fernandes os recebeu com pesar, ciente da perda de seu filho e da derrota. Ele os enviou, juntamente com toda a ajuda possível, para enfrentar outros grupos indígenas que ainda os cercavam, conseguindo dissipar essa ameaça, embora com a perda de alguns dos seus homens, incluindo Bernardo Pimentel, o Velho, que foi morto ao entrar numa casa.

Depois dessa missão, eles seguiram para São Vicente e depois para a Bahia. O Governador, sabendo da morte de seu filho pelas mãos dos índios, se recusou a encontrá-los. No entanto, mesmo que não fossem culpados pela morte de Fernão de Sá, não podemos culpar o pai por sua reação extrema diante da perda de um filho tão valioso.

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