Maria Ortiz e a Invasão Holandesa da ilha de Victoria (12/03/1625).

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Maria Ortiz e a Invasão Holandesa da ilha de Victoria (12/03/1625).

Os Holandeses, então em guerra com a União Ibérica, enviaram várias esquadras para o Brasil com o objetivo de tomar territórios, controlar o comércio de açúcar e especiarias e iniciar uma colonização no Novo Mundo. Em 1624, atacaram e ocuparam Salvador, na Capitania da Baía de Todos os Santos (Bahia), e no ano seguinte aportaram na Capitania do Espírito Santo. Apesar das diversas incursões os Holandeses só tiveram verdadeiro sucesso em 1630, quando invadiram as cidades de Olinda e Recife, na Capitania de Pernambuco, e mantiveram controle da região por algumas décadas.

Em 12 de março de 1625, o capitão holandês Pieterszoon Piet Heyn aporta com oito naus na Vila de Nossa Senhora da Vitória. Com população menor que a de Vila Velha, tomar Vitória parecia ser uma tarefa fácil para o militar e seus 300 homens, que se posicionaram em diversos pontos da praia e nas ilhas. Boa parte das mulheres e crianças da vila foi orientada a fugir para a roça, em pontos seguros longe da vila. Aos homens que ficaram o donatário da Capitania do Espírito Santo, naquela época Francisco de Aguiar Coutinho, distribuiu as poucas espingardas que tinha sob seu poder para defenderem a colônia.

Uma reunião de emergência foi convocada e o pai de Maria Ortiz fecha a taberna e segue para o Paço Municipal, que ficava na parte alta da Vila, e concentrava todo o armamento disponível aos defensores, inclusive com uma roqueira (tipo de canhão que utilizava pedras como munição).

Os holandeses aproveitam a pouca resistência geral do local e direcionam o embate para onde estão os homens, com o objetivo de dominá-los definitivamente. O ponto de passagem óbvio para a região alta onde os defensores se apuseram era justamente a ladeira do Pelourinho, que dividia as partes baixa e alta da Vila de Nossa Senhora da Vitória.

Apesar da recomendação de seu pai para que tivesse cuidado, Maria Ortiz ao ver a proximidade do exército inimigo decide que deve fazer algo para ajudar. Enche todas as panelas de sua casa com água e as coloca no fogo. Quando a tropa holandesa se posiciona em frente ao sobrado, ela escolhe o militar mais chamativo (justamente o capitão Pieterszoon Piet Heyn) e joga o líquido fumegante, escaldando o estrangeiro. Maria repete a tarefa por várias vezes, com a ajuda da mãe, e termina por deixar os estrangeiros sem reação imediata.

Os vizinhos, aproveitando o momento de vacilo dos holandeses, começam a seguir o exemplo e arremessar paus, pedras e o que houvesse ao alcance na tropa. Pegos de surpresa e bastante feridos, não resta outra opção aos invasores senão dar meia-volta e retornar para a praia. Aos gritos, Maria Ortiz avisa aos homens do ocorrido, que correm para combater os soldados abalados. No final deste dia, o capitão Pietersz contabiliza a perda de 38 homens sem conseguir qualquer conquista.

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