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A ANEEL anunciou a volta da bandeira amarela em maio, após cinco meses de bandeira verde. O analista Vinicius Torres Freire detalhou o impacto da estiagem, o risco de sobrecarga no pico de consumo, os efeitos no IPCA e na política de juros.

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Transcrição
00:00Vai ter bandeira amarela nas contas de energia.
00:04Pois é, vou até pedir para você aguardar aqui um pouquinho, Vinícius,
00:07porque a gente vai falar exatamente desse assunto, né?
00:09A Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEL, acabou de anunciar, então,
00:13bandeira amarela para as contas de luz no mês de maio.
00:16Lá de Brasília, o nosso repórter Eduardo Gair tem as informações
00:19e traz para a gente, então, agora.
00:21Boa tarde mais uma vez, Gair.
00:25Oi, Turcio.
00:26Essa notícia que acaba de sair aqui em Brasília, a Agência Nacional de Energia Elétrica,
00:30a ANEL, decidiu nesta sexta-feira que a bandeira tarifária de maio será a amarela.
00:36Importante dizer que desde dezembro de 2024 a bandeira estava verde,
00:40ou seja, um cenário positivo por conta das chuvas e tudo mais.
00:45Agora, por conta da redução das chuvas nessa transição do período chuvoso para o período seco,
00:49a expectativa da ANEL é que haja um maior acionamento das termoelétricas
00:55e, com isso, a bandeira tarifária será a amarela.
00:58Isso significa um acréscimo na conta de luz.
01:01Estou aqui com a nota da ANEL em mãos, porque essa decisão realmente acabou de sair.
01:05A ANEL diz o seguinte.
01:07Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidroelétrica piorou,
01:13o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termoelétricas
01:18que possuem uma energia mais cara.
01:20e segue a ANEL com o acionamento da bandeira amarela,
01:23a ANEL reforça que é crucial manter bons hábitos de consumo para evitar desperdícios
01:29e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico.
01:33O que significa a bandeira amarela?
01:35Significa que os consumidores de energia elétrica terão um custo de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumido.
01:47É uma tarifa mais cara do que a bandeira verde, ainda teria ali a bandeira vermelha
01:52e tem a bandeira vermelha A2, que é a mais elevada de todas.
01:55Mas, de qualquer forma, notícia ruim para o consumidor
01:57e notícia ruim para as perspectivas de inflação aqui no Brasil,
02:01consequentemente de juros.
02:02Enfim, é toda uma cadeia interligada que, com certeza,
02:05vocês aí vão destrinchar agora com o Vinícius Torres Freire.
02:08Volto contigo.
02:09Obrigado, Gai, pelas informações que acabaram de sair, portanto,
02:13da Agência Nacional de Energia Elétrica.
02:16Vinícius, bom, conta de luz entra naquela categoria de habitação
02:19que a gente acabou de apresentar aqui.
02:21Habitação que, no mês de abril, teve uma alta bem pequena,
02:240,09% de aumento no IPCA 15.
02:27Mês que vem, a gente já pode esperar uma paulada maior, então,
02:31e o impacto importante na inflação, né?
02:32Algum impacto vai ter, não é um dos piores, por enquanto,
02:36é R$ 1,88,5, R$ 1,89, praticamente,
02:41a cada 100 kW se consome.
02:43Vai aparecendo a inflação.
02:45Agora, isso é um sinal ruim de outra coisa.
02:49Todo ano aqui no Sudeste, começa o período de seco em abril,
02:53vai até novembro.
02:54É possível ter bandeira verde nesse período?
02:57É.
02:58Só que a gente não está com problema de falta de energia,
03:00a gente está com problema de composição da energia que se consome no Brasil.
03:05Por quê?
03:05A gente tem muita energia solar hoje, muita energia eólica.
03:09É muito importante.
03:11Mas só que elas deixam de funcionar.
03:12A solar, por motivos óbvios, e a eólica é um pouco inconstante.
03:16Então, a gente, no momento de pico, onde se precisa de mais potência,
03:20a gente precisa de hidrelétrica, ou então gerar termoelétrica.
03:24Então, a gente precisa poupar hidrelétrica ou gerar termoelétrica,
03:28que é mais caro.
03:29Então, o que aconteceu?
03:30A gente tem muita energia, capacidade instalada,
03:33mas o momento de pico pode faltar.
03:35Então, para evitar que a gente chegue nessa situação de risco,
03:39lá em novembro, como a gente viveu no ano passado,
03:42já começa a se poupar agora,
03:43porque a gente está com problema no momento de pico.
03:46Não está sobrando energia no momento de pico.
03:48No resto do dia inteiro, sobra muita energia.
03:50A gente podia ter bateria, podia ter qualquer outra coisa.
03:52O problema é que estão atrasados os leilões de compra
03:56de chamada energia de reserva, no caso de potência.
03:58A gente precisa ter mais energia de sobra naquele momento de pico
04:02que está faltando, que pode faltar.
04:04No ano passado, houve esse risco.
04:05Teve até discussão de racionamento, não sei se você lembra.
04:08Então, para evitar essa conversa de novo,
04:10que a gente está ali no limite,
04:11a ANEEL, baseado nos estudos do resto do setor elétrico,
04:15botou, está ali a bandeira amarela para avisar.
04:17Olha, os reservatórios estão bem.
04:20Podem chegar a 70% da capacidade no sudeste, é muito bom.
04:23Mas como a gente tem esse problema novo,
04:25a gente, falta de energia no pico, tem que economizar.
04:29Em outros anos, em outras épocas,
04:3070% de capacidade no sudeste, dos reservatórios sudeste,
04:34era muito bom.
04:35Agora, não mais.

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